Fanfic: Pegando fogo Vondy Adaptada terminada | Tema: Vondy

Christian não soltou o braço de mim ou nada assim. Pelo menos, não no mesmo instante.

Na verdade, ninguém reagiu de primeira. Todo mundo apenas ficou ali de pe, dizendo:

— O que?

A não ser Eric, claro, que estava muito ocupado rindo lá própria piada. O que não foi nem tecnicamente uma piada, porque não foi engraçado. Para ninguém alem dele, pelo menos.

Então Christian olhou para mim através de seus cílios impossivelmente longos e falou:

—Do que ele esta falando, gata?

E, de repente, eu soube. Soube exatamente o que Christopher Uckermann estava fazendo de volta na cidade.

E a lembrança de como eu quase o deixei me beijar — teria deixado ele me beijar se ele tivesse tentado, o que ele não fez—fez minhas bochechas corarem. Eu esperava que ninguém notasse. Talvez eu pudesse culpar o calcor se alguém perguntasse.

- Ah, nada—disse eu tentando disfarçar. —Encontrei com Christopher Uckermann no centro da cidade hoje de manha e Eric estava passando de carro.

- Aquele banana—disse Christian.

Eu sabia que se a sra. Hayes não estivesse por perto Christian teria usado uma palavra diferente para descrever Christopher... uma que também começava com a letra B. mas que não era tão socialmente aceita quanto banana.

—Bem, os avos dele ainda moram aqui—disse Afonso sempre tentando acalmar os ânimos.

Então, porque Any olhou para ele—acho que ela estava imaginando como ele sabia tanto sobre os avós de Christopher—, Afonso acrescentou, defensivo:

—O que? Eles freqüentam a minha igreja. Ele provavelmente esta aqui visitando os avós.

—Não—disse Eric, antes que eu pudesse fazê-lo s calar com um olhar—, ele vai começar em Eastport Higna semana que vem. Não foi isso que ele disse, Dulce?

Fechei os olhos novamente, esperando o buraco que eu imaginei que ia se abrir em frente ao Eastport Towne Photo aparecer sob meus pés. Dava para ouvir um alfinete cair tamanho o silencio que se seguiu a essa declaração. Ou, sendo Eastport, um quahog espirrar na praia.

Então Christian gritou:

—O QUE?

E ao mesmo tempo a sra. Hayes declarou:

—Chega de conversa mole, gente. Nos não terminamos nosso ensaio.

Eu abri meus olhos. Ainda não tinha nenhum buraco.

Mas mesmo assim eu realmente queria pular dentro de um.

—Serio—disse Eric parecendo um pouco alarmado pelo volume do grito de Christian... que foi bem alto—, ele mesmo nos disse. Não foi, Dulce?

Foi então que Christian tirou o braço da minha cintura.

—Espere um minuto—disse ele me olhando com tristeza naqueles olhos castanhos que pareciam os de um filhote de cachorro. — Christopher Uckermann esta de volta a cidade? E voce não me contou?

E era isso. Exatamente o que Christopher estava fazendo ali, confirmado:

ELE ESTAVA TENTANDO ARRUINAR MINHA VIDA.

Mas de forma alguma eu ia deixar. Mesmo que talvez merecesse ter minha vida arruinada, por ter arruinado a vida de Christopher quatro anos antes. Alias, será que não existe um estatuto de limitações de arruinação de vidas?

—Sinceramente, não achei que fosse tão importante assim—falei olhando para Christian com minha expressão mais inocente, a que Any e eu praticamos em frente ao espelho do quarto dela para o caso de sermos pegas por nossos namorados dando alertas de gatos quando outros caras passassem —, acabei de descobrir também. E, alem disso, toda essa história do Chris foi ha tanto tempo. Eu achei que já eram águas passadas. (Obrigada por essa, mãe.)

Mas estava claro que não eram águas passadas para Christian.

O que eu de certa forma sabia.

—Meu irmão perdeu todas as bolsas de estudo por causa do que aquele cara fez!—gritou Christian.

—Eu sei—disse eu—, mas, serio, Christian, voce não acha que Chris já foi punido o bastante por isso?

—Por quê?—perguntou Christian. —Porque alguém pintou que ele e um esquisito na parede do ginásio da escola? Voce acha que e a mesma coisa que aconteceu com Jake?

—Vocês expulsaram ele da cidade—disse Maite Perrorini enquanto botava os fones do iPod.

Christian deu uma encarada rápida nela:

— Christopher Uckermann foi embora da cidade porque quis —disse ele.

—E—disse Maite rindo—, porque vocês iam mata-lo.

—Ei—disse Afonso—, isso não e verdade.

Maite soltou outra gargalhada:

—Certo—falou com sarcasmo.

Então ela ligou a musica para não ouvir mais a conversa.

Fiquei com inveja dela.

—Gente!—disse a sra. Hayes batendo palmas para chamar a nossa atenção.—Já chega. Ainda temos trabalho a fazer! Aos seus lugares... e srta. Perrorini. Srta. Perrorini!

Maite desligou o iPod e olhou com ar de cansada para a sra. Hayes.

—Se voce não aparecer com um acompanhante amanha a noite, não vai poder participar do concurso. Entendeu?

Maite fez cara de entediada:

- Sim, senhora.

Todos nos apressamos para tomar nossas posições, garotos de um lado do palco e meninas do outro. Assim que estávamos longe do alcance dos ouvidos de Christian, Afonso e Any me beliscou e cochichou:

—Por que não me contou que Christopher Uckermann esta de volta a cidade? Isso e uma bomba!

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