Fanfics Brasil - 14 Um sonho de Amante AyA

Fanfic: Um sonho de Amante AyA | Tema: Traumada Hots


Capítulo: 14

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jl adorando os comentarios, gracias por me acompanha aqui tambem! besos!


 


Anahí fechou os olhos enjoada com o aroma do sândalo. O fôlego de Alfonso lhe acariciava o pescoço e seu rosto estava tão perto que podia sentir os incipientes cabelos de sua barba lhe roçando a bochecha.


Todo seu corpo queria render-se ante ele. Sim, por favor, sim.


Olhou os definidos e duros músculos dos ombros e o vão da garganta. Ai, como desejaria passar a língua por essa pele dourada e comprovar que o resto de seu corpo era tão saboroso como sua boca!


Alfonso seria esplêndido na cama. Não havia dúvida.


Mas ela não significava nada para ele. Nada absolutamente.


- Não posso -balbuciou, dando um passo atrás.


Com a decepção refletida nos olhos, Alfonso afastou o olhar e adotou uma atitude brusca e resolvida.


- Poderá -lhe assegurou.


Interiormente, sabia que Alfonso tinha razão. Quanto tempo seria capaz uma mulher de resistir a um homem como ele?


Afastando esses pensamentos da mente, olhou ao outro lado da rua, ao Jackson Brewery.


- Precisamos comprar algo que te assente bem.


- Não pude fazer outra coisa, é mais alto que o Ucker, e é duas vezes mais largo de ombros -disse Dulce- A estupenda idéia de que o trouxesse comigo foi tua.


Anahí a olhou com os olhos entreabertos.


- De acordo. Estaremos no Brewery, se por acaso nos necessita.


- Muito bem, mas tomem cuidado.


- Que tomemos cuidado? -perguntou Anahí.


Dulce assinalou a Alfonso com o dedo.


- Se houver uma correria de mulheres te aparte de seu caminho. Desde que se foi o último grupo de «admiradoras» não sinto o pé direito.


Anahí cruzou a rua entre gargalhadas. Sabia que Alfonso iria atrás dela, de fato, sentia sua presença a suas costas. Era algo inegável: esse homem tinha uma forma horrorosa de invadir seus pensamentos e seus sentidos.


Nenhum dos dois disse uma palavra enquanto atravessavam a lotada galeria comercial, e entravam na primeira loja que viram.


Anahí deu uma olhada até encontrar a seção de roupa masculina. Quando a localizou, dirigiu-se para ali.


- Que estilo de roupa você gosta mais? -perguntou a Alfonso, enquanto se detinha junto ao expositor dos jeans.


- Para o que tenho em mente, o nudismo nos viria bem.


Anahí pôs os olhos em branco.


- Está tentando me chatear, verdade?


- Talvez. Devo admitir que eu gosto de muito quando te ruboriza.


E se aproximou dela.


Anahí se afastou e deixou que o mostrador dos jeans se interpor entre eles.


- Acredito que necessitará pelo menos três pares de calças enquanto esteja aqui.


Ele suspirou e olhou atentamente os jeans.


- Para que te incomodar se irei dentro de umas semanas?


Anahí o olhou furiosa...


- Jesus, Alfonso! -espetou-lhe, indignada- Te comporta como se ninguém se preocupou em te vestir em suas anteriores invocações.


- Não o fizeram.


Anahí ficou paralisada ante o desapaixonado tom de sua voz.


- Está-me dizendo que durante os últimos dois mil anos ninguém se preocupou de que ponha um pouco de roupa em cima?


- Só em duas ocasiões -lhe respondeu com a mesma inflexão monótona- Uma vez, durante uma tempestade de neve na Inglaterra, na época da Regência, uma de minhas invocadoras me cobriu com uma camisola rosa, antes de me tirar o balcão para que seu marido não me encontrasse na cama. A segunda vez foi muito abafadiça para lhe contar isso


- Não tem graça. E não entendo como uma mulher pode ter a um homem ao lado durante um mês e não preocupar-se de que se vista.


- me olhe, Anahí -lhe disse, estendendo os braços para que contemplasse seu esbelto e delicioso corpo- Sou um escravo sexual. Ninguém tinha pensado jamais em me pôr roupa para cumprir com minhas obrigações, antes que você chegasse.


A apaixonada olhar de Alfonso a mantinha em um estado de transe, mas a dor que ele tentava ocultar nas profundidades azuis de seus olhos a golpeou com força. E o golpe lhe chegou à alma.


- Asseguro-te -prosseguiu ele em voz baixa- que uma vez me tinham dentro, faziam tudo por me manter ali, na Idade Média, uma das invocadoras trancou a porta e disse a todo mundo que tinha a peste.


Anahí desviou o olhar enquanto lhe escutava. O que contava era incrível, mas podia dizer -pela expressão de seu rosto- que não estava exagerando nem um ápice.


Não era capaz de imaginar as degradações que teria sofrido ao longo dos séculos. Santo Deus!, As pessoas tratava aos animais melhor do que tinham tratado a ele.


- Invocavam-lhe e nenhuma delas conversava contigo, nem te dava roupa?


- A fantasia de todo homem, não é certo? Ter a um milhão de mulheres dispostas a jogar-se em seus braços, sem compromissos nem promessas. Sem procurar outra coisa que seu corpo e as poucas semanas de prazer que pode lhes proporcionar -o tom ligeiro não conseguiu ocultar a amargura que lhe invadia.


Pode que essa fosse a fantasia de qualquer homem, mas estava claro que não era a de Alfonso.


- Bom -disse Anahí, voltando para os jeans-, eu não sou assim, e vais precisar levar algo em cima quando sairmos.


O olhar que lhe dedicou foi tão irada que deu um involuntário passo para trás.


- Não me amaldiçoaram para ser mostrado em público, Anahí. Estou aqui para te servir a ti, e só a ti.


Que bem soava isso. Mas nem ainda assim ia dar-se por vencida. Não podia utilizar a outro ser humano da forma que Alfonso descrevia. Estava mau e não seria capaz de seguir vivendo consigo mesma se o fazia isso.


- Dá-me igual -disse, decidida- Quero que saia comigo e vai necessitar roupa -e começou a olhar a numeração das calças.


Alfonso guardou silêncio.


Anahí levantou os olhos e captou o tenebroso e encolerizado olhar dele.


- O que?


- Quanto o que? -espetou ele.


- Nada. Vamos ver qual destes fica melhor -segurou alguns jeans de diferentes formas e os ofereceu. Pelo modo em que Alfonso reagiu, qualquer teria pensado que lhe estava dando uma merda de cão.


Sem fazer caso de sua ameaçadora aparência, Anahí lhe empurrou para os provadores e fechou com força a porta de um dos compartimentos atrás dele.


Alfonso ficou paralisado ao entrar no pequeno cubículo. Sua imagem lhe assaltou subitamente desde três ângulos diferentes. Durante um minuto, foi incapaz de respirar enquanto lutava contra o irrefreável desejo de fugir do estreito e reduzido lugar. Não podia fazer um só movimento sem dar um golpe com a porta ou com os espelhos.


Mas ainda pior que a claustrofobia, foi enfrentar à imagem de seu rosto. Fazia séculos que não contemplava seu reflexo. O homem que tinha diante se parecia tanto a seu pai que lhe entraram desejos de fazer pedaços o vidro. Tinham os mesmos traços angulosos e o mesmo olhar desdenhoso.


Quão único não compartilhavam era a profunda e irregular cicatriz que atravessava a bochecha esquerda de seu progenitor.


Pela primeira vez em incontáveis séculos, Alfonso contemplou a desagradável imagem das três tranças que lhe identificavam como general, e que lhe caíam sobre o ombro.


Levantou uma tremente mão e as tocou enquanto fazia algo que não tinha feito em muito tempo: recordar o dia que ganhou o direito às levar.


Durante a batalha do Tebas, o general que lhes comandava caiu abatido e as tropas começaram a retroceder aterrorizadas. Ele segurou a espada do general, reagrupou a seus homens e lhes conduziu à vitória, esmagando aos romanos.


O dia posterior à luta, a rainha da Macedônia em pessoa lhe trançou o cabelo e deu de presente as três contas de vidro que as sujeitavam nas pontas.


Alfonso encerrou as pequenas bolinhas em um punho.


Essas tranças tinham pertencido ao que uma vez fora um orgulhoso e heróico general macedônio, cujo exército foi tão poderoso que obrigou aos romanos a dispersar-se aterrorizados.


A lembrança lhe atormentava.


Baixou o olhar para o anel que levava na mão direita. Um anel que tinha estado ali tanto tempo que já não era consciente de que existia, fazia muito que tinha esquecido seu significado.


Mas as tranças...


Não tinha pensado nelas desde fazia muitos, muitos séculos.


As tocando nesse momento, recordava ao homem que uma vez foi. Recordava os rostos de seus familiares. Às pessoas que se apressava a lhe servir. A aqueles que lhe temiam e lhe respeitavam.


Recordava uma época em que ele mesmo governava seu destino, e o mundo conhecido se estendia ante ele para ser conquistado.


E agora não era mais que...


Com um nó na garganta, fechou os olhos e se tirou as contas do extremo das tranças, antes de começar às desfazer.


Enquanto seus dedos se esforçavam em desfazer a primeira delas, olhou as calças que tinha deixado cair ao chão.


Por que estava fazendo isso Anahí por ele? Por que se empenhava em lhe tratar como a um ser humano?


Estava tão acostumado a ser tratado como a um objeto, que a amabilidade desta mulher lhe resultava insuportável. O trato impessoal e frio que tinha mantido com o resto de suas invocadoras lhe tinha ajudado a tolerar a maldição, a não recordar quem e o que foi tempo atrás.


A não recordar o que tinha perdido.


 



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Autor(a): annytha

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capitulo dedicado a minha leitora que mais comenta, jl besos! Permitia-lhe concentrar-se tão só no aqui e o agora, nos prazeres efêmeros que tinha por diante. Mas os seres humanos não viviam desse modo. Tinham famílias, amigos, um futuro e muitos sonhos. Esperanças. Coisas que fazia séculos que ele tinha deixado atrá ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 146



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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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