Fanfic: Amor ou ódio(adaptada de Harry Potter)

- Garoto! Acorda, você não morreu, né? Diego? – gritou ela sacudindo o garoto que continuava de olhos fechados.

- Dá para parar de me balançar? – perguntou ele sério a poucos centímetros de distancia dela.

Roberta sentiu um sopro gelado percorrer sua espinha, assim como o garoto também sentiu.

Os olhos de Diego estavam mais brilhantes que o comum e ele conservava uma cara séria que dava certo medo em Roberta.

A garota estava púrpura e sentia ser enlaçada por trás por duas mãos que a faziam tremer.

Diego a puxou para cima dele, ela estava passando suas pernas para cima do sofá, ao lado das pernas do garoto.

A perna direita de Roberta estava ao lado da esquerda de Diego; assim como a perna esquerda dela estava ao lado da direita dela, de forma que ficasse em cima do garoto.

Roberta hesitou por um instante, mas Diego foi mais rápido e a puxou para mais próximo dele, se é que isso era possível, e fechou os olhos, esperando apenas o momento de se beijarem.

Roberta olhou rapidamente para o fundo da sala, onde havia vários relógios e percebeu que já eram cinco horas e meia. Ela deveria estar na sala de Gastão há meia hora.

A garota levantou-se calmamente do colo de Bustamante, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, deixando o garoto com cara de alienado no sofá.

Roberta foi à direção da cama pegar sua bolsa e se dirigiu a Diego, que ainda fazia cara de desentendido, e lhe beijou a testa, apenas isso.

- Aonde você vai? Isso não é educado sabia?

- Reclame com o Gastão. Detenção. – disse ela na metade do caminho a porta.

- É você é uma Pardo, esqueci. Só vivem tomando detenções. – disse ele zombando divertidamente da garota.

- E você é um Bustamante, que fica gritando como uma mulherzinha de dor e ainda pede ajuda a um Pardo, não é mesmo?

Roberta viu que deixara o garoto realmente sem graça, e se sentiu melhor por causa daquilo.

Diego demorou um pouco, pensando em alguma resposta, mas não conseguiu, apenas pegou uma das almofadas do chão e jogou na direção da porta, que se fechava por Roberta.

- Você ainda vai ver quem é mulherzinha! – gritou ele sorrindo.

Diego estava sorrindo. Ele não se lembrava de ter feito isso por causa de alguém, ainda mais uma Pardo. Rapidamente pensou na reação do pai se visse aquela cena, mas não se deixou levar pelo orgulho da família.

Aquela Pardo o fazia sentir diferente, ainda por cima salvara sua vida. Uma Pardo salvando um Bustamante, era para entrar na história.

Diego levantou lentamente e foi em direção da cama, onde havia várias revistas espalhadas.

- É um fato que os Pardos não tem gosto para leitura – disse ele rindo das revistas adolescentes – Nem para decoração.

Diego rapidamente pensou numa decoração melhor e ela mudou. A sala estava escura, fria, do jeito Bustamante.

Ele ainda sentiu mais uma dor na cicatriz e logo lembrou de Miguel.

- Síndrome de Arango, não. Aquele velho me paga por ter me deixado com essa cicatriz. – disse ele enquanto passava a mão pelo lugar antes com sangue.

Depois dessa rápida reflexão pensou em Roberta, queria muito estar com ela, beijá-la. Terminar o que tinha começado e ainda provar que não era mulherzinha.

- Preciso fazer alguma coisa – disse ele saindo da sala escura.

Diego andou pelo corredor e foi em direção a sala de Pascoal, daria um jeito de tirar Roberta da sala de detenção.

**
- Desculpe o atraso, professor. – disse Roberta correndo em direção à mesa em frente a do mestre.

Roberta esperou ele dar-lhe uma bronca, mas não aconteceu.

- Outro atrasado – disse o professor no habitual tom de voz.

Roberta olhou rapidamente para a porta em que entrara e se deparou com um Miguel totalmente descabelado, indo em sua direção.

Antes que os dois pudessem se cumprimentar, Gastão começou a falar.

- Vocês vão limpar toda a sala, todos os caldeirões, todos os vidros. E, claro – disse ele enquanto Roberta pegava sua varinha – sem varinhas.

Gastão saiu da sala deixando um Miguel furioso para trás e uma Roberta indiferente, começando a limpar os caldeirões.

- Por que você está de detenção? – perguntou a garota para fazer o tempo render.

- Porque ele me odeia, só porque eu cheguei atrasado na aula dele. – disse ele encolhendo os ombros.

- A sua aula era depois do almoço. Giovanni e Lupe também se atrasaram?

- Na verdade só eu – disse ele corando violentamente.

- E porque você se atrasou? – perguntou ela que ainda não tinha percebido o quão encabulado estava.

Roberta não ouviu a resposta de Miguel e virou-se para trás, dando de cara com o garoto que estava bastante próximo a ela.

Roberta se afastou levemente, para poder enxergar o rosto do garoto, mas não deu muito resultado, pois ele se reaproximava.

“Não faça isso, Roberta Pardo. Você já sofreu por causa dele, alem do mais agora pouco estava quase beijando Bustamante”, pensava ela cada vez mais perto dele.

Não deu tempo para se desviar do rosto de Miguel, ele conseguira ser mais rápido e a beijou. Roberta estava encostada numa das mesas e se deixou ser abraçada pelos braços de Miguel.

O garoto apertava levemente a cintura da garota que estava sentada na ponta da mesa, dividindo o espaço entre ela e ele, que parecia querer entrar dentro do corpo dela, de tanto que a apertava.

Roberta pode sentir cada milímetro do corpo dele, assim como ele o dela. Miguel desenhou um caminho com a boca pelo pescoço da Pardo, indo em direção do colo, que se levantava e reprimia-se rapidamente.

Roberta respirava ofegantemente, meio aos beijos quentes que recebia de sua paixonite infantil.

Eles não conseguiam pensar em nada, nem cogitaram a hipótese do professor chegar e ver aquela cena e dar-lhes expulsão, talvez.

***

Diego já estava quase chegando na sala de Gastão a fim de tentar livrar Roberta da detenção, quando a professora Hilda atravessava o corredor.

- Dormitório, rapaz. Já são oito horas e meia – disse a mulher, sem muita importância, continuando o trajeto.

- Perguntei alguma coisa? – falou Diego baixinho ao ver a mulher virar o corredor.

Diego hesitou por um minuto, pensando na desculpa que iria dar a Gastão, pois se o professor descobrisse que um Bustamante estava querendo beijar uma Pardo isso com certeza chegaria aos ouvidos dos pais.

***

Roberta pensou em tudo que sofreu por aquele garoto que agora a beijava ardentemente e resolveu se afastar dele.

Com certa dificuldade ela conseguiu e resolveu não ter feito aquilo, pois agora tinha que se deparar com uma cena constrangedora, olhando para um Miguel que parecia ter a mesma impressão que ela.

Roberta estava com as vestes totalmente levantadas e com o cabelo super baguncado. Miguel, por sua vez, estava igualmente desamarrotado, mas ainda mais confuso.

Nem deu tempo para se consertarem quando a porta se abriu.