Fanfic: As Duas Faces (AyA) | Tema: Traumada Hots
opa primeira leitoria: gracias capitulo dedicado a vc!NataliaLeal
Alfonso sentou ao lado de seu avô, Rory Herrera, no alpendre dianteiro da cabana em que este vivia. Só tinha dez anos, mas sabia com exatidão por que o ancião não vivia com sua família. Porque o pai de Alfonso, Grant, se envergonhava dele.
-Não é mais que um fodido irlandês. - gritava enfurecido Grant horas depois de visitar seu pai.
- Presume-se que esse acento irlandês fosse motivo de orgulho.
Deus não permitisse a Alfonso falar com aquele acento, embora o praticasse cada vez que seu pai não estivesse.
Grant não gostava de ser irlandês. Não gostava que as pessoas soubessem quem era. Se pudesse enviar seu avô para longe, Alfonso estava seguro de que o faria. Mas, Grant Herrera não podia obrigar Rory Herrera a fazer nada. Aquele ancião era tão sábio como as montanhas e os escarpados, e tão teimoso como eles.
-Alfonso, rapaz, olhe esse pôr-do-sol. -Rory lhe indicou as majestosas cores que cobriam as montanhas.
- São quase tão bonitas como as que temos na Irlanda. Quase.
-Por que não volta? - perguntou-lhe Alfonso, consciente da nostalgia impressa na voz do ancião.
- Papai diz que tem dinheiro suficiente para viver onde queira.
Observou o rosto sulcado de rugas de seu avô. O brilhante olhar azul era muito parecido com o de seu neto e mais brilhante que o de seu filho, sem as bolinhas verdes que tinha este.
O ancião sorriu; um estranho, triste e pequeno sorriso.
-Porque minha Erin está aqui. -Indicou o pequeno cemitério, o lugar onde estava enterrada a avó de Alfonso, Erin Herrera, junto aos dois filhos que tinham perdido no Vietnam, seus tios, Riordan e Rory Jr., e a filha que tinha morrido de febre, Edan, a tia de Alfonso.
-A vovó não quer que vá? -Alfonso franziu o cenho. Sua avó estava morta, como poderia se importar?
-OH, minha Erin me sorriria igual lá onde fora. -O ancião esboçou de novo aquele pequeno sorriso.
- Mas se me separasse dela, sentiria essa distancia em minha alma, entende?
Alfonso negou com a cabeça.
O avô suspirou.
-Tem olhos irlandeses, rapaz. Um dia destes, esses olhos verão por você, e sentirá como se o coração fosse sair do peito. É o feroz olhar irlandês, Alfonso. Quando amar, quando amar de verdade, tome cuidado, rapaz, porque esses olhos irlandeses que tem não são só o espelho de sua alma, mas sim da alma da mulher que ame. - O avô olhou a tumba de Erin.
- E quando se perde o coração dessa maneira, é impossível abandonar os lugares onde estão suas melhores lembranças. Se tivesse que ir, não poderiam me enterrar junto a sua avó.
O ancião dirigiu o olhar a Alfonso, e este sentiu uma opressão no peito ao pensar que algum dia teria que enterrar seu avô naquela terra dura e desolada.
-O feroz olhar irlandês. - murmurou o ancião alguns instantes mais tarde.
- Meu pai me advertiu como agora estou advertindo a você, rapaz. Não perca à mulher que ame, pois perderá uma parte de sua alma se o fizer. É o legado desses olhos.
Alfonso franziu o cenho. O que dizia seu avô não tinha muito sentido e decidiu que perguntaria a seu tio Jordan sobre isso quando voltasse. Seu tio ainda recordava a sua avó. Tinha cinco anos quando ela morreu, um pouco antes que nascesse Alfonso. E nesse momento, estava passando o verão em Houston com o mais velho dos tios de Alfonso, Doran, e sua família.
-Então, meus olhos são maus? -perguntou Alfonso finalmente.
-Não, não são maus. - suspirou seu avô.
- Não são maus absolutamente, rapaz. Dará-te conta um dia destes. Um destes dias verá. Esses olhos irlandeses vêem o que ninguém mais viu. - Cravou o olhar em seu neto.
- Quem tem sua alma, terá seu coração. -Deu uma palmada no peito do Alfonso.
- E poderá, inclusive, ver através de você.
-Então papai não tem olhos irlandeses? - Os olhos de Grant estavam matizados com bolinhas verdes. Nunca o tinha visto com emoção e grunhia sem parar.
A preocupação se refletiu no rosto de seu avô.
-Seu pai é um bom homem. - afirmou repetindo o que sempre dizia.
-Realmente, vovô? -Alfonso pensou no bebê que havia em casa. O diminuto bebê que seu avô dizia que era seu irmão. O recém-nascido que Grant Herrera renegava.
- O pequeno Rory deveria também ter um pai.
O avô pôs a mão sobre a cabeça do menino e lhe disse brandamente:
-Nada é como pensamos, rapaz. Nem tudo é branco ou preto, mas sim existem uma infinidade de matizes cinza. Tem que averiguar o porquê das coisas, não só confiar no que vê.
-Porque ele não nos quer. - sussurrou Alfonso, aceitando-o como só as crianças podiam aceitar essas coisas.
O avô assentiu com a cabeça.
-Os tons cinza, rapaz. Recorda-o. Sempre há algo que não sabe e que não pode ver. Às vezes o amor não é como pensamos que deveria ser. Só recorda isso e tudo ficará bem.
Alfonso cresceu procurando as matizes cinza. Logo amadureceu e se transformou em um SEAL, e as matizes cinza se perderam em sua mente, embora soubesse que seguiam estando ali. Sempre em um lugar diferente, sempre se movendo. Até o dia que viu o inferno. E as cinzas do inferno. E aprendeu que havia matizes que jamais teria podido imaginar que existissem.
Autor(a): annytha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 597
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Feponny Postado em 02/07/2016 - 14:36:28
Poxa queria maissssss
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ponnyaya Postado em 24/12/2012 - 14:18:45
n abandona n posta maissssssss logo agora vc para?voltaaaaaaaaaaaa
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58
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k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58
Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???