Fanfic: As Duas Faces (AyA) | Tema: Traumada Hots
Quando a porta se fechou atrás dela, Poncho olhou para o xerife e conteve um sorriso zombador. Rick Grayson era um bom homem. Tinha sido da marinha. Confiava na lei. Acreditava no condado que tinha jurado proteger. Mas isso não queria dizer que não estivesse na lista de nomes que Poncho pensava checar, nem que confiasse nele. Poncho tinha aprendido da pior maneira possível que não se podia confiar em ninguém
—Tem alguma identificação? —Rick estava o fulminando com o olhar.
Poncho baixou a mão, ignorando a maneira em que o xerife segurava a culatra da arma. Tirou a carteira do bolso traseiro e a abriu antes de mostrar-lhe
Rick tomou a identificação, olhou-a e a devolveu lentamente.
—Annie é uma boa amiga, senhor Rodrigues. —Era uma advertência. — E neste cidade cuidamos de nossos amigos.
—Sério? —Poncho arqueou uma sobrancelha com ar zombador. Não tinha notado que se esmeraram muito em proteger a Anahí. — Bem, xerife Grayson, alegra-me sabê-lo. E estou seguro de que Anahí também o agradecerá.
Rick sustentou seu olhar com serenidade.
—Não faça mal a ela, ou se verá comigo. — advertiu finalmente antes de encaminhar-se à porta. Uma vez ali, virou-se e voltou a lhe brindar um duro olhar. — Ande com cuidado, senhor Rodrigues, não é bom me ter como inimigo. E tenha por certo que se fizer mal a Anahí se converterá automaticamente em meu inimigo.
Rick abriu a porta e saiu. A porta se fechou a suas costas com suavidade, mas suas palavras tinham carregado o ar de tensão.
Poncho baixou o olhar a suas mãos. Mãos cheias de cicatrizes. Tinha agarrado Anahí como se ela não fosse frágil, mas ele sabia que o era. Tinha-lhe deixado marcado. Em toda sua relação, jamais lhe tinha feito uma só marca; sempre tinha tomado cuidado com isso.
Esfregou o ombro e viu uma mancha de sangue nos dedos. Palpitava-lhe o lábio e a marca que lhe tinha deixado no peito.
Anahí tinha sido selvagem. Ambos o tinham sido. Como se de repente fossem libertados de alguma coisa que desatasse a luxúria de ambos.
Poncho ia assegurar-se de liberá-lo de novo.
Anahí fechou a porta de sua casa com um estrondo. A grossa madeira de carvalho ressoou ante a violência do ato e atravessou seus nervos com uma esmagante quebra de onda de tensão. Podia sentir as sensações elétricas por todo o corpo, vibrando em sua mente e envolvendo-a em uma entristecedora maré de pânico.
OH, Deus, o que tinha feito?
Deixou cair a bolsa no chão e subiu a seu quarto a toda velocidade. Arrancou as roupas que a cobriam, jogou-as na cesta da roupa suja, e pôs a água da ducha tão quente como pôde antes de se colocar sob o jorro e esfregar o cabelo e a pele.
Queria arrancar de seu corpo as sensações que ele tinha provocado. Queria tirar seu aroma. Ainda podia cheirá-lo. Ainda podia senti-lo.
Apoiou a cabeça contra a parede da ducha e respirou fundo, contendo um soluço. Havia-a tocado outro homem. Outras mãos tinham embalado seus seios, outros lábios tinham chupado seus mamilos, outro membro se esfregou, dura e profundamente, contra seus clitóris, e ela tinha estado a ponto de suplicar mais.
—Alfonso. —Apertou o rosto contra a parede e pôs-se a chorar.
A culpa invadia seu coração. Queimava-lhe a alma com um fogo que não podia apagar. Sofria. Sofria pelo homem que jamais voltaria a ter, que jamais imaginou que perderia; sofria por ter desfrutado de carícias que se negou a receber durante muito tempo.
Deslizou ao chão e apertou os joelhos contra o peito. Inclinou a cabeça e começou a chorar enquanto se balançava.
«Minha bruxa. Go síoraí. Ame-me, Anahí. Ame-me sempre».
A voz do Alfonso abriu passo entre suas lembranças e os soluços se fizeram mais intensos. Ainda o amava. Amava-o tanto que não podia compreender como tinha podido seguir vivendo sem ele. Sem suas carícias, sem seus beijos.
Seis anos. Gemeu ante aquele pensamento e deixou cair a cabeça contra a parede da ducha enquanto a água caía sobre ela. Estava tão quente como suas lágrimas. Mas aquilo não aliviou a abrasadora sensação de culpa que ainda ardia em seu interior. Seu marido estava morto há seis anos e os votos que tinham compartilhado ainda a capturavam e atormentavam.
As lágrimas só faziam sua dor mais profunda. Poderia chorar todo um oceano e Alfonso seguiria sem estar ali, abraçando-a e aliviando a dor que algumas vezes ameaçava devorá-la viva.
E agora, além disso, estava aquela sensação de culpa.
Tomou a esponja e o sabão, e se esfregou de novo. Esfregou-se até que sentiu a pele em carne viva, mas mesmo assim, seguiu sentindo as carícias de outro homem em sua pele, seguia sentindo-se excitada, ansiosa por alcançar a liberação.
—Abandonou-me, Alfonso. — soluçou entre as ondas de vapor que a envolviam. — Prometeu-me isso, Alfonso. Prometeu-me que jamais me deixaria.
Ele tinha jurado que sempre a abraçaria, que sempre estaria com ela. Mas não foi assim. Durante mais de seis anos tinha tido que viver sem o abraço de seu marido e ela sentia que a dor ainda a rasgava por dentro como se tivesse sido ontem. Como se Alfonso a tivesse traído e, simplesmente, não houvesse retornado para ela. Como se ainda estivesse vivo e não quisesse tocá-la.
As lágrimas seguiram caindo, dolorosas, intermináveis, e uma vez que sentia a necessidade de alcançar o êxtase, de sentir as carícias e os beijos de outro homem.
Quando já não ficaram lágrimas, quando a água começou a esfriar-se, soube que tinha que mover-se, assim, se arrastou da ducha ao grosso tapete que cobria o chão e se envolveu em uma toalha.
Aproximou-se do espelho e ao olhar-se compreendeu por que Rick a tinha olhado surpreso. Tinha a pele avermelhada pelo roçar da barba de Poncho e uma marca azul onde a tinha mordido. Pensar naquele chupão enviou uma quebra de onda de sensações a seu ventre ao mesmo tempo em que ao centro de seu ser. Lambeu os lábios inchados e quando seu olhar deslizou até o pescoço, lhe afrouxaram as pernas. Ainda tinha marcas que lhe desciam do pescoço aos seios. Uma leve vermelhidão, os sinais das carícias de Poncho, de seus beijos, de seus dentes.
Anahí tampouco tinha sido suave. Tinha querido liberar-se da escura e furiosa necessidade que nem sequer sabia que habitava em seu interior e Poncho a tinha ajudado.
Era óbvio que teria que cancelar o encontro dessa noite com Derrick. Não havia maneira de que pudesse estar com ele nesse momento. Não podia deixar que a visse assim. E, certamente, não podia voltar a sair com ele.
Sacudindo a cabeça, secou o cabelo e, depois de deixar cair a toalhas ao chão, colocou o robe antes de descer as escadas para chamá-lo.
Não se mostrou encantado. Como era de imaginar, estava irritado. Derrick gostava de seguir uma agenda e ela tinha desbaratado seus planos. Quando pendurou o telefone, soltou um suspiro de cansaço ao pensar na frustração na voz de Derrick. Tinha que romper logo com ele. A amizade não era uma boa razão para continuar com a relação. E além disso, não era suficiente. Havia tornado a saborear o desejo e queria mais.
Muito mais.
Anahí percorreu a casa fracamente iluminada até que finalmente se deteve na salinha, diante da enorme janela, ao lado da larga mesa onde estavam as fotos de suas bodas.
Alfonso tinha sido tão incrivelmente atraente... Agarrou uma foto dos dois juntos. Anahí usava um vestido longo e branco que o tinha agradado e apoiava a cabeça em seu amplo peito. Quase podia sentir ainda o engomado uniforme sob a bochecha. Rodeava-lhe os ombros nus com um braço e baixava o olhar para ela como se tivesse encontrado em Anahí algo que jamais tivesse imaginado encontrar.
Tinha sido sua Annie. Sua Annie sulina. Estava acostumado a chamá-la assim devido aquele particular acento que ela tinha e do qual nunca tinha tentado desfazer-se.
Os olhos de Alfonso tinham sido brilhantes. Tão azuis. Tão cheios de vida. Acariciou-lhe os olhos por cima do vidro deslizando o polegar por seu rosto, e logo levantou o olhar para a janela.
Escutou ao longe o ronrono da Harley na oficina e observou como a luz do farol da moto atravessava a escuridão dirigindo-se para a estrada principal.
Poncho era só uma sombra quando a Harley acelerou e se afastou de sua vista. Não deixou de olhar os faróis traseiros até que já não pôde vê-los. Depois baixou de novo o olhar ao sorridente rosto do Alfonso.
Uma lágrima caiu sobre o vidro.
—Deixou-me. — murmurou outra vez. — O que vou fazer Alfonso? Diga-me isso. ─ Sentiu que ficava sem respiração e que lhe encolhia o estômago com a dor da perda.— Diga-me, o que vou fazer agora?
Autor(a): annytha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 597
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Feponny Postado em 02/07/2016 - 14:36:28
Poxa queria maissssss
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ponnyaya Postado em 24/12/2012 - 14:18:45
n abandona n posta maissssssss logo agora vc para?voltaaaaaaaaaaaa
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58
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