Fanfic: The Vampire Diaries - Elena G. & Damon S. | Tema: The Vampire Diaries - Damon & Elena

Capítulo 14: Parada

Stefan olhou para suas mãos ensanguentadas, mas logo seus olhos se desviaram para os corpos de duas pessoas empilhados ao seu lado. Ele não sentia nada. Esse era o problema, ele não sentia remorso por ter matado um homem e uma mulher que provavelmente se amavam e estavam prestes a casar; ele não se sentia culpado por nada. Aquelas mortes eram só mais um infortúnio de uma cadeia alimentar. Eles eram a presa e Stefan o predador.

Stefan se abaixou e olhou para a mulher de cabelos louros, agora encharcados com seu próprio sangue; a imagem daria um belo quadro, ele pensou consigo mesmo. Os olhos do vampiro percorreram o corpo da mulher que ele não sabia o nome e logo pousaram no objeto brilhante que se encontrava em um dos dedos dela. Havia um anel de prata, provavelmente um anel de noivado. Então suas suspeitas se provaram corretas, eles eram sim um casal apaixonado e sim, estavam prestes a casar. Stefan tirou o anel da mão límpida da mulher sem vida e não pode deixar de notar como o prata combinava com a palidez da pele dela. Ele examinou o anel atentamente e achou estranho um anel de noivado ser feito de prata e não ouro branco, a pedra que se destacava encima da estrutura de metal era de um tom champagne e sutilmente irregular, combinando com o estilo nada clássico do anel.

O anel foi para o bolso da calça de Stefan num gesto de reflexo e com dúvidas sobre o que fazer, ele olhou para os corpos ensaguentados no chão, surpreso com o fato de que nenhuma pessoa havia aparecido ali ainda para flagrá-lo. Sem mais delongas, ele pegou os corpos com facilidade e os jogou sobre os ombros. Quase 150 quilos encima das costas e a sensação que ele tinha era a de carregar uma mochila com livros. Seus músculos foram revigorados e a força que lhe era dada era algo formidável. Stefan correu em direção à uma pequena mata ciliar que havia ali perto do rio que cortava a cidade e quando viu as árvores se adensarem o suficiente, largou os dois corpos no chão e se afastou sem lançar um segundo olhar para àquelas pessoas que ele acabara de tirar a vida. Stefan saiu do meio das árvores e andou pelas ruas desertas.

O descuido com a situação, a impaciência de seus gestos e a frieza ao tomar decisões mostrava uma pessoa totalmente diferente, uma pessoa que muitos não reconheceriam. Stefan não tinha ninguém para lhe repreender de seus atos, nenhuma compainha para guiá-lo, suas escolhas eram puramente baseadas em instintos e necessidades. Ele não precisava sentir para se alimentar, ele não precisava se arrepender de seus atos, sendo que não havia ninguém ali para dizer o que era errado ou certo. Talvez ele não soubesse, ou talvez ele não quisesse enxergar, mas deixar seus amigos e amados para trás talvez tivesse sido a primeira de muitas más decisões.

Enquanto ia em direção ao seu carro, Stefan teve aquela impressão de estar esquecendo algo. Um sentimento, um lugar, uma pessoa... Mas o sentimento logo se perdeu, e o lugar e a pessoa foram esquecidos mais rapidamente do que foram lembrados. Aquilo não era importante agora.

Nada era importante, Stefan repetia pra si mesmo.

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"Você não precisava ter ficado aí hoje, nós sabemos que Stefan está bem longe daqui." Devagar, Elena se encostou na cabeceira da cama e falou com a voz rouca pelo sono prolongado, enquanto esfregava os olhos para clarear sua visão matinal.

A voz dela chamou a atenção do vampiro que estava sentado na mesma poltrona da noite anterior, colocada perto da janela. "Você disse meu nome enquanto dormia..." Damon sussurou. Seus olhos se tornaram suaves conforme as palavras foram deixando seus lábios.

Elena sentiu suas bochechas ficarem quentes e não soube o que dizer; ela não se lembrava de ter sonhado com Damon aquela noite, mas aparentemente ela sonhou e somente não lembrava, o que a deixava mais insegura ainda. "Falei? Algo mais que eu deva saber?" ela perguntou cautelosa.

Damon piscou devagar, sorriu discretamente e balançou a cabeça. "Não, só chamou meu nome, eu cheguei a pensar que estava acordada..."

Elena ficou confusa com o significado daquilo e se levantou e foi para o banheiro antes que começasse a pensar demais no assunto. Ela tomou um banho rápido e entrou num jeans e camiseta, saindo de lá com cabelos molhados para encontrar Damon no mesmo lugar.

"Eu tive outra idéia." Ele olhava pela janela enquanto falava.

Elena parou de pentear os cabelos por um segundo e o olhou. "Qual idéia?"

"Bonnie."

Elena se sentiu estúpida por não ter pensado naquilo antes. Bonnie poderia fazer um feitiço localizador para encontrar Stefan. "Mas é claro..."

Damon se levantou e andou pelo quarto com as mãos cruzadas nas costas. "Mas você que vai ter que pedir o favor à ela, porque a bruxinha não vai muito com a minha cara."

"Combinado." Ela não podia concordar mais. "Te encontro na mansão em algumas horas?"

"Uhum," ele respondeu ainda perambulando pelo quarto. "acho que vou ter que comprar velas, não?"

Elena sorriu com o comentário e estendeu uma mão para tocá-lo, fazendo com que ele parasse de andar pelo quarto e a encarasse. "Você está bem?" ela perguntou seriamente, notando uma pequena diferença de comportamento do Salvatore.

Damon olhou para ela e decidiu que havia memorizado cada curva e cada textura de seu rosto. A vontade de tocá-la e tê-la ficava maior a cada momento que passava ao seu lado. Ele sorriu minimamente e sem respoder, saiu pela porta do quarto.

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"Bruxinha!" Damon insultou Bonnie assim que a viu entrar na sala de estar.

Bonnie piscou demoradamente e respirou fundo. "Eu estou fazendo isso por Elena, não por Stefan, muito menos por você." Ela se dirigiu a Damon que estava parado à uns bons cinco metros dela.

Damon levantou as mãos na defensiva e terminou em um gole a copo de uísque que tinha em mãos. "Tudo bem..."

"Eu preciso de velas, algum objeto que pertença a Stefan, um objeto com significado; e alguma coisa que pertença ao corpo dele, sangue, cabelo, ou qualquer outra coisa que encontrar."

"Eu pego as velas." Damon falou empolgado.

Em 15 minutos, os três estavam reunidos na biblioteca com tudo pronto; velas posicionadas na mesa, juntamente com os objetos. Elena escolheu o diário de Stefan como objeto e a camisa suja de sangue que ele deixara para trás como algo de seu corpo. Ela deduziu que o sangue da manga pertencia à ele, já que ele se cortara para alimentar Amber.

Bonnie rasgou a parte da camisa onde estava o sangue dele e colocou uma mão encima; sua outra mão foi para cima do diário e ela fechou os olhos. Damon e Elena se sentiram sobrando na sala e quando as luzes começaram a falhar e as chamas das velas aumentar, Elena se aproximou de Damon sutilmente.

"Há um quarto... com paredes brancas e lençóis brancos. Parece antigo, mas tão bem... conservado. Parece que eu estou voltando no tempo. A decoração é clássica e limpa, mas alguns móveis estão cobertos com penos brancos. Há um quadro na parede." Bonnie saiu do estado de hipnose e olhou para Damon.

"Conhece o lugar?" Ela sabia a resposta.

"Qual a pintura do quadro?"

"Um rio com um moinho de água e casas aos arredores..."

"Você conhece?" Elena levou a mão até o braço dele.

Damon se virou completamente para Elena, e a olhou intesamente nos olhos. Elena quase pode ver nostalgia no rosto dele. "Ele foi para casa. Firenze." Ele falou em italiano, e repetiu na língua dela, para que ela entendesse. "Florença."

"Ele está na Itália? Ele teve tempo de chegar lá?"

"Acredito que sim, faz quase três dias que ele deixou Mystic Falls. Tempo o suficiente." Damon ainda a observava.

Antes que Elena fizesse mais perguntas, Bonnie se pronunciou. "Meu trabalho está feito aqui, eu vou embora." Ela pegou sua bolsa e foi em direção à porta.

"Bonnie?" Elena a chamou. "Obrigada."

A pequena bruxa se virou e olhou a amiga que parecia tão perdida. "Não faça nada estúpido, Elena." E sumiu pela porta.

Quando Elena se voltou para Damon novamente, ela já sabia o que dizer e desconfiou que ele também sabia. "Nós temos que ir até ele." Falou ela decididamente.

"Eu sei." Ele respondeu conformado. "Eu perguntaria se há alguma forma de você me deixar ir sozinho, mas já desconfio de sua opinião."

"Se desconfia, então sabe que se for sozinho, nunca te perdoarei por me deixar para trás."

Damon sorriu com a teimosia da mulher à sua frente. "Quando quer ir?"

"Hoje."

Damon pareceu surpreso com a certeza de Elena. "Hoje?"

"Sim. Você vai compelir Jenna para me deixar ir e nós vamos." Ela explicou.

"O que quer que eu fale à ela?"

"Improvise."

"Ok."

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"Florença?" Jeremy falou mais alto do que planejava.

"Shh." Elena alertou. "Sim, Florença. Damon está compelindo Jenna neste momento para me deixar ir." Ela explicou.

"Você sabe que não gosto desses métodos." Jeremy coçou a nuca.

"É inofencivo Jer, ela não precisa saber disso." Elena colocou a mala pronta ao lado de seus pés e esperou de braços cruzados por Damon.

Jeremy não rebateu, pois ainda não concordava com aquilo, por mais necessário que fosse, mas discordar não o levaria a lugar nenhum naquela situação. "Elena, eu sei que você está com... Damon, mas mesmo assim, tome cuidado."

Elena foi até o irmão e o abraçou. "Pode deixar." Ela falou com mais receio de deixá-lo em Mystic Falls, a cidade das catástrofes, do que ir para Florença com um vampiro.

Segundos mais tarde, Damon apareceu em frente ao quarto dela, com um sorriso satisfeito no rosto.

"O que disse à ela, Damon?"

Ele riu-se antes de falar. "Eu disse que você pegou catapora."

"O quê? Meu deus, achei que fosse criativo..." ela pegou a mala e se dirigiu para as escadas, saindo da casa em seguida.

"Ei, eu sou!" ele a seguiu. "Disse que você vai ter que ficar de cama e que portanto não poderá ir para o colégio por algum tempo e nem receber visitas. E a melhor parte, ela não pode cuidar de você, porque ela nunca pegou catapora..." ele parecia tão satisfeito com a mentira mal contada.

"Gênio..." ela falou sarcasticamente, colocando sua mala no porta malas do carro dele.

"Eu sei..." ele contornou o carro e entrou no banco do motorista.

Elena olhou para Jeremy, que estava parado na porta da casa e acenou uma última vez antes de entrar no carro. Assim que eles caíram na rodovia, Elena começou as perguntas. "Então qual o plano de viagem? Aposto que você tem um."

"Claro que tenho." Ele falou convencido. "Vamos até o aeroporto de Atlanta e pegamos o primeiro voô disponível para Itália, seja Roma ou Milão ou qualquer um disponível. Chegando em território italiano, alugamos um carro dirigimos até Florença."

"Soa cansativo." Ela suspirou.

"Muito tarde para voltar atrás..."

"Eu não quero voltar atrás." Ela rebateu. "Quantas horas em estimativa?"

"Hm, de 25 a 30 horas."

"Trinta horas viajando com você. Uma prova de fogo." Ela cutucou.

"Ei você foi e voltou de Atlanta comigo e não reclamou... muito." Ele devolveu o insulto.

Elena levou a mão até o rádio e o ligou em uma estação que estava tocando rock. Eles imediatamente começaram uma discussão épica sobre música. Qual era melhor? AC/DC ou Metallica. Qual eram os verdadeiros significados das letras das músicas de Beatles. Por que Elena gostava de Marilyn Manson e Damon não e por que Damon gostava de Iron Maiden e Elena não.

"Lynyrd Skynyrd? Fala sério... os caras são como gatos, já morreram umas 9 vezes mas a banda não acaba." Damon riu da opção musical de Elena.

"E você com Creedence Clearwater Revival. Isso nem é nome de banda, e a banda nunca acaba porque os filhos dos originais acham que sabem cantar e substituem os pais..."

A conversa continuou até o ponto em que Damon confessou que gostava de algumas músicas de Taylor Swift.

"Sério? Você está falando sério?" ela ainda não acreditava na confissão.

"Ei, eu sou eclético." Ele se defendeu.

"Pessoas que dizem ser ecléticas são aquele tipo de gente que ouve o que está tocando e fala que adora sem nem mesmo saber o nome do cantor."

"É, você tem razão. Eu não sou eclético, eu realmente gosto de Taylor Swift." Damon confessou.

A conversa cotinuou por algum tempo. E a discussão sobre música se tornou opiniões sobre filmes, que depois virou avaliação de lugares visitados, que depois virou para personalidade de pessoas, que trouxe à tona todo o propósito daquela viagem. Stefan. Elena ficou em silêncio por algum tempo enquanto olhava para o céu escurecendo. Ela olhou para o display do celular que marcava o horário. Eles estavam viajando há 4 horas.

"Sabe Elena, você não precisa se martirizar toda vez que se lembra dele."

Ela não respondeu por um tempo, pensando em como aquilo era verdade, mas como aquilo era difícil de seguir. Elena pensou em tudo que estava fazendo, em tudo que estava mobillizando para ir atrás de Stefan. E ela nem sabia se ele queria isso. Elena não parou por um segundo para pensar se o que Stefan precisava naquele momento era espaço e tempo. Ela estava sendo egoísta, pensando só em como ele fazia falta não em como ele precisava ficar sozinho.

"Posso pedir um favor?" ela falou sem tirar os olhos da estrada agora iluminada pelos faróis do carro.

"Sim, senhora." ele parecia empolgado.

"Podemos parar em algum lugar para dormir antes de irmos para o aeroporto?"

Ele pareceu não entender o pedido. "Já está cansada? Só faz 4 horas que-"

"Eu não estou cansada." Ela falou calmamente.

Damon pareceu perceber a mudança na atmosfera e concluiu que Elena estava diferente por algum motivo. "Alguma coisa errada?"

"Não," ela respondeu. "eu só acho que poderíamos ir mais devagar." Falou ela simplesmente.

"Algum motivo para essa mudança?" ele insistiu.

Elena sabia que teria que explicar para Damon o porquê da decisão ou ele não a deixaria em paz. "Talvez, eu me apressei um pouco. Talvez, Stefan precise de um pouco de espaço." Ela desembuchou. "Então vou dar o espaço que ele precisa atrasando a viagem em alguns dias, o que acha?"

Damon não falou nada por um momento, mas quando se inspirou, não perdeu a chance de ser sarcástico. "E você diz isso agora que estamos a 450 quilômetros de distância da minha cama?"

"Como você reclama..." Elena ficou satisfeita por sentir a atmosfera ficar mais leve.

Eles andaram mais alguns 30 minutos até alcançarem um motel menos pior que do que aqueles que eles haviam passado. "Esse aqui não parece ser tão ruim."

"Você é tão metido." Elena desceu do carro quando ele estacionou.

"Não, eu gosto de conforto, só isso." Damon jogou a chave do carro para ela pegar sua própria mala e se virou para ir escolher um quarto.

Ela tirou sua mala de mão do porta malas e duas mochilas que deduziu serem de Damon; uma delas provavelmente estava com sangue, ela olhou para a maior e mais pesada. Damon voltou em pouco tempo com a chave do quarto em mãos e chegando perto dela, pegou as mochilas e a mala dela em uma só mão, conduzindo-os para o quarto em seguida.

A porta foi aberta mostrando um quarto aparentemente reformado e com decoração fria. As paredes eram brancas e lisas e o chão de madeira claro. Havia duas camas de casal e ambas com lençóis brancos e cobertores pretos. Havia também um banheiro novo, com ducha e banheira; e junto às camas havia uma tevê grande e um frigobar pequeno.

A primeira coisa que Damon fez foi trocar as latas de refrigerante e garrafas de cerveja do frigobar por todos os sacos de sangue que estavam guardados na mochila maior. E a primeira coisa que Elena fez foi escolher uma troca de roupas e entrar no banheiro para uma ducha.

Elena demorou mais que o normal para tomar seu banho e quando saiu do banheiro com os cabelos enrolados em uma toalha e já de pijamas, avistou Damon deitado com as mãos embaixo da cabeça, assistindo à um programa de luta na tevê já ligada. Quando ele viu que Elena havia terminado seu banho, ele se pôs de pé e resmungou. "Até que enfim..."

Elena sorriu com as palavras implicantes e secou seu cabelo desapegadamente. Quando terminou, ela olhou para cama; era cedo ainda, quase nove horas da noite. Ela nunca dormia tão cedo, mas hoje ela faria uma exceção. Ela pulou na cama e se acomodou, puxando os cobertores até o queixo.

Ela estava, de mau grado, assistindo ao programa chato que Damon escolheu, mas com muita preguiça para se levantar e pegar o controle remoto encima da cama dele. Elena fechou os olhos por alguns segundos para ver se conseguia dormir, mas logo os abriu, assim que Damon saiu do banheiro enxugando os cabelos com a toalha e vestindo somente uma cueca boxer preta.

"Damon, por favor..." ela não aguentava como ele era metido e gostava de ficar mostrando seu corpo perfeito.

"Se quiser que eu tire é só falar..." ele jogou a toalha em uma cadeira ali e se deitou em sua cama por cima dos lençóis.

"Eu não acredito que você vai dormir só de cueca." Ela ainda o olhava.

"Eu ainda estou fazendo um favor para sua virtude, porque eu geralmente durmo sem nada." Ele falou com o rosto apertado no travesseiro, fazendo um som engraçado.

Damon desligou a luz do quarto e ligou a luz do abajur ao seu lado; Elena fez o mesmo. Ela se virou de lado para olhá-lo e ele deitou de bruço com o rosto virado para ela.

"Você acha que Stefan vai ficar descontente por a gente ir atrás dele?" Elena perguntou num sussurro.

"Não saberia dizer." Damon respondeu baixo. "Mas eu não ficaria."

Elena sorriu com a resposta, mas Damon não sorriu, ele falava sério. Elena imaginava que essa seria mesmo a reação dele; Damon podia ser imprevisível com relação à muitas coisas, mas quando se dizia respeito às pessoas que ele se importava, ele era inalterável. E Elena estava no meio das pessoas que Damon se importava.

"Eu descobri uma coisa sobre você." Elena sussurrou dando um tom sério demais à conversa antes descontraída.

"E o que é?" Ele perguntou em tom de brincadeira.

Ela concluiu que o que havia descoberto se tornava muito óbvio depois de um tempo de convivência com ele, mas só depois que você convivia com ele. "Você é muito mais sentimental do que Stefan, apesar de não parecer. Você se entrega mais facilmente à alguns sentimentos, e é por isso que se machuca mais. Eu me pergunto se é por isso que tenta esconder com tanto fervor o que está sentindo."

Damon não respondeu, somente a olhou com um brilho diferente nos olhos; ela não sabia se aquilo era bom ou ruim. "E eu descobri uma coisa sobre você também." Ele falou sério.

"Vá em frente." Ela o encorajou a falar.

"Você usou o relacionamento seu e de Stefan para cobrir a dor da perda dos seus pais e só depois descobriu que realmente o amava. Mas apesar de amá-lo, quando eu fico perto de você, ouço seu coração acelerar e sua respiração ficar irregular. Eu me pergunto por que você tenta esconder o que está sentindo com tanto fervor, quando é tão fácil para eu descobrir."

O quarto caiu em silêncio enquanto os dois se encaravam.

"Você acabou de falar que eu amo Stefan, mas que tenho uma queda por você." Elena falou desacreditada.

"Você falou que eu tenho uma queda por você, primeiro." Damon rebateu num tom de discussão.

Elena queria voltar no tempo e não falar o que ela falou. Ela não estava com cabeça para aquilo. "Eu não quero brigar." Ela pediu.

"Não estamos brigando." Ele falou num tom seco de briga.

Elena o olhou nos olhos e viu o quanto seu rosto ainda estava tenso; Damon não gostou das palavras que ela falou, Elena já havia entendido. Sem pensar muito no que estava fazendo, Elena desligou seu abajur e se levantou da cama e foi até a cama de Damon, entrando embaixo dos cobertores dele. "Eu não quero brigar." Ela se repetiu, vendo seu rosto perto do dele.

Damon não compreendeu completamente o que ela havia feito, mas em alguns segundos, já havia entrado embaixo dos cobertores junto com ela. Os dois ficaram de lado e se encararam; Damou ouviu o coração dela disparar e sorriu mentalemente. Ele levou uma mão até o rosto dela. "Não estamos brigando."

Dessa vez era verdade.