Fanfic: Amor ou ódio(adaptada de Harry Potter)

O que há em ti que me faz sentir único?

Este amor dá-me o belo, exalta o que de mais nobre encerro, liberta-me de vis instintos, torna-me forte, guia-me o gesto firme.

E se em ti as palavras esgotam, em mim elas abundam, mas repetem-se.

Por vezes descobrem-se momentos como este, em que cada palavra se sente como primeira e nos guia para o seio de todas as coisas, O AMOR!

O que és tu pra mim?Foram noites anteriores a esta que me trouxeram a resposta.

És pra mim parte de mim próprio, uma extensão do que eu sou, és tanto, imensamente tanto!

Que mais posso dizer que não tenha dito?

Vejo o tempo que passas com o outro, mas também sei que tudo não passa de aparências, pois bem sabes que leio tua mente...

Também ando a falar com nossa filha as escondidas, e peço-lhe que me deixe vê-la sem precisar passar-me por outra pessoa.

Digo-te agora e sei-o hoje que nada é certo nesse mundo, mas tenhas certeza de uma coisa: amo-te pra vida toda, onde quer que estejamos, com quem estivermos, sei que somos e seremos sempre um do outro!

Estou sempre em ti...

Ainda que pressuponhas que a distancia e a ausência que muitas vezes nos aparta levam de mim tudo o que já partilhamos.

Ainda que penses que as minhas mãos em certos momentos ensaiam acenos e despedidas... Continuo aqui, serenamente, à tua espera.

Ainda que, não estando tu sempre presente, consigo sentir o doce sussurro da tua voz a cada madrugada, lembrando-me que sempre fui teu, mesmo antes de te amar pela primeira e ultima vez.

E na soma de todas as minhas certezas, sei que o teu caminho é aquele que te traz para mim, então não fujas dele.

Com amor e saudades,
D.B.

**olhe no aparelho trouxa que tem na sua casa (que vocês chamam de freezer)**


Nenhuma palavra pode dizer o que Roberta estava sentindo naquele momento... Foi tanta coisa de uma vez só! Durante quatro anos não sabia nada sobre Bustamante, agora era tudo de uma vez só.

Estava furiosa. Primeiro por ele estar a seguindo, segundo por estar lendo seus pensamentos, terceiro por estar em contato com Mandinha, quarto por ficar todo esse tempo sem nenhuma noticia, quinto...

Um monte de motivos!

Porém, ao mesmo tempo, estava com uma sensação boa... Não era felicidade, nem tristeza. Era amor! O que sentia por ele nunca fora esquecido, mas ia ficando fraco com o tempo... Mas agora!

Correu até a cozinha para ver sobre o que ele falava na carta, mas não antes de dar uma topada no pé da cama. Mas e daí? Ela queria ver o que tinha no bendito freezer!

Chegou à cozinha respirando ofegantemente, pois estava muito nervosa, abriu a porta do aparelho trouxa e não viu nada de diferente lá dentro. Estaria Bustamnte brincando com a cara dela? Olhou três vezes e não viu nada, mas sua curiosidade não a permitia ficar triste.

Foi então abrir a porta da geladeira... Merlim, H2O seria bem-vindo naquele momento! Abriu e pegou a garrafa de H2O... Mais uma vez Merlim, tinha um pacote lá dentro. Pegou a caixa – sim, era uma caixa – e botou em cima da mesa. Merlim mil vezes!! Era sorvete! E tinha cara de ser de Bustamante.

E era dele, abrir a tampa e viu lá o sorvete do qual mais gostava... Sorvete com pedacinhos de pé-de-moleque. Um milhão de vezes Merlim! Ele só poderia estar querendo dizer uma coisa com isso... A primeira vez dela, de Roberta Pardo.

Roberta já ia pegando um bocado de sorvete quando parou no mesmo instante. Ela prometera a si mesmo que não responderia Bustamante, ela precisava ser forte. Porra, ele era um Comensal! Não podia de forma alguma ceder...

Fechou o pote de sorvete e botou de novo na geladeira, deixaria ali até passar da validade... Queria que seu amor por ele tomasse o mesmo destino. Assim como o sorvete, queria ignorar aquilo pra sempre, queria congelar isso, queria invalidá-lo.

Se amor passa da validade... Bom, ela só saberia se tentasse. E o fez.

Saiu da cozinha e foi tomar banho. Não queria saber de sorvetes, qualquer um que fosse o sabor. Dormiu durante a tarde toda.

- Roberta, acorda. Já está na hora.

- Ah?! Ah... Oi, Miguel. – disse ela acordando.

- Vá se arrumar. Casa de Vick, lembra? – perguntou ele vestindo a camisa, fazendo-a perguntar por que não se apaixonava por ele – O que você está olhando?

- Você. Não posso?

- Pode, mas antes de me deixar mais sem graça do que eu estou, vá se vestir. – pediu ele tentando ajeitar os cabelos.

Roberta abriu o armário e pegou um bonito vestido preto e o pôs. Em poucos minutos já estavam prontos, avisando à babá - também bruxa – que Mandinha deveria dormir às nove horas.

- Você está muito bonito, Miguel – disse Roberta com a intenção de deixá-lo sem graça.

- Obrigado, Roberta. – respondeu ele encabulado, mas ciente da gozação.

- Muito mesmo. – replicou ela sorrindo abertamente, enquanto a babá ia para o quarto de Mandinha.

Quando a babá desapareceu, Miguel a puxou pela cintura e a encostou na parede, beijando-a de um jeito que compensava todos aqueles anos de casamento falso. Depois de alguns minutos, quando pararam de se beijar, Miguel olhou no fundo dos olhos de Roberta e viu que ela também sorria.

- Miguel, Miguelito... Vamos logo – disse ela bastante corada.

- Eu acho que alguém ficou sem graça aqui – disse ele antes de aparatar com ela.

- Até que enfim chegaram! – interrompeu uma voz antes que Miguel voltasse a zombar de Roberta.

- Olá, Vick. Boa noite, Rocco – apressou-se Roberta ao garoto que estava sentado no sofá da sala, enquanto ouvia Miguel falar com Vick.

- Venha aqui, Beta. Deixe Miguel com Rocco vendo esse jogo...

- NÃO! NÃO ACREDITO! – gritaram Rocco e Miguel em uníssono.

- Mais um gol... Maldita hora em que criaram esse canal pra bruxos – disse Vick enquanto subia as escadas com seu olhar de lunática.

- Miguel também vê essa coisa todo dia – comentou Roberta entrando no quarto da amiga.

- Diego quer falar com você – disse Vick, mudando de assunto abruptamente.

- O que? – perguntou Roberta confusa.

- Aquelas letras... Evidencias, Roberta. Ele ainda te ama.

- Bom, Vick... – começou Roberta, hesitando – Ele me mandou uma carta... Pedindo pra voltar...

- Beta, quando você vai parar de empatar a vida de Miguel e a sua também? – perguntou Vick debruçada na janela do quarto.

- Você acha que eu devo procurar Bustamante? – perguntou Roberta sentada na cama.

- Não... Ele vai te encontrar antes mesmo – disse ela enquanto se virava – Enquanto isso, trate de fazer o Miguel um pouquinho feliz. Ele não tem culpa de nada.

- Ele me beijou – revelou a ruiva sorrindo.

- E então?

- Foi bom...

- E?

- E eu gostei. – respondeu corada, com um sorriso no rosto.

- Roberta, você não presta!

- O que eu posso fazer se ele...

- Se ele?

- Se ele tem pegada – falou com certa dificuldade – É quase melhor que Diego.

- E qual a diferença?

- Diego é mais ousado... Beija melhor também. Mas Miguel não deixa nada a desejar – disse ela caindo na gargalhada junto com a amiga – Com Miguel é mais atração... Afinal, quem agüenta morar com ele durante quatro anos e não tirar uma casquinha?

- Você é do contra sabia? Depois eu que sou maluca!

- Diego é gostoso, eu o amo e beija bem. A diferença é que eu não amo Miguel.

- Então Miguel também é gostoso e beija bem?

- Miguel é gostoso e beija bem.

As duas estavam rindo quando a porta abriu.

- Rocco está chamando, Vick – disse Miguel.

- Ah, tudo bem – disse ela saindo do quarto ainda rindo.

Miguel olhou pra Roberta como se fosse fazer uma grande piada, mas não fez nada.

- Diga que você não escutou nada. – disse a menina indo a direção dele super corada.

- Eu não costumo mentir, Beta – disse ele meio a gargalhadas, fechando a porta do quarto ao passar.

 Miguel, desculpe-me, é que...

- Tudo bem, Beta... Eu até gostei de ouvir – comentou ele descendo as escadas com ela.

- Roberta Alexandra e sua grande boca! – disse ela gargalhando assim como ele.

Em poucos minutos já estavam todos jantando e falando de coisas banais, ao contrário de Roberta, que se sentia mal. Ela tinha certeza que era por causa do cheiro da sala. Vick desenvolvera o mesmo gosto de Sibila* pelos incensos, assim como Miguel pelo cigarro trouxa. (*Professora de adivinhação)

Cigarro e incenso. Foi para a varanda em busca de ar fresco.

A porta de vidro da sala permitia Roberta observar os amigos rindo do lado de dentro. Queria um dia ser tão feliz quanto Vick e Rocco, que viviam em um mundo diferente do seu. Queria um amor pra vida toda, e não para alguns momentos como presenciara a pouco com Miguel.

Como admirava a paciência dele! No fundo, até achava agradável a presença do Menino-Que-Sobreviveu, pois na maioria das vezes a fazia sorrir.

Começou então a lembrar de um destes momentos e sorriu sozinha, nem reparando que havia alguém ali junto com ela. Nem reparando que essa pessoa era Diego Bustamante.

Estava pensando em um dia em que se divertira bastante com Miguel e Mandinha, quando foi puxada pelo braço para perto de uma planta que não estava à vista de quem se encontrava dentro da sala. Deixou a vista se acostumar com a escuridão e se pôs a procurar por quem a puxou, encontrando olhos azuis no meio do caminho.

Parou por um instante para sua cabeça por tudo no lugar, mas isso era impossível. Caramba, o cara que ela ama estava ali, na frente dela, depois de quatro anos desaparecido! As coisas não estavam no lugar, definitivamente.

Sentiu o chão abrir, seu coração bater mais rápido, suas pernas tremerem, sua vista embaçar, sua voz sumir, suas mãos – que seguravam os braços dele devido ao susto – suarem, nem escutava os risos altos de Victoria... Estava em choque, tanto que não conseguia entender o que Bustamante falava.

- Ruiva, você está me ouvindo? – perguntou ele pela terceira vez ao observar a cara de lunática que ela fazia.

- Bustamante? – disse ela finalmente recobrando os sentidos – Me solta!

- Você é que está me segurando! – disse ele sorrindo diante da confusão que ela estava fazendo.

- O que você está fazendo aqui? Some!

- Não estou a fim – respondeu ele com simplicidade.

- Dentro dessa sala tem três aurores, aqui fora mais um. Eu ainda estou te dando uma chance de ir embora. Anda, sai daqui, ou eu...

- Ou você o que? – perguntou ele com aquele tom de voz típico dos Bustamantes.

- Ou eu... Eu... Ou eu vou te entregar pra eles!

- Você não vai fazer isso mesmo...

- Diz logo o que você quer, Bustamante – disse ela insegura, querendo acabar logo com aquilo.

- Eu vim aqui porque eu ouvi você falando com o corrimão de escadas da Vick que você beijou o Cicatriz, e eu não quero que você faça isso! – disse ele em tom de desespero, arrancando uma gargalhada dela.

- E quem você acha que é?

- Eu sou o cara pelo qual você é louca. – disse ele ao ouvi-la gargalhar mais alto.

- Francamente, Bustamante. Já que você lê mentes deve ter percebido que eu estava pensando em Miguel... Sabe, quando a Mandinha está com a gente é melhor ainda... A primeira palavra que ela falou foi pro Miguel: Pai. Eu estava lembrando disso agora, até você interromper. Agora, se você não se incomoda, eu vou chamar o pai da minha filha pra ir embora – disse ela virando as costas, não acreditando que tinha falado aquilo. Que idiota!

Bustamante então a estuporou pelas costas com o Impedimenta, sentindo seu braço formigar, pois Voldemort o chamava naquele instante. Foi então para frente da ruiva e começou a falar.

- Eu sei que você é impulsiva, Roberta, por isso eu não vou dar a mínima pro que você falou – disse ele nervoso, segurando o braço – Eu sei que você me ama. E eu vou me separar de Voldemort na próxima semana, mas eu preciso da sua ajuda pra isso. Eu preciso que você fale com aquele idiota do Cicatriz – Não acredito que estou pedindo ajuda pra ele, Merlim! – Bom, é uma armadilha perfeita pro Voldie, mas o Cicatriz idiota precisa ajudar, afinal, tem aquela profecia babaca. Leve o Cicatriz amanhã àquela lanchonete nova no Beco Diagonal, às 7 horas. Eu vou estar lá e...

Então ele parou pra respirar um pouco, pois estava falando rápido demais; além disso, a marca no braço dele formigava bastante.

- E desculpa pelo Impedimenta, mas você fez o mesmo comigo em Hogwarts – disse ele antes de beija-la.

Preferia que ela não estivesse parada, pois beijar uma estátua não era muito legal. Ela não respondia ao beijo dele, mas...

- AI! – gritou ele de dor, pelo tapa que acabara de levar na cara.

- Isso é por você me estuporar, aprender a lançar um feitiço direito e controlar seu tempo quando ele é curto.

Roberta puxou a varinha e ia estuporá-lo, mas ele foi mais rápido.

- Expelliarmus. Impedimenta – disse ele sorrindo, com calma – Isso é pra você ser mais rápida. – e a beijou novamente antes de aparatar.

Roberta ficou ali durante alguns minutos morrendo de raiva, pois não podia se mexer, nem gritar por socorro. Só podia esperar o tempo passar, e quando isso finalmente aconteceu, queria saber onde Bustamante estava, pois iria atrás dele estuporá-lo e de quebra acabar com Voldemort.

Infelizmente, isso era impossível, então resolveu entrar e chamar Miguel, o que não foi difícil, pois ele também já estava cansado. Despediram-se de Vick e Rocco e aparataram direto em casa. Miguel no quarto e Roberta na cozinha.

- Você está aí, Roberta?

- Na cozinha.

Roberta pegou o copo d’água que Miguel pedia toda noite e foi para o quarto, antes passando no de Mandinha, que dormia tranqüilamente ao lado da babá, que estava acordada olhando para a menina ruivinha.

- Você pode ir, Júlia. Obrigada. – disse Roberta da porta.

- De nada. Preciso vir amanhã?

- Não... Não vai ser preciso.

- Então eu vou indo. Boa noite. – disse ela antes de aparatar.


Roberta observou a filha durante um tempo e finalmente foi para seu quarto, onde encontrou Miguel ainda acordado, deitado na cama.

- Sua água, Miguel – disse ela, despertando-o de algum devaneio.

- Ah, sim, obrigado – agradeceu antes de tomar tudo em um só gole.

- Miguelito... – chamou ela enquanto deitava-se ao lado dele na cama.

- Sim?

- Você se incomodaria de encontrar Bustamante amanhã às sete horas? ( Obs.: Olha a simplicidade dela pra pedir uma coisa dessas! kkkkkkkkkk ) – mas antes que ele dissesse alguma palavra, ela completou – Eu acho que ele quer ajudar a gente..