Fanfic: O Amor é Cego.

Christopher franziu a testa.
    — Essa é uma pergunta que a maioria das mulheres não faria.
    — Eu não faço parte dessa maioria. Além disso, meu pai sempre diz que quem não pergunta nunca fica sabendo. E eu quero saber. Por que você não me beija se é o que nós dois desejamos?
    — Porque, se eu a beijar, vou querer tocar em você.
    — Eu gosto quando você me toca — Dulce não hesitou em dizer.
    — Só que se eu tocar em você — Christopher completou —, vou querer fazer amor com você.
    — Acho que também vou gostar.
    Christopher levantou uma sobrancelha.
    — Você acha que vai?
    — Bem... — Dulce hesitou por um momento, mas resolveu perguntar: — Não foi amor o que você fez comigo na noite do incêndio?
    — Não — respondeu Christopher, em um tom hostil ao se lembrar daquela noite. Por um lado, parecia ter acontecido há muito tempo; por outro, era como se tivesse sido um minuto atrás. Ainda tinha na boca o gosto dos beijos dela e quase podia sentir o clamor do corpo se mexendo ao toque de suas mãos. Céus, estava tendo uma nova ereção só de lembrar. Estava claro que ele não tinha autocontrole algum quando Dulce estava por perto.
    — Não foi? — Dulce estranhou. — Então o que foi o que fizemos?
    — Foi... foi... — Christopher não sabia por onde começar. — Sim, foi mais ou menos. Mas não foi... — Ele fez uma pausa e dirigiu um olhar terno para ela. — Será que ninguém explicou essas coisas para você?
    — Não. — Dulce balançou a cabeça e encolheu os ombros. — Não se preocupe, milorde. Não precisa falar sobre isso se não se sente à vontade. Tenho certeza de que Alma vai me explicar tudo no dia do casamento.
    Christopher sentiu-se horrorizado ante essa possibilidade. Aquela mulher faria terrorismo com Dulce, contando-lhe histórias que a encheriam de medo e ansiedade. A noite de núpcias acabaria sendo um pesadelo se ele tivesse de passar acalmando-a e confortando-a. Não poderia permitir que coubesse a Alma explicar a Dulce os detalhes do que se passava entre um homem e uma mulher. Outra pessoa teria de fazê-lo.
    — Vou pedir a minha mãe que converse com você — Christopher decidiu. — Se Alma tomar a iniciativa, diga a ela que não há necessidade e não ouça nada do que ela tenha a dizer.
    — Ah, não — disse Dulce, balançando a cabeça resoluta. — Ficaria muito sem-graça de conversar com sua mãe sobre essas coisas. Além disso, seria um insulto para Alma se eu não a deixasse falar. Sabe, começo a pensar que há mais motivos para se ter pena de Alma do que para não se gostar dela.
    — Não vou deixar que ela a assuste com histórias de sangue e dor e...
    — Fazer amor causa sangue e dor? — Dulce perguntou assustada.
    — Não, claro que não — disse prontamente Christopher, com raiva de si mesmo por falar demais.
    — Por que disse isso então? Há ou não há sangue e dor? Você não quer é que eu saiba!
    — Droga! — Christopher resmungou.
    Dulce estava visivelmente ansiosa, e ele não sabia como consertar a situação.