Fanfic: Pecado Mortal (Terminada) | Tema: Vondy

Dulce sabia que ela tinha razão. Anny deixara uma caixa cheia de cartas, e Dulce tinha quase certeza de que descobriria o nome do pai de Kelly numa delas; mas sempre lhe faltou coragem para procurar.

Naquela noite, depois de ter feito Kelly dormir, tirou a caixa do armário, colocou-a na sua frente e ficou olhando-a por alguns minutos. Abriu-a e hesitou: talvez estivesse mexendo em segredos que só iriam piorar a situação.

Respirou fundo e começou a ler os envelopes. Anny sempre tinha falado de seus namorados e Dulce ia reconhecendo os nomes dos remetentes. Havia apenas um de que não ouvira falar, e sentia que era ele o pai de Kelly.

Colocou as outras cartas na caixa e decidiu, para o próprio bem da menina, que devia ler a carta e confirmar suas suspeitas. Abriu o envelope e começou a ler. As palavras estavam meio apagadas, sinal de que Anny a lera muitas vezes e que tinha chorado muito. Alfonso Uckermann dizia que não a veria nunca mais. Não havia nenhuma menção ao bebê, mas a data da carta coincidia com o período de gravidez da irmã. Dulce concluiu que o sr. Alfonso Uckermann sabia da existência do bebê e por isso mesmo tinha decidido abandonar Anny.

Escreveu uma carta dizendo que tinha algo de muito importante para conversar com ele e, no dia seguinte, colocou-a no correio. Mas isso não a deixou tranqüila; continuou a procurar um quarto para alugar. Era possível que o sr. Uckermann tivesse mudado, ou que não fosse procurá-la ao reconhecer seu nome. O endereço dele ficava numa das regiões mais ricas de Londres, e pessoas como aquelas se esqueciam facilmente de suas responsabilidades. Provavelmente já havia se esquecido da existência de Anny.

Três dias depois, como a carta não foi devolvida, concluiu que ele a recebera e não pretendia responder. Não tinha achado nada para alugar e a situação começava a ficar desesperadora. Quase não dormia, de tanta preocupação. Kelly também não ajudava: percebia a aflição da tia e ficava tão tensa quanto ela.

Dulce ninou a menina e, assim que a achou mais calma, pegou uma revista, tentando concentrar-se num artigo. Mas não conseguiu; largou a revista e começou a cochilar.

Um barulho na porta acordou-a. Levantou-se. Se fosse a sra. Marks, ela faria...