Fanfic: Llevame Vondy | Tema: Rebelde

-Então, estou curioso – disse Ucker cruzando os braços.

Dul odiava quando ele usava aquele tom de ironia com ela, e por isso ficou calada, o encarando da mesma forma que ele fazia.

-Então majestade não vai me dizer por a vossa realeza, deixou o castelo mais cedo e nem avisou o seu humilde servo?

Dul não abriu a boca.

-Meu Deus, Any o horário? – exclamou Mai ao olhar o relógio de pulso desviando a atenção de Dul e Ucker para elas.

-O que tem à hora? – perguntou Any confusa.

-Nós não tínhamos que passar na secretária antes da primeira aula?

-Ai, Mai da onde você tira essas idéias? Eu não me lembro disso não, para de ser mentirosa!

Mai vendo que havia sido pega na mentira por Ucker, não sabia onde enfiar a cara. 

-Mai tadinha de você... – disse Any avoada.

-Anahi, cala a boca e me segue! - retrucou Mai ao puxar o braço da amiga e arrasta-la para dentro do campus, deixando Dul e Ucker sozinhos.

Ao avistarem que Mai e Any já não estavam por perto, ambos voltaram a se encarar.

-Christopher, eu sai cedo porque havia me esquecido que tinha que tirar algumas duvida com o meu professor de estética antes das aulas, bom foi isso.

-Você é igualzinha a Maite péssima para mentir.

-Eu não estou mentindo.

-E muito menos dizendo a verdade.

Dul se irritou, porque viu que estava sem saída. A estória do professor era verdade, mas não era necessariamente preciso ir antes da aula. Sendo assim concluiu que Ucker não acreditaria em nenhuma desculpa no qual ela pode-se dar.

-Dulce se é por causa do que aconteceu ontem esquece está bem? – disse segurando no ombro dela.

-É fácil dizer, o problema não é teu.

-Claro que é. O que te afeta por um lado também me afeta.

-Te afeta? – estranhou – Em que parte?

-Em todas.

Dul desviou o olhar, porque não acreditava muito no que ele dizia. Se o que tivesse acontecido realmente o afetava, ele não havia demonstrado nem um pouco ontem.

-Meu amor eu estou falando serio? – insistiu.

Dul já ia voltar a encará-lo e dizer que estava tudo bem,e que poderia tentar esquecer, mas ao ver Belinda saindo de seu carro parado no estacionamento, no mesmo instante uma luz se ascendeu em seu cabeça. 

-Amor... – chamou mais uma vez Ucker sua atenção.

-Me prove – disse ao olhá-lo novamente.

-Te provar? Como? – estranhou.

-Mude a Belinda de setor e dê o cargo da Maite de volta.

-É uma piada né? – disse recuando um passo.

-Não.

-Dulce eu não posso fazer isso.

-Eu sei, mas você vai pensar em algo. Porque se o que você diz é verdade, vai resolver o problema. 

-Dulce... – choramingou.

-Ucker, a Belinda estando grudada em você quase vinte quatro hora por dia, me afeta! – disse se fazendo de vitima.

-Amor, eu não posso fazer isso, quem manda no hospital são os nossos pais! Porque você não pede para o seu?

-Eu já pedi, e ele disse que nesta área não pode fazer nada, já que o responsável é o seu papai.

-Ah... Então você ouviu bem, meu pai e não eu! – enfatizou.

-Isso não é problema meu se vira!

Dul deu as costas para deixar Ucker, mas ele foi mais rápido e a puxou de volta, fazendo seu corpo se chocar com o dele.

-Que isso menino ta maluco? – resmungou Dul ao se afastar.

-Dulce, pelo amor de Deus, entenda –suplicou- quem mudou a Mai de setor foi meu pai, eu não posso simplesmente chegar nele e dizer que devolva o cargo anterior dela e mande a Belinda procurar o outro pasto.

-Procurar o que? – perguntou Dul vendo se havia ouvido bem.

-O pasto, mas não nesse sentido – informou.

-Que sentindo? – se fazendo de desentendida.

-Você sabe muito bem o sentido, e nem adianta tentar disfarçar o sorrisinho da sua cara.

-Eu não estou sorrindo.

Dul tentou se defender da acusação, mas falhando ao soltar um riso, no qual Ucker não achou nenhuma graça, então ela se recompôs ao continuar:

– Você já entendeu né? Ou a Belinda muda de setor no hospital, ou vai se acostumando em não me achar do seu lado na cama quando acordar no dia seguinte – advertiu ao dar as costas e sair andando.

Ucker vendo que sua dor de cabeça só ia piorando também viu que sua vida começava a ir pelo mesmo caminho. Agora teria que escolher entre salvar o casamento ou o emprego da prima!

Na hora do intervalo Dul se atrasou um pouco para sair, pois teve que tirar suas duvidas com um professor, mas quando chegou ao pátio avistou Ucker sentado em uma mesa conversando com Belinda, pelo visto a conversa estava fluindo e muito bem, já que ambos riam a todo o momento, enquanto tomava um suco e comiam.

-Pois é Dulce... – disse uma voz familiar.

Dul se voltou e viu Laura parada atrás de si. Logo pensou em ignorá-la e fingir que não estava vendo-a e foi o que fez ao lhe dar as costas.

Mas não adiantou já que Laura se aproximou ainda mais.

-Não adianta fingir que não estou aqui amiga, como também não adianta fingir que o que vê não é real – se referia a Ucker e Belinda, já que Dul os observava - Porque tem coisas que nunca mudam, e pessoas também, por mais que nós tentamos tampar a luz do sol com uma peneira.

Dul desviou o olhar da mesa que Ucker estava, pois sabia que Laura queria atingi-la, colocar coisas em sua cabeça. Coisas que ela tinha certeza que não poderiam acontecer. Ucker havia mudado, Ucker e a amava e era apenas nisso que ela tinha que acreditar.

-Abri o olho colega, porque agora você tem uma nova rival, e essa ai – referindo-se a Belinda - tem grandes chances de roubar aquilo que você julga ser seu.

Quando Laura terminou Dul sentiu um gelo passar por seu peito.

Laura vendo que Dul não iria lhe dirigir a palavra e nem se voltar para ela sorriu, pois sabia que a estava atingindo.

– Depois falam que eu não sou uma boa amiga – disse ironicamente ao passar por Dul deixando-a sozinha com seus pensamentos.

Dul pensou em ir até a mesa onde se encontrava Ucker, mas se o fizesse estaria dando razão as palavras de Laura. Algo dentro dela dizia que Belinda queria Ucker, mas sabia que ele não a trairia com a prima, pois já havia rejeitado-a como todos sabiam. Tinha que dar uma chance a ele teria que confiar nele, pois isso resolveu seguiu para a mesa que se encontrava Any e Mai.

-Dul! – exclamou Any animada enquanto a amiga se acomodava em uma cadeira – a Mai tem uma super novidade!

Dul arqueou uma sobrancelha ao se sentar.

-A Mai vai dar uma festa!

-Serio? – estranhou.

-Mais ou menos – corrigiu Mai – Na verdade, não sou eu quem irá dar a festa e sim o pessoal da minha sala.

-Isso quer dizer que o Christopher também vai?

-Eu acho que sim – respondeu Mai – Todo mundo vai, será uma festa para comemorar as férias de julho, irão alugar uma casa com piscina e vão comprar muitas bebidas.

-Hum...que legal.

-Legal?É demais! – comemorou Any – E o melhor, tem que ter nome na lista!

-Ah, serio Any? – perguntou Dul animada – E quem irá colocar o seu?

-A Mai, dã...

-Eu? – se fazendo de desentendida – Eu não me lembro disso não Any.

Any ficou boquiaberta.

-Tá, falando serio?

Dul e Mai caíram na risada ao ver que Any havia acreditado na brincadeira e se divertiram com a cara que Any fez de puro choque.

-Claro que não né Any. É obvio que seu nome vai estar na lista – informou Mai.

-Ai, que sustos, suas bobas! – resmungou ao ver que as amigas se divertiam a suas custas.

-Ai Any...só você mesmo – disse Dul – Agora mudando de assunto, cadê o Poncho?

-Ele teve que ficar na sala terminando o trabalho, acertando algumas coisinhas para o TCC – disse Any – Mas falando em Poncho, cadê o Ucker?

-Na segunda mesa, atrás da pilastra conversando com a prima dele – respondeu fazendo uma careta no final.

Logo em seguida Any e Mai se viraram para ver a mesa, mas só conseguiram ver uma pequena parte deles, já que a pilastra atrapalhava a visão.

-E que milagre é esse que você não foi lá tirar o homem? – perguntou Mai ao se voltar.

-Milagre? Não é milagre, é só a prima dele, eu não tenho porque ficar com ciúmes, se trata da Belinda – tentou se fazer de indiferente.

-Mas é justo dela que se tem que temer – soltou Any sem querer.

-Any! – advertiu Mai.

-Falei demais?

-Não, tudo bem, eu tenho que confiar nele. Melhor, eu confio nele, e eu sei que qualquer investida da Belinda vai ser em vão. O Ucker me ama.

-Hum...ta se garantindo demais, em filha – soltou Any.

Dul ficou sem reação com a cara de pau de Any.

-Any, eu desisto – disse Mai cabulada.

-Eu não quis dizer isso, quero dizer, isso é bom, as coisas mudam antes ela não podia ver o Ucker dá bom dia para uma menina que já achava que ele a estava traindo, e agora ta toda confiante.Fico feliz.

-To mesmo. E outra, é bom que eles conversem na hora do intervalo, porque depois vai ser muito difícil.

-Dulce, você está se esquecendo que eles trabalham juntos – informou Any.

-Por enquanto amiga, por enquanto.

-Do que você está falando? – perguntou Mai.

-Eu não posso dar certeza de nada, mas é como a Any disse as coisas mudam, mas algumas delas podem voltar para o seu devido lugar.

Mai e Any estranharam a forma como Dul falava e viram que a amiga não entraria em mais detalhes.