Fanfic: Quase por acidente (Laliter) | Tema: Laliter, Quase anjos, Casi angeles

Capitulo 9 – 2º Temp.

A semana se passou com uma lentidão sem tamanho, mal podia acreditar que Peter logo estaria comigo outra vez. Estava contando as horas, e deixando Jaime maluco.

Mariana – 120! – Gritei, fazendo com que ele se cortasse com o barbeador, com o susto. Ouvi vários palavrões vindos do banheiro, e então ele apareceu na porta do quarto, pressionando uma toalha contra o queixo.
Jaime – 120  o que?! – Ainda pulando na cama, me virei pra olhar pra ele.
Mariana – 119 horas e 59 minutos pro Poter chegar aqui! – Ele rolou os olhos e ergueu o punho como se fosse dizer alguma coisa, mas desistiu e saiu resmungando algo do tipo "pelo menos doente ficava quietinha". Me joguei na cama, caindo deitada, e tentei ficar pelo menos uns cinco minutos parada, mas não conseguia, a adrenalina pulsava tão forte nas veias que era como se eu tivesse pronta pra saltar de um paraquedas.

Peguei meu Ipod e fui pra frente do espelho, e comecei a cantar, fazendo-o de microfone. Logo, Jaime voltou com o cenho franzido e colocou as mãos nos quadris. Começou a falar, mas eu só pude ver como mexia a boca.
Mariana – hã?! O que você disse? – Ele virou os olhos e fez sinal pra que eu tirasse o fone do ouvido. Obedeci.
Jaime – o que diabos deu em você? Você não estava doente até ontem? – Respirei fundo e estiquei os braços, verificando meu estado. A verdade é que não estava cem por cento, mas estava bem melhor. Finalmente sentia vida em mim.
Mariana – Eu não sei irmãozinho, mas eu to feliz! – Corri pra cima dele, que mal teve tempo de fugir quando me pendurei nele, rindo. – muito feliz!

Comi muito mal obrigada, já que Jaime me deixava longe de tudo que era gostoso, e tive que tomar os comprimidos do médico, infelizmente a noite estava exausta e mal deu oito horas e eu já estava na cama. Pelo menos durante o sono pude ficar tranquila. Acordei às sete em ponto em com o despertador do Jaime.

Mariana – daqui a seis horas vão faltar apenas 90 minutos... – murmurei pra mim mesma, depois virei e voltei a dormir. Acordei com a campainha tocando. Levantei toda desestruturada pra abrir a porta, com o cabelo revoltado e com uma blusa gigante do Jaime. Era uma moça alta e magra, com o biótipo de modelo sabe? O cabelo liso preso numa piranha e um ar de dúvida. Olhei pra ela com uma tentativa de sorriso numa cara de sono.
Xxx – é que eu sou a diarista do senhor Jaime, ele ta? – Neguei com a cabeça, mas saí deixando a porta aberta. Ela entrou meio atrapalhada e fechou a porta. Franzi o cenho, mas depois me forcei a sorrir novamente.
Mariana – sou Mariana, irmã dele... – Ela assentiu e finalmente abriu um sorriso.
Xxx – Eu sou a Daniela... – Ela foi até a cozinha e voltou amarrando um avental às costas. – O "seu" Jaime disse se era pra lavar roupa hoje? – Parei um instante como se estivesse pensando, mas na realidade eu estava dormindo em pé, depois meneei a cabeça.
Mariana – não, quando ele saiu eu ainda estava dormindo... Como pode ver... – Apontei pra minha própria roupa. Ela estalou os lábios e saiu tirando vários objetos do chão, jogando-os no sofá. A casa estava mesmo uma bagunça, até mesmo pra duas pessoas.

Depois de tomar um banho demorado e comer, fiquei seguindo a pobre da Dani pelo minúsculo apartamento, puxando conversa sobre assuntos variados. No começo ela pareceu estranhar, mas depois se mostrou muito simpática. Eu me sentia muito sozinha e a Dani foi uma bênção, já que ela falava bastante e me poupava o trabalho de puxar assunto.

Inquieta como eu estava, acabei metendo o nariz no trabalho dela, e comecei a ajudar, ou a tentar já que ela era toda nervos.

Dani – não, pelo amor de Deus, se o "seu" Jaime sabe, é capaz de me despedir! – Ela tinha um sotaque nordestino bem engraçado, e que eu passei a adorar. Dani seria minha amiga, prometi a mim mesma.
Mariana – não se preocupe, ele não vai saber! - Arranquei o pano de sua mão e comecei a espanar os móveis. Depois de toda a faxina, fomos pra cozinha. Nessa área eu realmente tinha que me manter longe, se não quisesse matar ninguém envenenado. Fiquei sentada enquanto via ela preparar tudo rapidamente.

Quando o telefone tocou, saí disparada pra sala. Eu conhecia aquele toque.

Mariana – amor?! Como você ta meu bebê?! – Me joguei no sofá.
Peter – com saudades né? Aqui ta uma chatice, não sei como vou aguentar ficar tanto tempo aqui! – Mordi o lábio, com o sorriso se alargando no rosto.
Mariana – por que não me contou que estava vindo pra cá? – me esforcei pra me fazer de irritada, mas não deu muito certo.
Peter – o que? Como...? Jaime idiota, ele não devia ter te dito, isso era uma surpresa?
Mariana – é, eu sei, ele não falou mais do assunto, acho que saiu sem querer... Mas mesmo assim, eu ia acabar morrendo de angústia até domingo! – Ele riu.
Peter – é claro que não, se você morrer eu vou te matar... Eu,Euge, Rochi...
Mariana – que bobo Juan Pedro! – Sim, era bobo, mas cada palavra que saía daquela boca era maravilhosa, então não pude deixar de rir. – Sabe em que eu tava pensando agora?
Peter – não, em que?
Mariana – na sua boca... – Ele riu.
Peter – eu penso em ti o tempo todo, em você todinha... – Mandei língua pro vento, como se ele pudesse ver.
Mariana – é claro que eu só tenho pensado em você, até adoeci sabia? – fiz um bico, mais uma vez, como se ele estivesse lá, e ele resmungou como se tivesse visto.
Peter – poxa amor, você não pode fazer essas coisas. O que vai ser da gente sem você hein? Trate de ficar boa logo, por que senão eu vou aí pra colocar uma intravenosa em você pessoalmente! – Fiz uma careta.
Mariana – não que horror! Sem agulhas, please!
Peter – vai ficar boa? – Disse com voz serena, que me fez arrepiar.
Mariana – uhuuum-uhuuum, só quando estiver aqui comigo...
Peter – nesse caso vou ter que assaltar algum banco e contratar um jato particular, você não acha isso algo muito extremo?

Mariana – hum... – Murmurei pensativa. – Talvez... Mas extrema é essa saudade bebê! – Ele começou a rir mais uma vez.

Quando eu vi a Dani me olhar da cozinha corei até as orelhas. Me senti muito ridícula, falando, rindo, e fazendo caras & bocas ao telefone com meu namorado. Desde quando eu era tão boba, tão melosa, tão babona?

Peter – Jaime me disse que ia tentar adiar a consulta, pra que eu pudesse ir contigo...
Mariana – você e ele tem conversado demais, não acha? – Ele riu.
Peter – falamos apenas sobre você, o necessário...
Mariana – ele ta parecendo uma babá, eu sou a mãe aqui ta? – De novo sentia uma sensação de estranha excitação ao pronunciar a palavra "mãe". Ele riu.
Peter – ah, ok mamãe, tudo bem, então o que você acha que devemos fazer?
Mariana – adiar a consulta, é claro...
Peter – nossa, fico satisfeito com o consenso a que chegamos! – desatamos a rir os dois.

Depois de desligar voltei pra cozinha, voltei ao corar quando Dani me deu aquela olhada, e voltei a sentar no balcão. Me perguntei se ele já sabia de alguma coisa... Eu sempre esperava que ele comentasse sobre meu diário, mas ele não dizia uma só palavra, e isso tava me matando de nervosismo.