Fanfic: Carpe Diem. - VONDY.

    Rosemary por um momento deu novamente uma pausa tentando não parecer emocionada, mas aquela história a tocava de certa forma, lembrar todo aquele passado de sua parceira. Eram boas amigas e via o quanto a amiga se esforçava para manter as regras cristãs, mas a sua paixão foi maior e se deixou levar mesmo sabendo que sua consciência pesava o valor de sua religião.

    A madre não se conteve e soluçou como um gemido e virou o rosto para não parecer entregue a aquela história, mas o garoto pode ver as lágrimas expressivas descerem por seu olhar e ele pode entender de que aquela história se referia a ele, a sua mãe, a sua vida.

― Ela... Ela ― gaguejou ― Essa jovem freira era minha mãe é isso que queres dizer-me? ― se levantou novamente chegando junto à madre que ainda se continha se apoiando a mesa ― É ISSO? ― gritou.

   Rosemary anuiu com um gesto de cabeça sabendo que sua admissão iria causar um grande dano que estava pra acontecer.

― NÃO É VERDADE! ― gritou novamente em desespero segurando a madre pelos ombros e os balançou forte em ato de súplica, negando o que acabara de escutar ― QUERO A VERDADE! POR FAVOR! ― sentiu a cólera que invadia seu peito ao cair em si da sua história ― Madre...― sussurrou se ajoelhando a implorando.

Seus olhos estavam com as escleróticas vermelhas e ardiam pelo choro que ousava em chegar cada vez mais forte.

― Estou falando a verdade meu filho. ― respondeu num fio de voz ― Ela após saber da notícia esperou que nascesse para por fim e o entregar ao orfanato do convento, pois ela se sentiu traindo sua missão cristã. ― continuou ― Então nos entregou o bebê, acabou seu relacionamento proibido e fugiu, simplesmente desapareceu e não se sabe pra onde. 

A vontade do choro foi maior e sentia seu enfraquecer ao assentir toda aquela história, aquela burrada, saber que era fruto de um erro, de um casal que jamais o gostaria de tê-lo. Assim pensou. Entre abriu os lábios tentara dizer algo que lhe fizesse esquecer o choro e negar mais uma vez que não era a verdade, mas pra quê fugir se foi isso que ele tanto esperou e precisou, e estavam em sua frente reveladas.

Fechou os lábios e engoliu o choro como se engolisse um nó que se formara em seu peito, não se daria a entrega de chorar ali na frente da madre e de mais ninguém, a partir dali teria que ser forte.

Mas...

Força ― era a palavra que ele mais necessitava se ainda não a tinha.

    Apertou os olhos por longos segundos como de costume ao receber alguma notícia forte e se pôs de pé saindo em passos firmes da sala da diretoria da madre Rosemary.

“Se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.” ― Shakespeare

    Era meia noite e meia, o orfanato estava em puro silêncio todos estavam dormindo, pelo menos quase todos estavam.

Aquele garoto andava vagarosamente pelos corredores do orfanato vestido com uma calça justa, uma camisa social cor creme de botões e um suéter em volta, em suas mãos uma pequena mala com pequenos pertences, coisas de valor ganhadas durante todos esses anos, e roupas, suas poucas roupas. Com um grampo pego dos cabelos de uma freira ele abriu a porta da diretoria e ao entrar foi aos documentos pessoais procurando a letra “C”, logo achou seu nome e uma pasta a qual deveria ter sua certidão e tudo que precisaria pra descobrir o que tanto queria ― Seus pais.

     Pulou o muro do orfanato com aquele seu jeito malandro de um garoto de sua idade e por fim deu uma última olhada para aquele lugar, se despedindo apenas com uma foto tirada com seus olhos guardando-a nas lembranças.

Último poste de hoje, se tiver mais algum leitor ou leitora, posto mais.

Obrigada dulyuckerforever, como é teu nome?  Obrigada pela companhia, mesmo se tiver só você aqui, amanhã postarei mais. OK?! Beijos e tenha um bom dia.