Fanfics Brasil - Capítulo 4 As Duas Faces (AyA)

Fanfic: As Duas Faces (AyA) | Tema: Traumada Hots


Capítulo: Capítulo 4

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ana_carolina gracias pelos comentarios, capitulo dedicado a vc, e a todos que estão lendo essa web, gracias mais uma vez! 


 


Eram quase sete horas da noite e o sol começava a descer por detrás das montanhas quando os mecânicos começaram a partir, olhando de esguelha para Poncho, como se lhes desse medo deixar a sua chefe a sós com ele.


O xerife não tinha aparecido, o que queria dizer que Rodrigo não tinha apresentado queixas. Ainda. Seu Ranger tinha sido entregue no banco enquanto ele ainda estava lá, e se a sorte estivesse de seu lado, Anahí não teria que voltar a lidar com aquele bastardo em muito tempo.


Poncho Rodrigues, por outra parte, era alguém com quem teria que lutar. O sangue bombeou com fúria nas veias durante todo o dia, deixando os nervos a flor de pele e uma sensação quase de excitação que se cravou em seu peito como se fosse uma garra afiada.


Tinha trabalhado duro e sem parar, e tinha conseguido que outros homens cumprissem com suas tarefas mais depressa. Mas Anahí não o necessitava ali. Não o queria ali. Não necessitava que interferisse na estruturada e ordenada existência que tinha conseguido criar. Não queria a excitação nem a tensão que sentia oprimindo suas vísceras.


Os homens que trabalhavam para ela acabariam por aceitar suas ordens ou faria o que tinha feito durante os últimos três anos: despedi-los e procurar outros que necessitassem do salário. Tinha despedido a tantos que um a mais ou menos não faria diferença.


Toby se atrasou tudo o que pôde, até que Anahí não teve mais remédio que o tirar aos empurrões pela porta. Depois agarrou da mesa a carteira com a arrecadação do dia, colocou-a na bolsa que se pendurava ao ombro e lançou um olhar irado a Poncho.


Vamos lá. Ele podia ir ao inferno e ela voltar para sua monótona vida.


-Quando vir ao Rory, diga a ele que quero falar com ele imediatamente. - lhe espetou.


- E se não vir trabalhar amanhã, que comece a buscar outro emprego. O mesmo serve para você. Não quero ter um maníaco em minha oficina atacando meus clientes. -Levantou uma mão quando ele começou a falar.


- O mereçam ou não.


Poncho a olhou com olhos enfurecidos e ferozes, e uma expressão que poderia ter derretido pedras.


O olhar masculino se deslocou pelo corpo de Anahí e esta se ruborizou ao precaver-se de que seus mamilos começavam a endurecer-se sob a camisa e o sutiã. Sentiu como a excitação ardia entre suas coxas, e o odiou. Odiou sentir isso e odiou a Poncho por fazê-la sentir.


A jovem desviou o olhar para o estacionamento e quase fez uma careta ao ver o veículo que se detinha no caminho. Esqueceu de seu encontro. Derrick James era agradável, seguro e de trato fácil. Tinha o cabelo castanho escuro, os olhos marrons e um sorriso tranqüilo. Não era perigoso. Não tinha o poder de lhe arrebatar a prudência nem de acabar com seu autocontrole.


-Estarei aqui pela manhã. -lhe assegurou Poncho apertando os lábios ante o som da porta do carro de Derrick fechando-se.


- Com Rory.


Anahí sorriu ante a idéia de ter uma conversa com Rory. OH, seu cunhado se colocou em uma boa confusão.


-Faça isso. ─ disse a jovem brandamente enquanto Derrick se aproximava deles com o cenho franzido.


- E esteja preparado para ir da mesma maneira que chegou. Fez com que me atrase e não estou pronta para o meu encontro. Merece que o despeça só por isso.


Anahí se forçou a sorrir ao ver que Derrick abria a porta e entrava. É obvio, não pôde evitar comparar aos dois homens, embora o certo fosse dizer que não havia comparação possível. Poncho era mais duro, mais rude, mais excitante, vibrante e perturbador do que Derrick seria jamais.


-Vejo que não está preparada. -Derrick sorriu amplamente. A diversão dançava em seus olhos apesar do olhar de curiosidade que dirigiu ao outro homem.


- Por que tinha o pressentimento de que se esqueceria de nosso encontro se algo a mantesse ocupada?


-Porque me conhece. -Lhe devolveu o sorriso, consciente de sua alegria era mais fingida do que teria gostado.


O olhar de Derrick caiu de novo sobre o Poncho.


-Um novo empregado? -perguntou ao mesmo tempo em que lhe estendia a mão como se não fosse um maníaco perigoso.


- Me chamo Derrick James. Sou o proprietário da loja de eletrônica da cidade.


Um terrível pressentimento atravessou a Anahí ao ver o sorriso de Poncho, o olhar frio de seus olhos e o brilho dos dentes que advertia que não era tão amistoso como fingia ser.


-Poncho Rodrigues. - se apresentou.


-Encantado em conhecer você. -Derrick inclinou a cabeça e logo se dirigiu a Anahí.


- Vamos chegar tarde se não se arrumar logo. Quer que feche a oficina?


Na realidade não.


-Já está tudo preparado, só fica passar o ferrolho à porta quando sairmos. - Anahí se virou para Poncho com os olhos entrecerrados e observou que ele seguia sem afastar o olhar de Derrick.


- Poncho, tenho que fechar.


Um brilho de temor percorreu sua espinha quando ele se voltou e centrou a atenção nela. Tinha os olhos duros e frios, os lábios apertados e sua expressão era muito calma. Muito tranqüila.


-Que tenha uma boa noite. - disse em voz baixa dirigindo-se exclusivamente a ela, antes de abandonar o escritório e dirigir-se para a Harley negra que estava estacionada junto à oficina.


Anahí apenas se deu conta de que esteve contendo o fôlego até que o soltou silenciosamente e se voltou para o Derrick.


-Terá que tomar uma taça de vinho e esperar que me arrume. Hoje não tive tempo para nada.


-Por você vale a pena esperar. - afirmou Derrick enquanto saíam do escritório e ela fechava as portas.


- Além disso, já saímos muitas vezes, Annie, sei a que horas tenho que fazer as reservas para jantar.


Ela fez uma careta. Sempre chegava tarde. Jamais tinha feito ninguém esperar até a morte de seu marido. Parecia que a partir de então passasse a vida chegando tarde a todos os lugares. Como se de algum jeito tentasse retroceder no tempo em vez de seguir adiante.


Ao deslizar-se no assento passageiro do carro de Derrick para voltar para casa, não pôde evitar notar que Poncho ainda estava ali. Estava agachado ao lado da Harley, manipulando alguma peça sem importância, sem dúvida para bisbilhotar, porque seu olhar estava cravado neles.


-Suponho que foi Rory quem o contratou. - comentou Derrick ao transpor a Harley.


-Supõe bem. - respondeu Anahí deixando escapar um suspiro.


Rory estava acostumado a contratar vagabundos, que, por sorte, não duravam muito no trabalho. Entretanto, desta vez, ela tinha o pressentimento de que ia ter problemas com Poncho.


Não falaram nada mais até que se detiveram diante da casa.


-Vamos. - Annie saiu rapidamente do carro com as chaves da casa na mão.


- Já sabe onde está o vinho, entra e se sirva de uma taça, estarei pronta em meia hora.


Abriu a porta e se dirigiu a toda pressa para as escadas.


-Vou cronometrar. - disse ele, rindo. - Vinte dólares que demora uma hora.


-Feito. -Annie o brindou um rápido sorriso e agachou a cabeça; estava certa de que o sorriso não lhe chegava os olhos.


Não podia evitar a sensação de que, de alguma forma, estava sendo infiel a um marido morto fazia mais de seis anos. Tinha estado lutando contra essa sensação há um ano, desde o primeiro encontro com Derrick; a primeira vez que prometeu a si mesma que ia conseguir superar a morte de Alfonso.


Cada vez que Derrick e ela saíam da casa que havia compartilhado com seu marido, sentia-se intranqüila e com o estômago revolto. Como se estivesse enganando o homem que amava. O homem que a tinha amado.


Era uma loucura. Tinha que recordar-se todos os dias que Alfonso teria querido que fosse feliz, que não estava olhando-a fixamente do céu, doído e zangado porque ela havia dado as costas a tudo o que tinham compartilhado.


E não tinha dado as costas, disse a si mesma enquanto entrava na ducha. Ele tinha sido um guerreiro que não tinha retornado para casa. Agora estava morto. Foi-se e ela ainda estava viva, certo?


 


Poncho deveria estar assistindo a uma reunião informativa do grupo de operações. Mas em vez disso, encontrava-se sob as árvores que bordeavam a propriedade que tinha compartilhado com Anahí, com binóculos militares nas mãos e os olhos fixos na casa.


Não importava quanto se queixasse quando estavam casados, Anahí ainda seguia deixando as persianas e as cortinas abertas durante a noite. E agora também estavam abertas.


Derrick James, maldito fosse, estava na cozinha abrindo uma garrafa de vinho. Poncho apertou os lábios. Esse seguia sendo seu vinho, sem importar que oficialmente estivesse morto. Passou muitos anos colecionando vinhos, mas poucas vezes tinha aberto uma garrafa; gostava de observar como ia crescendo sua pequena coleção na adega do porão.


E agora, aquele filho da puta estava abrindo uma de suas melhores garrafas e servindo uma taça. Por Deus, mataria a esse bastardo se o apanhava em sua cama com sua esposa.


Respirou fundo. Não era assunto dele, recordou a si mesmo.


Demônios, claro que era. Sentiu como a raiva nublava sua mente e como o controle que tinha conseguido manter a raia durante os últimos anos começava a rachar. Se visse como Derrick a tocava, não seria capaz de controlar a ira.


Poncho era consciente da presença de Rory atrás dele. Tinha-o acompanhado, seguindo a ordem que tinha dado depois de havê-lo chamado a oficina. Seu irmão não parecia feliz. E isso era condenadamente ruim, porque Poncho também estava muito longe de sentir-se «feliz».


-Desde quando dura toda esta merda? -cuspiu sem olhar a Rory, com os olhos ainda fixos na casa.


-Que merda? -perguntou-lhe seu irmão lançando um olhar cauteloso a ele.


Poncho indicou a casa com a mão.


-Com James.


-Mais ou menos um ano. -Rory se sentou aos pés de uma árvore e bocejou com despreocupação. Poncho baixou o olhar para ele. - Por que não o deteve?


Rory o olhou com surpresa antes de esfregar o rosto com ar reflexivo.


-Demônios, pois certamente, porque é o único dos homens com os que Annie saiu que me cai bem. Poncho apertou os dentes. - Com quantos saiu?


Outros homens. Não só um. Havia outros homens que tinham saído com sua esposa. Que tinham visto seu sorriso. Que tinham sentido desejo por ela. Não queria imaginar a nenhum deles tocando-a, porque se o fizesse os encontraria e os mataria.


-Alguns. -Rory encolheu os ombros como se aquilo não tivesse maior importância.


- Jamais duram muito. Alguns encontros aqui e lá. Logo, Annie acaba sentindo-se culpada, volta-se a pôr a aliança um tempo e se encerra em casa, quando não está trabalhando, antes de obrigar-se a voltar a tentar. Entretanto, há mais de um ano não usa a aliança.


Rory agarrou uma fibra de grama enquanto Poncho voltava a observar a casa.


James ainda estava na cozinha, rebuscando nas gavetas. O bastardo agarrou uma taça de um gancho e se encaminhou à janela para observar a oficina colina abaixo. Havia um olhar de orgulho no rosto do James, como se estivesse imaginando de que maneira ia mudar a vida de Annie.


Bom, Poncho o conhecia muito bem. Derrick ocultava sua vontade de ferro à maioria das pessoas, e não era nenhum estúpido. Se estava a um ano saindo com Annie, a coisa era sério. Tinha intenção de possuir tudo o que Poncho havia possuído uma vez, quando era Alfonso Herrera.


-Você a abandonou. - o recordou Rory com um suspiro de cólera.


- Não teria que se importar se ela houvesse se deitado com a metade da cidade.


Poncho não disse nada porque seu irmão tinha razão. Tinha-a deixado. Tinha aceitado aquela maldita missão sabendo que podia morrer. Assim tinha sido e não tinha retornado.


-O que ocorreu com Grant? -perguntou a Rory. - Tentou tomar a oficina e a casa em vez de cuidar dela tal e como me prometeu que faria se me acontecesse algo. Por que fez isso?


-Suponho que pela mesma razão que lhe impulsionou a ficar com as propriedades do vovô. - Rory soltou um suspiro.


- Porque é assim. O vovô ainda o desculpa. Pensa que Grant fez o que acreditava mais conveniente para protegê-la. Diz que há matizes.


Os matizes cinza dos quais lhe tinha falado fazia quase uma vida. Segundo ele nada era o que parecia. Mas no caso de Grant, Poncho não podia ver outra coisa que não fosse puro egoísmo.


-E Rodrigo De La Rata?


Rory suspirou.


-É um porco. Está furioso porque Anahí não quer deitar-se com ele nem lhe vender a oficina. Parece que anseia ambas as coisas. Esteve atrás dela durante mais de um ano até que Anahí teve que ameaçá-lo de dar queixa por perseguição. Logo começou a ficar mais violento. Ao que parece desejava mais a oficina que a ela. Tentou pôr a cidade contra ela, mas não se saiu bem. Você tinha muitos amigos. Assim, Annie se convenceu de que não valia a pena passar a vida chorando por um homem que nunca retornaria para casa, entregou-se por completo ao negócio e tratou de levá-lo adiante. Agora as coisas vão melhores.


-Deixe de me provocar, Rory, ou acabará sem poder andar durante um tempo.


Seu irmão bufou e, depois de guardar silêncio um bom tempo, acrescentou:


-O vovô visitou sua tumba hoje. Geralmente está acostumado a aproximar-se da tumba da vovó e falar com ela. Entretanto, hoje se aproximou de sua lápide e ficou ali de pé, olhando-a.


Poncho não queria ouvir aquilo. Reprimiu a fúria e a dor que habitava no mais profundo de sua alma e continuou observando como Derrick passeava pela cozinha.


-Sempre notei algo estranho no vovô, mas não tinha me dado conta do que era até agora.


-Que nunca chorou minha perda. - terminou Poncho por ele.


Demônios, Jordan e ele deveriam ter imaginado que não poderiam enganar ao ancião. O vovô sempre parecia saber tudo o que ocorria.


-Exato. - assentiu Rory.


- Nenhuma só vez. Não como Anahí. Houve um tempo em que estava acostumado a dormir em sua casa. Ela despertava a noite gritando seu nome, jurando que tinha sangue nas mãos, que estava ferido. Rogando-me que o salvasse. - ficou em pé de um salto.


- A merda contudo, vou para casa.


-Anahí tinha razão.


Sentiu que Rory se detinha.


-No que? -perguntou com cautela seu irmão.


-Em tudo. Eu estava ferido, Rory. Ao bordo da morte. Quando me resgataram apenas restava um hálito de vida.


Observou como Anahí entrava na cozinha e sorria a Derrick. Este terminou a taça de vinho, beijou-a na bochecha e se dirigiram à porta. O porco apoiava a mão no oco das costas de Anahí para guiá-la. Maldição, Poncho ia ter que matá-lo.


Afastou os binóculos do rosto e cravou os olhos na casa durante vários minutos antes de voltar-se para o Rory.


-O vovô deveria ter chorado por mim. - resmungou em voz baixa.


- Porque o homem que eu era morreu em uma cela oculta em uma maldita selva. O marido de Anahí, seu irmão. O filho e o neto. Tudo isso morreu em meu interior, Rory. Não sou o homem que era e jamais voltarei a sê-lo.


 



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Autor(a): annytha

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NataliaLeal, gracias por esta sempre comentando e entendo seu problema, mesmo não cometando, sei que vai continua nos acompanhando, assim como vairos outros leitores que por varios motivos tambem não podem comenta, mesmo assim tudo que faço são por vocês Traumadas fies. K3 tens toda razão, Ponchito calculista são as melhores de todas, depois quando descobre seu amor parec ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 597



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  • Feponny Postado em 02/07/2016 - 14:36:28

    Poxa queria maissssss

  • ponnyaya Postado em 24/12/2012 - 14:18:45

    n abandona n posta maissssssss logo agora vc para?voltaaaaaaaaaaaa

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59

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  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58

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