Fanfic: Quase por acidente (Laliter) | Tema: Laliter, Quase anjos, Casi angeles

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Capitulo 51

Agora ao invés de gemidos, só podia ouvir sua respiração, que pouco a pouco voltava ao normal. Ficamos abraçados em silêncio durante certo tempo, completamente invadidos pela paz que ela me proporcionava. Meu único arrependimento foi não poder estar completamente dono de mim. As coisas ainda giravam sem forma em minha cabeça, eu só estava consciente dela ali na minha frente, e muito pouco sobre o que tinha acabado de acontecer. Me separei dela com muito esforço, e senti como seu corpo vibrou. Ela conteve um último gemido, e sorriu pra mim, deixando o corpo cair pra trás. Enquanto ela vestia as peças que eu tinha tirado, recoloquei a cueca e a calça.
Lali – Poter... – Ela disse, depois de descer do balcão. Olhei pra ela, e mesmo querendo muito não consegui levantar do chão onde estava sentado. Ela sentou do meu lado, deitando a cabeça em meu ombro. – eu acho que agora não é a melhor hora pra dizer isso... Quer dizer, seria se você não estivesse assim... – Ela disse passando a mão pelo meu rosto. Qual é, eu não estava tão mal assim. – rs...
Peter – o que? – Respirei fundo, acariciando seus cabelos.
Lali – eu acho que estou apaixonada por você... – Eu estava bêbado, cansado, meio desnorteado, mas bem o bastante pra entender o significado daquelas palavras. Queria poder fazer como Nico e Gás fariam, ter levantado e começado a pular, e tomá-la nos braços outra vez, mas só consegui sorrir de ponta a ponta, com os olhos já fechados como se estivesse num sonho. Acordei meio desnorteado algum tempo depois, não fazia ideia do quanto eu havia dormido. Lali mexia meu corpo e me chamava.
Lali – Poter nós precisamos ir! – Abri os olhos e tudo o que vi foram manchas, e aos poucos o rosto de Lali foi se formando. Ela havia prendido os cabelos num rabo de cavalo mal feito, sua roupa estava amassada, e ainda podia sentir cheiro de álcool vindo de sua boca. É, não havia sido um sonho. Quando me levantei, senti uma enorme dor de cabeça, e as lembranças da noite anterior foram voltando aos poucos, assim como as indagações. Onde estávamos? Quanto tempo havia se passado? Onde estavam todos? Não tinha mais barulho, e o quarto estava mais claro.

Lali – Peter vem! O táxi ta esperando lá fora... – Ela disse me ajudando a levantar. Quando saímos do Buffet notei que ainda não era dia, mas era quase. O salão ainda estava uma verdadeira bagunça, mas agora vazio e completamente tranquilo. Senti um verdadeiro alivio quando vi Nico no táxi, dormindo no banco de trás com a boca aberta. Foi engraçado, se eu não estivesse num estado parecido teria sido mais. Eugenia estava deitada no banco da frente, mas não estava dormindo. Lali sentou do meu lado, fechando a porta, e foi durante todo o caminho tentando ajeitar a minha roupa, pra que minha mãe não levasse um susto maior do que o que ela certamente levaria.

Peter – cadê o Gás?
Lali – Rochi foi embora mais cedo, e ele foi de carona com ela... – Ela sorriu, segurando minha mão. Ela bocejou, também estava cansada, e me senti mal por não estar bem para lhe apoiar.
Peter – a sua mãe vai te matar...
Lali – vou dormir na casa da Euge... – Ela riu, divertida com a lembrança, que me fez sorrir também.
Peter – então é a minha mãe que vai me matar...
Lali – já liguei pra ela e avisei que você ia dormir na casa do Nico... – Olhei completamente confuso. Ela riu. – Tem umas coisinhas pra te explicar, mas agora não... – Devo ter cochilado durante o resto do caminho, quando chegamos à casa de Nico fomos feito dois zumbis pro quarto dele, ele dormiu na cama e eu num colchão. Nem notei se estava desconfortável, apenas deitei e dormi. Acordamos na hora do almoço, Nico me emprestou uma roupa dele já que as minhas estavam amassadas e sujas. Pra minha sorte ele também tinha comprimidos pra ressaca, e esta era a primeira e mais feliz da minha vida, e é claro que ele não entendia o por que. Pouco a pouco as lembranças foram me confortando, as imagens passando lentamente pela minha cabeça. Eu mal podia acreditar! Quando que eu imaginei que minha primeira vez seria com a Lali numa espécie de camarim durante uma festa? Parecia loucura! Estávamos ali escondidos, correndo o risco de sermos descobertos a qualquer minuto, mas na hora eu nem estava pensando nisso. Talvez ela também não estivesse se importando com as consequências! Era possível que ela sentisse por mim o mesmo desejo que eu sentia por ela? Só havia uma coisa que eu precisava perguntar, só tinha uma coisa que eu não tinha certeza se tinha sido real ou sonho. Ela tinha mesmo dito que achava que estava apaixonada por mim? Não via a hora de vê-la!

Alice – olha... Que lindinho parece um anjinho o seu amigo dormindo... – Eu não estava mais dormindo, mas estava sonhando acordado com a noite passada, e não conseguia controlar o sorriso bobo que se formava em meu rosto. Desejei que ela não tivesse percebido que eu tinha ficado vermelho. Ouvi o Nico resmungar, ele também estava de ressaca. – Vou preparar uma coisa gostosa pra vocês comerem, tadinho... – Assim que ela saiu, Nicolas me jogou um travesseiro.
Peter – au! Que é? Não dá pra respeitar a ressaca dos outros?
Nico – nunca vi alguém sorrir de ressaca!
Peter – ah é? Pra tudo na vida tem uma primeira vez...
Nico – não se faz de mais idiota do que você já é! Você e a Lali sumiram na festa, Euge, Rochi, Gás e eu procuramos vocês dois a festa toda! – Fiquei sem jeito. Eu não podia contar! Ou podia? Senti vontade de dividir aquela alegria com alguém, mas preferi me conter, afinal eu conhecia bem o Nico.

Comenteeem...

Oque acham que acontecera daqui pra frente??