Fanfics Brasil - 10 As Duas Faces (AyA)

Fanfic: As Duas Faces (AyA) | Tema: Traumada Hots


Capítulo: 10

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NataliaLeal: gracias pelos comentarios, e tambem as vezes demoro pra posta, espero que entendam, mas tou tentando ser pontual.
k3 que bom que ta me acompanhando bebe, adoro saber que tenho leitores que nem sempre dar pra comenta. gracias por nos fazer companhia.
ana_carolina gracias por esta aqui comentando, besos, capitulo dedicado as três.


De acordo, isso tinha sido bastante grosseiro. Mas estava muito ocupada e não necessitava a dor de cabeça que sabia que lhe provocaria esse homem.
—Rory me assegurou que necessitavam de um mecânico.
OH, Deus, que voz.
Era uma voz profunda e áspera, quase gutural. Excitava cada uma de suas terminações nervosas, provocando nela uma reação sexual. Maldição, maldição, maldição. Não necessita disso. Não necessitava que seu corpo despertasse agora de sua longa letargia. E muito menos que a excitasse um homem mais perigoso e possivelmente mais duro que qualquer outro que tivesse conhecido.
Essa voz era fria e decidida, mas com um toque escuro e voraz. Jamais tinha ouvido algo assim na voz de seu marido, jamais tinha visto esse olhar em seus olhos.
A jovem baixou a vista lentamente e se obrigou a fixar o olhar no rosto masculino, coberto por uma barba de dois dias que ocultavam seus traços. Tinha cicatrizes?
Não, não queria sabê-lo. Não lhe importava.
—Rory não está aqui. — se obrigou a dizer, quase fazendo uma careta ante o som áspero de sua própria voz.
— E mesmo que estivesse, ele não é o dono da oficina. Sou eu quem toma as decisões. Não temos vagas.
Ele mudou de postura. Fascinada por aquele movimento, Anahí deslizou o olhar pelas poderosas e magras coxas cobertos pelo jeans, pelo duro abdômen que se destacavam sob a camiseta de algodão, pelas botas que ocultavam pés grandes; uma boa base para um homem que devia medir um metro e noventa.
Ao voltar a olhá-lo no rosto, observou que os olhos do homem se desviaram para as janelas que davam para o posto de gasolina e o estacionamento. Havia vários carros estacionados sob o ardente sol do meio-dia esperando para serem concertados. O posto de gasolina, que parecia abandonado, estava fechado. O asfalto apresentava várias gretas e a erva crescia por todos os lados. Sim, o lugar não estava em seu melhor momento, pensou ignorando a frustração e a dor. Mas fazia o melhor que podia. E estava muitíssimo melhor que há três anos, quando tinha se visto obrigada a sair do estupor no qual se encontrava para dar-se conta de que estava perdendo tudo.
—Está fazendo um bom trabalho aqui, embora, se quiser sobreviver, necessita de alguém disposto a trabalhar e que saiba tirar o melhor de seus empregados. — Voltou a olhá-la fixamente e aqueles olhos azuis ameaçaram roubar seu fôlego de novo.
A voz masculina soava tranqüila e razoável, mas mesmo assim sentiu que uma quebra de onda de fúria a atravessava. Como se atrevia aquele homem a arruinar o frágil equilíbrio que ela tinha encontrado em sua vida, com aqueles olhos azuis e essa voz áspera. Anahí elevou o queixo altivamente, odiando-o, odiando esses olhos e o cansaço que parecia alagá-los. E se negou a deixar que lhe importasse.
—Vão muito bem as coisas assim, senhor. — lhe assegurou em tom zombador, enquanto se erguia rigidamente.
— Você é um desconhecido e...
— Senhora, só estou indicando um fato.
OH, Deus... Anahí queria começar a gritar com ele por lhe roubar a paz, por acabar com a frágil tranqüilidade que finalmente tinha conseguido alcançar, por provocar aquela inexplicável resposta em seu interior.
—Necessito do trabalho, Rory me prometeu isso. — disse o desconhecido esboçando um duro sorriso.
— E ele é seu sócio, certo?
— Isso não importa. — respondeu ela.
— Olhe, senhor...
—Poncho. Poncho Rodrigues.
Poncho. Era um nome irlandês. «Go síoraí, a amarei sempre». Por um momento, o desejo se apoderou de sua mente e pensou em Alfonso.
Mas ele não a tinha amado para sempre. Tinha-a deixado sozinha. Tinha-a deixado sobreviver sem ele durante seis desoladores anos.
E agora, outro feroz irlandês estava penetrando em sua vida, tentando tomar o controle. Negou com a cabeça. Não, nem pensar. Nenhum homem voltaria a possuí-la como o tinha feito seu marido. Era impossível. Não ia permitir.
Anahí abriu os olhos e ergueu a cabeça, sentindo que a velha fúria a consumia de novo. Endireitou os ombros e elevou o queixo com gesto desafiante.
—Já disse que não. Por favor, vá embora. Devo terminar de arrumar um carro e não tenho tempo a perder. —Virou sobre os próprios pés e retornou à oficina, contendo o doloroso vazio que lhe fechava a garganta e lhe umedecia os olhos.
Terminaria por esquecê-lo, não necessitava que a recordassem de olhos irlandeses, de beijos que lhe roubavam a alma e de promessas quebradas.
Seu marido se foi. Estava morto, seu corpo jazia em um ataúde do governo enterrado em um escuro buraco. Tinha visto como o cobriam com cada pá de terra que selava uma realidade que ela se negava a aceitar.
Deus, quanto o tinha amado. Sua risada, sua voz, seu enorme corpo e seu temperamento.
Obrigou-se a respirar apesar das lembranças, a pôr um pé diante do outro e a afastar-se daquele homem que despertava essas lembranças em seu interior.
—Annie Herrera. —Uma furiosa voz masculina interrompeu seus pensamentos e a obrigou a deter-se quando se dirigia ao sedan no qual estava trabalhando minutos antes. Voltou-se lentamente para as portas abertas da oficina e conteve uma maldição.
As senhoras não soltavam maldições, recordou a si mesmo. Não importava quanto fossem provocassem. E a estavam provocando. Deus, por que não ficou na cama essa manhã? Rodrigo De La Rata não se detinha ante nada. Tinha sido amigo de seu marido, mas agora era uma pesada carga para ela.
—Rodrigo, estava agora mesmo trabalhando em seu carro. —Levantou uma mão para saudá-lo enquanto rezava para que ele não tivesse bebido.
— Amanhã o terá a pronto.
—Esse pequeno bastardo do Rory me disse que estaria pronto em duas semanas. —Rodrigo entrou na oficina, ignorando o sinal que advertia aos clientes que permanecessem atrás da opaca linha amarela.
— Disseram-me duas semanas, nem um dia mais.
Anahí mordeu a língua e se recordou que não podia se permitir o luxo de enfurecê-lo muito. Era o gerente do banco que possuía a hipoteca da oficina e da casa, e a tinha ameaçado mais de uma vez que executaria se deixasse de efetuar algum pagamento.
Usava o escasso cabelo loiro muito curto, quase a zero. Tinha os olhos chorosos e injetados de sangue pelo álcool, e o rosto torcido, avermelhado e retorcida pela fúria. Ótimo. Necessitava disso tanto como do enorme homem que acabava de deixar plantado em seu escritório fazia um instante.
—Hoje não ficará pronto. —A jovem tentou fazer uso de uma paciência que não tinha. Não podia se zangar; não enquanto Rodrigo pudesse executar a hipoteca a qualquer momento. Além disso, tinha sido amigo de Alfonso.
Mais ou menos.
—Nem pensar. — replicou ele mal-humorado. Seu largo rosto com marcas de varíola estava totalmente vermelho quando se aproximou dela e o aroma de álcool a esbofeteou no rosto.
— Vai terminar agora com meu Ranger, puta, ou pode ir se despedindo do seu negócio me ouviu? Alfonso não se sentiria muito orgulhoso então desse pequeno traseiro que tem. Esta oficina era seu orgulho, tudo pelo que lutou.
Definitivamente, Rodrigo tinha bebido mais da conta. Nunca o tinha visto tão furioso.
—Alfonso está morto. — lhe recordou ela, lutando por manter uma calma que jurou não iria perder. Por alguma razão, Rodrigo sempre parecia a culpar pela morte de seu marido.
— Como se sentiria não vem ao caso.
Ergueu-se em toda sua estatura, embora soubesse que seu um metro sessenta e cinco não podia competir com o metro oitenta de Rodrigo. Era grosso, tinha criado uma barriga com os anos. O homem que Alfonso tinha considerado uma vez seu amigo tinha deixado que a garrafa e os fracassos o destruíssem com mais rapidez do que a dor de Annie quase tinha destruído a oficina.
—Alfonso teria que ter dado em você uma boa lição. E deveria ter deixado este lugar em mãos responsáveis antes de permitir que o matassem. —As cruéis palavras golpearam com força o coração de Anahí, sem importar quanto tentasse as ignorar.
— Deveria ter sabido que uma loira tola como você não seria capaz de levar seu negócio adiante.
Demônios. Odiava ter que dizer ao Toby que chamasse o xerife. Fariam muitas de perguntas e logo teria que preencher um monte de papelada, e ela não tinha tempo para essas tolices.
—Mas não o fez, Rodrigo. E esta loira tola está tentando fazer tudo o que pode. —Foi consciente de que os mecânicos estavam congregando-se atrás dela e quis gemer de frustração. Não necessitava disso.
— Terá seu Ranger na primeira hora da manhã. Fica esta noite segundo o contrato, assim entregarei a tempo. —Não podia permitir-se não fazê-lo.
Os avermelhados olhos castanhos de Rodrigo a percorreram de cima a baixo de uma maneira insultante.
—Se houver algo que tenho que reconhecer é que Alfonso se casou com uma puta de primeira.
Anahí entrecerrou os olhos e se enrijeceu. Chiaram-lhe os dentes pelo esforço de conter uma réplica. As coisas já seriam o suficientemente ruins quando começassem a correr os rumores. Não precisava as piorar, recordou a si mesma.
—Senhor De La Rata, a senhora Herrera disse que amanhã estará pronto seu carro. —Toby se colocou ao lado de Anahí, com a voz vibrando de cólera ante o insulto.
— Não estará fica pronto antes disso.
O olhar de Rodrigo se cravou no jovem ao mesmo tempo em que seus lábios se curvavam em um sorriso sarcástico.
—Você também tira uma casquinha, rapaz? Esta puta de primeira necessita de uma boa tre... —Jamais terminou a frase, e não foi porque Toby se jogasse em cima dele.
Antes que o rapaz pudesse percorrer o metro que os separava, um escuro borrão passou ante eles. Rodrigo De La Rata foi levantado no alto e, literalmente, jogado fora da oficina.
Anahí ficou olhando assombrada como o desconhecido ao qual tinha negado o emprego levantava Rodrigo do asfalto, só para lançá-lo contra o BMW conversível que o banqueiro tinha deixado no estacionamento.
Com o rosto transformado em uma máscara de fria ira, Poncho colocou uma de suas enormes mãos no pescoço do Rodrigo e começou a apertar sem piedade.
—Detenha-se. —Anahí se obrigou a mover-se, a correr para eles, a agarrar com suas pequenas mãos o pulso do Poncho enquanto, olhava horrorizada aqueles olhos frios e desumanos.
— Vai matá-lo. É só um bêbado. Maldito seja, disse que pare!
A fúria brilhava com intensidade naquelas profundidades azuis, fazendo com que a promessa de morte escurecesse a incomum cor desses olhos sem piedade enquanto apertava os dedos, torcendo os lábios em uma terrível careta de fúria.
—Perdeu o juízo? —gritou Anahí puxando do grosso pulso, desesperada agora que ouvia o ofego estrangulado do Rodrigo.
Ela olhou para o desconhecido cheio de ira e reconheceu a promessa de morte nos olhos masculinos quando ele baixou o olhar para o Rodrigo De La Rata.
—Insulte-a de novo, —sua voz era um som rouco e furioso enquanto cravava os olhos nos de Rodrigo— e o matarei.
Annie sentiu que o pulso relaxava e o escuro olhar do desconhecido se enlaçou com o seu. Um músculo lhe palpitava na mandíbula e tinha os lábios apertados. Seus olhos flamejavam quando a olhou por cima do ombro enquanto soltava um Rodrigo ofegante. Os ruídos feitos pelo banqueiro ao entrar em seu BMW ressoaram no silêncio do estacionamento.
—Rory me disse que o apartamento que há em cima da garagem está disponível. —Poncho falou em um tom baixo e gutural.
— Deixarei ali minhas coisas e terminarei de concertar o Ranger deste bastardo ou o matarei agora mesmo. Você decide.
Anahí negou com a cabeça, aturdida, enquanto o BMW ficava saia atrás dela e as rodas chiavam ao sair do estacionamento. Estava certa de que o desconhecido levaria a cabo sua ameaça se não lhe desse o emprego.
—Por quê? —sussurrou ela finalmente com voz rouca, ao mesmo tempo em que tentava encontrar sentido em tudo aquilo. Por que lhe acontecia isso? Por que nesse momento? Por que o destino tinha posto em seu caminho alguém que podia destruí-la quando finalmente começava a reconstruir sua vida?
—Escolha.
Anahí lhe soltou o pulso, dando-se conta de que ainda o agarrava com uma força que ignorava que possuía.
Obrigou-se a soltá-lo afrouxando os dedos um a um. Não podia responder, não podia escolher. A única coisa que tinha claro naquele instante era que mataria a Rory assim que o visse.
Ignorando os rostos assustados e surpresos que a rodeavam, virou-se e se encaminhou lentamente de volta à oficina. Tinha trabalho a fazer, e não podia, não devia deixar que aquilo interferisse.
Não necessitava disso.
Deitou-se no carrinho e o fez rodar sob o carro que tinha que terminar de arrumar. Uns ajustes mais e estaria pronto. Só seria um momento.
Agarrou a chave inglesa do chão de cimento e começou a trabalhar, tratando de ignorar as lágrimas que caiam pelas têmporas e que molhavam seu cabelo, tratando de ignorar a dor que oprimia seu peito e que rasgava seu coração.
Tinha trabalho a fazer. Quando todos fossem embora, pagaria a Poncho Rodrigues um dia de salário e lhe diria que se fosse. Não seria fácil. Necessitava do dinheiro e tinha que pagar o recibo da hipoteca na semana seguinte. Se não encontrasse uma solução, veria-se obrigada a vender parte das jóias que sua mãe lhe tinha deixado para cobrir o pagamento.
Mas de se de uma coisa estava certa era de que Poncho tinha que partir. Não podia controlar a resposta instantânea de seu corpo ante ele, nem a estranha e complexa ira que a alagava quando o via. Havia algo naquele homem que lhe era muito familiar e perigoso, e não podia permitir-se tê-lo por perto. Tinha conseguido remexer em algo oculto em seu interior. Tinha-lhe feito sentir algo mais que a dor a que se resignou fazia três anos quando tinha decidido deixar o luto. Algumas vezes, como agora, arrependia-se disso.
Anahí não percebeu o soluço que rasgou o peito ante tais pensamentos, mas o homem que se deteve junto ao carro o ouviu. Ouviu-o e o odiou.


e não percam: Um sonho de amante!


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Autor(a): annytha

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Poncho ainda sentia uma violenta fúria em suas vísceras, uma fúria que envolvia sua mente em uma neblina avermelhada. Ver Rodrigo, ouvir as cruéis palavras com as quais tinha insultado Anahí, tinha-o feito perder o juízo. Mesmo agora, queria matar aquele que, tinha sido seu amigo, anos atrás. Toda uma vida de amizade se esfumaçou em um segundo. Por isso no que concernia a Po ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 597



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  • Feponny Postado em 02/07/2016 - 14:36:28

    Poxa queria maissssss

  • ponnyaya Postado em 24/12/2012 - 14:18:45

    n abandona n posta maissssssss logo agora vc para?voltaaaaaaaaaaaa

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59

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  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58

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