Fanfic: O Amor é Cego.

Dulce parou e olhou para o lado. Christopher estava chegando da direção dos estábulos. Ela sorriu ao vê-lo cumprimentar o pai e a madrasta, dando-lhes as boas-vindas a Mowbray

            — Espero que você não se importe que estejamos aqui?

            Christopher dirigiu o olhar para o homem que cavalgava a seu lado. Lorde Fernando Saviñón.

            Era a manhã seguinte à chegada dos Saviñón. O pai de Dulce havia saído com ele para inspecionar a propriedade e tudo caminhava bem até o sogro fazer essa pergunta.

            — Não, claro que não me importo, milorde. O que o faz pensar assim?

            Fernando Saviñón encolheu os ombros, e o sorriso que tinha no rosto era irônico. Passado um momento, ele justificou:

            — Bem, é que vocês estão recém-casados e provavelmente gostariam de estar sozinhos para se conhecerem melhor.

            Christopher também esboçou um sorriso tímido. Embora originalmente tivesse desejado que o pai de Dulce adiasse a visita até que ele estivesse saciado de sua jovem esposa, ou pelo menos até que conseguisse estar no mesmo cômodo que ela sem que desejasse arrancar-lhe as roupas, começava a perceber que não daria para adiar tal visita por muito tempo. Era difícil imaginar que poderia tê-la só para si pelas duas ou três décadas seguintes.

            — Temos toda a vida pela frente. Não posso lhe negar apenas alguns dias de visita.

            Fernando Saviñón expandiu o sorriso.

            — Você ama minha filha.

            Christopher enrijeceu o corpo na sela. Ele ainda tentava entender seus sentimentos por Dulce. Cada dia com ela era uma aventura. Naquela manhã ele havia acordado com a jovem esposa acariciando e beijando sua ereção. Dulce dera para surpreendê-lo com essas atitudes ousadas nos últimos dias. A esposa parecia tão ansiosa para agradá-lo quanto ele a ela, fazendo com que seu coração vibrasse sempre a cada atitude dessas. Isso o enchia de esperança de que ela viria a querê-lo tanto quanto ele a desejava.

            — Dá para ver que você a ama — continuou Fernando Saviñón. — Por isso não compreendo o porquê de ela ainda estar sem os óculos.

            Christopher procurou controlar-se e disse:

            — Já devem estar a caminho. Precisei encomendá-los Londres. Mas quero fazer uma surpresa para Dulce, por isso peço que não comente nada com ela.

            Lorde Saviñón pareceu aliviado e concordou:

            — Como você achar melhor.

            Christopher intimamente achou graça dessas palavras. Se realidade fosse como ele achava melhor, Dulce nunca teria os óculos. Entretanto, a consciência lhe pesava e, finalmente, ele resolvera encomendar os óculos para ela. No fim, não havia levado Dulce ao vilarejo, nem lhe contado nada sobre seu plano, como havia pretendido. Decidira providenciar os óculos sozinho. Sem dizer a razão por que queria saber, ele havia especulado Dulce onde havia comprado seu último par. Dera então algum dinheiro a um mensageiro para que fosse à cidade e adquirisse os óculos. Tudo sem que ela suspeitasse.