Fanfic: Meu mundo é você! | Tema: Rebelde & Quase Anjos

Ucker: Como assim tia? Ele é meu irmão e eu já sou maior de idade eu posso cuidar dele.

Otavio: Não é bem assim que funciona filho..

Ucker: Depois falamos das empresas, primeiro me explica direito essa história de que podem tirar o João de mim.

Otavio: Apesar de você ser o irmão dele vai precisar passar por avaliações, vão verificar seu histórico, analisar sua situação psicológica. Tudo isso para saberem se você tem condição de criar uma criança. São procedimentos padrões que visam proteger seu irmão de qualquer descuido ou coisa do tipo.

Alfonso: Não se preocupe não é nada muito complicado. Você só terá de se mostrar responsável.

Ucker: Eu tenho chance de perder o meu irmão?

Otavio: Não vou mentir pra você, tem chances sim. Se o juiz te julgar incapaz de cuidar do menino eles poderão coloca-lo em um abrigo. Mas eu creio que esse não será o caso. Precisa se mostrar confiante meu filho. O conselho tutelar ficará de olho. Eles farão visitas recorrentes e vão conversar com você e com ele. Vão analisar a casa de vocês e como o menino vai na escola. Tudo isso conta. Por enquanto você terá a guarda provisória do seu irmão, até que esse período de observação acabe e ai você entrara com um pedido pela guarda definitiva tornando seu responsável legal perante a lei. Você entendeu meu filho? – o senhor gorducho perguntou calmamente enquanto abria a sua pasta e tirava alguns papéis de dentro da mesma.

Ucker: Entendi – ele assentiu com a cabeça pegando os papéis que o senhor lhe indicava.

Otávio: Agora preciso que analise isso – entregou alguns papéis em suas mãos.

Leandra: Esse é o refeitório onde vocês farão as refeições – apresentou o lugar que continha varias mesas de madeiras com bancos que lembravam mesas de piquenique – O almoço é servido as 11 –explicou olhando o relógio – eu preciso ir agora, vocês podem se instalar no quarto que indiquei. Podem guardar suas coisas a cuidadora vai lhes dar um kit com uniformes, escova de dente e sapatos. Todas as crianças são tratadas iguais aqui, sem exceção – saiu apressadamente sem nem se despedir.

Lali: A roupa que eles usam aqui é feia – apontou para um grupo de meninas uniformizadas no canto- eu quero ir pra casa Dul.

Dul: eu também quero mas precisamos obedecer agora – olhou ao redor – vamos para o quarto, precisamos esconder nossas coisas – a garotinha assentiu acompanhando a irmã

Subiram as escadas e adentraram o corredor cheio de portas. Foram em direção ao quarto que Leandra tinha indicado. Havia lá quatro beliches de metal. As paredes eram brancas sem cor e o piso era de madeira escura. Em uma encostada havia uma grande cômoda de madeira com oito gavetas e acima dela um crucifixo pregado na parede. A janela era gradeada e tinha vista para a entrada do abrigo.

Lali sentou na primeira cama que viu e desabou em choro.

Dul: eu sei meu amor sei que é complicado pra você entender – disse de um jeito meigo – mas eu te prometo que vamos sair desse lugar e vamos ficar em casa.

- Essa pirralha vai molhar minha cama – uma garota alta e magra disse em tom de rispidez.

Dul: Perdão, somos novas aqui e não sabíamos que a cama estava ocupada – afagou os cabelos da irmã – levanta Lali.

A garotinha se levantou  e abraçou a irmã assustada.

- Sou Helena – se apresentou- e essas são Paola e Elisa.

Dul: Sou Dulce e essa é minha irmãzinha Mariana. Todas vocês dormem aqui?

Helena: Sim

Paola: Junto com a Luiza. É uma garotinha que deve ter quase a mesma idade de sua irmã – explicou.

Dul: E qual cama está desocupada?

Elisa: Aquela beliche – apontou para a beliche mais próxima da cama -Tem uma gaveta para cada uma – explicou- as duas de baixo são as que estão vagas.

Dul: Obrigada- tirou a mochila e colocou em cima de sua nova cama

Lali: Dul eu estou com fome- se aproximou da irmã sentando na cama.

Dul: Você não teve tempo de terminar seu café não é? – a garotinha assentiu – vocês podem me dizer onde posso arrumar alguma comida?

Elisa: Vai ter de esperar o almoço

Dul: Mas falta quase uma hora.

Helena: Aqui as refeições são servidas nas horas certas. O lanche vai de 09h00min a 09h30min e nenhum minuto a mais. Quem não come espera o almoço – disse se deitando em sua cama.

Paola: Vai ter que aguentar a fome pequenina – disse de forma dócil – vocês parecem garotas de classe alta. O que fazem aqui?

Dul: É uma longa história

Elise: Nesse inferno temos tempo sobrando – sentou na cama de Helena – e então?

Lali regalou os olhos ao ouvir a palavra inferno.

Paola: Elise! - repreendeu – ela é apenas uma garotinha.

Elise: Vai ter de se acostumar – deu de ombros  - por que não leva ela para o pátio e deixa brincando com as outras pirralhas da idade dela?

Dul: Lali você se importa de ir lá brincar?

Lali: Eu não quero Dulce – negou com a cabeça – quero ficar perto de você.

Dul: olha você brinca enquanto arrumo nossas coisas aqui e pego os uniformes e ai nos vemos  na hora do almoço , ta bom?

Lali: Não – negou novamente

Dul: O que conversamos sobre obedecer?

Lali: Tudo bem – a garotinha saiu do quarto contrariada.

Dulce foi em direção a cômoda e abriu a ultima gaveta. Abriu a mochila e foi colocando as poucas peças de roupa que trouxera dentro da gaveta. Tratou de esconder o celular bem no fundo.

Dul: Nossos pais morreram de madrugada em um acidente de carro – começou a contar sua história para as meninas.

 Eric: O presidente da empresa não era Fernando.

Ruth: me lembro que ele desistiu do cargo quando Dulce fez  15 anos ele queria aproveitar mais a família e esse cargo tinha muitas reponsabilidades.

Eric: Isso é um trunfo a nosso favor. Dulce pode relaxar quanto a isso. Ela e a irmã receberão as ações do pai que somavam 30% e as da mãe que somavam mais 30% sendo as sócias majoritárias. Elas ficarão apenas supervisionando. Alias quem ficar responsável por Lali terá o controle da parte dela até ela completar a maioridade – concluiu o raciocínio.

Alfonso: Ótimo. Uma coisa a menos no pacote.

Poncho: Chegamos – disse abrindo a porta do escritório

Ruth: E então?

Chris: Já fizemos o que tinha que ser feito – disse ao se lembrar dos corpos vistos e identificados – estão arrumando tudo para o velório hoje ainda.

Christopher se reencontrou na cadeira. Ele iria enterrar os pais. Aquilo era demais para sua cabeça.

Poncho: vão enterrar todos hoje as 6.

Ucker: E por que isso?

Poncho: os corpos não estão muito bonitos cara – disse meio sem jeito- e disseram que já começaram a apodrecer.

Seus pais eram carne podre nesse momento. Era isso que tinha sobrado deles. Carne para apodrecer. Ele negou com a cabeça e as lágrimas já escorriam em seu rosto.

Ucker: A Dulce sabe?

Chris: Sim já cuidamos para que ela e a Lali sejam liberadas para acompanhar tudo.

Ruth: podemos dar uma pausa – disse ao observar o estado de Ucker – 10 minutos sim?

Eric: Claro

Otavio: Tudo bem- concordou.

Ruth: vamos vou fazer um cafezinho para nós – saiu acompanhada do marido e dos dois advogados.

Ucker: Precisam que façam um favor pra mim – respirou fundo- eu tenho certeza que as meninas são ótimas cuidado do meu irmão, mas eu preciso que vocês preparem ele pro enterro.

Poncho: Claro cara – disse de forma solidária.

Chris: Nós vamos lá agora mesmo.

Ucker: Façam-no entender que precisa ser forte para apoiar Dul e principalmente a Lali.

Poncho: Tudo bem.

Ucker: podem ir agora – disse olhando para o porta retrato da família que ficava em cima da mesa do pai.

Chris: Tem certeza?

Ucker: Sim eu preciso ficar sozinho por um tempo. 

Elise: Você deu sorte Dulce, cresceu tendo o bom e o melhor e junto com seus pais. E me parece que esse Christopher gosta muito de você – disse encarando a ruiva.

Paola: Você precisa pegar o uniforme. As cuidadoras não vão gostar muito de ver vocês andando por ai com suas roupas.

Helena: Paola tem razão vá atrás de sua irmã e busque o uniforme, não acho que você gostaria de ser castigada na sua primeira noite aqui.

Dulce: Castigada?

Paola: Sim, agora vá.  – apontou para a porta – antes que alguém implique com você.

Dulce saiu do quarto e desceu as escadas buscando uma cuidadora.

Dul: Olá, a senhora podia me ajudar com os uniformes?

- Claro querida, me acompanhe- uma senhora gorducha lhe abriu um sorriso e ela seguiu em direção a uma sala – essa é a coordenação

- Oras o que temos aqui? –  uma mulher que aparentava ter uns 30 anos se aproximou – garota nova?

Dul: Sou Dulce – se apresentou – vim pra cá essa manhã com minha irmãzinha

- Eu sei quem você é – disse segurando o queixo da menina – é meu trabalho, sei de você e de Mariana. Sou a coordenadora Demétria – se apresentou – em que posso lhe ajudar?

Dul: Minhas colegas de quarto me avisaram sobre o uniforme

Demétria: a sim. Vera entre no almoxarifado e pegue um uniforme tamanho M e um  infantil tamanho 8 para a garotinha.

Vera: Sim senhora – a senhora gorducha entrou em uma porta e começou a vasculhar buscando o pedido

Demétria: bem vinda ao abrigo - sorriu forçadamente.

Dulce: obrigada - esboçou um leve sorriso com os lábios.

Vera: aqui querida- entregou a ela dois pacotes com os uniformes cinzas – e essas são as escovas de dente

Demétria: você precisa estar apresentável Dulce – indicou a porta – por isso trate de se vestir e cuide para que sua irmã também esteja vestida corretamente. Entendeu?

Dulce: sim senhora – saiu a porta e foi em direção ao pátio procurando por Lali. Ambas teriam que se adequar as regras daquele lugar.