Fanfics Brasil - Capitulo 56 Pegando fogo Vondy Adaptada terminada

Fanfic: Pegando fogo Vondy Adaptada terminada | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 56

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—Eu odeio mesmo—continuei—Eu sempre odiei, desde criancinha. Eles tem gosto de borracha. Voce pode fazer o que quiser com eles. Frita-los. Fazer uma sopa. Até fazer sorvete. E eles sempre vão ter o mesmo gosto para mim. Um gosto ruim.


Eu estava rindo Eu era a única pessoa presente que estava rindo.


Mas eu não ligava. Porque estava dizendo a verdade.


E estava me sentindo muito, muito bem.


—Hum...—disse a sra. Hayes—obrigada, srta. Saviñón. Se voce puder voltar ao seu lugar agora...


—Mas essa não é a única coisa sobre a qual eu ando mentindo—disse eu ao microfone—, porque eu odeio outro tipo de Quahogs também. Não o molusco. O time de futebol americano.


O que aconteceu com a platéia não foi uma marola. Foi uma onda. Uma onda de choque e ressentimento. Direcionada a mim.


Mas eu não liguei. Eu realmente não liguei.


Eu me senti bem.


—Eu odeio futebol americano—disse.


Era legal ouvir minha voz—dizendo a verdade, para variar—reverberando pelo Eastport Park. E mesmo se as pessoas não gostassem muito do que eu estava dizendo, ainda parecia algo que eu não estava acostumada a escutar: eu, dizendo a verdade.


—Odeio a forma como essa cidade age em relação a futebol americano. Eu odeio a forma como nós idolatramos os Quahogs, e por quê? Eles não salvam vidas. Eles não nos ensinam nada. Eles apenas correm atrás de uma bola idiota. E por isso, nós os tratamos como deuses.


Agora a onda não era apenas ressentida . Era raivosa mesmo. Menos, eu notei, na ultima fileira, onde o sr. Gatch ate tinha parado de jogar paciência, e estava olhando fixamente para mim. Ao lado dele, o queixo de Christopher estava caído enquanto também ele me olhava.


—Bem—continuei—, e verdade. Nem tentem negar isso, vocês todos sabem do que estou falando. Nós deixamos os Quahogs fazerem praticamente tudo o que querem, e se uma pessoa tenta confronta-los, como Christopher Uckermann fez ha quatro anos, o que fazemos? Nós o mandamos embora da cidade. Não e?


—Srta. Saviñón!—disse a sra. Hayes chegando perto de mim e tentando pegar o microfone da minha mão.


Mas eu o tirei de perto dela.


—O que é?—perguntei.


Agora minha voz não parecia mais tão legal, eu notei. Na verdade, estava meio esganiçada. Provavelmente por causa do fato de eu estar segurando as lagrimas.


Mas eu não estava segurando mais nada. Não mesmo.


—Nós não podemos nem FALAR nada ruim sobre os Quahogs?—perguntei a platéia.—Por que? Eles são deuses. Eles são apenas caras. Caras que jogam futebol americano. Caras que cometem erros.


Eu me virei para olhar para Christian, que estava olhando para mim com uma expressão de total e completa incredulidade.


—Christian—disse eu, um pouco tremula, por causa das lagrimas—, Christopher Uckermann não arruinou a vida de Jake. Jake arruinou a vida de Jake. Jake colou, Christian. Ele colou e foi pego, e teve a punição que merecia. A mesma punição que qualquer um de nós teria recebido se fosse pego colando. Voce tem que parar de culpar Christopher pelo que o seu irmão fez. Me desculpe. Me desculpe mesmo. Mas e assim que eu realmente me sinto sobre isso. Nunca contei a voce antes por que... bem, acho que nunca admiti isso nem para mim mesma. Mas e a verdade. E a verdade sobre como eu me sinto.


Christian ficou balancando a cabeça lentamente todo o tempo que eu falei. E quando eu terminei, ele balançou a cabeça uma ultima vez, e então disse, com o que, se eu não estou enganada, era absoluto desprezo naqueles olhos castanhos de filhote:


—Se isso e verdade... se é assim que voce realmente se sente, então... nós estamos acabados, gata.


Houve um engasgo. Foi tão alto que a princípio eu achei que era um engasgo coletivo da platéia.


Mas então eu percebi que tinha vindo só de Any.


—Eu sei—disse a Christian, minha voz um pouco tremula—, e eu sinto muito. Muito mesmo.


Eu realmente sentia. Sentia muito. Por ter continuado com aquilo por tanto tempo, por fazê-lo sofrer, eu apenas sentia muito. Isso também não era uma mentira.


Mas Christian não parecia ter aceitado minhas desculpas. Ele andou para o outro lado do palco e ficou la com uma mão sobre o rosto, como se estivesse tentando se controlar. Depois de um segundo ou dois, Maite soltou o braço do pai e foi ate lá dar apoio a Christian. O que eu achei que foi legal da parte dela. Se alguém podia falar com Christian sobre viver num poço negro de desespero, e tudo mais, era Maite, que dizia ter vivido em um por anos.


—De qualquer forma—disse eu, levando a mão ao rosto para limpar umas gotas que começavam a se formar nos meus olhos, e me virei de volta para a platéia... e para os juizes—, eu acho que o que eu estou tentando dizer e que eu não sou, nem nunca fui, o tipo de pessoa para ser Princesa Quahog. Então e melhor vocês me desqualificarem. Especialmente porque a verdade e que eu não sou um exemplo muito bom para a juventude de Eastport. Vocês sabem, ha quatro anos, eu...


—NAAA00000!—gritou Any tão alto que Afonso pos a mão em sua boca numa tentativa de fazê-la se calar.


Ele também teve que segura-la pela cintura para evitar que ela pulasse sobre mim.


- Dulce!—gritou ela, apesar de sua voz estar abafada pela mão do namorado—Não!


—Desculpe, Any—eu disse e me virei de volta para os juizes.


As lagrimas estavam correndo livremente agora. Não havia nada que eu pudesse fazer para segura-las.


—A verdade e que—continuei—eu nao devia ser nomeada Princesa Quahog porque ha quatro anos eu fiz algo... algo de que realmente, realmente me arrependo. Eu pintei...


—AAAAAHHHHHH!!!!—gritou Any.


—...as palavras Christopher Uckermann e um esquisito na parede do recém-construido ginásio da Eastport Middle School.


O engasgo que veio da platéia dessa vez deve ter sido escutado no espaço sideral—ou pelo menos em Manhattan—, porque foi muito alto.


Apesar de eu mal te-lo escutado, porque naquele momento estava chorando tão compulsivamente que nem conseguia me ouvir falar.


—Fui eu—gritei—, eu agi sozinha. E eu realmente, realmente me arrependo.


No momento em que eu disse ter agido sozinha, Any se calou.


Minha mãe, por outro lado, podia ser ouvida soltando um som agudo. O que era de se esperar porque o que eu tinha acabado de admitir iria custar a minha família milhares de dólares.


Que bom que eu tinha um emprego.


Os juizes olhavam para mim sem palavras... assim como o treinador Hayes. Sua esposa já tinha se sentado no banco do piano, e estava se abanando com os cart6es de perguntas. Aparentemente, podia desmaiar a qualquer momento. O sr. Gatch, na ultima fileira, estava alegremente anotando algo em um caderninho que carregava.


Ao lado dele, Christopher Uckermann —a pessoa cuja reação ao que eu tinha acabado de admitir importava mais para mim—parecia estar congelado, simplesmente sentado olhando para mim. Olhei para ele através das minhas lagrimas. Era quase, naquele momento, como se não houvesse aquele murmúrio da platéia entre a gente, como se não houvesse um parque a nossa volta, como se não houvesse pais desesperados com o custo de mandar limpar uma parede inteira, como se não houvesse um irmão com muita raiva porque a irmã tinha acabado de dizer que odeia o time para o qual ele tinha acabado de ser escolhido para jogar, como se não houvesse um dono de restaurante reclamando de eu ter acabado de dizer que eu odiava seu prato mais pedido.


Era como se fossemos apenas eu e Christopher. A forma como provavelmente deveria ter sido. Se eu tivesse sido honesta comigo mesma ha quatro anos.


—Me desculpe, Chris—falei ao microfone, com as lagrimas rolando pelo rosto e caindo na minha saia cor-de-rosa.—Eu não queria ter feito isso. Sei que parece idiota, considerando... bem, que eu fiz de qualquer forma. Mas eu só... bem...


Encolhi os ombros. Eu mal conseguia ve-lo, agora que as lagrimas vinham tão grandes e tão rápido.


—Deixa pra lá.


Olhei para Any, que ainda estava sendo impedida de me matar por seu namorado.


—Uau—eu disse a ela, usando as costas da mão para limpar o excesso das lagrimas.—Obrigada Any. Me sinto bem melhor. O amor realmente se deleita na verdade.


Então eu disse para os jurados e a platéia:


—Desculpem por ter arruinado o concurso. Estou indo agora.


Então deixei o microfone cair, segurei minha saia cor-de-rosa e desci do palco.


E corri ate minha bicicleta com todas as minhas forças.


 


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Autor(a): thaaavondy

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—Então—disse Jill quando nos sentamos no parapeito olhando para a água—voce e Christian realmente terminaram? —Ele pediu de volta a jaqueta dele do time de futebol americano—falei, olhando para os tênis nos meus pés. Shaniqua respirou fundo: —Caramba! —Tudo bem—encolhi os ombros.—Acho ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 816



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  • nanyalmeida Postado em 19/12/2018 - 02:59:11

    Fiquei confusa no começo mas não desistir e continuei lendo, a história é realmente muito boa, amei

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:32

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:32

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:32

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:31

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:31

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:31

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:31

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:31

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*

  • dulyuckerforever Postado em 28/01/2012 - 21:42:30

    Lindo, lindo, lindo *-* Amei a web do começo ao fim *-*


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