Fanfics Brasil - 7 Um sonho de Amante AyA

Fanfic: Um sonho de Amante AyA | Tema: Traumada Hots


Capítulo: 7

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Deixou que o aroma das especiarias e do frango invadisse sua cabeça. Tinha passado uma eternidade da última vez que provou a comida. Uma eternidade sofrendo uma fome atroz. Fechou os olhos e tragou. Acostumado como estava à privação em lugar da comida, seu estômago se fechou ante o primeiro bocado. Alfonso apertou com força a faca e o garfo enquanto lutava por afastar a terrível dor.


Mas não deixou de comer. Não o faria enquanto houvesse comida na terrina. Tinha esperado muito tempo para poder aplacar sua fome e não estava disposta a deter-se agora.


Depois de alguns bocados mais, as retorções diminuíram e lhe permitiram desfrutar plenamente da comida.


Uma vez que seu estômago se acalmou, teve que jogar mão de todas suas forças para comer como um humano e não esconder comida a punhados, tal era a fome que lhe devorava as vísceras.


Em momentos como este, resultava-lhe muito difícil recordar que ainda era humano, e não uma besta desbocada e feroz que tinha sido libertada de sua jaula.


Fazia séculos que tinha perdido a maior parte de sua condição humana. E estava decidido há conservar o pouco que ficava.


Anahí se apoiou no balcão e o observou enquanto comia. O fazia lentamente, de forma quase mecânica. Não deixava entrever se gostava da comida, mas ainda assim, continuava comendo.


O que realmente lhe surpreendeu foram os deliciosos maneiras europeus que demonstrava. Ela nunca tinha sido capaz de comer desse modo, e foi então quando começou a perguntar-se onde teria aprendido a utilizar a faca para manter a massa no garfo, e evitar que caísse.


- Havia garfos na antiga Macedônia? -perguntou-lhe.


Alfonso deixou de comer.


- Desculpa?


- Perguntava-me quando se inventou o garfo. Já o utilizavam em...?


Estas desvairando! Gritou-lhe sua mente.


E quem não o faria nesta situação? Olhe ao moço. Quantas vezes acredita que alguém atuou como um imbecil e acabou devolvendo a vida a uma estátua grega? Especialmente uma estátua com esse corpo!


Não muito freqüentemente.


- Acredito que se inventou em meados do século XV.


- Sério? -perguntou ela- Você estava ali?


Com uma expressão ilegível, levantou os olhos e a sua vez perguntou:


- A que te refere, ao momento em que inventaram o garfo ou ao século XV?


- Ao século XV, é obvio. -E pensando-o melhor, acrescentou - Não estava ali quando se inventou o garfo, verdade?


- Não. -Alfonso limpou a garganta e se limpou a boca com o guardanapo- Fui convocado em quatro ocasiões durante esse século. Duas vezes na Itália, uma na França e outra na Inglaterra.


- De verdade? -Tentou imaginar-se como devia ser o mundo naquela época- Aposto a que viu todo tipo de coisas ao longo dos séculos.


- Não tantas.


- OH, venha já! Em dois mil anos...


- Vi principalmente dormitórios, camas e armários.


Seu tom seco fez que Anahí se detivesse e ele continuou comendo. Uma imagem do Rodrigo lhe cravou o coração. Ela só tinha conhecido a um imbecil egoísta e despreocupado. Mas parecia que Alfonso tinha mais experiência nesse terreno.


- me conte então, o que faz enquanto está no livro, tomba-te e esperas que alguém te convoque?


Ele assentiu.


- E o que faz para passar o tempo?


Alfonso se deu de ombros e Anahí caiu na conta de que, em realidade, não demonstrava possuir um grande número de expressões.


Nem de palavras.


Aproximou-se da mesa e se sentou em um tamborete frente a ele.


- A meu ver, de acordo com o que disse, temos que estar juntos durante um mês, que tal se nos dedicamos a conversar para fazê-lo mais agradável?


Alfonso levantou o olhar, surpreso. Não podia recordar a última vez que alguém quis conversar com ele, exceto para lhe dar ânimos ou lhe fazer sugestões que o ajudassem a incrementar o prazer que lhes proporcionava. Ou para lhe pedir que voltasse para a cama.


Tinha aprendido muito novo que as mulheres só queriam uma coisa dele: essa parte de seu corpo enterrada profundamente entre suas coxas.


Com essa idéia na mente, passeou lentamente o olhar pelo corpo de Anahí, detendo-se em seus seios, que se endureceram sob seu prolongado escrutínio.


Indignada, Anahí cruzou os braços sobre o peito e esperou a que ele a olhasse aos olhos. Alfonso quase soltou uma gargalhada. Quase.


- A meu ver -disse ele utilizando suas mesmas palavras- Há coisas que fazer com a língua muito mais prazenteiras que conversar: como lhe passar isso pelos seios nus e pela garganta -baixou o olhar para o lugar onde, aproximadamente, ficaria seu colo através da mesa- Sem mencionar outras partes que poderia visitar.


Por um instante, Anahí ficou sem fala. E depois encontrou a graça ao assunto. E um momento mais tarde começou a ficar muito brincalhona.


Como terapeuta, tinha ouvido coisas muito mais surpreendentes que essa, recordou-se.


Sim, claro, mas não o havia dito uma pessoa com a que ela queria fazer outras coisas além de falar.


- Tem razão, há outras muitas coisas que se podem fazer com uma língua, como, por exemplo, cortá-la, disse e se desfrutou na surpresa que refletiram seus olhos- Mas sou uma mulher a que gosta de muito falar, e você está aqui para me prazer, verdade?


Seu corpo se esticou de forma muito sutil, como se resistisse a aceitar seu papel.


- É certo.


- Então, me conte o que faz enquanto está no livro.


Anahí sentiu como seus olhos a atravessavam com uma intensidade tão abrasadora que a deixou intrigada, desconcertada e um pouco assustada.


- É como estar preso em um sarcófago -respondeu ele em voz baixa- Ouço vozes, mas não posso ver a luz nem nenhuma outra coisa. Não posso me mover. Simplesmente me limito a esperar e a escutar.


Anahí se horrorizou ante a simples idéia. Recordava o dia, muito tempo atrás, em que se ficou presa acidentalmente no armário das ferramentas de seu pai. A escuridão era total e não havia modo de sair. Aterrorizada, havia sentido que lhe oprimiam os pulmões e que a cabeça começava a lhe dar voltas pelo medo. Chiou e esperneou contra a porta até que teve as mãos cheias de machucados.


Finalmente, sua mãe a escutou e a ajudou a sair.


Após, Anahí sentia uma ligeira claustrofobia devido à experiência. Não podia imaginá-lo que seria passar séculos inteiros em um lugar assim.


- É horrível - balbuciou.


- Ao final te chega a acostumar. Com o tempo.


- De verdade? -não estava muito segura, mas duvidava que fosse certo.


Quando sua mãe a tirou do armário, descobriu que só tinha estado presa meia hora, mas lhe tinha parecido uma eternidade. O que se sentiria ao passar realmente uma eternidade preso?


- tentaste escapar alguma vez?


O olhar que lhe dedicou o dizia tudo.


- O que passou? -perguntou Anahí.


- Obviamente, não tive sorte.


Sentia-se muito mal por ele. Dois mil anos preso em uma cripta tenebrosa. Era um milagre que não se tornou louco. Que fora capaz de sentar-se com ela e falar.


Não era de se admirar que lhe tivesse pedido comida. Privar a uma pessoa de todos os prazeres sensoriais era uma tortura cruel e desumana.


E então soube que ia ajudar. Não sabia muito bem como fazê-lo, mas tinha que haver algum modo de libertá-lo.


- E se encontrássemos o modo de te tirar daí?


- Asseguro-te que não há nenhum.


- É um tanto pessimista, não?


Olhou-a divertido.


- Estar preso durante dois mil anos tem esse efeito sobre as pessoas.


Anahí o observou enquanto acabava a comida, com a mente em ebulição. Sua parte mais otimista se negava a escutar seu fatalismo, exatamente igual à terapeuta que havia nela se negava a deixá-lo partir sem ajudá-lo. Tinha jurado aliviar o sofrimento das pessoas, e ela se tomava seus juramentos muito a sério.


Quem procura, acha.


E embora tivesse que atravessar oceanos ou cruzar o mesmo inferno, encontraria o modo de libertá-lo!


Enquanto isso decidiu fazer algo que duvidava muito que alguém tivesse feito por ele antes: ia encarregar de que desfrutasse de sua liberdade em Nova Orleans. As outras mulheres o tinham mantido preso nos limites de seus dormitórios ou de seus closets, mas ela não estava disposta a encadear a ninguém.


- Bem, então digamos que esta vez vais ser você o que desfrute, moço.


Ele levantou o olhar da terrina com repentino interesse.


- vou ser sua acompanhante - continuou Anahí- Faremos algo que deseje muito. E veremos tudo o que te ocorra.


Enquanto tomava um gole de vinho, curvou os lábios em um gesto irônico.


- tire a camisa.


- Como? -perguntou Anahí.


Alfonso deixou a um lado a taça de vinho e a atravessou com um luxurioso e candente olhar.


- Disse que posso ver o que quiser e fazer o que me deseje muito. Bem, pois quero ver seus seios nus e depois quero passar a língua por...


- Ouça grandalhão! Relaxe-te! -disse-lhe Anahí com as bochechas ardendo e o corpo abrasado pelo desejo- Acredito que vamos deixar claras algumas regras que terá que cumprir esteja aqui. Número um: nada disso.


- E por que não?


Sim, exigiu-lhe seu corpo entre a súplica e o aborrecimento. Por que não?


- Porque não sou nenhuma gata de rua com o rabo elevado para que qualquer gato venha, monte-me e se vá.


 


 



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Autor(a): annytha

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:37

    Pooooooooooxaaaaaaaaaa, lí o último capítulo e gostei, mas a senhorita autora sumiu... E agora, #comofas???

  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:36

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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  • camillatutty Postado em 20/01/2013 - 23:31:35

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