Fanfic: Sem Tempo Para Amar . d&c – adaptada

— Conhecendo Belinda, posso afirmar que os amigos não precisaram incentivá-la demais para que ela participasse de loucas aventuras. Ela amava viver perigosamente e aceitava desafios. Para Belinda, morar no Oriente Médio foi empolgante. Quando nos casamos eu devia saber que ela não se adaptaria à vida doméstica.
— O que aconteceu entre vocês? — Dulce indagou, ansiosa para saber um pouco mais da vida de Belly. Até o momento só conhecia a versão dada por Belinda.
Uma sombra nublou as feições de Christopher.
— Assim que nos casamos, Belinda e eu retornamos à Austrália, para que nosso bebê nascesse aqui. A princípio tudo correu bem, mas aos poucos Belinda foi tornando-se inquieta. Eu tive de voltar ao Oriente Médio, a serviço, e ela insistiu em acompanhar-me. Consegui convencê-la a ficar na Austrália, pois Isabelly ainda não completara dois anos e eu pretendia me ausentar do país por apenas um mês. — A voz de Christopher ficou embargada ao acrescentar: — Por circunstâncias alheias à minha vontade, tive de permanecer no Oriente Médio por mais tempo e quando voltei... Belinda tinha ido embora, levando Isabelly.
Uma parte distante do cérebro de Dulce registrou que Christopher não tinha explicado que circunstâncias o haviam mantido no Oriente Médio por mais tempo. Teria ele sido forçado a permanecer distante da família por motivos profissionais ou por causa de outra mulher?
Uma amante? Enfim, o que quer que tivesse acontecido, não lhe dizia respeito.
O mais absurdo em tudo aquilo era que Dulce compreendia Christopher. Se estivesse no lugar dele, faria o possível e o impossível para encontrar a filha. No entanto, o seu amor de mãe revoltava-se com tudo o que estava acontecendo. Como, em nome de Deus, poderia desistir da filha que adorava?
— Sei que tudo isto está sendo difícil para você — Christopher admitiu.
— Difícil? — Dulce repetiu, as lágrimas inundando-lhe os olhos. — Duvido que possa fazer idéia do quanto estou sofrendo, Sr. Uckermann.
O tratamento formal registrou que a familiaridade entre ambos desaparecera.
— Como pode afirmar que não sei o que você está sentindo? — Christopher apontou para os documentos que deixara sobre a mesinha de centro. — Se você for ao meu escritório, poderei mostrar-lhe as pilhas e mais pilhas de relatórios resultantes das buscas efetuadas para encontrar a filha que me foi tirada! Quantas e quantas pistas falsas, quantos boatos e mentiras ali estão registrados! Cada notícia que eu recebia representava uma esperança e, ao não ser confirmada, deixava-me deprimido. Portanto, não me venha dizer que não posso avaliar o que você está sofrendo, Dulce!
Com esforço, ela conseguiu perguntar:
— O que pretende fazer?
Levantando-se, Christopher foi até a janela, afastou as cortinas e por um momento olhou a paisagem suburbana. Em seguida virou-se e encarou Dulce. A compaixão suavizou-lhe as linhas do rosto tenso, porém seus olhos brilhavam indicando sua determinação.
— Quero conhecer minha filha e pretendo voltar a ser seu pai. Estivemos separados por tempo longo demais.
A mente de Dulce recusou-se a aceitar aquela decisão docilmente. Ambos teriam de discutir a delicada questão com calma e seriedade. Teriam também de considerar os sentimentos de Belly.
Lembrando-se do motivo de Christopher Uckermann tê-la procurado, colocou as mãos cruzadas ao redor dos joelhos e falou magoada:
— E claro que você não estava realmente interessado na Mansão Strathfield. Tudo não passou de impostura, não é mesmo? Você quis aproximar-se de mim apenas para chegar até Belly. Como é? Gostou de brincar de gato e rato comigo durante toda a tarde? Apreciou o momento em que pôde prender-me na sua armadilha?
Um lampejo de raiva fez com que os olhos azuis brilhassem ainda mais.
— Não foi impostura nenhuma. Minha empresa quer mesmo comprar uma propriedade onde seja possível acomodarmos os executivos que nos visitam. Porém, você está certa ao dizer que não foi por causa do imóvel que me aproximei de você. — Christopher olhou ao redor. — Na verdade eu queria conhecê-la e saber como minha filha estava vivendo.
Imediatamente Dulce levantou-se, zangada. Tinha consciência de que sua casa era modesta para um homem como Christopher Uckermann, porém não iria tolerar críticas, ainda que veladas.
— Como tem coragem de vir até aqui com desculpas, só para me sondar? Posso não ter a sua fortuna, mas nada faltou a Belly desde que a adotei.
O rosto de Christopher fechou-se. Ele permaneceu imóvel, perto da janela, mas cerrou os punhos, procurando conter-se.
— Se os nossos papéis estivessem trocados, você agiria da mesma forma que eu agi. Felizmente, os dois detetives que contratei para encontrar minha filha, desde o seu desaparecimento, asseguraram-me que Isabelly vivia feliz sob os seus cuidados e era uma criança saudável. O que vi esta tarde e o que ouvi confirmam o que os dois me disseram. Portanto, não há necessidade de você ficar zangada. Não tenho motivos para criticá-la. Pelo contrário, sou eternamente grato por tudo o que você fez.
Nem as palavras gentis ou os elogios impressionaram Dulce que continuava ressentida por ter sido investigada. Como se não bastasse ter suportado os interrogatórios de Memo e suas eternas suspeitas, estivera durante tanto tempo sendo observada por dois detetives.
— Por que mandou que me investigassem? — indagou, a revolta fazendo com que todo o seu ser estremecesse. — Não teria sido mais fácil e mais honesto bater simplesmente na minha porta e perguntar tudo o que você queria saber?

; Leitoras :3

Postando bastante pra vocês minhas florees *-*