Fanfics Brasil - Capítulo 1 - O pássaro sem nome. Erde

Fanfic: Erde | Tema: Drama, Romance, Ação, Aventura, Luta, Fantasia, Guerra.


Capítulo: Capítulo 1 - O pássaro sem nome.

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Era um raro dia nublado na pequena província de Suigen, em Utara. A província de Suigen fica no sudoeste da região de Utara, limitada pelas províncias de Sonne ao noroeste e Zestos ao nordeste. Suigen também é limitada no sul pela Floresta de Robus, uma grande, densa e inexplorada floresta.  A região de Utara estava no segundo mês no semestre do Sol, a última vez em que se teve um dia nublado no semestre do sol foi há 50 anos.



Mas para Illie hoje era o dia de seu aniversário de 13 anos, uma idade muito importante para as crianças de Utara. Os 13 anos para as meninas dessa região significavam o momento em que elas deixavam a infância e começariam a estudar para a vida adulta, para se tornarem verdadeiras mulheres. Os estudos, que duravam em média 3 a 5 anos, focavam principalmente em conhecimentos de botânica e cuidados medicinais. Para os meninos, os estudos eram voltados principalmente na arte do combate, e o tempo para concluir a jornada para a vida adulta dependia do êxito dos meninos nos quatro desafios propostos pelos seus respectivos mestres.


 Mas o que realmente interessava as meninas de Utara era a Cerimônia das Flores no final dos estudos. Uma espécie de ritual de passagem da infância para a vida adulta.

Illie estava sentada embaixo de uma árvore, fitando no horizonte a Floresta de Robus.
Ela não parecia que estava completando 13 anos. O seu corpo e o seu rosto ainda pareciam de uma criança. Tinha o cabelo loiro escuro e curto devido uma travessura da infância, em que cortou as suas longas madeixas e pegou uma das roupas de seu irmão mais velho, para que pudesse brincar com os meninos da província, já que os meninos tinham uma política extremamente rigorosa de que “meninas não podem brincar”, em que a sua justificativa baseava-se que as meninas eram muito fracas e acabariam estragando a brincadeira deles.
Os seus olhos eram da cor de Oliva, mas Illie cismava que isso era frescura de sua mãe, e dizia que seus olhos eram simplesmente castanhos. O seu corpo ainda não adquirira as formas femininas, porém já estava alta o suficiente para não a confundirem com uma criança. Tinha 1,60 m.


- Ah... – Illie soltou um suspiro – Porque diabos eu tenho que participar desses malditos estudos para me “tornar uma mulher”?


- Não se preocupe minha filha – Respondeu uma mulher alta, com os cabelos loiros e algumas mechas grisalhas presas em um apertado coque que apareceu perto da árvore onde estava Illie. – Com os seus conhecimentos, você com certeza terminará em 3 anos.

A mulher que já apresentava as marcas da idade, possuía uma voz doce, e transmitia uma enorme tranqüilidade em suas palavras.


- Mas mãe, eu não quero perder tanto tempo estudando algo que eu já conheço. Você não deveria ter me ensinado tudo antes da hora. – Illie soltou um pequeno risinho.


- Nem tudo eu lhe ensinei minha querida, sempre há algo que se pode aprender. A propósito, nem tente cortar essas suas madeixas e vestir as roupas de seu irmão para entrar na turma do senhor Hugo. Todos nós já conhecemos esse truque. – A mãe abafou o riso com a palma da mão.


- Ah dona Marie, de novo essa história? Que diabos eu tenho culpa se as brincadeiras das meninas eram tão chatas e os meninos tinham regras idiotas? – Illie também não conseguiu conter o riso.


- Aiai minha filha. – Marie soltou um suspiro e voltou o seu olhar azul para a Floresta Robus. – A cerimônia das flores é um momento inesquecível na vida das mulheres da nossa terra. É uma festa tão bonita quanto uma festa de casamento.


- Tenho certeza que é mamãe.

- A propósito, eu quase ia me esquecendo por que eu vim até aqui. O seu irmão chegou de viagem, ele disse que tem um presente de aniversário para você.

- Sério?! O Isack voltou? – Illie se levantou em um pulo só e estava com um sorriso radiante em seu rosto. – Onde ele está mamãe?

- Ele está te esperando em frente a nossa casa. – Assim que a mãe falou a localização, Illie saiu em disparada em direção a sua casa. - Quando chegar lá o avise que eu estou na casa da Dona Mirna – Gritou Dona Marie.


- Pode deixar mãe! – Gritou Illie. – O Isack voltou! Ele finalmente deve ter completado o último desafio! – disse ela baixinho para si mesma.


 


Isack tinha 21 anos. Era alto, possuía cerca de 1,95 m de altura. Estava magro, castigado pelo sol e com algumas cicatrizes nos braços. Estava com os seus cabelos castanhos e ondulados na altura dos ombros e a barba mal feita. Entretanto, os seus olhos azuis escuros exibiam um brilho de triunfo e orgulho, principalmente quando viu a sua irmãzinha correndo de braços abertos em sua direção.

- Lili, você está grande demais para vir correndo e pular em cima de mim! – Falou o irmão com um sorriso no rosto antes que Illie pudesse se atirar para cima dele. Mas isso não a impediu que lhe desse um apertado e caloroso abraço.

- Eu estava com saudades. – disse Illie depois que se soltara de seu irmão. – Você demorou muito nessa tarefa, seu lesado! Era bem capaz que o senhor Hugo morresse antes que você terminasse essa tarefa!


- Eu sei que eu demorei muito, foram quase 4 anos para conseguir completar essa tarefa. Para mim, parece que foi ontem que você veio no meu quarto pedindo para que eu revistasse o seu quarto inteiro para ver se não tinha nenhum come-come escondido! – ele falava sem esconder o riso. – Você cresceu bastante. – mas Isack apesar do tom de orgulho em sua voz, exibia olhos tristes. – Mas! No fim de minha jornada, eu encontrei algo que espero que lhe deixará muito feliz.

Isack se dirigiu para a casa de pedra que estava em sua frente. Era uma casa de dois andares de tamanho médio e de aparência resistente, com uma ampla porta de madeira escura e um canteiro de flores vermelhas na lateral direita, abaixo da janela.
Alguns segundos depois, Isack retornou com uma pequena gaiola com um pássaro dentro.

- Feliz aniversário Lili. – disse carinhosamente o irmão, ao entregar a gaiola para a menina.
- Obrigada Isack. – Illie agradeceu o irmão dando-lhe um beijo na bochecha.


O pássaro era completamente negro. Ele era muito pequeno e estava com a asa direita quebrada, entretanto, possuía ameaçadores olhos dourados.


- Que nome você vai dá a ele Lili?


- Eu não sei... Vou esperar para ver se ele me diz o dele.  – disse Illie olhando para o irmão com um sorriso ingênuo. Isack sabia que ela estava falando sério.





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Autor(a): yorules

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