Fanfic: The Vampire Diaries - Elena G. & Damon S. | Tema: The Vampire Diaries - Damon & Elena

Capítulo 7: Jogos

"Stefan..."

Stefan andou até a luz para mostrar sua face. Não havia nada de diferente, ele era o mesmo e velho Stefan. Elena disparou em sua direção e jogou seus braços em torno dele, dando-lhe um abraço. "Oh, você está bem... você está bem..."

Ela sentiu Stefan retornar o abraço vagarosamente. "Eu estou bem." Ele falou sem muitas emoções. Bem, talvez houvesse algo de diferente em Stefan.

Elena se afastou para olhá-lo nos olhos. "Onde você estava?"

"Por aí-"

"Stefan, o que há de errado?" Elena estendeu uma mão e pousou no braço dele. "Eu estava na mansão até agora. Por que não foi para lá?"

Elena viu certa dor nos olhos do namorado. "Eu fui..." Stefan se afastou de Elena e foi até a janela aberta para encarar a noite. "e encontrei Damon e você na mesma cama." Ele se virou e olhou nos olhos dela ao dizer as palavras.

"Stefan, não é nada disso que está pensando." Elena andou até ele e parou em sua frente.

"Eu sei. Eu sei que nada aconteceu, Elena. Mas mesmo assim..."Stefan colocou uma mão sobre sua boca, tentando esconder seu rosto irado. "eu fiquei furioso em ver vocês dois juntos, eu queria matá-lo por estar daquele jeito com você."

"Por que está agindo assim, Stefan?"

"Elena, você sabe que Damon não quer ser somente seu amigo, não é?" ele apontou um dedo acusador.

"Stefan..."

"Você sabe disso, não sabe? Diga-me, Elena!"

"Por que isso agora? Por que está procurando motivos para brigar?" Ela manteve-se firme na discussão.

"Porque não responde nenhuma de minhas perguntas?" Stefan parecia outra pessoa.

"Porque elas são absurdas!"

"Elas não são absurdas..." Ele deu um passo em direção a ela. "Por que não se afasta dele? Você me diz que às vezes não suporta ficar ao lado dele, mas também não faz nada para mudar a situação."

"Stefan, todos nós temos um lado bom e um lado ruim. Eu não gosto de algumas atitudes dele, mas eu me importo com Damon, esse é um dos motivos porque eu não o removo da minha vida. Outro motivo é porque ele é seu irmão e mora na mesma casa que você." Elena não acreditava que estavam tendo aquela discussão. "Por que está sendo tão inseguro, Stefan?"

"Eu não sou inseguro. Só estou apresentando fatos." Ele contornou o quarto para ficar longe dela. "E outro fato é que eu não gosto quando você fica perto dele."

"Stefan, tem alguma coisa de errado. Você pode ser tudo, menos ciumento." Aquele vampiro parado em seu quarto não parecia seu namorado.

"Eu não estou com ciúmes! Estou com raiva!"

"Com raiva de quê?"

"Da proximidade de vocês... isso não era para acontecer."

"Stefan," Elena foi até o namorado e o fez olhá-la nos olhos. "eu te amo. Não há nada com o que se preocupar." Ela falou suavemente.

Imediatamente, Elena viu os olhos dele suavizarem. Stefan pareceu cansado, de repente. Ele andou até a cama de sua amada e se sentou lá sem muito etiqueta. "Eu não estou bem." Ele declarou, parecendo volátil.

Elena sentiu uma dor imensa em seu peito por vê-lo daquele jeito. "Stefan..."

"Eu não estou bem... eu não estou bem..." ele continuava repetindo.

"Diga-me o que sente para que eu possa te ajudar." Elena se ajoelhou em frente a Stefan e pousou suas mãos nas pernas dele.

"Eu me sinto faminto! E isso está me deixando louco..." a voz dele se alterou e suas mãos foram para sua têmpora.

"Mas Stefan, você acabou de-" ela tentou falar sobre a quantidade de sangue que ele havia ingerido.

"Eu sei!" ele a cortou com uma voz irregular. "Mas não é o suficiente."

Elena se assustou com a reação do namorado e se levantou rapidamente. Ela não sabia o que fazer; não podia oferecer mais o seu sangue, porque se sentia muito fraca ainda. E também porque tinha quase certeza de que ele recusaria. "O que posso fazer?" ela sussurrou.

"Nada." Stefan se levantou, parecendo mais calmo e ficou de frente para a janela.

Ela foi até ele e o abraçou pelas costas. Stefan ficou tenso com o toque; aquela não era hora para isso. Ele não se sentia bem o suficiente para ficar perto de um humano, ainda mais Elena. Stefan batalhou seu cérebro para tentar lembrar o motivo de estar ali. Aquilo era perigoso, e um risco desnecessário para Elena.

"Você vai ficar bem."

Stefan se virou e pegou o rosto de Elena em suas mãos, plantando-lhe um beijo em seus lábios. "Eu sei." Ele disse. "Mas agora eu preciso de algum tempo."

"Por quê?"

"Elena, eu não estou acostumado a tomar sangue humano, e isso pode me deixar um pouco instável por alguns dias." Ele tentou explicar sem perder a paciência.

Elena sentiu um nó na garganta. Ela fizera ele beber seu sangue e aquilo estava acontecendo agora por causa dela. "Desculpe-me. Eu fiz isso. A culpa é minha."

"Não, não é sua culpa. Você estava me salvando e eu estava salvando você." Ele concluiu. "Elena," ele pediu sua atenção. "eu vou embora. Preciso ficar sozinho por algum tempo."

Ela abaixou a cabeça e recusou responder. Quando Elena olhou para cima de novo, Stefan já havia desaparecido pela janela. Talvez estivesse na hora de dormir ou ela disconfiava que aquela noite poderia piorar ainda mais.

Damon estranhou quando o prefeito chamou um tal de John Gilbert para fazer um discurso da reunião das famílias fundadoras; ele se aproximou da xerife Forbes e perguntou num sussuro. "Ele é um Gilbert?"

"É o tio de Elena..." ela parecia descontente. "mas eu o chamo de idiota mesmo."

"Olá a todos. É muito bom vê-los. Gostaria que fosse em circunstâncias melhores." O homem mantinha sua pose impecável e confiança desproporcional. "Como um membro de uma das famílias fundadoras é meu dever informar notícias angustiantes. O banco de sangue de nossa cidade vizinha, Amherst, relatou vários arrombamentos no último mês. E há ocorrências de desaparecimento de 4 caçadores, 7 campistas e 2 empregados do estado tudo num raio de 70 milhas de Mystic Falls."

"Ok, ok, não precisamos nos alarmar nesse momento." O prefeito Lockwood cortou a torrente de informações fornecida por Gilbert, mas isso não o impediu de continuar.

"Vocês pensam que todos seus problemas acabaram, mas estou aqui para informá-los de que nada foi resolvido." John falou

Damon ouviu aquelas palavras com alarme. Problemas como esse não eram algo que ele queria enfrentar agora. A cidade estava abarrotada de vampiros, então ele não tinha tempo para se preocupar com humanos fazedores do bem. Esse tal de John Gilbert havia chegado em Mystic Falls na hora errada.

Elena andou pelos corredores do colégio com sua mente vagando. Ela acabara de falar com Matt sobre a morte de Vicky. Ele estava devastado e perdido. Mais uma pessoa que foi arrastada para esse meio sem querer.

"Elena."

Elena ouviu seu nome ser chamado e se virou. "Sr. Saltzman."

O professor tinha o cenho franzido de preocupação. "Pode vir aqui?"

"Claro." Elena voltou alguns passos e se dirigiu até a sala de Alaric. "Algum problema?" Ela perguntou assim que ele fechou a porta da sala.

"Hmm," ele foi até sua mesa e pegou um maço de folhas e o entregou para Elena. "eu fiz uma cópia de um trabalho que Jeremy escreveu."

Elena pegou o trabalho em mãos e leu o título `Fato ou Ficção: A verdade sobre vampiros em Mystic Falls`. Aquilo não podia estar acontecendo. "Jeremy escreveu isso?" ela perguntou desacreditada.

"Sim, mas ele foi bem claro em mostrar que acha que não é real."

Elena tentou controlar sua respiração. "Eu espero que esteja certo, porque eu fiz de tudo para poupá-lo de tudo isso." Ela não consegueria imaginar problema maior que esse.

Alaric viu o transtorno de Elena. "Como você lida com tudo isso?"

"O que quer dizer?"

"Todas as mentiras e segredos... você tem que mentir para todas as pessoas que são importantes para você."

"Não é seguro para eles saberem a verdade. Eu minto para eles, mas é só porque eu os amo muito." Elena não sabia porque estava se justificando, parecia que ela estava fazendo algo de errado.

"Eu entendo. Eu só queria que você soubesse o que está se passando na cabeça de Jeremy. Isso pode se tornar um problema." Alaric concluiu.

"Sim, obrigada." Elena agradeceu genuinamente e se retirou da sala, indo até seu carro. Ela rapidamente dirigiu para casa e decidiu fazer algo que estava guardando por muito tempo. Dizer a Jeremy que era adotada, isso talvez abriria portas para outro tipo de conversação. Talvez ele falaria para ela o que realmente achava sobre a existência de vampiros.

"Jer?" Elena desencostou a porta destrancada do quarto dele e o avistou sentado em sua mesa de estudos.

"Hmm."

"Está ocupado? Eu queria conversar."

"Hmm, claro. Pode entrar." Ele se virou em sua cadeira giratória, esquecendo do que estava lendo por um momento.

Elena entrou no quarto e se sentou na cama do irmão, olhando-o atentamente. Deus, ele era tão novo. "Jer, eu queria conversar sobre algo delicado."

"O que é? Você está bem?" Ele imediatamente esboçou preocupação.

"Eu estou bem... mas-" Elena não conseguia falar as palavras, era muito difícil. Talvez ela estivesse com medo de não ter a aprovação de Jeremy; talvez ele não a aceitaria mais como irmã. Ela olhou nos olhos do irmão e o viu preocupado com sua hesitação. "Jer, eu sou adotada."

"O quê?" Jeremy pareceu intrigado.

"É, eu descobri há pouco tempo de formas não muito agradáveis..." Elena se lembrou de Stefan dizendo as palavras. "e Jenna me ajudou a pesquisar sobre meus pais biológicos. Tudo que eu sei é que minha mãe era uma adolescente grávida que fugiu de casa e acabou chegando até o consultório do papai, onde eu nasci. Assim que eu nasci, ela me deu para adoção."

"Deus, eu não acredito que papai e mamãe nunca te disseram."

"Eles iam, eventualmente."

"Você não está preocupada que eu te rejeite de alguma forma, está?" Jeremy sorriu um pouco.

"Não, Jer." Elena falou as palavras com muito mais segurança, agora que via que nada havia mudado. "Você é meu irmão, isso que importa."

Ele balançou a cabeça e ficou satisfeito com a resposta.

"Então," Elena aproveitou a deixa. "Sr. Saltzman me disse que está se dando bem em história."

"Oh, é, ele tem me ajudado muito. Me deu crédito extra para recuperar minhas notas." Jeremy permaneceu receptivo.

"Ele adorou seu trabalho sobre os vampiros." Ela não conseguia mais segurar.

"Ele achou que eu tive uma abordagem interessante." Jeremy se vangloriou.

"Por que escolheu esse assunto?"

"Hmm, não sei, tédio?" Jeremy riu de si mesmo, mas Elena não achava nada daquilo engraçado. "Ou talvez eu seja tão maluco quanto todos os Gilberts."

"Os Gilberts não são malucos." Elena sorriu um pouco.

"Ah, fácil para você falar isso, você não é uma." E aí estava a primeira piada sobre ser adotada.

"Au." Elena levantou e deu um tapa de leve no braço do irmão. "Troque-se," ela falou por último. "nós temos uma festinha para nos divertir, hoje."

Jeremy virou os olhos e escorregou na cadeira que estava sentado, insatisfeito por ela ter lembrado da primeira festa das famílias fundadoras desse mês.

"Oh, eu não deveria estar aqui." Stefan olhou para a fachada bonita da casa, onde a primeira festa das famílias fundadoras estava sendo apresentada.

"Vamos lá," Damon subiu os degraus, esperando pelo irmão o acompanhar. "não seja tão dramático, você já está bem melhor e ficar mais que dois dias preso dentro de quatro paredes já passa a ser uma tortura. É uma festa para as famílias fundadoras, quem mais merecedor do que nós?"

Stefan o seguiu, sentindo-se derrotado pelo ânimo do irmão. "Eu gostava mais de você quando você odiava todo mundo."

Damon mostrou seu sorriso matador. "Oh, eu ainda odeio todo mundo." Ele riu-se. "Eu só adoro o fato de que eles me amam."

Stefan nem conseguiu rir da pequena piada. Estava muito preocupado em se controlar essa noite; era só uma noite. Damon insistiu um pouco mais. "Como está se sentindo? Sem desejos? Sem vontades? Isso é o efeito do uísque que você vem bebendo o dia inteiro?"

"Nada te faria mais feliz do que me ver entregar os pontos, não é Damon? Mas eu estou bem e agora eu vou procurar Elena." Stefan saiu andando pela multidão sem olhar para trás.

Stefan andava elegante entre as pessoas, sentindo seus cheiros cativantes. Em alguns segundos, ele sentiu sua garganta arder. Aquilo não era bom, ele não deveria estar rodeado de pessoas. Um barman colocou uma dose de uísque encima do balcão e Stefan não se importou com o dono, somente pegou o copo e virou o conteúdo goela a baixo. A ardência da fome foi substituída pela ardência do álcool descendo em sua garganta. Stefan andou pelos corredores e parou em outro balcão, pedindo ao barman outro uísque, mas sem gelo.

Ele bebeu quatro ou cinco doses – já perdera a conta – antes de perceber alguém bufando ao seu lado. "Caroline." Stefan sentiu sua língua relaxada e percebeu que estava bêbado.

"Oi, Stefan." Ela respondeu sem o mínimo de ânimo.

"Onde está Matt?" Stefan perguntou por falta de assunto.

"Por aí..." Caroline franziu o cenho, olhando diretamente para Stefan. "Você está bêbado?"

"Hmm, talvez." Ele levantou as duas mãos, indagando.

"Oh, ótimo. Até você está bêbado e eu não posso beber nessa festa chata." Caroline apoiou os braços no balcão.

"Por quê não?" Stefan perguntou, parecendo realmente interessado.

"Porque minha mãe está aqui, vê?" ela apontou o dedo para a xerife, que agora conversava com Damon. "E ela fez o favor de avisar todos os resposáveis por bebidas na festa para não me servir nada alcoólico."

Stefan olhou para a garota e percebeu que ela estava tendo menos diversão que ele próprio. "Caroli-"

Mas ela o cortou. "E olha essas músicas! Essas não são músicas para festa; o organizador disso precisa ir a alguns workshops..."

"Caroline," Stefan prometeu a si mesmo que seria a última vez que a chamaria. "você quer algo para beber?"

"Hmpf, claro! Mas você não ouviu o que eu falei? Claro que não... você está bêbado."

"Caroline," ok, essa era a última vez, de verdade, que ele a chamaria. "o que quer?"

"Está falando sério?"

"Muito." Stefan.

Caroline deu um sorriso desconfiado e chegou mais perto de Stefan. "Ok," ela falou, olhando-o de lado. "eu quero vodca."

Stefan brilhou um sorriso vampiresco que Caroline não comumente via, e isso a pegou desprevinida. Ele estava diferente.

"Senhor, por favor," Stefan chamou o barman. "a moça aqui quer uma dose de vodca."

Esse era o plano brilhante dele? Falar que a bebida era para ela? O homem nunca ia serví-la. "Ow, me desculpe, essa é Caroline Forbes, não posso servir bebidas alcoolicas à ela." O barman falou o esperado.

Mas então Stefan endireitou sua postura e olhou o homem seriamente. O barman o olhou de volta, como se houvesse algo muito interessante no rosto de Stefan, mas Caroline não notou nada de estranho. "Sirva a bebida." Stefan falou.

O homem pegou um copo novo e encheu com gelo e vodca e colocou em frente a Caroline. "Obrigada." Ela falou para o barman, mas quem respondeu foi Stefan.

"De nada." Ele levantou uma sombrancelha charmosa.

Caroline não estava reconhecendo este novo Stefan, mas não teve mais tempo para desbravar, pois Elena acabara de chegar no ambiente, tomando a atenção de todos.

"Elena," Stefan foi encontrá-la no meio do salão vazio. "aí está você."

"Senti sua falta..." Ela sussurrou para ele somente, mas mesmo assim estranhou o comportamento do namorado, comparado à crise de dois dias atrás. "Você está bem?"

"Hmm," Stefan fez-se de desentedido. "talvez eu esteja bêbado."

"Ow, ok." Elena não sabia se podia rir. "Quanto deve ser o tamanho de minha preocupação?"

"Não, não, não. Você não precisa ficar preocupada, é só até a crise passar. Pode acreditar, álcool realmente ajuda."

"Tudo bem..." Elena não achava que estava tudo bem.

"Quer dançar?" Stefan mudou de assunto em um piscar de olhos.

"Você odeia dançar."

"Meu eu sóbrio odeia dançar, meu eu bêbado adora." Stefan falou espirituosamente.

A moça olhou para os lados e não viu ninguém dançando. "Ninguém está dançando, Stefan."

O vampiro bêbado pareceu tomar conhecimento daquilo só naquele momento, então ele andou devagar até o balcão para colocar seu copo ali, Elena o seguiu. "Isso é porque a música não presta." Ele disse, indo em direção ao DJ.

"Ow, eu o pago 10 pratas se ele conseguir mudar a idéia do DJ."

Elena se virou para ver Caroline também encostada no balcão. "Caroline, oi."

"Oi, Elena." Caroline ainda respondeu desanimada. "Então, o que há com Stefan? Ele parece diferente." Ela percebera.

"Ele está bêbado." Elena falou insatisfeita.

"É, bem, disso eu estou com inveja." Caroline virou o conteúdo de seu copo e ficou espantada quando um rock dos anos 70 começou a tocar. "Eu não acredito." Ela falou, enquanto delizava para a dançar.

Stefan se misturou em meio às pessoas que começaram a dançar todas de uma vez, e Elena assistiu quando ele e Caroline começaram a dançar juntos.

"Eu entrei em um universo paralelo onde Stefan se diverte?"

Elena ouviu a voz de Damon carregada de sarcasmo bem ao seu lado, mas ela não podia esconder sua preocupação com o problema maior ali apresentado. "Ele vai ficar bem?"

"Eventualmente. De uma forma ou de outra." Damon parecia estar se divertindo ao ver Stefan mais solto e menos chato.

Mas Elena não gostava nada daquilo; era uma situação delicada, que podia sair dos trilhos a qualquer momento. Elena empunhou o braço de Damon e o arrastou para um cômodo mais privado. "Ow, não pode nem ser discreta Elena? Eu tenho mais pretendentes aqui além de você... vai manchar minha reputação."

Os dois entraram em um cômodo iluminado somente pela luz da lareira, e Elena encostou a porta ao passar, deixando a sala mais escura e confortável ainda. "Damon," os dois se encararam e só agora ela viu com ele estava elegante em seu terno cinza e camisa preta. "o que está acontecendo com ele?"

Damon bebericou de seu champagne e respondeu ralaxadamente. "Ele só está um pouco ansioso, mas é normal."

"Quanto tempo até ele voltar ao normal?" ela queria respostas para perguntas impossíveis.

"Eu não sei, Elena, não sou um especialista na área." Falou ele impacientemente.

"Ontem, depois que você me levou embora, ele apareceu em minha casa." Elena falou as palavras que tinha certeza que chamariam a atenção de Damon.

"O quê?" Damon pareceu inconformado.

"Exatamente o que você ouviu." Elena saiu da frente dele e se sentou em um dos sofás. Damon a seguiu nos calcanhares e se sentou ao seu lado.

"O que ele foi fazer lá?"

"Ele estava transtornado." Elena se virou um pouco no sofá para encará-lo de frente. "E então ele começou a falar de nós..."

"Nós, sendo..."

"Sendo você e eu." Elena concluiu o pensamento. "Ele falou de como não gostava de nos ver juntos, que tinha raiva de você, que não entendia porque eu não removia você da minha vida, que a nossa proximidade era algo que ele não queria que tivesse acontecido, entre outras coisas que não me lembro agora."

"E o que você respondeu?" Damon estava muito curioso para saber quais foram as respostas de Elena.

"Não importa, Damon. O que importa é que ele não é assim! Ele não está agindo normalmente."

"Elena," Damon se aproximou mais um palmo dela. "toda a existência de Stefan não é normal. Ele está assim porque ele quebrou sua dieta vegetariana, que na minha opinião é uma dieta estúpida. Ele deveria estar aprendendo a controlar a urgência por sangue humano que todos nós vampiros temos, mas não, ao invés disso, ele tenta negar sua natureza sentindo pena de si mesmo."

Elena ouviu as palavras com dor no coração, pois sabia que eram a verdade. Ela suspirou para não perder a cabeça. "O que fazemos? Não podemos deixar isso sair fora de controle."

"Elena, isso já está fora de controle. Ele bebeu uma garrafa de uísque hoje para tentar se controlar." Damon a olhava intensamente, mas tentava escolher as palavras certas para não alarmá-la.

"Oh deus..." Elena pegou o champagne da mão do vampiro e o virou de uma vez. "o que fazemos então?"

"Ei, isso era meu." Damon falou fingindo insulto.

"Eu sei, mas você não respondeu à minha pergunta." Elena pousou a taça em uma mesa ali perto e voltou a atenção para o vampiro à sua frente.

Damon desistiu de tentar se descontrair e a olhou seriamente. "Nós temos duas opções. Primeira, podemos trancá-lo a força e fazer com que ele volte para sua entediante dieta vegetariana até voltar ao normal. E segunda, nós podemos deixá-lo do jeito que está e esperar que essa crise passe sozinha." Ele apresentou as opções.

"Não podemos trancá-lo a força, Damon." Elena passou as mãos nos cabelos.

"Então eu acredito que já decidimos qual a melhor opção, de acordo com você." Damon completou, levantando-se.

Elena fez o mesmo e foi até a lareira, para se aquecer um pouco. Ela sentiu Damon andar pela sala às suas costas e se alarmou quando de repente o viu ao seu lado. "Ah... acho que nunca vou me acostumar a seus superpoderes vampirescos."

Damon sorriu de lado e se virou completamente para encará-la. Ela não tirou os olhos das chamas dançantes do fogo e ele não tirou os olhos dela. "Elena, você acha que o ataque de ciúmes de Stefan ontem foi somente porque ele nos viu em minha cama?"

Ela não sabia onde Damon queria chegar com isso, mas sabia que não estava com cabeça para joguinhos psicológicos. "O que quer dizer, Damon?"

"Bem, o que quero dizer é que, você acha que ele ter nos encontrado juntos na mesma cama foi o único motivo para ele pirar daquele jeito? Ele reformulou a pergunta desnecessariamente, pois sabia que ela havia entendido cada palavra que ele falou da primeira vez.

Elena se virou completamente para o vampiro para falar as palavras. "Ele havia tomado sangue humano. Stefan não é daquele jeito."

"Bem, Stefan não quer ser daquele jeito." Ele falou, dando um passo em direção à ela e ficando mais perto a cada segundo. "Mas isso não significa que no fundo, ele não seja."

"Ele não é..."

"Mas você não respondeu à minha pergunta." Damon estava quase sussurrando por conta da proximidade.

Elena sabia que uma hora teria que responder àquilo, fosse para Damon ou fosse para Stefan, então ela escolheu o que melhor receberia a resposta. "Eu acho que," Elena suspirou para encontrar as palavras certas. "estamos mais próximos do que eu imaginava. E isso talvez possa ter trazido idéias a cabeça dele."

"Fisicamente próximos?" Damon olhou para o pequeno espaço que ainda os separava.

"Não, metaforicamente." Ela se odiava por admitir aquilo, mas era a verdade.

"Hmm," Damon olhou para cima da lareira, onde se encontrava um arranjo de flores e tirou uma rosa vermelha ali do meio; a rosa subiu até o rosto de Elena e deslizou por sua bochecha, passando pela linha do maxilar, acariciando seu braço até chegar à mão dela. "eu também me importo com você, Elena." Ele falou as palavras que ela estava tendo problemas em pronunciar. Ela segurou a rosa firmemente em mãos.

Ela olhou dentro dos olhos azuis de Damon; eles pareciam os olhos de uma criança que acabou de fazer algo errado e ia confessar, mas ele nada disse. Os dois ficaram ali se olhando, enquanto as chamas do fogo embelezavam suas peles, e foi então que Elena conseguiu ver a alma antiga que os olhos de Damon guardavam. Ele parecia estar quebrado por dentro.

"Até hoje, essa é a única coisa que você falou que eu tenho certeza que é verdade." Elena falou as palavras e inspirou o ar para sentir o cheiro instigante de Damon, assim que sua colônia atingiu as narinas de Elena, ela sentiu seu coração disparar e um calor se espalhar por seu corpo. Talvez, fisicamente, eles estivessem muito mais perto do que metaforicamente. Mas ela se sentia bem ali, então para que sair?

Damon sentiu a mudança em Elena. Ouviu seu coração bater mais rápido, sua pressão aumentar, viu suas pupilas dilatarem e pode até ver os pêlos em seus braços eriçarem. Ele levou uma mão até o ombro dela e com dedos leves, deslizou devagar a mão pelo braço de Elena; Damon teve certeza que pode sentir a eletrização da pele da moça. Os dois se olharam nos olhos, e Damon pode ver que Elena estava em conflito, com uma delicada ruga no cenho; mas isso não foi o suficiente para ele parar seu jogo de sedução. Ele envolveu uma das mãos de Elena na sua e manteve o olhar. "Diga-me como se sente." Ele demandou.

"Eu não posso..." Elena confessou, fechando os olhos momentaneamente e os abrindo logo em seguida, para mostrar lágrimas se formando.

"Por quê?" Damon estava tão perto, que ela conseguia sentir seu hálito quente colidindo com sua boca.

Elena piscou, para deixar as lágrimas escorrerem. "Por que eu não sei o que eu estou sentindo."

Damon pareceu entender o que ela havia falado, então levou um dedo até o rosto dela e limpou-lhe as lágrimas. "Você vai descobrir eventualmente." Damon deu um passo para trás e quebrou o toque.

Elena se sentiu despedaçada por dentro, quebrada por estar em conflito, insatisfeita por Damon ter se afastado, levando consigo a segurança e conforto que ele passava. Mas ela não podia ser egoísta e pensar somente nela, havia problemas maiores para lidar, e quando tais problemas fossem resolvidos, ela poderia então cuidar de seus sentimentos. "É, você tem razão, eu vou descobrir eventualmente." Elena olhou Damon intensamente nos olhos e percebeu que ele ia dizer algo, mas hesitou, e nesse momento de hesitação, tudo foi ao chão.

"Elena? O que está fazendo aqui com Damon?"

A atenção de Elena e Damon se voltou para Stefan parado ao lado da porta, com olhos inconformados.

N.A.: Muahhhahaah, rs. Adoro quando Stefan interrompe as cenas e adoro brigas!