Fanfic: Love Story AyA (Finalizada) | Tema: Rebelde

Como sempre o dia seguinte não era bom como o anterior. Estava atordoada. Meu pai gritava pela casa, talvez falasse ao telefone. A noite anterior tinha sido tão boa, com Alfonso. Suspirei. Olhei para o relógio que marcava 8:00. Realmente, com meu pai em casa era impossível dormir. Com algum esforço desci da cama e fui para o banheiro. Tomei um banho revigorante, me troquei e rumei para a cozinha.

Encontrei meu pai lendo seu jornal diário. Sentei-me silenciosamente, a fim de que ele não me notasse, mas pude sentir que me observava. Fiz meu desjejum silenciosamente, apenas com o barulho das páginas do jornal sendo viradas.

Enrique: Saiu com Derrick ontem? – disse sem tirar os olhos do jornal.

Anahí: Não... – disse calmamente – Saí com minha amigas.

Enrique: Com aquelas desvirtuadas? – colocou o jornal um pouco de lado para me encarar.

Anahí: Não acho que sejam! – exclamei confiante – Elas são muito melhores do que as amigas que tenta me arranjar papai.

Enrique: A questão não é essa. Pode até ser que sejam melhores, mas não possuem certas... – pausou, como se procurasse as palavras certas – qualidades que as filhas de meus amigos.

Anahí: Já disse que não sou uma mercadoria de troca! Não ficarei fingindo uma coisa que não sou!

Enrique: Ás vezes é preciso que o faça! É tão inocente Anahí...

Anahí: Não se trata de inocência! Não tolero essa sua forma de ganhar dinheiro pai! E tudo isso pra quê? Para conseguir ultrapassar a empresa da família Herrera? – perguntei um pouco exaltada, sabia que tinha entrado em campo perigoso.

Enrique: Agora chega Anahí! – gritou – Não tem o direito de mencionar esse nome aqui dentro de casa! Se quiser falar deles, que seja bem longe daqui!

Anahí: Não me importa os negócios da família! Ainda não entendo tamanha rivalidade com aquela família! Pra que tudo isso? Vivemos em uma guerra constante e nunca temos um minuto sequer de paz!

Enrique: Se você quer paz morra por algo justo e vá ao paraíso, porque aqui nunca encontrará paz! – dizendo isso se levantou e saiu.

Fiquei perplexa com aquilo “morra por algo justo” será que ele desejava minha morte? Balancei a cabeça a fim de espantar tais pensamentos. Estava prestes a chorar, mas me mantive firme e não derramei uma lágrima que fosse. Levantei, peguei minha bolsa e saí, precisava espairecer um pouco.

O dia parecia passar lentamente, apesar de eu estar desfrutando a comodidade do lar. Nada do que eu fazia parecia ocupar tempo o suficiente. Desisti de fazer qualquer coisa e fiquei deitado na grama do jardim. Tinha ligado para Ucker e logo mais ele estaria aqui.

Ucker: Nossa que vida boa! – não devia ter pensado em Ucker, me recriminei.

Alfonso: Demorou cara! – disse me levantando.

Ucker: Acha que eu sou seu vizinho? – arqueou a sobrancelha – E também não sou seu empregado que está disponível vinte e quatro horas por dia! Mas diz logo o porquê da urgência.

Alfonso: Eu estava pensando em algo, mas preciso da sua ajuda!

Ucker: Ok, mas em que você está pensando exatamente?

Alfonso: Queria entrar na casa de Anahí sem ser notado!

Ucker: Como? – assustou-se – Sabe que isso é humanamente impossível, né?

Alfonso: Aí o porquê da sua ajuda! Se você me levar até lá ninguém desconfiará de nada, afinal, é o melhor amigo de Anahí, não é? – ele assentiu com a cabeça – E então, vai me ajudar ou não?

Ucker: Ta bom, mas vai ficar me devendo essa eternamente! Quando pretende fazer isso?

Alfonso: Hoje à noite!

Encontrei Dulce por acaso. Ela pareceu assustada ao me ver. Se aproximou e sentou ao meu lado, no banco da praça. Nada disse.

Dulce: Any... – disse depois de um longo tempo – Como está?

Anahí: De certa forma bem. Apenas com os problemas de sempre...

Dulce: Entendo... – disse receosa, alguma coisa a incomodava – Seu pai anda te pressionando muito para ter algo com Derrick?

Anahí: Não diretamente... Sempre joga alguma indireta, mas eu finjo não entender... – disse com certa tristeza.

Dulce: Hm... – e seguiu um longo silêncio.

Anahí: Dul! – quebrei aquele momento – Tem algo que quer me dizer?

Dulce: Sim. – disse sem me encarar – Mas não sei como falar...

Anahí: Apenas diga! – a interrompi.

Dulce: Certo! – respirou fundo – Sabe aquele rapaz bonito, amigo de Ucker e Chris...

Anahí: Alfonso?

Dulce: Sim, aquele por quem você se apaixonou...

Anahí: O que tem ele? – perguntou desesperada. Não queria ouvir a resposta.

Dulce: Ele é um Herrera, Anahí! Um Herrera puro!