Fanfic: Sem Tempo Para Amar . d&c – adaptada

CAPÍTULO II

Ao ouvir a declaração, Dulce sentiu como se estivesse afogando em águas profundas.
Ficou gelada, mal conseguindo respirar.
— Belly é o quê? — perguntou assim que pôde articular as palavras.
— É a garota que minha esposa levou consigo há dezoito meses. Seu nome verdadeiro é Isabelly Matilda Uckermann. Isabelly é minha filha.
A sensação de Dulce estar afogando-se perdurou. Entretanto, foi capaz de raciocinar com lucidez. Compreendeu que ao fazer-lhe perguntas sobre o casamento dela e sobre a filha adotiva, Christopher quisera simplesmente ouvir a confirmação daquilo que ele já sabia.
Como uma pantera brincando com sua presa, ele havia esperado pelo momento certo de dar-lhe a notícia, devastadora.
Observando-a em silêncio, Christopher perguntou, estendendo mão para confortá-la;
— Dulce? Você está bem?
Não era a voz de Belly. O tom vibrante de barítono expulsou a deliciosa visão e trouxe Dulce de volta à dura realidade. Havia fechado os olhos, inconscientemente, e abriu-os. Christopher notou que estavam cheios de dor.
— Estou bem — respondeu com orgulho. — Eu... apenas... não sei o que dizer.
— Não há nada a dizer — tornou Christopher, os olhos azuis condoídos ao notar o tormento da mulher à sua frente. — Você foi maravilhosa. Ninguém poderia cuidar de Isabelly melhor do que você.
– Pelo modo como fala, parece que tudo terminou...
– Terminou, Dulce. Sabe disso. Sabe também que só pôde cuidar de Isabelly porque ninguém sabia nada sobre sua família. Agora tenho provas de que sou pai dela.
– Mas... Belinda me disse... — Dulce calou-se de repente.
Ia fazer uma grave acusação e começava a acreditar que Belinda havia mentido ao afirmar que o pai de Belly era um bruto, preocupado apenas com os negócios e sem amor pela esposa e a filha.
Christopher suspirou, resignado.
— O que quer que Belinda lhe tenha dito a meu respeito, certamente era tão falso quanto o sobrenome que ela adotou quando fugiu com nossa filha.
Cada vez mais confusa, Dulce não soube o que pensar. Naquelas poucas horas de contato com Christopher sentira simpatia por ele. Em nenhum momento demonstrara ser o homem insensível que Belinda descrevera. Afinal, qual seria o verdadeiro Christopher Uckermann?
— Você disse que sua esposa tinha ido com a filha para outro país — Dulce argumentou, desesperada para agarrar-se a algo que pudesse garantir-lhe a posse da filha adotiva. — Talvez esteja havendo um terrível engano e Belly não seja quem você procura.
— Eu me encontrava no Oriente Médio na ocasião. Tinha ido para lá porque a minha empresa estava instalando uma rede de comunicação por satélite. Conheci Belinda que trabalhava na seguradora do projeto. Nós dois nos sentíamos sozinhos e deslocados num país cuja situação política era delicada. Não podíamos sair de casa sem um segurança armado. Em situação semelhante, é natural que os compatriotas queiram ficar unidos.
— Você se casaram no Oriente Médio?
— O casamento não fazia parte de nossos planos, mas Belinda ficou grávida.
Sem poder evitá-lo, Dulce franziu a testa e inspirou alto.
— Não fique tão escandalizada — Christopher retrucou. — Tomávamos cuidado, mas Belinda teve uma intoxicação alimentar e, por causa da medicação, o anticoncepcional não fez o efeito desejado. Sei que ela não teria concordado com o casamento, não fosse a gravidez. Belinda era liberada demais e amava aventuras.
Dulce achou que Christopher estava certo. Convivera pouco com Belinda, mas havia notado que ela costumava encantar os homens, porém não gostava de prender-se a eles por muito tempo. Por isso, vivia tendo um romance após o outro e preferia deixar a filha aos cuidados da babá.
— Sei que você conheceu Belinda o suficiente para saber que ela era exatamente como eu a descrevi — disse Christopher que estava observando a expressão de Dulce.
— É verdade. Conheci Belinda quando se mudou para um apartamento do outro lado da rua. Ela procurou-me para cuidar de Belly. Disse que se chamava Belinda Sullivan e trabalhava na cidade como guia de viagens. Era comum ela deixar Belly comigo, mesmo à noite e acostumei-me a ter a garota dormindo nesta casa. Quando Belinda não voltou para buscá-la depois de dois dias, fui até o apartamento para saber se ela estava doente. Não havia ninguém em casa e os vizinhos disseram que não a tinham visto nos últimos dias. Então entrei em contato com a polícia.
— A polícia descobriu que Belinda havia morrido em um acidente no mar, enquanto velejava — Christopher completou.
Ele parecia tão pesaroso que Dulce, em meio à própria aflição, compadeceu-se dele.
— De acordo com a polícia, Belinda costumava reunir-se com uma turma de pessoas audaciosas e sem juízo que gostavam de praticar esportes perigosos — Dulce acrescentou.

; Leitoras :3

Obrigado pelos comentários meninas lindas :D