Fanfic: Amor ou ódio(adaptada de Harry Potter)

Já havia passado alguns anos desde que Roberta tomara a importante decisão de não ficar com Diego Bustamante. Na época doeu muito vê-lo chorar por sua causa. Ainda doía, talvez tão forte ou até mais que antes.

Todas as vezes que lembrava dos olhos daquele garoto, olhava para o lado e via outros tão bonitos quanto os dele, porem o que a incomodava era que não sentia a mesma coisa por aquele que estava com ela.

Tentara - poderia jurar isso – com todas as forças gostar dele, mas não era a mesma coisa. Isso não era mesmo! Já tinha quase vinte anos, e os quatros últimos não levaram embora as lembranças.

Será que teria valido a pena mesmo? Precisava acreditar que sim!

Agora lá estava ela, deitada no sofá de estofado velho, em frente à lareira que parecia hipnotizá-la tamanho era sua fixação pelas chamas. O copo de vinho tinto tombava para o lado ainda em suas mãos, enquanto o cabelo vermelho cobria seu rosto jogado no braço do sofá.

- Roberta, você está acordada? – perguntou Miguel ao chegar em casa, enquanto encostava a porta.

“Estou, seu idiota”, pensou ela repreendendo-se em seguida, afinal, ele era um dos que sempre a apoiava, ainda que fosse um estorvo conviver com uma pessoa que não gosta.

Roberta sentiu a taça ser tirada de sua mão e seu corpo ser levantado, ainda sim não abriu os olhos para aquele que todos os dias escutava seus lamentos sem se opor ou reclamar. Ainda com olhos fechado pode perceber que estava sendo levada para o quarto que dividia com ele.

- Vou te deixar aqui e vou ver a Mandinha. – disse ele certo que ela dormia.

O quarto da pequena menina ficava em frente ao deles. Foi a única exigência que Roberta fez a Miguel quando decidiram morar juntos: queria a filha perto dela, por ser a única lembrança do seu caso com Bustamante.

Miguel abriu o quarto da menina e se surpreendeu ao vê-la acordada. Seus olhos azuis, como o do pai, faziam Miguel sentir-se descartável.

Afinal, aceitara Roberta não só porque a amava, mas também pelo fato de que ela seria recriminada se todos soubessem que esperava uma filha de Bustamante, um Comensal da Morte.

- Mandinha, vai dormir, filha. – disse Miguel sorrindo para a filha do outro.
- Pai, me cobre e lê uma história pra mim.

Miguel fez o que a garota pediu e logo esta pegou no sono, enquanto ele a observava. Como era parecida com Bustamante! Miguel desejava ao menos que não tivesse aqueles traços do cara que estampava diariamente o Profeta Diário.

Sim, Bustamante não saia das capas dos jornais. Já fugira três vezes de Askaban, já matara quase trinta trouxas e era o mestre dos disfarces. A Ordem e os Comensais viviam em constante guerra, nem mulheres eram poupadas.

Quantas vezes Roberta foi para o St. Mungus*! *Hospital bruxo]

Miguel voltou para o quarto e se deitou ao lado da ruiva que amava. Passou a noite em claro, tentando bolar novas táticas para a Ordem. Roberta acordando horas depois foi seu alarme desnecessário.

- São que horas? – perguntou ela com os cabelos bagunçado e uma enorme dor de cabeça.
- Sete horas. Bom dia! – desejou ele sorrindo com sinceridade, recebendo o mesmo em troca.
- Bom dia! Mas eu to com uma tremenda dor de cabeça. Vou tomar uma poção – avisou ela levantando-se da cama e indo a direção da porta – O café sai em dez minutos.

Mais um dia de guerra começava. Em todos os sentidos, principalmente para aquele casal.

Agora os dois trabalhavam no Ministério e era pra lá que estavam indo: departamento dos aurores. No meio do caminho – feito a pé – Roberta sentiu que estavam sendo seguidos, mas não via ninguém na rua, a não ser um velho mendigo sentado num banco e dormindo, com cara que tinha bebido muitas garrafas de cerveja trouxa.

- O que foi, Roberta? Você não pára de olhar pros lados – perguntou Miguel olhando pro velho.
- Tenho a impressão que estamos sendo seguidos... Não sei. – revelou ela olhando também para o mendigo, reconhecendo alguém nos traços dele.

- Pára de bobeira, Roberta, já estamos atrasados.

E ao que Miguel acabou de falar, Roberta virou novamente para o mendigo, mas não havia mais ninguém lá. Rapidamente ela segurou no braço de Miguel e o avisou.

- Ele deve ter ido dar uma volta... Pare de bobeira, Roberta. É só um mendigo. Existem vários deles aqui em Londres.
- Mas esse parecia o...
- Quem? – perguntou ele ao vê-la hesitar.
- Nada... Vamos! Vamos logo ou vamos nos atrasar – disse ela com certeza na voz.

Depois de cinco minutos dobravam a esquina e iam a direção da cabine telefônica que dava acesso ao Ministério, entraram e logo já estavam na sala de Miguel, chefe dos aurores.

- Eu vou pegar um café, você quer?
- Sem açúcar, por favor. – disse ele à ruiva que fechava a porta.

Roberta já estava perto da mesinha de café quando fora abordada por Victória Paz e seu ar sonhador.

- Olá, Vick.
- Olá! Hoje vocês vêm jantar lá em casa?
- Ah, sim, claro! Só preciso deixar a Mandinha com a babá e depois vamos jantar com você e Rocco.

E como se Roberta tivesse o chamado, este apareceu do outro lado do corredor, correndo na direção das duas.

- Calma, Rocco! O que aconteceu? – perguntou Roberta assustada tamanho era a pressa do amigo.
- Outro ataque! Há cinco minutos daqui... Vamos, avisa ao Miguel. Perto de King’s Cross.

Roberta ordenou que Vick fosse avisar ao Miguel e Rocco aos outros aurores, enquanto ia à frente para o local. Aparatou na estação sem ser percebida e quando chegou lá estava tudo um verdadeiro caos.

Vários trouxas se amontoavam em volta de alguma coisa no chão, mas logo Roberta conseguiu abrir caminho, então pode perceber que havia alguém morto ali. Era o velho que ela tinha visto na praça, era o velho que parecia com Bustamante!

Merlim, era Bustamante! Teria ele morrido com um de seus disfarces?