Fanfic: Love Story AyA (Finalizada) | Tema: Rebelde

Passava do meio-dia. Era um sábado chuvoso, o dia em que eu sairia da minha toca. Tinha tudo combinado com Dulce, ela me pegaria as sete em ponto.

Aquela semana não tinha transcorrido normalmente, pelo contrário, passou lentamente. E os meus pensamentos estavam totalmente voltados a Alfonso. Droga! Não conseguia esquecê-lo um segundo sequer.

Suspirei. Mexi-me na cama com esforço e levantei. Sentei à frente da penteadeira. Pude ver como estava mal, parecia que não dormia há dias. Encostei-me na cadeira. Passei as mãos no cabelo, os castanhos me deixavam com um ar de mulher.

Fechei os olhos por um momento, decidi que hoje iria me tornar uma nova pessoa, sairia com o primeiro que visse, sem me importar com nada nem ninguém. Colocaria uma roupa “para matar” e me acabaria com vários porres.

Levantei-me e caminhei para o closet. Abri todos os armários e vi que nenhuma roupa representava a Anahí que eu queria ser. Por instinto, corri para a cômoda e apanhei o celular, disquei o número e esperei.

Dulce: Annie? Está tudo bem? – perguntou-me um pouco aflita.

Anahí: Por que acha que todas as minhas ligações são más notícias? – ri

Dulce: Digamos que normalmente tenha sido assim. – soltou o ar aliviada.

Anahí: Tem sido com a antiga Anahí! A nova quer uma ajuda da melhor amiga para escolher novas roupas que preencham o guarda-roupa!

Dulce: Novas roupas? Não acha que já tem o bastante?

Anahí: Acho, mas quero renovar o visual! Já viu como eu me visto? – perguntei ao mesmo tempo em que me observava no espelho – Pareço uma adolescente!

Dulce: Tudo bem Annie! Nos encontramos no shopping, pode ser?

Anahí: Ótimo! – sorri – Leve todo o seu conhecimento sobre a moda sexy!

Dulce: Sexy? – perguntou-me assustada – Vai mudar tão radicalmente assim?

Anahí: Diz isso porque ainda não viu meu cabelo! – ri – Te encontro em meia hora! Beijos!

Desliguei o celular e comecei a me arrumar. Iria surpreender a todos com o meu novo jeito de ser, que se dane o mundo! Eu merecia ser feliz!

Quatro anos longe de casa. Enfim voltara para minha cidade natal. Apesar de ela me trazer lembranças que queria esquecer, era bom voltar para a minha casa.

Assim que cheguei ao aeroporto fui recebido por amigos de infância. Sentira saudades deles. Estava um pouco diferente. Sentia-me um homem de verdade, com um novo pensamento, só que dessa vez, mais adulto. Meus cabelos estavam mais compridos e se desgrenhavam em cachos. Tinha um ar mais sério, diferente do adolescente irresponsável que um dia fui.

Assim que cheguei fui direto para o café do centro da cidade. Conversei com os meus amigos, rimos, gargalhamos, coisa que não fazia há muito tempo. Afinal, o ambiente em que vivi nesses últimos anos era totalmente sério, não permitia um traço de sorriso que fosse.

Me senti leve, longe dos problemas. Erguer uma empresa em uma cidade distante não era fácil, merecia esse descanso.

Tudo fluía bem, já tinha anoitecido e nem me dei conta. Foi uma tarde prazerosa. Até o momento em que avistei uma mulher parada no meio da praça. Lembrava alguém que eu conhecia... Pensei um pouco. Annie!

Não, era impossível, Anahí tinha cabelos loiros! Preso à esses pensamentos pedi desculpas e me retirei da mesa. Entrei no carro e saí cantando pneus. Precisava pensar. Será que Anahí ainda me esperava, ainda me amava?

Balancei a cabeça tentando afastar tais pensamentos. Se ela já tinha alguém não poderia julgá-la, afinal o erro fora meu, não é? Aliás, o erro estava sendo meu! Não, Anahí também tinha sua parcela de culpa, mal esperou eu ir embora para...

- Demorou! – meus pensamentos foram interrompidos. Nem percebera que tinha chego em casa, de tão inerte aos pensamentos que estava.

Alfonso: Disse que não tinha horário para voltar! Sabe que meus amigos falam muito! – disse beijando-lhe a face.

- Poderia ao menos ter atendido minhas ligações! - bufou – Sabe que fico preocupada!

Alfonso: Desculpa, isso não irá se repetir! Agora, vamos entrar? Apesar de ter ficado tanto tempo fora não comi nada acredita?

- Por isso que pedi à sua mãe que esperasse para servir o jantar! – sorriu – Te conheço e sei que voltaria desse jeito, faminto! Se apresse, que talvez mereça a sobremesa! – disse maliciosa.

Sorri. Mas não fora verdadeiro. Estava com Cláudia há dois anos, mas ela não preenchia-me por inteiro, não como Anahí. Fechei os olhos. Por que tinha que me lembrar dela nesse momento? Estava feliz, não estava? Quer dizer, ao menos fingia estar! Até o momento que tive a impressão de vê-la. Não podia suportar sequer imaginar ela nos braços de outro! Demorei tanto para aceitar tudo e seguir em frente! Não me permitiria, agora, retroceder tudo o que consegui caminhar.

Cláudia: Vai demorar? – disse abraçando-me – Lembre-se que depois tem sobremesa e vamos logo! – sorriu.

Obriguei-me a caminhar. Aquela cidade me remetia a um passado, a Anahí. Era ela que eu queria que estivesse me dizendo tais coisas, não Cláudia. Mas não tinha mais como voltar no tempo, tinha que encarar a realidade e seguir em frente. E foi com esse pensamento que segui durante o resto da semana.