Fanfic: Sem Tempo Para Amar . d&c – adaptada

PRÓLOGO

Alfonso Herrera suspirou. Observou por um instante o amigo que estava de costas, com o olhar fixo na vista espetacular da baía de Sydney, que se tinha além da ampla janela de vidro.
Era uma pena que nem todos os seus pacientes mantinham a boa forma daquele homem alto que acabava de vestir a camisa, o médico pensou. Considerando o que estava enfrentando, Christopher precisaria de todas as suas forças se quisesse sobreviver. Alfonso detestava ser o portador de más notícias, mas, como médico e amigo, seu dever era mostrar a Christopher o risco que estava correndo.
— Qual o prazo fatal, Alfonso? Três meses farão muita diferença?
— Quer que eu mencione quais são as suas chances de sobrevivência? — Alfonso inquiriu, o rosto inflamado pela raiva. — Sou um médico, não um matemático. Não posso encorajá lo a arriscar a vida só porque pretende realizar um negócio.
Os lábios cheios de Christopher comprimiram-se, formando uma linha estreita. Sua expressão tornou-se sombria.
— Você me conhece bem, Alfonso. Não se trata de negócio.
— Nesse caso, o que pode ser tão urgente para você querer adiar a cirurgia?
— O futuro da minha filha. Esta manhã os detetives me disseram que acreditam ter localizado Isabelly.
O médico não conseguiu esconder a surpresa. Pigarreou alto para disfarçar o estado emocional.
— Tem certeza? Dezoito meses se passaram, pensei que você tivesse perdido as esperanças de encontrá-la.
No fundo Alfonso sabia que desistir de algo não constava do vocabulário de Christopher.
— Eu sempre achei que a encontraria. Logo que você me falou sobre a cirurgia e dos riscos ligados a ela, contratei detetives para localizarem Isabelly. Não tenho a menor intenção de morrer na sua mesa de operação sem ver minha filha novamente e colocá-la no lugar a que tem direito como minha herdeira.
A si mesmo Christopher disse:
"Talvez seja a última coisa que eu faça."
Sabendo o que se passava no íntimo do amigo, Alfonso assentiu com a cabeça e falou pausadamente:
— Compreendo por que você precisa desses três meses.
— Então? Concorda em esperar? — Christopher perguntou, aliviado.
O médico correu os dedos magros pelos cabelos que já no tempo de universidade começaram a ficar grisalhos e advertiu o amigo:
— É um risco muito grande. Quero examiná-lo com freqüência e você terá de prometer que não cometerá excessos de espécie nenhuma.
— Seguirei suas recomendações. Dou-lhe a minha palavra — Christopher assegurou. — Obrigado, Alfonso.
O médico sacudiu a cabeça.
— Não me agradeça. Provavelmente preciso mandar fazer um exame no meu cérebro por permitir que você saia daqui sem marcar uma data para a cirurgia. Porém, eu sei como tem sido a sua vida desde que Belinda desapareceu, levando o bebê. Onde você localizou, finalmente, mãe e filha
— Aqui mesmo, num subúrbio de Sydney. Ambas estavam praticamente debaixo do meu nariz o tempo todo e eu sem saber de nada — Christopher respondeu, com amargura.
— Belinda sabe que você está querendo encontrá-la? Uma sombra desceu sobre o rosto de Christopher.
— Belinda está morta. Sofreu um acidente quando velejava na baía.
Sabendo que o amor do amigo pela esposa deixara de existir quando ela fugira com a filha de ambos, ainda bebê, Alfonso não desperdiçou palavras de condolências. Depois de trabalhar no setor de segurança no Oriente Médio, onde ela e Christopher haviam se conhecido, Belinda aprendera a fugir sem deixar pistas. Somente poucos amigos de Christopher, entre eles, Alfonso, souberam como a vida dele se tomara um inferno por causa de Belinda.
— O que você sabe sobre Isabelly? — Alfonso indagou por fim. Pegando sua pasta de couro, Christopher tirou de dentro dela um grande envelope e abriu-o.
— Recebi isto duas horas atrás. — Christopher empurrou uma foto para a extremidade da escrivaninha. — Essa mulher estava cuidando de Isabelly para Belinda quando ela morreu. Os detetives acreditam que a criança que está com ela é minha filha.
Alfonso analisou a foto com atenção. Era em preto-e-branco, tinha as laterais indistintas, como se tivesse sido tirada às escondidas e a distância. No primeiro plano via-se uma garotinha risonha, de quatro ou cinco anos, de fartos cabelos cacheados, montada num pônei, na praia. De pé, perto da cabeça do pônei estava uma mulher muito bonita segurando a rédea do animal.
Herrera sorriu ao notar a expressão feliz da mulher que partilhava a alegria da garotinha. Sendo também pai, pôde avaliar o que a fotografia representava para Christopher e o que ele estava sentindo.
Devolveu a foto ao amigo e fitou-o, preocupado. A ansiedade na expressão dele era quase palpável.
— O que pretende fazer? — Alfonso perguntou, apreensivo. Christopher iria sofrer demais se os detetives estivessem enganados.
Christopher afastou os olhos da foto como se isso lhe custasse muito. Voltou-se para o amigo e falou com segurança:
— Assim que eu chegar ao escritório terei a confirmação de que a garotinha é a minha filha. Então irei vê-la para saber como viveu durante todo esse tempo em que Belinda a tirou de mim. A mulher é Dulce Savigñón e, ao que tudo indica, criou a menina quando ficou sozinha, sem ninguém saber quem era sua família.
— Quer dizer que Dulce Savigñón pensa que a garotinha é órfã?
Christopher suspirou.
— Sim. Vai ser um choque para ela quando souber que irá perder a filha adotiva. Posso avaliar o que irá sentir. Passei por isso, lembra-se?
— Talvez seja melhor você deixar as autoridades competentes cuidarem do primeiro contato com sua filha e a mãe adotiva — Alfonso sugeriu.
No mesmo instante reconheceu que tal sugestão tinha sido infeliz, pois Christopher lançou-lhe um olhar fulminante.
— Deixar para as autoridades? Se eu tivesse feito isso ainda estaria esperando. Vou cuidar do assunto à minha maneira. — Christopher guardou o envelope e fechou a pasta.
— Dulce Savigñón trabalha para uma agência imobiliária. Por coincidência a minha empresa está procurando uma casa para acomodar executivos que vêm do exterior e li nos anúncios de jornais que a imobiliária de Dulce tem o imóvel do nosso interesse. Já avisei que pretendo ver a propriedade. Não poderia haver melhor oportunidade para eu chegar até Dulce Savigñón e descobrir quem é ela e que tipo de lar está proporcionando a Isabelly.
— Para mim esta história soa como um romance de aventura e espionagem — opinou Alfonso. — No entanto, reconheço que será um modo de você sondar Dulce Savigñón sem que ela perceba. Quando irá vê-la?
— Marquei um encontro com ela esta tarde, já que passei quase toda a manhã com você martelando nos meus ouvidos. — Christopher consultou o rolex de ouro que reluzia no seu pulso bronzeado. — Não posso dar-me ao luxo de perder tempo. Quanto antes eu conseguir minha filha de volta, melhor. Assim você poderá me operar. Estamos combinados?
O médico franziu a testa.
— Com a saúde não se pode negociar. Mas só Deus sabe como você é teimoso. Enfim, se há uma chance de você ter Isabelly de volta, não vou atrapalhar seus planos. Tudo o que eu quero é que siga as minhas recomendações. Assim talvez seja possível adiar um pouco a cirurgia. E agora, saia daqui. Há pessoas esperando, ansiosas, para eu poder ajudá-las.
Apesar da persistente dor de cabeça resultante dos exames do médico, Christopher saiu do consultório mais aliviado e até assobiou baixinho ao caminhar para o elevador que o deixou na garagem do prédio.

; Leitoras :3

Oi lindas *-* Bom, aqui estou novamente postando mais uma web adaptada, que vai ficar no lugar da web “Adorável Magnata . d&c – adaptada” que infelizmente esta chegando ao fim :/ Espero que vocês gostem bastante e que comentem, okeey? Beijinhos vondy`s lindas ;*