Fanfic: Não era para ser assim... | Tema: gay, jovem, sexualidade, dinheiro

Eu tinha 3 minutos até que a Tamara aparecesse. Ela era sempre muito pontual. Havíamos marcado de ir ao shopping juntos naquela tarde. Compras era meu hobby favorito nas férias. E os dela também.

Tamara dos Santos. Apesar do sobre nome comum (o que eu sempre zoava ela por) era uma menina luxuosíssima. Minha completa personal style. Ela era do tipo que adorava fazer compras comigo, sabia muito bem meu gosto, mas não deixava passar meu mau-gosto. Filha de um promissor advogado, inclusive o advogado principal do meu pai, e filha de uma das estilistas mais famosas de São Paulo, o que automaticamente se tornava melhor amiga da minha mãe. O segredo para que Tamara soubesse tudo sobre moda masculina era simples. Tamara era lésbica. E eu a adorava por isso. Éramos irmãos. Entendíamo-nos como ninguém.

- Dan, corre! - Foi ela que avançou a porta do meu quarto entrando feito uma louca.

- O que foi, desesperada?

- Seu novo vizinho é um pitel.

Fixei meus olhos nela. Ok. Ela de sapatão subiu de nível e virou gay e eu não sabia.

- Minha querida - eu disse passando o hidratante facial - você precisa decidir sua sexualidade o mais rápido possível. Está ficando velha.

- Deixa de ser idiota - ela retrucou.

Virei-me para ela dando um beijo em seu rosto passando para ir até o closet.

- Eu já o vi, dos Santos. Inclusive a Bel deve está nesse exato momento colhendo as informações para mim sobre a família.

- Ah! - ela disse jogando-se na cama - Dava tudo para ter um Bel lá em casa.

- Simples - agora eu abria o armário de relógios tentando decidir qual usar - contrata uma.

Ela sorriu.

A tarde no shopping como todas que passávamos juntos foi perfeita. Quem não gostava muito das tardes de shopping era meu motorista que era obrigado a carregar as compras que, cá entre nós, não eram poucas. Eu e Tamara comentamos sobre o novo vizinho, especulamos idade, província, status emocional e sobre seus relacionamentos e a possibilidade de uma bissexualidade, quiçá uma homossexualidade. O que chegamos à conclusão ser quase nula.

- Onde está seu irmão? - perguntei a ela quando saíamos da 21º loja a qual fomos.

- Mandei mensagem para ele ainda pouco, mas não respondeu. Deve está transando com alguma vadia gostosa por aí.

Rodrigo era o que completava o trio. Na escola éramos os mais populares. As pessoas sabiam da minha sexualidade, não que eu tivesse contado. Eles percebiam. E automaticamente sabiam sobre a Tamara também. Por conta disso uma desconfiança era lançada sobre Rodrigo. Mas ele pouco ligada, tinha a certeza de sua condição sexual mais que ninguém. E eu também tinha. Nunca vi um garoto comer tantas meninas num curto espaço de tempo como ele fazia. Ele, por outro lado sabia sobre mim, eu havia contado, e sobre Tamara. Ela também contou. Éramos transparentes uns com os outros. E possuíamos a amizade mais invejada da grande corte adolescente de São Paulo. Sim... Não éramos os únicos ricos da cidade. Havia uma podridão imensa de seres que amavam mais as compras do que os próprios pais. Uns eram amigos, outros, como Laura Zagollin não nos suportava. Uma longa história que posso contar depois.

 Duas horas depois recebemos a seguinte mensagem de Rodrigo:

"Tive a melhor foda da semana,
estou indo encontrar vocês”.

Dos Santos realmente conhecia o irmão.

Continua...