Fanfic: O Amor é Cego.

— Sim. Não. Não sei — Christopher franziu a testa. — Christian tentou, sim, me prevenir contra Dulce no baile em que a vi pela primeira vez. Ele me contou que ela era desastrada, me falou de alguns incidentes e que eu estaria arriscando a vida, se saísse com ela. Mas depois me ajudou a vê-la algumas vezes, inclusive tentou contribuir para que ela me encontrasse na fonte.

            Os três homens mantiveram-se em silêncio por alguns minutos. Hadley então se levantou.

            — Bem, vou continuar investigando o assunto, milorde. Mas vou investigar por aqui, uma vez que foi aqui que aconteceu o envenenamento. Creio que não há mais nada que eu possa descobrir na cidade. Entretanto — ele acrescentou, pensativo —, acho mesmo que foi Chavez. Ele estava lá e aqui. E, como ele sabia sobre vocês dois, pode ter escrito e assinado o bilhete e, muito sabidamente, imaginou que lady Dulce correria a seu encontro.

            — E quanto a Prudhomme? — Christopher perguntou. — Ele também sabia sobre nós.

            Hadley negou com a cabeça.

            — Prudhomme está muito feliz, perseguindo mulheres casadas em Londres. Ele não poderia ter envenenado a torta. Agora preciso me concentrar em gente que antes estava em Londres e agora está aqui. Isto é, se o senhor ainda quer que eu continue com as investigações.

            — Sim, é claro que quero. Pedi a Kibble que providenciasse um quarto para você quando ele veio me avisar que Dulce estava acordada.

            Hadley agradeceu e deixou o escritório.

            Lorde Saviñón e Christopher ficaram calados por vários minutos, cada um perdido nos próprios pensamentos. Finalmente, o pai de Dulce quebrou o silêncio.

            — Ele está certo em uma coisa.

            Aliviado que seus pensamentos sombrios fossem interrompidos, Christopher dirigiu um olhar ao sogro.

            — Em quê?

            — O assassino é alguém que estava em Londres e agora está aqui.

            Christopher concordou.

            — Vamos fazer uma relação? — propôs o pai de Dulce.

            Christopher deu um suspiro profundo.

            — Christian estaria nela, é claro.

            — E Alma também — disse Fernando Saviñón. — Além de estar tanto lá como aqui, foi ela quem tirou os óculos de Dulce, tornando-a suscetível a acidentes.

            — O senhor sabia? — Christopher perguntou, surpreso.

            Dulce lhe havia dito que Alma a acusara de tê-los quebrado.

            — Alma afirmou que Dulce os havia quebrado, e minha filha ficou quieta, mas há muito sei que Alma não gosta de Dulce e tenho servidores bastante leais que me mantêm informado do que acontece.

            Christopher não se surpreendeu com a resposta, pois sabia que o pai de Dulce era um homem inteligente. Soltando um suspiro, ele comentou:

            — Creio que devamos acrescentar os nomes dos criados à nossa lista. Ambos Joan e Keighsley estavam em Londres e aqui.

            — Keighsley não é seu criado pessoal?

            — Como eu, ele tampouco fazia parte da vida de Dulce, mas se só os primeiros acidentes foram...

            — Infelizmente acho que nenhum criado teria motivo. Alma tem, porque odeia Dulce.

            — E Christian precisa do dinheiro, se é que Hadley está certo.

            — Você desconfia dele? — Saviñón perguntou.

            — Não. Ele é um homem muito íntegro.