Fanfic: Pegando fogo Vondy Adaptada terminada | Tema: Vondy

A primeira parte era fácil. Tínhamos apenas que ficar de pe ali no palco enquanto a mestre de cerimônia—a sra. Hayes—nos apresentava. Depois disso, saiamos do palco e íamos a tenda trocar de roupa para a parte do talento. Como meu talento—tocar piano—nao requeria mudança de roupa (apesar de a sra. Hayes ter tentado me convencer a usar um macacão de lantejoulas brancas vermelhas e azuis que tinha sido usado na cena do desfile de uma produção de muitos anos atrás de The Music Mar— o que eu recusei categoricamente), eu seria a primeira.

Estava feliz com isso, porque assim acabava a minha parte mais rápido.

A sra. Hayes disse que esse nao e o verdadeiro espírito do entretenimento, mas que se dane. Eu tinha quase certeza de que nao era a única a me sentir daquele jeito. Maite Perrorini nao parecia ligar que seu numero fosse o ultimo... e nao por aquela coisa de guardar o melhor para o final também. Ela nao queria mesmo estar no palco. Eu estava surpresa que tivesse vindo para o ensaio e tudo. Mas quando perguntei ela disse que nao tinha opção: a mãe a tinha deixado lá. Maite tinha dado uma ré no carro de alguém no mês anterior, e seu carro ainda estava no mecânico.

—E se eu nao me classificar bem nesse maldito concurso—explicou Maite—minha mãe nao vai pagar a franquia para consertar meu carro.

—Que droga—falei um pouco chocada.

Eu estava meio que feliz por ouvir aquilo—meus pais nao se metem nem um pouco nas minhas atividades extracurriculares.

Embora eu tenha me perguntado por que Maite simplesmente nao andava de bicicleta. Quer dizer, por que as pessoas são tão dependentes de carros? Nao e como se tivesse algum lugar que Maite fosse ate onde ela nao pudesse simplesmente pedalar se quisesse. Então ela podia dizer a mãe para ir em frente e ficar com o dinheiro da franquia, e largar o concurso.

Eu me sentia mal por Maite, no entanto, porque, mesmo com a calada Morgan, nao existia chance de ela ficar numa boa posição no concurso. Seu talento, para começar, era recitar o monologo de Denis Leary no filme O demolidor—aquele sobre apoiar o direito de fumar charutos na áreas de nao fumantes e correr pela cidade nu coberto de gelatina verde — um discurso que aparentemente nao seria muito popular entre os juizes, que tendiam a favorecer apresentações com bastões a discurso que faziam apologia da anarquia social.

E as respostas da Maite, quando a sra. Hayes ensaiou a parte de perguntas e respostas do concurso, passavam perto da hostilidade.

Embora eu ache que consiga entende-la quando a sra. Hayes perguntou:

—Maite, por favor, diga a platéia: o que voce mais ama nos quahogs?

E sua resposta foi:

—O fato de eles terem uma concha protetora dura... como eu.

A sra. Hayes não foi muito receptiva a resposta.

—Agora, Maite—dissera—, voce pode fazer melhor que isso. Voce quer que a platéia e, mais importante, que os juizes acolham voce, torçam por voce? Voce quer que eles gostem de voce, não?

E a isso Maite respondeu:

—Não exatamente.

Fazendo Any soltar uma risada que estava tentando segurar a muito custo.

—Srta. Portilla—disse a sra. Hayes com um estalo de dedos—, se não consegue se controlar...

—Desculpe, senhora—disse Any, ainda parecendo que ia cair na gargalhada a qualquer minuto.

—Agora, Maite—continuou a sra. Hayes—, voce quer ganhar, não?

— Sim—disse Jenna, pensando, sem duvida, no carro.

—Bem, então talvez voce possa tentar ser um pouco mais amável. Vamos tentar uma pergunta diferente. Lembre-se, voce pode receber qualquer uma dessas perguntas amanha a noite. Elas serão escolhidas aleatoriamente pelos juizes. Maite, na sua opinião, quais são algumas qualidades que voce considera importantes em um Quahog?

Jenna olhou para ela:

—Voce quer dizer tipo... suculência?

A sra. Hayes olhou para o céu, como se estivesse pedindo ajuda ao Senhor.

— Não, Maite—disse ela—, eu estava falando do time, não da comida. Vamos tentar outra coisa. Algo fácil. Maite, como voce definiria amor verdadeiro?

Maite apenas olhou para a Sra. Hayes como se ela fosse louca.

E meio engraçado que, enquanto a sra. Hayes estava perguntando isso, eu tenha visto Christian andando sob as arvores, alto, elegante e mais gato do que nunca, o cabelo louro escuro caindo de um jeito sexy sobre um olho quando ele sorria para mim.

E eu sabia, com uma lufada de clareza maior que qualquer uma que eu tinha experimentado em toda minha vida, qual era a definição de amor verdadeiro. Era como se de repente eu tivesse apertado o foco automático na câmera da minha cabeça. Amor verdadeiro era Christian Chaves — o simples, confiável e amável Christian.

E eu fui tomada por um sentimento feliz. Quem ligava se Christopher Uckermann tinha voltado à cidade? Quem ligava se a razão para ele estar ali fosse se vingar de mim pelo que fiz a ele quatro anos antes? Quem ligava se ele tinha me pego dando uns amassos com Eric Fluteley?

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