Fanfic: Sem Tempo Para Amar . d&c – adaptada

Impaciente, Christopher abriu as mãos ao máximo.
— Eu não queria vê-la enquanto não tivesse plena certeza de que a garotinha aos seus cuidados era, de fato, Isabelly. Durante meses vivi sofrendo decepções por causa de falsas pistas.
— Ainda não me conformei com a idéia de ter sido observada, vigiada e seguida durante meses, sem que eu soubesse de nada. Isso é quase... — Dulce hesitou, procurando a palavra certa. Por fim, concluiu a sentença: — ...voyeurismo. Quantas pessoas você já espiou sem o conhecimento delas, para depois jogar com suas vidas como se fossem peões, num tabuleiro de xadrez?
Com dois passos largos, Christopher colocou-se do lado de Dulce. Segurou-a pelos ombros e forçou-a a encará-lo.
— Pare com isso! Sei que está arrasada e tem todo o direto de sentir-se assim. No entanto, recuso-me a pedir-lhe desculpas pelo modo como agi. Pode considerar que foram truques sujos, desleais, desonestos ou o termo que quiser empregar. Compreenda, eu tinha de encontrar minha filha! E em toda esta história, a pessoa mais importante é Isabelly.
Lágrimas rolaram pelas faces quentes de Dulce sem que ela pudesse controlá-las.
Quando deu por si, sentiu que dois braços a envolviam e mantinham-na de encontro a um tórax musculoso.
— Por favor, não chore — Christopher pediu-lhe gentilmente. Dulce não reagiu. Estava tão vulnerável e no momento não tinha condições apresentar argumento algum. De mais a mais, não podia negar que era confortador permanecer no aconchego daqueles braços.
Portanto, foi sem surpresa, que ela sentiu os lábios de Christopher tocarem o alto de sua cabeça. De certa forma, esperava tal atitude. Desde que abrira a porta para Christopher, pressentira que acabaria nos braços dele.
Os lábios de Christopher desceram em beijos suaves pela testa de Dulce e os soluços reprimidos tornaram-se suspiros apaixonados. Foi preciso todo o seu autocontrole para ela lembrar-se do motivo que trouxera Christopher Uckermann à sua casa. Belly.
Desesperada, focalizou a atenção no nome da garotinha e sentiu a força de vontade fluindo de volta. Colocou as mãos espalmadas contra os ombros largos e Christopher soltou-a.
Porém, permaneceu a apenas um passo de distância, pronto para abraçá-la de novo, caso notasse que ela fraquejava.
Mas Dulce manteve-se firme. Recuperou o bom senso e refletiu que precisava preparar-se e preparar Belly para nova e completa mudança de vida. A pobre criança, aos quatro anos e meio, teria de enfrentar outra fantástica reviravolta em tão pouco tempo. A separação de ambas iria ser mais dolorosa do que talvez a menina pudesse suportar.
Ficando muito ereta, Dulce pediu:
— Eu gostaria de examinar os documentos que você trouxe...
— Estão ao seu dispor — Christopher assentiu. — Vou deixá-los com você para examiná los sem pressa. Está tudo muito claro, mas você pode fazer-me as perguntas que desejar. Contudo, compreenda, quero ver Isabelly quanto antes.
Dulce ficou lívida.
— Está pretendendo dizer-lhe quem você é?
— O que você pensa que eu sou? Não, não responda! Pode atribuir-me o papel de vilão, se isso a faz sentir-se melhor. Saiba que nada me fará desistir de ver a garota quantas vezes forem necessárias, até que ela possa aceitar-me como pai. Com o tempo Isabelly entenderá toda a história e aprenderá a me amar.
Christopher estava sendo mais justo do que ela esperava, Dulce . admitiu. Ele também acertara em cheio ao imaginar que a intenção dela fora atribuir-lhe o papel de vilão.
Mortificada, assentiu com a cabeça;
— Claro, você tem todo o direito de ver Belly. Mas o encontro de ambos não deve ser hoje. Vou levá-la a uma quermesse, no sábado, quando participarei de um leilão beneficente. Se você puder ir até lá, o encontro de ambos irá parecer casual.
— É uma boa idéia — Christopher aprovou, apesar da ansiedade de ver a filha. — O meu propósito era ver Isabelly ainda hoje, mas creio que nós três precisamos de tempo para nos ajustar a essa nova situação.
Notando a sombra nos olhos azuis, Dulce compreendeu que era impor àquele homem sofrimento demais adiar por mais alguns dias a tão esperada reunião com sua garotinha.
Por pouco não disse: "Espere. Belly estará em casa dentro de alguns minutos."
Mas fechou os lábios porque sabia que ela ainda não se sentia preparada para aquele encontro que representaria o fim da sua vida com a criança que tanto amava. O fim do seu mundo feliz.
Ainda perturbada e distante, acompanhou Christopher até a porta. Despediram-se e quando ela voltou para a sala, os documentos provando que Christopher Uckermann era o pai de Belly estavam sobre a mesinha, como uma acusação silenciosa. Olhou para eles por longo tempo, até que, criando coragem, pegou-os para examiná-los.

; Leitoras :3

Seja muito bem vinda Rebeca, linda *-*