Fanfic: Quase por acidente (Laliter) | Tema: Laliter, Quase anjos, Casi angeles

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Capitulo 56

Encontrei Gás, Nico, Euge e Rochi no corredor no caminho pro refeitório, mas não ousei encara-los. Tentei passar direto, mas uma mão me segurou.
Nico – Peter, espera aí cara... – De alguma forma eles sabiam, com certeza elas duas já deviam ter contado o que não era nenhuma novidade: Mariana amava Pablo. Mas não estava disposto a encarar ninguém,e permaneci parado, esperando que soltasse meu braço, mas ele continuou. – Não fica assim pow... – Respirei fundo. Nada do que alguém dissesse poderia me ajudar, e eu não queria que ninguém sentisse pena do idiota que havia se iludido, com uma das garotas mais bonitas e mais populares do colégio.
Rochi – Olha, Poter sinceramente nem a gente ta entendendo isso que ta acontecendo, a Lali ficou toda estranha, nem quer conversar direito... – Ouvi-la me chamar daquela forma, fez todo o meu rosto arder, e meu coração pareceu se partir em mil pedaços. Eu precisava fugir, como um covarde.
Peter – eu não to me sentindo bem, me solta Nico... Por favor... – Disse quase num sussurro, tentando parecer calmo, quando na verdade minha vontade era dar um soco em alguma coisa, gritar, e expulsar aquela enxurrada de terríveis sensações que nunca pensei ser capaz de existir. Nico me soltou, e respirei fundo enquanto caminhava em direção ao pátio, o sinal tocou pro inicio da aula, mas eu só podia ouvir as batidas lentas e agoniadas do meu coração, dos passos pesados e das palavras de Pablo e Mariana, ecoando em minha cabeça. Sempre pensei que estava preparado pra confirmação de que a Mariana não me amava nem me amaria, sempre pensei que meu escudo de autoproteção seria o suficiente, mas acabavam de me provar o quanto eu estava errado. Sentei no batente, de frente à quadra vazia, e por fim, não aguentando mais tanta agonia, desisti de lutar contra as lágrimas, que logo banharam meu rosto. Elas pareciam queimar enquanto saiam, e por mais que as expulsasse não conseguia me sentir aliviado. O aperto no meu peito continuava, e ainda havia um nó em minha garganta. Ridículo, não? Um cara do meu tamanho chorando feito uma criança que se perde da mãe num shopping Center. Foi vergonhoso, mas nada comparado ao que eu estava sentindo, quando a diretora me encontrou, “por acaso”. Em outro dia qualquer, sua voz me faria pular de susto, mas naquele dia, qualquer desgraça parecia encantadora. Não era possível que doesse mais.
Rose –Juan Pedro?! Por fim o encontrei! – Ouvi os passos da bruxa, se aproximando de mim, e não me esforcei pra disfarçar o que acontecia, eu não conseguiria mesmo... – Sinceramente estou muito decepcionada com seu comportamento! Sempre foi um aluno brilhante, jamais esperei isso de você!
Peter – não estou me sentindo bem... – murmurei, e ela ignorou. É impressionante quando alguém ignora o que pra gente, é algo crucial, mas não me importava o que ela pensava. Quero dizer, naquele momento, não me importava nada. Ela riu.
Rose – pensa que está falando com alguma idiota? Não caio em desculpas ridículas como esta! Você estava matando aula, Juan Pedro, e será punido! Se estava doente não deveria ter vindo ao colégio. – Ela disse cheia de ironia. Aquela mulher era do tipo que gostava de ver as pessoas em apuros, e parecia estar feliz, como se tivesse ganhado um troféu. Punir um aluno esforçado era bom desde quando? Sorri com amargura. Fazia tempo que só me esforçava em pensar na Mariana e viver por ela, e no fim...
Rose – o que está esperando Juan? Levante-se agora, e me acompanhe até a diretoria.
Peter – não quero...
Rose – como disse?
Peter – disse que não quero...
Rose – não me faça tomar medidas drásticas! – Levantei com os punhos cerrados, e a encarei com toda a fúria que estava guardada para Pablo, e para a minha desgraça. Ela pareceu engolir as próprias palavras, mas não sentiu pena do meu estado deplorável, e pelo menos por isso eu deveria ficar agradecido.

Peter – Sinto muito, mas realmente estou mal e peço permissão pra ir embora. – Antes que ela desse algum daqueles argumentos friamente calculados, continuei. – Não estou doente, e na verdade, meus motivos não são algo que eu queira compartilhar com ninguém... Eu só quero ir embora e ficar em paz... – Ela ergueu o queixo arrogante.
Rose – pediremos a autorização aos seus pais... – Pais... Um sorriso amargo se formou em meus lábios. Já fazia tanto tempo desde a ultima vez que tinha dito essa palavra... Eu não tinha um pai. Mas eu não falaria disso agora, quando tudo já estava ruim o suficiente.
Quando pedi pra ir embora minha mãe ficou de início, preocupada, mas não adiantaria explicar nada por que senão todos ao meu redor saberiam, e eu não estava a fim de virar mais uma vez motivo de piada de toda a escola. Durante o caminho pra casa lembrei daquela porcaria chamada de jornal da escola, e esperei que ninguém tivesse por perto pra ver minha reação. Eu não me importava com a opinião de ninguém, mas eu continuaria estudando naquele colégio e pra isso eu teria que sobreviver a ele. Ver Mariana e Pablo seria o bastante e não precisava de um jornaleco esfregando meu fracasso na minha cara. Assim que atravessei o portão da minha casa, ouvi a voz de sinos da Mery, e mais um embrulho no meu estomago! Entrei em casa, minha mãe que já estava na sala veio ligeira pra perto de mim, tocando minha testa e pescoço.
Ale – O que houve filho, você está pálido...
Peter – ér... – Respirei fundo. Não podia falar, não conseguia. – Depois... Depois a gente conversa...
Ale – não, é claro que não! – Também não consegui fita-la. Não queria decepcioná-la, o que ela diria se soubesse que o único filho era um covarde?Escorreguei a mochila pelos ombros e a soltei em cima do sofá. – Filho... O que aconteceu? – Ela disse num tom mais severo. Tentei ignorar, mas ela me puxou com força. –Juan Pedro Lanzani! – Me obriguei a fitá-la, e sua expressão severa desapareceu.

O que acham que deu na Lali??

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