Fanfic: Meu mundo é você! | Tema: Rebelde & Quase Anjos

- Bom dia – Dulce disse ao entrar na cozinha

- Bom dia – respondeu Christopher com uma xicara de café na mão – não esperava te ver acordada tão cedo.

Dulce: tinha esquecido o quanto a Lali chuta na cama. Pode ser doloroso dormir com ela.– ele riu e ela se sentou ao seu lado – você detestava café, achava bebida de velho.

Ucker: bom agora eu sou velho – ele deu um gole – você também é uma velhinha linda- debochou

Dulce: engraçadinho- mostrou-lhe a língua- vai aonde?- questionou ao observa-lo se levantar.

Ucker: correr pelo condomínio, sábado é o único dia que posso fazer isso - respondeu.

Dulce: ótimo eu vou com você - observou ele assentir -quero realmente manter a forma.Só preciso saber em qual é mala que está meu tênis – ela coçou a cabeça tentando se lembrar.

Ucker: falando nisso, precisamos tirar aquelas malas da sala.Quase não tem espaço para andar. Da onde você tirou tanta tralha?

Dulce: não são tralhas Uckermann são minhas coisas  - ela cruzou os braços

Ucker: pega um tênis da Lali ela calça o mesmo número que você talvez ela também vai ter   pezinho de anã

Dulce: 36 não é pé de anã - negou com a cabeça.

Ucker: imagina se fosse né - debochou.

Dulce: você fala isso porque tem esse pezão enorme 42/43 – ela disse bebendo um copo de água

Ucker: já estou atrasado – ele olhou pro relógio – se você for quer mesmo ir comigo se apresse!

Dulce: ok, ok! Quanto mal humor – ela se levantou – vou só trocar de roupa e pegar um tênis da Lali – ela se levantou e subiu as escadas correndo

15 minutos depois

 - To pronta – Dulce apareceu na cozinha com um  shortinho e uma blusa regata, seu cabelo estava preso em rabo de cavalo   e usava um tênis colorido da irmã mais nova.

Ucker: que demora, você não ia só trocsar de roupa e por um tênis?

Dulce: fui tomar um banho para não sair com cara de zombie, além do mais agua gelada ajuda a acordar o corpo - disse se alongando.

Ucker: ta de sacanagem que tu foi tomar banho pra soar - disse incrédulo - cade a praticidade?

Dulce: chega de conversa e vamos logo – ela saiu da casa pela porta dos fundos e ele a seguiu – nossa aqui no fundo ta lindo - disse admirando o local.

Ucker: é foi uma paisagista amiga minha que decorou.

Dulce: Gostei muito! - eles saíram pelo portão da frente- Vamos ao seu ritmo.

Ucker: não quero que você se canse – ele se gabou – podemos ir ao ritmo da mocinha.

Dulce: okay – ela sorriu.

Dulce então começou a correr em um ritmo leve e foi acelerando aos poucos o que deixou Christopher para trás. Ela podia ouvir a respiração dele ofegante e de vez em quando olhava para trás e ria da cena, um homem daquele tamanho todo correndo desengonçado tentando alcança-la. Quando ele iria aprender que não devia substima-la?  Então ela chegou à terceira  quadra do condomínio, logo avistou sua antiga casa e parou.

Ucker: pensei que você nunca iria parar – disse ofegante se aproximando da mesma

Dulce: podemos voltar no seu ritmo- ela olhava para a casa sem dar muita importância a corrida.

Ucker: agradeço – respirou fundo – quer entrar? – ele apontou para a casa.

Dulce: ta trancada – mostrou o cadeado que ela mesma colocara na casa anos antes.

Ucker: minha cópia da chave fica no chaveiro de casa – ele abriu e empurrou o portão que estava emperrado  dando passagem para ela

Dulce passou pelo jardim que agora era marrom. Lembrava-se de quando morava lá sua mãe fazia questão de cuidar do jardim ela mesma. Havia várias flores, mas as preferidas de sua mãe eram as orquídeas. Seguiu pelo jardim e olhou para um vaso de terra onde antes tinham flores, de lá tirou uma cópia da chave que ali ficava escondida e abriu a porta da frente. A sala enorme estava vazia, as paredes brancas  e tudo estava escuro pois as persianas estavam fechadas.

Dulce: está limpo – a voz da garota ecoou no local.

Ucker: uma empresa vem limpar todo mês para não juntar poeira e bichos – sua voz ecoou também – eles cuidam da piscina a  mantém limpa.

Dulce: entendi – ela se sentou na escada que levava para os quartos – essa casa era tão cheia de vida – sorriu invadida pelas lembraças.

Ucker: eu me lembro – sentou-se ao lado dela- essa não é a melhor hora nem lugar mas eu preciso te dizer uma coisa importante – ela o encarou – foi aberto um novo processo sobre a guarda da Lali – ele olhou pro chão.

Dulce: como assim Christopher? Eu falei com minha tiahá alguns anos. Dei uma boa grana para que ela sumisse da minha vida e deixasse a Lali em paz. Nós fizemos um acordo – ela esbravejou.

Ucker: sua tia não feriu o acordo.

Dulce: então? - ela questionou confusa.

Ucker: quem quer  a guarda da Lali é sua prima Marian.

Dulce: isso é um absurdo. Ela nem é minha parente de verdade , ela não tem direito a nada da família da minha mãe – ela se levantou

Ucker: Como assim? - questionou sem entender

Dulce: eu descobri isso a mais ou menos dois anos quando falei com a tia Clara pela última vez e fizemos aquele acordo. Ela me contou sua história. Tia Clara era 9 anos mais velha que minha mãe. Quando ela tinha apenas 15 anos se apaixonou por 17 anos mais velho, Marcos. Ela perdeu a virgindade com ele e naquela época isso era motivo suficiente para casamento, não demorou muito para o meu avô descobrir então ele  obrigou os dois a se casarem. Também não demorou muito para Marcos se mostrar um homem ambicioso e violento. A tia Clara engravidou o que deixou Marcos irado, um dia ele chegou bêbado em casa e a espancou tanto que ela perdeu o bebê.

Ucker: Eu não sabia dessas coisas - disse surpreso. 

Dulce: Minha mãe nunca me disse  nada também. Algum tempo depois Marcos soube da existência de Marian. Ela era a filha de uma das amantes dele, Susan a dona de um Cabaré, que morreu no parto. Marcos trouxe a menina para morar com eles e tia Clara cuidou de Marian como se fosse sua filha que tinha perdido. Marcos se tornou dono do Cabaré da tal Susan e desprezava cada vez mais minha tia logo ele a obrigou se tornar uma dançarina e consequentemente uma prostituta.

Ucker: agora eu entendo a infelicidade de sua tia.

Dulce: eu também compreendi o pior é que não parou por ai – ela se sentou novamente – tia Clara era  agredida constantemente e fora violentada sexualmente diversas vezes pelos clientes, por resistir aos programas. Quando Marian completou dois anos Marcos abandonou as duas por uma das dançarinas do cabaré. Minha tia então se tornou a dona do local e tornou cada vez mais rígida e amarga.

Ucker: sua tia faleceu faz três meses, Marian toma conta do cabaré agora- ele observou Dulce ficar palida- Não se preocupe Dulce, nenhum juiz em perfeito estado vai dar a guarda de Lali para a dona de um cabaré , Alias acho que agora que você está de volta pode ficar com a guarda dela legalmente para você.

Ela respirou fundo e o encarou. Ter a guarda da sua irmã significava que ela tinha de ter grande responsabilidade . Ela olhou em volta e de repente sua memória encheu-se de todos os momentos felizes que tinha passado ali e era por todos esses momentos que queria permanecer perto de sua irmã.