Fanfic: Menina Perigosa{adaptado-vondy}~>TERMINADA | Tema: vondy

- Quer ajuda?
 

     O sotaque não era de quem morava em West Yorkshire. Dulce apurou a visão e distinguiu o rosto preocupado de um rapaz de cerca de vinte anos de idade. 

- Oh, não - disse com firmeza, mas sorrindo - eu me viro, obrigada.

- Acabou a gasolina? Perguntou ele, saltando do veículo. Essas motos andam muitos quilômetros com um litro de gasolina, mas de vez em quando o tanque precisa ser enchido - brincou.

- Não sei... Nem me lembrei de verificar o tanque.

Inclinou-se e destampou o tanque, constatando com desgosto que estava vazio. Droga! Pensou. Alfonso esquecera-se de enchê-lo!

- É, está vazio - comentou o rapaz, e fitou-a com curiosidade. Vai ter que empurrar muito tempo - observou. O posto mais próximo fica em Bishopston.

- Obrigada pela informação - disse, mordendo o lábio.

- De nada. - Abriu a porta do Land Rover. - Hã... posso colocar a moto aqui dentro e levá-la até lá, se quiser. Mas se, como diz - consegue se virar sozinha, não sei como ajudá-la.
Dulce hesitava, olhando para a moto com um ar de desânimo.

- E então?
 

    O rapaz estava parado à porta, aguardando sua decisão. Dulce olhou indecisa. Bom, disse para si mesma, ele é simpático, bonito até. Cabelos e olhos castanhos, pele morena... Não tem cara de bandido. Mas, enfim, como é que poderia, saber?

- Prometo que não vou raptá-la - disse ele inesperadamente, como se tivesse lido os pensamentos de Dulce.

Ela corou.
- Hei! Sou tão transparente assim?

- Está na cara que alguém lhe disse para nunca aceitar carona de estranhos - comentou. - Até concordo. Mas eu não sou um homem completamente estranho... As terras do seu tio fazem fronteira com as do meu pai.

- As terras do meu tio? Você me conhece?

- Assim, chutando, eu diria que você se chama Dulce Maria. - O rapaz sorriu. - Acertei?

- Em cheio. Mas... Interrompeu-se para refletir um segundo. - Quem é você? 

- Derrick fox.

Os olhos de Dulce abrir-se de espanto.
- É o filho de sir Malcolm Fox?

- O próprio. Então, você aceita uma carona? Ou ainda tem dúvidas?

Dulce  vacilou. O nome dele, no fundo, nada lhe dizia. Naturalmente, Christopher conhecia a família Fox. Eram membros do mesmo clube de golfe, contribuíam para as mesmas instituições de caridade e tinham os mesmo interesses no campo dos negócios. Chris, porém, nunca mencionara o filho do Sr. Fox.
- Quer ver minha carteira de motorista?

Derrick Fox fitava-a com um ar divertido e Dulce rapidamente se decidiu.

- Aceito a sua carona. Obrigada.

- Tudo bem. - Derrick sorriu. - Entre que eu vou pegar a sua moto. Ainda bem que não é das grandalhonas... Essas máquinas pesam uma tonelada!

 Dulce riu. Derrick suspendeu a moto, colocou-a no jipe e retomou a direção.

- Pronto - disse. - Aonde quer ir? Para Carron, para o posto de Bishopston ou para sua casa? 

- Carron é a sua casa, não é?

- Exato. Talvez gostasse de comer alguma coisa antes de voltar.

- Isso é uma gentileza sua, mas...

- ...mas prefere ir direto para casa? 

- Não, prefiro ir para o posto - confessou Dulce com certa tristeza.

- Se me levar para casa, será o fim.

- Bom, isso vai ter que acontecer, cedo ou tarde - o rapaz disse ligando o motor. - Quer dizer, são nove horas agora e aposto que você saiu antes de o seu tio se levantar.

- Chris não está em casa. Foi para a América do Sul. Estamos sozinhas, eu, a Sra. Gittens e Anahi. 

- Anahi?

- Anahi Giovanna. Ela... vai morar conosco por uns tempos.

- E quem é ela? 

- Amiga de Chris.

- Chris? Perguntou Derrick, franzindo a testa. - É assim que chama seu tio?

- Ele não é meu... - Dulce desistiu de dar a explicação. - Christopher - completou, olhando pela janela. Tudo isso aqui é de vocês? Vocês mesmos cuidam das plantações?

- Um pouco - disse Derrick. - Estudo agricultura e aprendo métodos modernos de plantação, mas grande parte das terras foi vendida para compensar as taxas. Ainda existem algumas famílias antigas que trabalham para nós. Na época de meu avô a propriedade era bem maior e mais produtiva.

- Imagino quanto isso o chateou.

- Nem tanto - retrucou ele, dando de ombros. - Para que terra? Prefiro ter menos responsabilidade e mais tempo para fazer o gosto.

- O que gosta de fazer? Dulce se interessou.

- Bom, eu gosto de liberdade. E você, o que faz?

- Quase nada... Se Christopher... não fosse inflexível...

- Você esta estudando? Quantos anos tem?

- Vou fazer dezoito. - Dulce procurou manter-se na defensiva. Chris, acha a educação escolar importante. O problema é que eu não sabia o que estava fazendo naquela escola. E para que estava estudando afinal? Nunca trabalhei!
Ele balançou a cabeça.

- Não tem namorado à vista?

- Não. - Fez uma longa pausa. - Você é casado?

- Quem é que ia me querer como marido? Brincou.

- Como uma amiga minha costuma dizer, você está querendo elogios. Só o título de seu pai devia chamar a atenção de muitas garotas.

- O título é de papai, mas e eu? 

Dulce riu.
- Ah, você entendeu. Tem muita garota por aí louca pra ser chamada de lady.

- E você?

- Eu? Dulce gaguejou. - Não, eu não. Não me vejo como lady.

- Combinaria bem com você - afirmou delicadamente. - Bom, estamos em Bishopston.Tem certeza de que não quer que a leve para casa? 

- Oh, não... quer dizer, tenho certeza, sim. - Sentiu-se confortada ao avistar o posto de gasolina. - Foi ótimo Sr. Fox. Estou agradecida.

Derrick parou o veículo em frente ao posto, que ficava do outro lado da rua.
- Que negócio é esse de Sr. Fox? Derrick... meu nome é Derrick para você.

- Tudo bem, Derrick - disse, apertando-lhe o braço espontaneamente antes de descer. - Espero não ter sujado muito o seu carro.

- Ele é para isso mesmo - Derrick explicou, descendo para retirar a moto. - Eu levo a máquina até lá.

O rapaz do posto conhecia Derrick e correu para atendê-los.
- Ted, serviço por nossa conta, certo? Disse Derrick.

-Não, Derrick, por minha conta - protestou Dulce.

- Não insista, por favor. É um prazer.

Dulce compreendeu que seria indelicadeza recusar a oferta.
- Você é um bom samaritano - comentou.
O rapaz encheu o tanque rapidamente e Dulce, depois de colocar o capacete, montou na moto.

- Como vou agradecer? Perguntou.

- Jantando comigo amanhã à noite - sugeriu Derrick com simplicidade. - Posso buscá-la amanhã às sete e meia. Jantaremos no Reli, em Starforth. Aceita o convite?

- Não sei...

- Apresente-me ao seu tio. Garanto que o convencerei das minhas boas intenções. 

- Chris ainda não estará em casa amanhã - argumentou. - Olha, Derrick, não sei o que responder.

- Sabe, não é o seu tio que estou convidando. Dulce, você não é mais criança e deve ter aprendido a resolver as coisas sozinhas. É simples: responda "sim" ou "não" e pronto.

Ela suspirou.
-Certo, por que não?

- Maravilha! Sete e meia então. Até amanhã.

- Até amanhã - continuou, sentindo por dentro uma onda de excitação. Pela primeira vez tomara uma decisão sozinha; pela primeira vez marcara um encontro sem prévia autorização de Christopher. Era deliciosa a sensação de independência que começava a experimentar.
Quando voltou a Matlock Edge eram quase dez horas. Como esperava, a Sra. Gittens estava aflita.

- Onde esteve? Perguntou nervosa assim que Dulce entrou. - Alfonso veio me avisar, que a moto não estava na garagem. Podia ao menos ter telefonado para avisar que chegaria tão tarde.

Episodio dedicado:

keeh: Adoro seus comentarios kkkkk Espero que esteja gostando?!

Gente esse Derrick não e uma boa pessoa ,ele vai aprontar pra  cima da Dulce :(

Se quiserem mais ,comentem muito!!!:)