Fanfic: O αmor de um Sheik- (αdαptαdα) Vondy- TERMINADA-

- Não é fácil para mim - continuou seu pai. - Passei as últimas noites rezando, jejuando. Pedindo a Deus que me guie.
- Então, me ajude, pai.
- Lillé exige retribuição. E terá. - Assim como terei a minha.
- Vingança, pai? De quem? - Mas ela sabia, claro.
- O Sheik Uckerman sofrerá. Não pense que irá sofrer sozinha.
Após o pai sair, Dulce ficou no meio da tenda, o coração disparado. Sabia o que significava punição. Ouvira as histórias sobre garotas punidas por imoralidade.
E Christopher, o que seu pai faria com ele?
Dulce saiu da tenda e ninguém tentou detê-la. Uma nova tenda havia sido erguida, bem mais luxuosa que a sua. Era onde estava seu pai.
Ela entrou e o encontrou junto aos livros e papéis.
- Pai...
A moça o assustou e ele pulou, demonstrando raiva.
- O que está fazendo aqui? Não lhe dei permissão para entrar.
- Não pode ferir o Sheik Uckerman. - Dulce se postou diante da cadeira do pai. - Não fez nada de errado.
- Nada de errado? A desonrou. Violou...
- Jamais me tocou.
Seu pai caiu em silêncio, as sobrancelhas franzidas.
- Nunca fomos íntimos. O sheik poderia ter se aproveitado de mim, mas não o fez. Ele me respeitou.
Fernando cuspiu de raiva.
- Christopher Uckerman não respeita ninguém!
- Mas o Sheik Uckerman me respeitou - teimou ela. - Respeitou minha inexperiência.
As sobrancelhas se ergueram.
- Então, continua virgem?
Virgem? Não, pai, ela quis dizer. Desde que fui violentada. Mas ela jamais contara a ninguém. Sofrera em silêncio.
No começo, era seu segredo, depois virou uma mancha em sua honra.
Estava arruinada. Não tinha mais valor.
Omar se inclinou à frente, em sua cadeira, pegando-a pelo queixo.
- Eu perguntei, você ainda é virgem?

Como responder, o que dizer? O que ela e Christopher haviam falado nos últimos dias sobre honestidade? Ela não podia falar por mais ninguém. Apenas por ela. Fora atacada, não amada. Não houvera sexo, apenas violência. Nunca fizera amor, jamais conhecera o carinho, a paixão.
Seu coração estava apertado.
- Sim - respondeu ela - Sou.
Os olhos do pai se acenderam.
- Tem certeza? Certeza? De que fora ferida? Violada? De que jamais fora amada?
- Sim.
Ele relaxou um pouco.
- Se submeteria a um exame físico?
- O quê???
- Se é inocente...
Estava estarrecida. Mas ali era Baraka.
- Minha palavra não é o bastante?
- Se é inocente, não tem nada a temer.
- Não estou com medo, apenas enojada.
- É uma questão de hshuma - disse ele, finalmente a soltando.
Vergonha, ela repetiu, silenciosamente.
- É razoável para que eu defenda seu nome - continuou Fernando. - É a única forma de tirar a hshuma que assombra nossa reputação.
Dulce cruzou os braços e tentou não pensar no que ele pedira.
- E se eu fizer isso... concordar em ser examinada, irá limpar o nome do Sheik Christopher Uckerman também?
- Não sou eu quem decide.
- Por que não? O senhor disse que queria acertar as coisas com ele.
- Chega! Você se importa muito com esse homem. Agora vá. Tenho acertos a fazer. Preciso mandar chamar um médico.
Com as palavras do pai ecoando na cabeça, Dulce voltou à tenda. O que acabara de fazer? Não podia provar que era virgem. Nem podia voltar a ser.
Alguns erros, ela pensou, não podem ser consertados. Precisava contar a verdade ao pai. Diria o que aconteceu, a forma como foi, tentaria fazê-lo entender o ocorrido, tantos anos antes. Talvez o pai a perdoasse. Talvez Pablo também.
No entanto, não seria fácil contar ao pai, por ele dar tanto valor à pureza, à inocência.
A hshuma, não existia no ocidente da forma como era em Baraka. No ocidente, as pessoas podiam se sentir culpadas por terem feito algo errado.

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