Fanfic: The Vampire Diaries - Elena G. & Damon S. | Tema: The Vampire Diaries - Damon & Elena

Capítulo 8: Você, Eu e Nós

Elena foi pega de surpresa por Stefan ali no mesmo cômodo que ela e Damon dividiam, mas sua capacidade de improvisar não foi afetada. "Stefan..." ela passou por Damon e foi até seu namorado. "não é nada, nós só estávamos conversando sobre-"

"Você." Damon completou a sentença de Elena, ganhando um olhar censurador dela, o qual ele fez questão de ignorar.

Stefan andou devagar para dentro da sala, ficando no meio do irmão e da namorada. "O quê? Algum de vocês gostaria de explicar o que está acontecendo aqui?"

"Elena, ele étodo seu." Damon esboçou um sorriso e começou a se dirigir para a porta do aposento, mas foi impedido por Stefan que o grudou pelo braço no momento em que estava passando ao seu lado.

Elena imediatamente foi de encontro aos dois para os separarem. "Stefan, solte-o. Eu te explico tudo." O vampiro não obedeceu. "Solte-o." Ela colocou sua mão sobre a dele e mostrou sua insatifação com seu comportamento.

Devagar, Stefan soltou o irmão mais velho. Damon não reagiu, pois sabia que aquela situação podia piorar exponencialmente com somente algumas palavras e alguns movimentos de sua parte, e Stefan não estava em sua melhor forma para uma briga. Elena assistiu à Damon sair da sala sem nem olhar para trás e respirou fundo, enquanto formulava sua explicação para Stefan.

"Agora, se importa em me explicar o que diabos estava fazendo aqui com Damon?" Stefan indagou em um sussurro desesperado.

"Nós estávamos conversando sobre você." Elena repetiu calmamente. "Estamos preocupados."

"Eu estou bem, Elena." Stefan rebateu.

"Não, você não está bem!" Elena alterou sua voz. "Você está cheirando à álcool, e eu não consigo ter uma conversa com você que não termine em briga."

Stefan pareceu machucado com as palavras, mas Elena não se arrependeu de tê-las dito. "Eu só estou um pouco inquieto..." o vampiro respirou profundamente. "parece que minha cabeça vai explodir..."

Elena o abraçou, passando um senso de conforto. "Você vai ficar bem." Ela sussurrou. Mas a afirmação foi mais para ela mesma do que para Stefan.

"Ok," Stefan se afastou um pouco para olhá-la. "nós precisamos ir. Houve uma briga lá fora, por isso que estava procurando você."

"Estão todos bem?" Elena pareceu preocupada.

"Eu não sei." Stefan falou, levando uma mão até a mão dela. "Eu só ouvi a briga." A mão de Stefan encontrou a rosa que Elena ainda tinha firmemente entre os dedos. "O que é isso?"

Elena levantou a rosa que tinha e mãos. "É só uma rosa..." ela girou a rosa entre dois dedos e sentiu algo pontiagudo furar sua pele. "au..."

"O que foi?" Stefan se aproximou.

"Acho que a rosa estava com espinhos." Ela tentou esconder a mão agora suja de sangue.

Era inacreditável como o cheiro de sangue viajava rápido. Aquelas notas de doçura metálica foram liberadas no ambiente em alguns segundos, e Stefan já sentia sua garganta raspar e arder de fome. Fazia 24 horas que ele não se alimentava e ter sangue assim tão perto dele era uma prova de fogo. Ele sentiu as veias ao redor de seus olhos ficarem protuberantes, sentiu sua visão se aguçar e ele estava pronto para a caça.

O vampiro andou em direção à presa e viu o rosto aterrorizado de Elena, que já estava há alguns metros de distância dele. Era Elena... não havia caça nem caçador, Stefan voltou a realidade. Havia somente Elena, a mulher que ele amava. Ele viu o quanto ela parecia acuada e com medo e deu tudo de si para se acalmar para seu rosto voltar ao normal. Stefan respirou fundo e sentiu seus olhos voltarem ao seu verde natural. "Desculpe-me, Elena." Ele se aproximou devagar da moça. "Eu não vou machucar você, não precisa ficar com medo."

Elena não respondeu, somente assistiu à ele andar devagar até ela, com mãos apaziguadoras levantadas no ar. "Eu acho que você deveria ir para casa, Stefan."

O vampiro parou onde estava e sentiu seu peito dilacerar. Ele ia contradizê-la e convencê-la de que ele nunca a machucaria, mas assim que ele abriu a boca para falar, ela o cortou. "É sério, vá para casa. Eu te encontro lá."

Elena se sentiu mal em machucá-lo com o que falou, mas manteve-se firme. Stefan abaixou a cabeça e conformou-se; virou em direção a porta e lançou um último olhar para Elena, desaparecendo em seguida.

Elena saiu da sala rapidamente com o intuito de encontrar somente uma pessoa: Damon.

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Damon olhou para o céu estrelado da sacada da bela casa. Estava um linda noite, mas ficaria ainda mais bela se os problemas fossem inexistentes. O vampiro sentiu alguém chegar a sacada e logo sabia quem era.

"Então, você deve ser John." Ele cumprimentou quando viu o homem parar ao seu lado.

"Damon, nós não tivemos a chance de nos apresentar na reunião hoje mais cedo." John falou seguro de si, enquanto estendia uma mão.

Damon a balançou e voltou a se escorar no parapeito da sacada. "Há quanto tempo não aparecia por aqui?" o vampiro puxou conversa.

"Há pouco tempo, para o funeral de meu irmão. E você, está há muito tempo em Mystic Falls?"

"Ahh, muito pouco." Damon respondeu brevemente.

"Então Damon, o que acha sobre a situação da cidade?" John insistiu na conversa.

"O que quer dizer?"

"Bem, você sabe que Mystic Falls está cheia de vampiros, é bem provável que teremos que sair à caça assim como em 1864. Caçá-los, jogá-los dentro de uma igreja e queimar a igreja ao chão." Ele recapitulou os fatos categoricamente.

"Essa é a história..." Damon respondeu sarcástico.

"Mas claro que não é só isso que aconteceu." John provocou.

"Ah não?" Damon fingiu curisidade.

"Dizem que havia uma tumba embaixo da igreja e que todos os vampiros capturados ficaram seguros dentro dessa tal tumba até que alguém conseguisse abrí-la." O homem fez uma pausa esperando resposta, mas não obtendo nenhuma, ele continuou. "Mas é claro que você sabe disso, não é Damon? Afinal das contas, foi você quem abriu a tumba."

Damon se virou para o arrogante Gilbert. "E por que está me dizendo isso? Você sabe que eu posso arrancar seu pescoço fora em um piscar de olhos, não sabe?"

"Oh, eu sei, mas só achei que deveria esclarecer algumas coisas..." John continuou. "Ei, Damon, porque não tenta me matar? Quem sabe experimentar meu sangue, eu sei que vocês Salvatores são estúpidamente fáceis de enganar."

Damon sentiu uma ira arder dentro de seus órgãos, mas mantêve-se indiferente aos insultos. "Verbana, eh?" o vampiro falou, andando devagar para fora da sacada. Agora um membro do conselho sabia que ele era um vampiro, o que fazer? Damon não teve muito tempo para pensar, e quando realizou, já tinha a cabeça de John Gilbert em suas mãos; ele torceu o pescoço do homem, quebrando-o em um movimento sutil e no momento seguinte, o tio de Elena foi jogado pela sacada, aterrisando no chão em um ângulo estranho.

Ele acabara de matar John Gilbert.

Damon saiu dali para não chamar atenção e se dirigiu para o salão principal, onde o prefeito falava algumas palavras para a abertura oficial das festividades das famílias fundadoras. Ele fez questão de não prestar atenção ao que o prefeito falava, somente andava entre as pessoas, até avistar a única pessoa relevante da festa. "Elena." Ele a chamou.

Elena parecia eufórica, e quando o viu ficou aliviada. "Damon, até que enfim."

"Já está com saudades?" ele falou mais alto do que deveria.

Ela fingiu não ouvir o que ele acabara de falar e ficou ombro a ombro com ele, ambos tentando aparentar que estavam ouvindo ao discurso. "Nós temos que ir embora." Ela sussurrou somente para ele ouvir.

Damon a ouviu claramente e virou seu rosto, fazendo com que seus lábios encontrassem o ouvido dela. "Por quê?" ele sussurrou.

Elena suprimiu um calafrio e também virou seu rosto para ele, narizes quase tocando. "Stefan piorou."

Damon estreitou os olhos e se perdeu em pensamentos, tentando descobrir o que possivelmente poderia ter acontecido com o irmão. "O que aconteceu?"

Eles ainda estavam muito perto um do outro quando Elena respondeu. "Eu te conto no carro, vamos." Ela pegou a mão dele.

O vampiro a seguiu sem protestos, mas parou abruptamente no meio do caminho quando ouviu um nome em específico sair da boca do prefeito. "John Gilbert, por favor, uma salva de palmas."

Damon não podia acreditar... ele acabou matou John Gilbert, mas lá estava ele, agora com microfone em mãos, pronto para começar seu discurso. Ele olhou atentamente à mão que segurava o microfone e um anel absurdamente grande cintilou no dedo do homem. Era igual ao de Alaric! Só podia ser brincadeira... Ele tinha que descobrir onde Alaric conseguira seu anel.

"O que foi, Damon?"

Uma voz o trouxe de volta à realidade. "Hmm? Oh, nada. Vamos."

Assim que os dois chegaram ao carro de Damon, Elena soltou a mão dele e se acomodou no banco do passageiro. Ele rapidamente entrou no carro e deu partida, saindo do estacionamento e pegando a estrada até a mansão.

"Agora me diga o que aconteceu." Damon a olhou.

"Olhe para estrada!" Elena avisou-o, fazendo-o girar os olhos nas órbitas. "Eu te digo, mas tem que me prometer não perder a cabeça." Ela falou.

"Ok..." Damon respondeu certo de que não ia gostar de ouvir as novidades.

"Bem..." ela começou incerta. "quando Stefan e eu estávamos conversando lá na sala, eu cortei minha mão e ele meio que-" ela procurou pelas palavras certas.

"O que Elena, fale logo!"

"Ele veio para cima de mim." Elena já estava se arrependendo de ter contado isso à Damon.

Damon pregou o pé no freio e fez com que o carro parasse no meio da estrada escura. Ele bufava com as mãos no volante. "Ele tentou atacar você?" o vampiro se virou lentamente para olhar Elena, que ainda estava assustada com a parada abrupta do carro.

"Eu não disse isso." Ela finalmente falou, também se virando para olhar Damon. "Eu disse que ele só perdeu o controle por alguns segundos. Mas depois ele viu que era eu, e que tinha algo de errado..."

Ele passou a mão no próprio rosto, exalando ódio. "Eu vou matá-lo."

"Não, não vai. Você prometeu que não ia fazer nada Damon..."

"Eu não prometi nada!"

"Stefan só perdeu o controle por alguns segundos! Você está exagerando."

Demorou um segundo para Damon injetar seus olhos azuis de sangue e vestir sua face vampiresca, mostrando a verdadeira imagem de um vampiro faminto. Ele foi para cima dela, fazendo-a recuar o máximo até a porta do carro encontrar suas costas. "Você tem alguma idéia de quão rápido eu consigo te matar?" ele parou perigosamente perto do rosto dela, e seus olhos dançavam dos lábios de Elena até seu pescoço.

Ela fechou os olhos e se entregou ao medo. "Damon, pare... você está me assustando." Ela sussurrou chorosamente.

"Não pense nem por um segundo que Stefan é inofensivo. Ele é tão caçador quanto eu." Ele ignorou o pedido de Elena. "A única diferença entre nós dois é que eu tenho certeza de que eu nunca te machucaria."

Elena abriu os olhos novamente e viu que o rosto de Damon estava de volta à sua aparência humana, mas ainda perto demais. "Pronto, acabou?" ela perguntou brava pelo medo que ele a fizera passar, mas o vampiro não recuou nem por um segundo.

Damon sentiu os lábios de Elena muito perto dos seus, e a noção de saber que ela correra perigo, o fez prezar a presença e proximidade dela mais ainda. Ele quase sabia qual era o gosto da boca dela na sua. "Preze mais sua vida, Elena. É a única coisa que importa no final de tudo." Ele recuou para seu assento e ela se endireitou no seu.

O restante da pequena viagem foi silenciosa, apesar de ambos terem muito o que dizer um para o outro. Eles desceram do carro e se dirigiram para a entrada da mansão. Quando Damon levou a mão até a maçaneta, Elena o impediu de virá-la, colocando sua mão encima da dele. "Por favor, deixe-me resolver isso."

Damon não acreditava em Elena naquele momento, nada que ele dissera dentro do carro servira para alguma coisa. "Eu só quero conversar com ele, não se preocupe, você pode assistir se quiser."

Elena não discutiu, pois sabia que não levaria à lugar algum brigar com Damon. Ela o seguiu, enquanto ele gritava o nome do irmão. "Stefan? Onde está você-ê?" Ele cantarolou. Mas ele sabia onde encontraria Stefan; provavelmente se lamentando em seu quarto. Ele subiu as escadas e foi diretamente para o quarto de Stefan. Ele estava certo, Stefan estava ali, mas só não estava lamentando, ele estava parado em frente à porta de sua sacada, olhando o céu de lua cheia.

O irmão mais velho entrou sem nem pedir lincença. "Stefan? Que diabos estava pensando? Elena? Sério?" Damon não estava no humor para conversar.

"Damon, saia! Eu não quero você aqui." Stefan respondeu mais calmamente que o irmão, virando-se para o irmão.

"Você atacou Elena!" Damon evidenciou.

"Eu não a ataquei..." Stefan se defendeu, levantando um pouco a voz.

"Eu não disse isso, Damon." Elena confirmou.

"Mas você poderia ter atacado! Você imagina como você estaria agora se alguma coisa tivesse acontecido com ela?" Damon estava mais possesso a cada minuto.

"Eu sei disso!" Stefan berrou.

"Você não vai chegar perto dela até melhorar, me entendeu?" Damon também estava a ponto de berrar.

"Ela é MINHA namorada, Damon!" Stefan rebateu. "Ela que decide se eu devo chegar perto dela ou não!"

"Ela é sua namorada, mas nem cuidar dela você não consegue!"

"Parem!" Elena entrou no meio dos dois, que se aproximavam mais a cada segundo. "Parem agora! É estupidez ficar brigando pelo que já aconteceu!" Ela parecia um pouco sem fôlego.

Os dois fizeram menção de responder, mas Elena foi mais rápida. "Eu não quero ouvir o que nenhum de vocês tem pra falar!" ela olhou para os dois. "Damon, pare de brigar. Isso não vai levar a nada." Ela apontou um dedo para ele. "E Stefan, nós estamos aqui para ajudar, mas você tem que nos deixar."

Damon continuou olhando para ela teimosamente, mas Stefan abaixou a cabeça e levou as mãos até seu rosto. "Eu preciso descansar, Elena. E preciso que você fique longe de mim pelo menos durante esse final de semana. É mais fácil para mim quando não há nada... nada para me tentar..." Stefan falou calmamente, parecendo não estar mais bêbado. "Eu pensei que conseguiria ficar perto de você, mas acho que ainda é cedo demais."

Elena sentiu uma fisgada no peito e seu coração afundou com a dor que sentia, mas se fosse para o melhor, ela com certeza concordaria. "Tudo bem. Eu farei o que for preciso para te ajudar." ela se dirigiu até a porta do quarto e lançou um último olhar para Stefan. Ela sabia o quanto ele estava sofrendo só de olhar nos olhos dele. "Estarei em casa se precisar de mim." Elena falou antes de sair do quarto.

Damon a seguiu, sabendo que Stefan não faria o mesmo. "Espere, Elena."

"Eu vou para casa, Damon." Elena continuou andando até a porta da mansão.

"Eu te levo."

"Não, eu chamo um táxi." Ela abriu a porta e saiu da casa.

Damon a seguiu de perto. "Não seja tola, Elena."

"É sério," ela parou por alguns segundos e começou a digitar um número na tela de seu celular. "eu estou cansada e chateada... e eu não quero você me dando sermões." Os olhos dos dois se encontraram brevemente.

Damon partiu em direção à ela, tomou o celular de sua mão e a pegou pelo braço. "Venha," ele a arrastou até o carro, abrindo a porta em seguida. "entre no carro."

Elena o olhou, sabendo que se falasse não, ele provavelmente ia fazer com que ela entrasse. "Deus do céu..." ela entrou reclamando e se sentou no banco do passageiro.

Logo em seguida, Damon estava sentado ao seu lado, e os dois se dirigiam para a casa de Elena.

"Você está bem?" Damon perguntou quando as luzes da cidade já se faziam visíveis.

"Não."

"Quer conversar?"

"Não."

"Ah, vamos lá, Elena. Você não pode ficar assim para sempre..." ele falou em tom relaxado.

Elena não respondeu, somente continuou olhando as ruas iluminadas até chegar à sua casa. Como sempre, Damon parou duas casas antes da dela e desligou o carro. Ela não estava com paciência para conversar; sua cabeça estava borbulhando com todos os acontecimentos da noite, e sua preocupação com Stefan era impossível de descrever. Elena agradeceu Damon e saiu do carro, entrando em casa logo em seguida.

Todas as luzes do andar de baixo estavam apagadas, logo Elena deduziu que não havia ninguém ali. Ela subiu as escadas e antes de entrar no próprio quarto, viu a luz do quarto do irmão acesa, e ele ali, sentado em sua cadeira, lendo algo.

"Ei, Jer. Tudo bem?"

Jeremy a olhou e pareceu pensar em uma resposta. "Sim." Ele falou seriamente. Elena pensou em perguntar se ele tinha certeza, mas assim que começou a falar, o irmão a cortou e foi até a porta e a fechou, dizendo boa noite.

"Boa noite." Elena respondeu para a porta. Alguma coisa acontecera com Jeremy, mas hoje ela não estava com cabeça para descobrir os problemas do irmão.

Mais uma noite acabando mal, Elena pensou consigo mesma, enquanto entrava em seu quarto e trancava a porta atrás de si. Agora tudo que precisava era dormir, quem sabe uma boa noite de sono não a fizesse ficar menos estressada.

"Ei, Elena."

Elena se assustou com a voz e se virou para reconhecer o vampiro sentado em sua janela. "Mas que diabos, Damon? O que está fazendo aqui? Eu falei que queria ficar sozinha." ela perguntou num sussurro.

"E não me interessa." Damon deu um sorriso conformado e se levantou do parapeito, andando pelo quarto. "Eu não consegui ir embora. Você está muito chateada e pode fazer alguma coisa idiota."

"Eu não sou você, Damon." Elena respondeu maldosamente.

"Au." Ele colocou a mão sobre o peito, fingindo dor.

"Damon, eu só quero descansar..."

"O que está te impedindo?"

"Agora? Você."

"Uau... você está com a língua afiada hoje." Ele remarcou, se aproximando.

"Estou passando muito tempo com você." Ela foi até seu armário e pegou uma troca de roupas.

"Aparentemente..." Damon andou até a cama dela e se sentou, encostando-se na cebeceira.

"Damon, eu vou me trocar e escovar os dentes, e quando eu voltar, eu quero dormir. Então por favor, vá para sua casa." Elena explicou e sem esperar a resposta, entrou no banheiro.

Damon esperou que Elena fechasse a porta para levantar da cama e ir até a janela novamente. "Que diabos eu estou fazendo aqui?" ele sussurrou para si mesmo. Ele estava tentando não analisar demais a situação, mas com pouco sucesso. Ele queria ficar perto dela, por isso que ele estava ali. A presença dela parecia tão certa para ele. Damon se sentia bem, é, não tão bem agora que ela acabara de falar para ele ir embora. Mas a vontade dele burlava a rejeição; ele sentia que aquilo ia se encaminhar para algo não muito agradável no final das contas.

"Você ainda está aqui..." Elena saiu do banheiro de pijamas.

Damon se virou para ela e se puniu mentalmente por estar se tornando tão dependente dela. "Eu... já vou."

Ele se virou para a janela de novo e começou a sair quando ouviu Elena suspirar profundamente. "Damon," ela andou até a janela e gesticulou para ele entrar de novo. Damon obedeceu sem nem repensar. "me desculpe." Elena confessou quando Damon ficou em pé a sua frente mais uma vez. "Desculpe-me pelas coisas que eu falei. É só que eu-... eu estou tão assustada com o que pode acontecer com Stefan." Ela levou as mão até seu rosto e sentiu seus olhos arderem com as lágrimas.

O vampiro ficou sem ação quando viu Elena chorar com as mãos segurando o rosto. "Elena? Elena?" ele chamou, mas ela não olhou. Damon levou suas mãos até as dela. "Não chore." Ele descobriu seu rosto. "Tudo vai ficar bem."

Damon a puxou para um abraço e ela retribuiu abertamente. "Não parece que vai." Elena enterrou o rosto no peito dele, molhando sua camisa com lágrimas. Ele deixou que ela chorasse até a canseira bater.

"Agora você está sendo pessimista." Damon falou com os lábios nos cabelos dela.

"Realista..." ela rebateu.

"Chata." Insistiu ele.

Os dois riram e se afastaram um pouco para se olharem. Elena não sabia porquê Damon estava ali, mas ficou feliz quando ele não foi embora quando ela o mandou. Ela gostava de sua compainha e o senso de segurança que ele passava. A amizade dos dois estava evoluindo, e Elena chegou à conclusão que não sabia o que aquilo significava, enquanto olhava para os olhos azuis de Damon.

"Obrigada por estar aqui... me ajudando." Elena falou com olhar sincero e grato.

Damon lançou seu sorriso arrebatador. "Eu não estou ajudando... tanto."

Elena devolveu o sorriso e quebrou a proximidade com alguns passos em direção à cama. "Você ajuda sim... e atrapalha muito também."

"Ei, eu não vejo você reclamando quando eu estou salvando seu pesçocinho das encrencas que você se mete."

"Eu sabia que você ia falar isso." Elena se virou para olhá-lo novamente.

Ela viu que Damon não saiu do lugar, e um olhar desejoso perdurava em seu rosto. Aquilo não estava certo, hoje os dois tiveram muito momentos de proximidade, e ela reaceava o momento em que ela perdesse o controle sobre a situação. Elena piscou e no momento seguinte sabia que ele estava logo à sua frente.

Mais perto do que eles imaginavam, os dois se olharam e o mundo ao redor deles desapareceu. Eles estavam tão perto que Elena conseguia ver o rajado azul escuro que envolvia as íris azuis claras de Damon. Quando ele ficava tão perto assim, Elena perdia sua atenção e esquecia como as palavras se formavam.

"Eu quase beijei você hoje, Elena." Damon sussurrou contra o rosto impecável de Elena, lembrando do momento durante a festa, quando os dois estavam de frente à lareira.

"Eu sei." Ela respondeu, estranhando a mudança na atmosfera.

"Você me permitiria?" ele precisava saber.

Elena não queria machucá-lo e também não queria se machucar. "Provavelmente não."

"Então por que deixou que eu chegasse tão perto? Por que está deixando agora?" Elena não soube se ele perguntava aquilo literalmente.

"Eu confio que você não vai fazer nada..."

"Não devia."

A atmosfera pesou, e por um momento, Elena pensou que ele a beijaria, mas não, ele contiuou a olhá-la. Damon não enxergava o quanto ele havia mudado, mas Elena enxergava por ele. Ele mudou do mesmo jeito que ela mudou depois que seus pais faleceram. Os dois eram mais parecidos do que qualquer pessoa imaginava.

"Nós não podemos continuar fazendo isso." Damon colocou a mão no bolso, para evitar de tocá-la. "Eu não aguento mais."

Elena nunca se sentiu tão dividida e em conflito como naquele momento. Seu coração estava sendo rasgado dentro de seu peito. E apesar de concondar mentalmente com tudo que Damon acabara de falar, ela não entendia o porquê concordava. Por que ela não aguentava mais? Queria ela mudar sua atitude com o Salvatore mais velho? Elena sentiu-se como se estivesse se escondendo do mundo e toda vez que dava um passo para um direção nova, a imagem de Stefan explodia em sua mente, retraindo-a.

"Eu sei que Stefan está bravo e com ciúmes," Damon continuou quando viu Elena perdida em pensamentos. "mas ele tem todo o direito!" ele tentou explicar. "Se eu estivesse no lugar dele, eu agiria da mesma forma ou até pior. Não conseguiria deixar a mulher que eu amo se envolver com outro homem desse jeito..." ele apontou para ela e de volta para seu próprio peito, mencionando os dois.

"Vocês dividiram Katherine..." Elena falou as palavras com ódio e com a intenção de machucar.

"Você. Não. É. Katherine." Ele respondeu tão odioso quanto ela. "E o que aconteceu entre ela, meu irmão e eu não foi algo natural. Ela nos usou e inventou sentimentos que não existiam. Como essa conversa chegou em Katherine, huh?" Damon se frustou, passando a mão nos cabelos.

"Eu não sei..." massageou suas têmporas e cruzou os braços.

"O que eu estou dizendo, Elena," Damon se focou nela. "é que, eu só faço o que eu faço, porque você deixa. E eu não entendo porque você deixa. Cada vez que eu fico perto de você, cada vez que eu toco você, cada vez que nos olhamos nos olhos, eu vejo que você gosta, mas depois você me fala que isso não significa nada, que confia que eu não vou tentar te conquistar? Mas deixe-me esclarecer uma coisa, eu comecei a te conquistar no dia em que eu pousei os olhos em você."

"Eu nunca disse que não significava nada..." Elena queria acabar logo com aquilo, pois estava a machucando muito.

"Então o que significa?" Damon alterou a voz.

"Eu não sei, ok?" Elena respondeu igualmente alterada.

O silêncio tomou conta do quarto e os dois desviaram os olhos um do outro.

"Você realmente se importa comigo?" ele perguntou num sussurro.

"Claro que sim, Damon." Elena o olhou e respondeu com certo inconformismo na voz por causa da pergunta.

"Eu acho que não se importa. Quer saber porquê?" Damon andou até a janela e olhou para rua. "Por que eu acho que você gosta da sensação de ter dois homens dispostos a darem a vida por você. Eu acho que você gosta de ter Stefan que te dá carinho e segurança e te diz as palavras que você quer ouvir, mas você também gosta de me ter, porque eu sou uma quebra na rotina, e eu te faço rir, e esquecer seus problemas. Por isso que você não consegue se afastar de mim... porque é conveniente, não porque você se importa."

Elena queria chorar e gritar pelas coisas que Damon falou. Ela andou até ele e o pegou pelo braço, fazendo-o olhá-la. "Isso não verdade! Eu não me afasto de você porque eu gosto de você! Não por causa de um senso doentio de egoísmo como você falou. Eu gosto de você e me importo com você!"

Damon puxou seu braço da mão dela e se aproximou o máximo que pode do corpo de Elena, levou as duas mãos até o rosto dela e a beijou.