Fanfics Brasil - 6 Um sonho de Amante AyA

Fanfic: Um sonho de Amante AyA | Tema: Traumada Hots


Capítulo: 6

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O qual não demoraria em ocorrer. Nenhuma mulher podia negar-se por muito tempo prazer de tê-lo.
Com um amargo sorriso ante aquela idéia, contemplou a casa.
Em que lugar e em que época se encontrava?
Não sabia quanto tempo tinha estado preso. Quão único recordava era o som das vozes com o passar do tempo, a sutil mudança dos acentos e dos dialetos conforme passavam os anos.
Olhando a luz que se encontrava sobre sua cabeça, franziu o cenho. Não havia nenhuma chama. O que era essa coisa? Os olhos encheram de lágrimas, irritados, e desviou o olhar.
Isso devia ser uma lâmpada, decidiu.
«Ouça, preciso mudar a lâmpada. Faça-me o favor de desligar ao interruptor que está junto à porta, certo?»
Enquanto recordava as palavras do dono da livraria, olhou para a porta e viu o que supostamente devia ser o interruptor. Alfonso se afastou das escadas e apertou o pequeno dispositivo. Imediatamente, as luzes se apagaram. Religou as.
Sorriu sem perceber. O que outras maravilhas lhe aguardavam nesta época?
— Aqui tem.
Alfonso olhou Anahí que estava na parte superior da escada. Jogou-lhe um comprido retângulo de tecido verde escuro. Sustentou-a sobre o peito enquanto a incredulidade o deixava perplexo.
Havia dito a sério de lhe cobrir?
Que estranho. Franzindo mais o cenho, envolveu os quadris com o tecido.
Anahí esperou até que se afastou da porta para olhá-lo de novo. Graças a Deus, por fim estava coberto. Não era de se admirar que os vitorianos insistissem tanto no assunto das folhas de parreira. Era uma pena não ter umas no pátio. Quão único crescia ali eram alguns arbustos, e duvidava muito que ele apreciasse suas folhas.
Anahí se encaminhou para a sala e se sentou no sofá.
— Me ajude, Dul —suspirou— Me pagará isso por isso.
E então, ele se sentou a seu lado, revolucionando tudo os hormônios de seu corpo com sua presença.
Enquanto se movia até a outra ponta do sofá, Anahí lhe olhou cautelosamente.
— Assim… ficará quanto tempo?
OH, que boa pergunta, Anahí! Por que não lhe pergunta pelo tempo ou lhe pede um autógrafo? Jesus!
— Até a próxima lua cheia - seus gélidos olhos deram mostras de um pequeno degelo. E, enquanto deslizava seu olhar por todo seu corpo, o gelo se transformou em fogo em décimos de segundo. Inclinou-se sobre ela para lhe tocar o rosto. Anahí se incorporou de um salto e pôs a mesa do café como barreira de separação.
— Está-me dizendo que tenho que te agüentar durante todo um mês?
— Sim.
Chocada, Anahí passou a mão pelos olhos. Não podia entretê-lo durante um mês. Um mês inteiro, com todos seus dias! Tinha obrigações, responsabilidades. Até tinha que procurar um passatempo.
— Olhe —lhe disse— Acredite ou não, tenho uma vida na qual não está incluído.
Sabia pela expressão de seu rosto, que não lhe importavam suas palavras. Absolutamente.
— Se acredite que estou encantado de estar aqui contigo, está infelizmente equivocada. Asseguro-te que não escolhi vir.
Suas palavras conseguiram feri-la.
— Bom certa parte de ti não sente o mesmo - lhe disse enquanto dedicava um furioso olhar a aquela parte de seu corpo que ainda estava rígida como uma vara.
Ele suspirou ao dar uma olhada para baixo e vislumbrar a protuberância que sobressaía sob a toalha.
— Infelizmente, tenho tanto controle sobre isto como sobre o fato de estar aqui.
— Bom, a porta está aí - disse assinalando-a— Tome cuidado de que não te golpeie o traseiro ao fechar-se.
— me acredite, se pudesse ir, faria.
Anahí titubeou ante suas palavras, ante seu significado.
— Quer dizer que não posso te ordenar que parta? Nem que retorne ao livro?
— Acredito que a expressão que usou foi: bingo.
Anahí guardou silêncio.
Alfonso ficou de pé lentamente e a olhou. Durante todos os séculos que tinha condenado esta a primeira vez que lhe acontecia uma coisa assim. O resto de suas invocadoras tinham sabido o que ele significava, e tinham estado mais que dispostas a passar todo um mês em seus braços, utilizando feliz, seu corpo para obter prazer.
Jamais em sua vida, mortal ou imortal, tinha encontrado a uma mulher que não lhe desejasse fisicamente.
Era…
Estranho.
Humilhante.
Quase embaraçoso.
Seria um indício de que a maldição se debilitava? De que possivelmente pudesse libertar-se?
Não. No fundo sabia que não era certo, mesmo que sua mente se esforçava em aferrar-se à idéia. Quando os deuses gregos decretam um castigo, fazem-no com um estilo e com uma ira que nem sequer dois milênios podem suavizar.
Houve uma época, muito tempo atrás, em que tinha lutado contra a condenação. Uma época em que tinha acreditado que poderia libertar-se. Mas depois de dois mil anos de cárcere e tortura desumana, tinha aprendido algo: resignação.
Merecia este inferno pessoal e, como o soldado que uma vez tinha sido, aceitava o castigo.
Sentia um nó na garganta e tragou para tentar desfazê-lo. Estendeu os braços aos lados e ofereceu seu corpo a Anahí.
— Faz comigo o que deseje. Só tem que me dizer como posso te dar prazer.
— Então desejo que te parta.
Alfonso deixou cair os braços.
— Nisso não posso te dar prazer.
Frustrada, Anahí começou a caminhar nervosa de um lado a outro. Finalmente, seus hormônios tinham retornado à normalidade e, com a cabeça mais limpa, esforçou-se por encontrar uma solução. Mas por muito que buscasse, não parecia haver nenhuma.
Uma dor aguda se instalou em suas têmporas.
O que ia fazer um mês —um mês inteiro— com ele?
De novo, uma visão de Alfonso sobre ela, com o cabelo caindo a ambos os lados do rosto, formando um dossel ao redor de seus corpos enquanto se introduzia totalmente nela, assaltou-a.
— Necessito algo… — Alfonso falhou a voz.
Anahí se deu a volta para lhe olhar, com o corpo ainda lhe suplicando que cedesse a seus desejos.
Seria tão fácil render-se ante ele… Mas não podia cometer esse engano. Negava-se a usar a Alfonso desse modo. Como se…
Não, não ia pensar nisso. Negava-se a pensar nisso.
— O que? —perguntou ela.
— Comida —respondeu Alfonso— Se não ir me utilizar de forma apropriada, importaria-te se como algo?
A expressão envergonhada e rubra de desagrado que adotou seu rosto indicou a Anahí que não gostava de ter que pedir.
Então caiu na conta de algo, se para ela isto resultava estranho e difícil, como demônios se sentiria ele depois de ter sido arrancado de onde quer que estivesse para ser jogado na sua vida como se fosse uma pedra jogado com um estilingue? Devia ser terrível.
— É obvio - lhe disse enquanto ficava em movimento para que ele a seguisse— A cozinha está aqui - o guiou pelo curto corredor que levava a parte traseira da casa.
Abriu a geladeira e se afastou para que ele desse uma olhada.
— O que gosta?
Em lugar de colocar a cabeça para procurar algo, ficou ao meio metro de distância.
— Sobrou um pouco de pizza?
— Pizza? —repetiu Anahí assombrada. Como saberia ele o que era uma pizza?
Alfonso se deu de ombros.
— Deu-me a impressão de que você gosta muito.
A Anahí arderam às bochechas enquanto recordava o tolo jogo ao que se dedicaram enquanto comiam. Dulce fazia outro comentário a respeito de substituir o sexo com a comida, e ela tinha fingido um orgasmo ao saborear a última parte de pizza.
— Escutou-nos?
Com uma expressão fechada, ele respondeu em voz baixa.
— O escravo sexual escuta tudo o que se diz nas proximidades do livro.
Se as bochechas lhe ardessem um pouco mais, acabariam explodindo.
— Não ficou nada - disse rapidamente, retrocedeu para colocar a cabeça no congelador para esfriar. Tenho um pouco de frango que sobrou de ontem, e também macarrão.
— E vinho?
Ela assentiu com a cabeça.
— Está bem.
O tom despótico que utilizou Alfonso fez estalar sua fúria. Era um desses tons usados por um típico Tarzan que no fundo queria dizer: Eu sou o macho, neném. Traga-me a comida. E tinha conseguido que lhe fervesse o sangue.
— Olhe, não sou sua cozinheira. Se me azucrinar te darei de comer Alpo, como.
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Alpo?
— Esquece-o - ainda irritada, tirou o frango e o preparou para colocá-lo no microondas.
Alfonso se sentou à mesa com esse aura de arrogância tão masculina que acabava com todas suas boas intenções. Desejando ter uma lata do Alpo, Anahí serve um pouco de macarrão em uma terrina.
— De todos os modos, quanto tempo estiveste preso nesse livro? Da Idade Média? —ao menos sua forma de atuar correspondia a da época.
Ele permaneceu sentado, tão quieto como uma estátua. Nada de mostrar suas emoções. Se não o tivesse conhecido melhor, teria pensado que se tratava de um andróide.
— A última vez que fui convocado foi no ano 1895.
— Sério? —Anahí ficou com a boca aberta enquanto colocava a terrina no microondas— Em 1895? Está falando a sério?
Ele assentiu com a cabeça.
— Em que ano lhe meteram no livro? A primeira vez quero dizer.
A ira se apropriou de seu rosto com tal intensidade que Anahí se assustou.
— Segundo seu calendário, no ano 149 a.C.
Anahí abriu os olhos de par em par.
— No ano 149 antes de Cristo? Jesus, Maria e José! Quando te chamei Alfonso da Macedônia era certo. É da Macedônia.
Ele assentiu com um gesto brusco.
Os pensamentos de Anahí giravam como um torvelinho enquanto fechava o microondas e o ligava. Era impossível. Tinha que ser impossível!
— Como lhe meteram no livro? A verdade, conforme tenho entendido, os antigos gregos não tinham livros?
- Originalmente fui preso em um cilindro de pergaminho que mais tarde foi encadernado como medida de segurança - disse com um tom sombrio e o rosto impassível— E com respeito ao que foi o que fiz para que me castigassem: invadi Alexandria.
Anahí franziu o cenho. Aquilo não tinha nem pingo de sentido, como o resto de tudo o que estava acontecendo.
— E por que foste merecer-te um castigo por invadir uma cidade?
— Alexandria não era uma cidade, era uma sacerdotisa virgem do deus Priapus.
Anahí se esticou ante o comentário, e ante a magnitude do castigo que implicava «invadir» a uma mulher. Encerrar ao autor da invasão para toda a eternidade era um pouco excessivo.
— Violou a uma mulher?
— Não a violei - respondeu olhando-a com dureza— Foi de mútuo consentimento, asseguro-lhe isso.
Certo, esse era um tema sensível para ele. Percebia-se claramente em sua gélida conduta. Não gostava de falar do passado. Teria que ser um pouquinho mais sutil em seu interrogatório.
Alfonso escutou a estranha campainha, e observou com Anahí apertava uma mola que abria a porta da caixa negra onde tinha introduzido sua comida.
Ela tirou a fumegante terrina de comida e o colocou ante ele, junto com um garfo prateado, uma faca, um guardanapo de papel e uma taça de vinho. O quente aroma lhe subiu à cabeça e fez que o estômago rugisse de necessidade.
Supunha-se que devia estar perplexo pelo modo tão rápido em que ela tinha cozinhado, mas depois de ter ouvido falar de artefatos com nomes estranhos como trem, câmara, automóvel, fonógrafo, foguete e computador, Alfonso duvidava que algo pudesse tomá-lo por surpresa.
Em realidade, não ficava nenhum sentimento nele, além do desejo, fazia muito que tinha banido todas suas emoções.
Sua existência não era mais que uma sucessão de fragmentos temporários ao longo dos séculos. Sua única razão de ser era a de obedecer aos desejos sexuais de suas invocadoras.
E, se algo tinha aprendido nos dois últimos milênios, era a desfrutar dos escassos prazeres que podia obter em cada invocação.
Com esse pensamento, segurou uma pequena porção de comida e saboreou a deliciosa sensação dos mornos e cremosos talharins sobre sua língua. Era uma pura delícia.


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Autor(a): annytha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 146



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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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