Fanfic: O Amor é Cego.

— E todas as pistas não levaram a nada — admitiu Hadley. — Não há nada no passado de sua esposa que faria com que alguém pudesse desejar prejudicá-la.

            — E Alma? — Christopher perguntou, lançando um olhar constrangido ao sogro.

            — Pois é... — Foi a vez de Hadley olhar para lorde Saviñón, meio intimidado. — Ela parece não gostar muito de lady Dulce, mas não creio que chegaria a ponde tentar assassiná-la. Posso ficar de olho nela, se quiser, mas...

            — Eu ficarei de olho em minha esposa — disse lorde Saviñón, decidido. — E, se ela estiver por trás disso, eu mesmo torço o pescoço dela.

            Christopher olhou para o sogro com simpatia e então perguntou a Hadley:

            — E aquela história com o capitão?

            — Com o capitão Ochoa? — Hadley endireitou o corpo na poltrona. — Também investiguei, afinal foi o único episódio na vida de lady Dulce que poderia ter lhe criado um inimigo. Entretanto, o homem morreu enquanto cumpria pena na prisão, assim não pode ser o culpado. E, pelas minhas investigações naquela região, fiquei sabendo que a única família que ele tinha era a mãe e uma irmã. A mãe teve um ataque cardíaco e morreu na primeira vez em que ele foi preso; e a irmã, pouco depois em um incêndio, na casa em que alugava um quarto.

            — Que história — Christopher comentou. — Mas nada do que você nos disse ajuda. Alguém está tentando matar minha mulher, mas até agora não apareceu ninguém que aparentemente tentasse fazê-lo.

            — Não é bem assim. Eu não disse que não encontrei nenhum possível culpado, só que o senhor não vai gostar nada de saber o que eu descobri.

            Christopher fez uma expressão surpresa, comprimindo os lábios.

            — Vamos, diga.

            — Bem, como eu disse, investiguei não somente as possibilidades que o senhor sugeriu, mas algumas outras também. Pela minha experiência, milorde, a motivação da maioria dos assassinatos geralmente é a ganância. Por isso imaginei que essa poderia ser a do nosso caso aqui... e estava certo.

            — Por que alguém mataria Dulce por ganância? A única pessoa que se beneficiaria nesse momento seria eu. Pelo que sei, sou o único herdeiro dela... — Ele piscou algumas vezes. — Você não está sugerindo que...

            — Não, não, claro que não — Hadley o interrompeu prontamente. — O senhor dificilmente me contrataria se tivesse intenção de matá-la. Bom Deus, todos estavam encarando tudo como meros acidentes. O senhor foi o único que desconfiou e se preocupou com ela.

            — Então quem, homem? — lorde Saviñón intercedeu impaciente. — Quem foi o objeto de suas investigações?

            — Lorde Chavez.

            Christopher franziu o cenho. Não deveria ter ouvido bem.

            — Quem?

            — Lorde Chavez — Hadley repetiu, com convicção.

            — Christian? O que o faz pensar que meu primo poderia querer fazer mal a Dulce?

            — Atualmente ele é o seu herdeiro — Hadley argumentou.

            — Não é, não. Dulce é minha herdeira desde que nos casamos — Christopher o corrigiu.

            — Se estiver viva — Hadley concordou. -— Ele me parece ser o único com um provável motivo.

            — Motivo que o levaria à forca. Não pode ser ele. Primeiro, porque os acidentes já estavam acontecendo antes eu ter conhecido Dulce. E ele não teria motivo algum antes disso. Depois, Christian é meu amigo, além de meu primo. Ele me ajudou no namoro com Dulce. Além disso, por que ele teria interesse em minha herança, se ele está tão bem de vida quanto eu?

            Lorde Saviñón assentia com a cabeça a cada ponto que Christopher levantava.

            Hadley simplesmente sacudiu a cabeça.

            — E se aqueles primeiros acidentes fossem apenas isso? Acidentes. O incidente com a carruagem e a queda das escadas, por exemplo. Não temos nada que prove que não tenham sido. Ele pode ter se aproveitado dessas histórias para provocar o incêndio e o acidente na fonte.

            A explicação era plausível, mas Christopher não queria nem considerar essa possibilidade.

            — Por que então ele não tentou me matar?

e o mistério começa a se revelar