Fanfic: Pecado Mortal (Terminada) | Tema: Vondy

No dia seguinte, Dulce e Kelly mudaram para um outro quarto. Não acreditava em sua sorte: a nova senhoria, uma senhora muito amável, disse que não se incomodava com o bebê e que até poderia cuidar dele, enquanto Dulce fosse trabalhar. A única pessoa que ficou sabendo da mu­dança foi a sra. Marks. Dulce achou melhor não contar nada para Pablo ou para Maite, pois não queria envolvê-los em seus problemas. Homens como Christopher Uckermann fariam de tudo para obter uma informação que lhes fosse útil.

A última visita de Pablo tinha sido decisiva. Ele, como Christopher, deu o ultimato: ou se casavam e ela desistia da menina, ou ele iria desistir dela. Já fazia muito tempo que esperava e não estava mais disposto a ficar se iludindo, esperando que Dulce mudasse de idéia. Pablo saiu dizendo que não ia aparecer mais.

Sua saída foi um alívio para ela. Não ia conseguir ficar ou­vindo, calada, o modo como Pablo se referia a Kelly, e não queria brigar ou dizer alguma coisa de que, depois, se arrependesse.

Era muito cedo quando deixou a sobrinha com a sra. Street. O novo quarto ficava bem longe do trabalho. Seu chefe, Howard Hathaway, dirigia uma agência pequena, onde Dulce fazia de tudo: era secretária, assistente, te­lefonista, servia o café e limpava o escritório.

Não se incomodava com o serviço, só não gostava quando Howard fazia alguma insinuação para cima dela; mas nunca tinha perdido o controle da situação. Ele tinha uma esposa simpática e dois filhos.

—  Bom dia, Howard — disse, colocando um embrulho em cima da mesa. — Desculpe o atraso, mas tive que com­prar alguma comida.

— Não tem problema. O dia nem começou e você já parece cansada. O que houve?

— Nada — respondeu, disfarçando. — Kelly dormiu muito pouco esta noite.

—  Dor de dente — ele disse, compreendendo a situação. Dulce pegou as cartas que haviam chegado e que es­tavam sobre a mesa.

—  Não, não foi dor de dente. Kelly decidiu que duas horas da manhã é hora de brincar e não de dormir. E não adianta tentar explicar a uma criança de dez meses que você está cansada e precisando dormir. Ela não entende.

— É, sei disso. — Ele riu. — Deixe isso assim como está e faça um café para nós.

Na hora do almoço. Dulce foi visitar Maite. Era sexta-feira e estava nervosa com o que poderia acontecer. Tinha ido ver a amiga para desabafar, mas acabou não dizendo nada. Maite já tinha muitos problemas e não seria bom ficar ouvindo mais desgraças.

Quando voltou para o trabalho, percebeu que Howard tinha tido um daqueles almoços com muita bebida. Seu com­portamento começava a ser inconveniente. Dulce preparou um café bem forte e entregou uma xícara para ele.

—  Para quem é isso? — ele perguntou, com os olhos vermelhos.

— Beba, Howard. Isso o ajudará a sentir-se melhor.

—  Está insinuando que estou bêbado?