Fanfics Brasil - Capítulo 1 As Duas Faces (AyA)

Fanfic: As Duas Faces (AyA) | Tema: Traumada Hots


Capítulo: Capítulo 1

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capitulo dedicado as minhas tres leitoras, gracias:


NataliaLeal, ana_julia, ana_carolina, que bom que estão gostando, é só o começo de uma bela aventura!!!



Nove meses depois


 


Alfonso Herrera estava no branco quarto da clínica a que o tinham levado. Tinha sofrido durante seis meses o pesadelo mais horrível que jamais tivesse imaginado chegar a padecer. Seis meses. Sabia quantos dias, quantas horas, quantos minutos e segundos tinham passado desde que tinha «morrido».


Desde o dia que cruzou a porta de sua casa, tinha estado no inferno. Supunha-se que devia ser uma missão simples. Somente tinha que resgatar três jovens seqüestradas por um grande traficante de drogas colombiano. Para isso tinha que deixar-se capturar e permanecer ali o tempo suficiente para procurar os agentes duplos que trabalhavam sob as ordens do narcotraficante Diego Fontes.


Tinha levado um rastreador eletrônico no calcanhar que ele mesmo ativaria assim que visse o espião. Por desgraça, essa era uma informação que o espião conhecia, e o tinham furado o pé assim que tiveram oportunidade. Antes que pudesse reagir, Alfonso tinha sido amarrado a uma mesa de madeira e lhe tinham subministrado a primeira de uma série de drogas sintéticas.


Uma droga chamada «pó de afrodite»; um potente e cegador afrodisíaco. Mas não tinha encontrado alívio. Porque Alfonso, enfurecido, enlouquecido e descontrolado, tinha sido incapaz de quebrar os votos matrimoniais que tinha feito a sua esposa. Não importou a quantidade de droga que chegaram a administrar. Nem quanto houvessem tentado.


Observou ao grupo de homens que o tinham resgatado do inferno de Diego Fontes. Três doutores, um almirante, um bastardo carrancudo e vestido - supostamente um representante do JAG - e seu tio, Jordan Herrera.


Jordan não usava uniforme, o que já dizia bastante. A renúncia de seu tio aos SEAL`s três meses antes surpreendeu Alfonso quando se inteirou. É obvio, não havia muito que fazer na clínica particular e especializada de alta segurança onde estava recuperando-se, exceto escutar rumores.


Viu-se submetido a uma operação atrás de outra de cirurgia para reparar seu corpo e seu rosto. Tinham arrumado o que tinha sido prejudicado e reconstruído o que não tinha podido ser arrumado. Mas sua mente ainda estava quebrada. Agora não era mais que a sombra do homem foi.


Entretanto, ainda seguia sendo um SEAL. Não tinha apresentado a renúncia. Mas tinha o pressentimento de que isso seria algo que faria muito em breve.


-Tenente Herrera. -O almirante inclinou a cabeça em sua direção; seu rosto cheio de rugas estava gasto pelo cansaço e a preocupação.


- Vejo que está bem.


Não era certo. Estava longe de estar bem.


Mesmo assim, ficou em posição firmes, embora se sentisse como se estivessem estirando seus membros em uma mesa de tortura.


Os três médicos o observaram em silêncio. O psicólogo que lhe tinham atribuído tomava notas. Aquele condenado bastardo sempre estava tomando notas.


-Obrigado, senhor. - conseguiu dizer ao fim. Só queria continuar com os exercícios que tinha estado fazendo. Os que levavam seu corpo à extenuação, os que lhe faziam esquecer aquele desejo infernal que jamais diminuía.


O almirante franziu o cenho enquanto o observava.


-Dói-te algo, filho? -perguntou-lhe.


Alfonso tentou mostrar-se paciente, mas mostrar-se paciente não era precisamente fácil nesse momento.


-Sim, senhor, dói-me. -Não ia mentir sobre isso. O almirante assentiu com a cabeça.


-Possivelmente isso explique sua falta de respeito. Alfonso apertou os dentes.


-Sinto muito, senhor. O protocolo não é meu forte neste momento.


Esperava uma resposta contundente do almirante; não que se suavizassem as rugas do rosto de seu superior nem que um feixe de empatia lhe iluminasse o olhar.


Holloran não só tinha sido seu superior, mas também um homem que merecia seu respeito.


-Sente-se, Alfonso. -O almirante indicou uma cadeira com a cabeça antes de tomar assento ele mesmo.


Alfonso olhou para Jordan. Seu tio já havia tomando assento, o que indicava que o protocolo tampouco significava muito para ele. Mas não por falta de respeito, mas sim por arrogância. Uma confiança em si mesmo que tinha dissimulado até agora.


Alfonso se sentou com cautela. Ainda tinha dificuldades com os músculos das costas e uma perna, embora estivesse se fortalecendo graças aos exercícios.


O almirante suspirou quando o silêncio encheu o quarto.


-Assisti a seu enterro. - disse finalmente.


- Estava abatido, Alfonso. E agora está... -negou com a cabeça- faz com que me pergunte sobre algumas decisões tomadas as minhas costas. Eu não teria aprovado essa missão.


-Eu a aceitei.


Assim, simples. Supunha-se que devia ser uma missão simples. Mas ainda tinha um buraco no calcanhar que provava o contrário.


-Isso é algo que discutiremos outro dia. - grunhiu o almirante.


- Agora enfrentamos outro problema.


-informaram a minha esposa que ainda sigo vivo? -As palavras soaram quebradas devido ao dano que tinham sofrido suas cordas vocais.


A voz de Alfonso era agora mais rouca, mais áspera, mas, ao menos, podia falar.


-Ainda não. - respondeu o almirante.


-Não quero que saiba.


Alfonso cravou o olhar em seu superior. Era consciente das vendagens que ainda lhe cobriam a fronte, das feridas que ainda tinham que cicatrizar. Mas era muito mais consciente dos efeitos daquele maldito «pó de afrodite», que aqueles bastardos do Fontes e Jansen Clay lhe tinham injetado no corpo.


Tão somente tinha sido um coelhinho da índia para eles. O SEAL ao que queriam corromper com aquela horrível droga que tinham testado nele. Mas não o tinham conseguido. Em vez disso, tinham-no convertido em um monstro.


-Anahí está muito afetada, Alfonso. - disse Jordan então.


- Ainda está de luto... Ainda chora por você.


-Deixará de chorar. Anahí é forte. -encolheu os ombros como se aquilo não tivesse importância e viu que o almirante e seu tio intercambiavam um olhar.


Estava mentindo. Sua Annie não era forte. Era tenra e doce, e podia jurar que ouvia os gritos de sua mulher em seus sonhos, em seus pesadelos, abrindo uma dolorosa ferida em sua alma que nunca se curava, porque não conseguia tirar os gritos da cabeça.


Quanto mais fortes seriam seus gritos se o visse agora? Sua pequena e doce Annie tinha adorado seu corpo. A última vez que saiu pela porta de sua casa ele tinha sido um homem forte, duro, mas também um homem que sabia como ser terno. Aquele homem já não existia. Não havia nada terno na escuridão, nos luxuriosos sonhos que tinha nesses momentos. Sonhava com a morte. E sonhava com Annie. Com o desejo voraz que seria incapaz de conter se ela se aproximasse dele.


-Estou morto. - assegurou. Sua voz soou fria ao pensar nas conseqüências de tentar retornar a sua esposa.


- E penso seguir assim.


O psicólogo seguia escrevendo freneticamente em seu bloco de papel. O olhar penetrante de Alfonso caiu sobre ele. Como se pudesse sentir os dardos de fúria que jogava em sua direção, o homenzinho levantou a cabeça. Moveu os ombros como se o paletó lhe fosse incômodo e, detrás dos óculos, os olhos castanhos piscaram com nervosismo.


O olhar de Alfonso retornou bruscamente a seu superior.


-Eu gostaria que saíssem todos, senhor.


O almirante Holloran lhe devolveu o olhar uns segundos antes de virar-se em direção aos médicos e assinalar a porta com a cabeça. Todos desapareceram com rapidez. Nenhum estava a vontade na presença de Alfonso. Jamais o tinham estado. Mas não podia os culpar, já que tinham tido que tratar com um animal durante os três primeiros meses que tinha estado sob seus cuidados.


O almirante Holloran suspirou e voltou a olhá-lo.


-É sua última oportunidade, filho. - disse com suavidade.


- Podemos chamar sua esposa. Enviaremos alguém a procurá-la.


Ele chiou os dentes com fúria.


-Não, senhor. -O «senhor» soou forçado; a fúria que impregnava sua voz, não. A ira bulia em seu corpo, nublava-lhe a mente, enchia-lhe os sentidos com as imagens de seus pesadelos.


-Já basta. - interveio Jordan, rompendo o silêncio.


- Já lhe disse que não mudaria de idéia.


-Você também perdeu o respeito que deve a um superior, Jordan. - lhe espetou Holloran.


-E a paciência. - replicou Jordan.


- Sou eu quem está no comando desta unidade, almirante, e isso supera inclusive a sua patente.


-Se mudar de opinião no futuro, será muito tarde. - indicou o almirante.


- É isso o que quer para seu sobrinho, Jordan?


-Se isso chegasse a acontecer, a decisão terá sido minha, não dele nem de ninguém mais. -Havia dureza na voz do Jordan, uma cólera sombria que Alfonso jamais tinha visto antes.


- Será transferido ao centro de adestramento amanhã e nossos médicos se encarregarão dele.


-Nem sequer lhe perguntou se está preparado! -O almirante enfrentava agora abertamente a Jordan. Os narizes de ambos os homens apontavam para cima; duas incríveis vontades se enfrentando. Teria sido divertido se Alfonso tivesse estado de bom humor.


Não o estava.


Ficou em pé e se dirigiu à porta.


-Alfonso.


Ao escutar seu nome, Alfonso se deteve e deu a volta para olhar a seu tio. Jordan não só era família dele, mas também seu oficial superior quando ambos tinham sido SEAL`s, quando Alfonso ainda era um homem, não o animal em que se transformou.


-Me diga o que quer o quanto antes. Tenho que terminar uns exercícios.


Jordan ficou em pé.


-Há mais opções que os SEAL`S.


-Ah, sim? -Alfonso arqueou as sobrancelhas.


- O que pode ser melhor que pertencer aos SEAL`s, tio? O inferno? Já estive lá. De fato, ainda sigo nele.


Jordan assentiu lentamente. Seus brilhantes olhos azuis, - os ferozes olhos irlandeses como os tinha chamado seu avô - devolveram-lhe o olhar.


-Há outras opções.


-Realmente? -Alfonso passeou o olhar entre seu tio e o almirante.


-Sim. -Jordan assentiu com a cabeça.


- Pode sair daqui sendo um SEAL, sendo Alfonso Herrera. Mas, se vier comigo, Alfonso Herrera deixará de existir.


-Se for com ele, os SEAL`s terão morrido para você, Alfonso. - lhe explicou o almirante enquanto se levantava bruscamente da cadeira e se dirigia ao outro extremo do quarto.


- Os únicos homens com os quais terá contato serão os de sua antiga equipe, aqueles que foram com o comandante Chávez para adquirir uma nova formação. Estará morto para sempre. Alfonso Herrera já não existirá. Nem para você. Nem para sua esposa.


Alfonso cravou o olhar nele, mas foi a Annie a quem viu. Ela, que odiava uma unha quebrada e se preocupava com as rugas, como ia enfrentar fizeram de seu marido um pouco mais que um monstro?


Virou-se para Jordan.


-Onde terei que assinar?


 


 



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Autor(a): annytha

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Três anos depois Jordan Herrera estava em sua mesa em frente ao espelho de face dupla que lhe permitia observar o ginásio sem ser visto. Tinha as mãos metidas nos bolsos dos jeans e franzia o cenho enquanto olhava a seu sobrinho. Alfonso, que agora respondia pelo nome de Poncho Rodrigues, era apenas cinco anos mais jovem que ele. Jordan tinha sido uma surpresa para seus ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 597



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  • Feponny Postado em 02/07/2016 - 14:36:28

    Poxa queria maissssss

  • ponnyaya Postado em 24/12/2012 - 14:18:45

    n abandona n posta maissssssss logo agora vc para?voltaaaaaaaaaaaa

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

    Ohhhhhhhhhhh!!! posta mais , como pode parar bem ai???

  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:04:00

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  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:59

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  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58

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  • k3 Postado em 02/05/2012 - 15:03:58

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