Fanfic: Love Story AyA (Finalizada) | Tema: Rebelde

Consegui escapar ilesa de Alfonso. Não queria mais vê-lo. Sentei no banco mais próximo e as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Já não me importava mais com o que decidira sobre me tornar uma mulher mais forte. Ali se revelava a Anahí menina que ainda acreditava cegamente no amor.

Abaixei a cabeça e deixei ser levada pelos pensamentos. O frio arrepiava minha pele, mas o frio que se instalara em meu coração era bem pior. Sentia que tudo doía. Os olhos, o corpo e principalmente o coração.

Chorei até as lágrimas cessarem. Recostei-me no banco e me envolvi com os braços. Realmente não tinha feito uma escolha de roupa apropriada, mas quem poderia prever tal situação?

Como Alfonso ousava me acusar de tê-lo deixado? Isso não fazia o menor sentido! Olhei para os lados e senti certo medo. Estava sozinha no escuro, com uma iluminação parcial da lua. De longe via-se algumas prostitutas. Encolhi-me ainda mais a fim de me esconder e não me confundirem como uma. Mas fora em vão.

Vi a sombra de um homem se aproximar. Minha visão turva impossibilitou qualquer reconhecimento. Arrastei-me pelo banco e parei na ponta, onde a escuridão era quase total.

- A garota está sozinha? – perguntou-me – Qual seu preço?

Anahí: Eu não sou uma prostituta! – quase gritei.

- Então o que faz aqui? – podia jurar que reconhecia essa voz.

Anahí: Estou apenas... – não soube o que responder. O que falaria? Que estava fugindo de um homem? Aí sim que ele imaginaria que era garota de programa!

- Anahí? – se aproximou – O que faz aqui? – Sentou-se no banco e eu pude relaxar ao reconhecê-lo.

Anahí: Derrick? Eu... Eu... – fiquei sem palavras.

Derrick: Não importa, vou te levar para casa, está bem? Olhe seu estado! Deve estar congelando!

Anahí: Estou bem, sério! – menti, na verdade estava congelando sim, mas por dentro. Minha pele já não sentia nada, parecia mortificada.

Derrick: Venha! – disse tirando o paletó e o estendendo para mim – coloque isto e vamos para casa!

Assenti. Ele colocou seu braço sobre meus ombros e me guiou até seu carro. Estava exausta, talvez tenha corrido demais. Sentei no banco e adormeci. Fazia tempo que não via James, mas sentia que quase nada mudara entre nós, ou melhor, mudara sim, estávamos mais amigos, algo que há anos atrás nem poderia imaginar.

Deixei que Anahí corresse. Entrei no carro e voltei para a boate. Ela que viesse se desculpar depois, afinal o traído da história era eu, não ela! Minha cabeça latejava. Entrei na boate à procura de Cláudia. A vi sentada em uma mesa, cabisbaixa. Aproximei-me e a chamei para ir embora.

Cláudia: Poncho...

Alfonso: Depois Cláudia, depois!  - a interrompi.

Andei a passos largos. Queria sair de lá, chegar em casa, tomar um banho e deixar que os problemas, vulgo Anahí, fossem embora com a água. Mas talvez teria que adiar meus planos. Vi Maite e Dulce na porta, me esperando.

Dulce: Posso saber onde Anahí está? – postou-se à minha frente.

Alfonso: Não sei, por que não liga para ela?

Dulce: Faria isso se não a tivesse levado tão às pressas que a fizesse esquecer a bolsa! – disse me mostrando a bolsa de Annie.

Alfonso: A deixei em uma praça do centro. Ia trazê-la de volta, mas ela saiu correndo.

Maite: Por que não foi atrás dela? A deixou sozinha a essa hora da noite? – perguntou conferindo o relógio.

Alfonso: Acho que já fui atrás dela vezes suficiente! Não vou mais correr como um cachorro atrás do petisco. Cansei desse joguinho!

Maite: Você foi atrás dela? – perguntou irônica – Quando? Porque pelo o que sei sempre foi o contrário!

Alfonso: Não vou ficar dando explicações! Por que não pergunta para ela diretamente? Talvez seja melhor! – disse rude e saí puxando Cláudia junto a mim.

Sabia que aquele mês não seria de descanso, mas sim de problemas. Onde estava com a cabeça quando achei que voltando para a minha cidade ficaria livre de tudo? Já estava farto de correr atrás de Anahí, quantas cartas tinha escrito e fiquei sem resposta? Quantos e-mails tentei enviar? Quantas vezes tentei telefonar? Inúmeras! Agora era a vez dela de provar qualquer coisa que seja. Se fosse amor, talvez ainda a correspondesse. Mas sabia que tinha que tocar a minha vida, e me preocupar com Cláudia agora.