Fanfic: Quase por acidente (Laliter) | Tema: Laliter, Quase anjos, Casi angeles

Capitulo 8 – 2º Temp.

Me vesti mais rápido do que esperava e não tinha tanta certeza assim sobre estar pronta... Me dava um calafrio na espinha só de pensar no que teríamos que atuar... E aquela mala sem alça olhando! À caminho pro quarto, pude ouvir o fim de uma discussão, mas não percebi até já estar visível, então não deu pra saber sobre o que se tratava a briga.
Peter - Luna, esquece essa história tá? Isso tá ficando chato! – Ouvi ele dizer. Luna estava de costas se virou com o olhar furioso pra ele, até que me avistou e deu um daqueles sorrisos envenenados. Percebendo o silêncio, Peter se virou também, e deu aquele sorriso...
Mariana - gostaram? – saiu no plural automaticamente, por que o que a lombriga achasse não me importava nem um pouco.
Luna - está igualzinha a roupa do filme!
Peter - está belíssima... – O olhar dele foi gratificante. Sabe quando nos sentimos a garota mais bonita do mundo só pelo olhar de um garoto? Imagina esse garoto sendo ESSE.
Mariana - você, por que não colocou a roupa aiinda heeim? – Disse depois de alguns instantes, quebrando o silêncio que já começava a ser um pouco constrangedor. Ele se coloriu automaticamente de vermelho.
Peter - ora porque, essa calça é transparente, poxa... – Não pude rir, lembrando de Euge e Rochi. Iriam babar, junto de toda a sala assim que nosso vídeo ficasse pronto.
Mariana - o culpado é o figurinista do Romeu e Julieta, agora vai se vestir por que já perdemos muito tempo! – Eu podia ter escolhido outra, mas isso é outro detalhe que não vale a pena ressaltar. Ele saiu com uma carinha de cachorro que caiu da mudança, carregando aquele leg. Do jeito que ele era tímido, era de se esperar, cruzei os dedos rezando pra que coubesse nele, por senão perderia toda a graça.
Eu e a lombriga esperamos do lado de fora enquanto ele se trocava, não sei quem de nós estava mais impaciente.Talvez eu, aquela atirada já devia ter visto tudo e mais um pouco. Pensei em chamar, ou bater pra avisar a nossa entrada, mas a descarada abriu a porta de repente. Ele arregalou os olhos, assustado, e não soube se devia rir ou me abanar.
Mariana - que demora só pra colocar um leg Poter! – Disse disfarçando.
Luna - é Peter... – Ela concordou, mas eu não sabia se a intenção era disfarçar, já que ela comia ele com o olhar o tempo inteiro.
Peter - olha, eu acho que isso tá muito apertado... – resmungou ele. Olhei da cabeça aos pés, depois afirmei.
Mariana - está... perfeito!
Peter - Eu acho que o Romeu não usava esse troço assim não... 
Luna - com certeza o Romeu não tinha esse poder todo, meu bem, agora vai terminar de vestir, por que essa sua roupa é um tanto perigosa... – sai na frente na esperança de que não vissem minha cara de `oi vou vomitar tchau`.

Definitivamente, não dava pra entender... Não dava mesmo! Mas apostava meus cabelos como aquela garota não gostava do meu irmão. Mas fazer o que? Grande pra se defender, ele era.

Quando acordei tinha um médico, a princípio não prestei muita atenção já que meu olhar estava embaçado, aos poucos fui voltando a mim, e então o vi sorrir atenciosamente. Era jovem, muito jovem, e bonito. Fiquei olhando desnorteada por alguns instantes enquanto ele remexia uma maleta, então ele tirou um treco lá de dentro pra tirar minha pressão. Jaime entrou, as mãos nos bolsos da calça.

Jaime – Lali... – Sentou ao meu lado e passou a mão rapidamente no meu rosto. – Este é o doutor Maxi... Maximiliano Recca... – Tentei responder, mas minha garganta estava seca. O médico sorriu, acho que entendeu minha tentativa de resposta.
Maxi – ela vai ficar bem... – Os dois se levantaram e foram conversar na sala, depois de algum tempo, Jaime voltou, mas dessa vez deu um beijo na minha testa.

Mariana – meu bebê corre algum risco? – Ele meneou a cabeça, e logo riu. Eu não sabia o que era engraçado.
Jaime – Bom, Lali, não diretamente... – Ele tirou minha franja pra um lado, e continuou me fitando. – Tudo o que acontece com você, pode afetar ao bebê, você sabe... Mas o problema não é com ele... Apenas pediu pra te dar uns remédios e ficar de olho em você, pro caso da sua pressão baixar outra vez, como hoje...
Mariana – por que está rindo? – Não deu pra deixar de perguntar. O riso se tornou apenas um sorriso lateral.
Jaime – é difícil de acreditar que você já esteja se sentindo mãe, quando não tem nem três semanas de gravidez... – Mãe... Aquelas palavras ecoaram pela minha cabeça. Mãe... Uma palavra de significado e responsabilidades fortes demais. Estremeci. Eu queria o meu bebê, mas será que eu estava preparada pra ele? Eu não queria que ele passasse pelo que eu havia passado com a minha. O sentimento de que é indesejado, de que você está sempre fazendo tudo errado... É claro que quando crescemos podemos decidir entre a maturidade e encarar os fatos, aceitando-os e tirando deles a melhor parte, mas também podemos ser eternamente crianças e passar a vida inteira se lamentando de toda a nossa má sorte, e viver sem nunca ir pra frente, apenas parados olhando pra trás, mas quando somos crianças não temos certos entendimentos, e certas coisas nos abalam, nos marcam...

Quando Jaime me abraçou quebrando meus pensamentos vi que estava chorando. Ele não sabia por que, mas me abraçou mesmo assim, e um pouco da raiva que vinha sentindo dele, pareceu se esvair. Ele beijou minha testa com ternura.

Jaime – me desculpe minha irmã... Eu não cuidei de você como deveria... – Aquela declaração me tocou. Todos sabíamos que eu não era responsabilidade dele, mas ainda assim ele sentia um carinho paternal por mim.

Jaime – Me diga Lali... Esse Juan Pedro... Ele forçou você a alguma coisa? – Me afastei dele o bastante pra poder olhar seus olhos, que estavam ressentidos. Meneei a cabeça enquanto engolia a pergunta.

Mariana – não! Peter não ele... ele nunca faria uma coisa dessas... – Ele sorriu, mas era um sorriso triste.
Jaime – eu não pensei que ele gostasse tanto de você... – Estremeci.
Mariana – por que? – Perguntei com certo ressentimento.
Jaime – deixe pra lá, são coisas sem importância... – E levantou antes que eu pudesse protestar. – Durma, ok? O médico disse pra você descansar...
Mariana – mas... – Ele já tinha atravessado a porta.

Não consegui dormir, e aos poucos senti o calor voltar ao meu corpo. Me mexia inquieta, e por mais que minhas pálpebras pesassem, não conseguia me concentrar pra chegar ao inconsciente. Me livrei dos vários lençóis que cobriam a cama, ficando cada vez mais impaciente, até que decidi não dormir mais.

Acordei quando já estava amanhecendo, sentada na poltrona de frente pra janela. Sentindo frio, e o pescoço dolorido, por causa da minha posição. Jaime estava me segurando, pra que eu levantasse, mas demorei a entender, ainda grogue de sono.

Jaime – o que está fazendo aí? Quer piorar? Olha pra você, está com febre de novo... – Me pegou no colo e me deitou na cama, brigando como se estivesse falando com uma criança desobediente, e na percepção dele eu era mesmo uma. Ele me fez engolir alguns comprimidos e voltou a me cobrir, praguejando. – Volte a dormir, iremos ao médico hoje de manhã... Pensei em esperar seu namorado chegar mas pelo visto é melhor ir logo... – Abri os olhos imediatamente e o segui até ele sair do quarto. Meu namorado chegar? Como assim?