Fanfic: The Vampire Diaries - Elena G. & Damon S. | Tema: The Vampire Diaries - Damon & Elena

Capítulo 20: Deixe a Luz Entrar

"Este é o seu quarto?" Elena olhou para dentro do quarto o qual a porta Damon havia acabado de abrir. O quarto se distinguia do resto da casa, que era fria e extravagantemente decorada. A cama com uma linda e esculpida cabeceira se descatava no meio do grande cômodo, coberta também, com um lençol branco. Ela assistiu à Damon entrar no quarto e começar a tirar os lençóis que cobriam os móveis. As paredes cor de creme e sem quadros contrastavam lindamente com os móveis de madeira escura e maciça. Elena decidiu que o ambiente era convidativo, então entrou e parou no meio do quarto.

À esquerda da cama, ela podia ver podia ver uma estante abarrotada de livros acoplada à uma escrivaninha elegante e uma cadeira de almofada preta e aveludada. Havia um baú ao pé da cama, e Elena se viu perguntando se Damon ainda guardava algo ali. Ela olhou para o lado direito da cama e viu uma cortina comprida e com muitos forros em tons de marrom e bege cobrir o que ela imaginava ser uma janela ou porta. Ela viu Damon andar até lá, e como se fizesse aquilo todos os dias, abriu a cortina, confirmando suas suspeitas. Ela se deparou com uma porta de vidro, seguida por uma de madeira. O vampiro girou as trancas e em pouco segundos a luz do sol iluminava o quarto que há muito ficara fechado. Os raios de luz que entraram no quarto mostrava a nuvem de poeira no ar, mas Elena não se importou, somente andou até onde Damon estava, na sacada que acabara de se revelar ali.

Ele estava apoiado ao parapeito da sacada e prestava atenção nas árvores que farfalhavam ao vento; Damon não se alarmou quando viu Elena ao seu lado. "Você está bem?" Ela perguntou.

Por que não estaria? Foi a primeira coisa que Damon pensou, mas não verbalizou. Estar ali não deveria significar nada, ele tentava se convencer, mas mesmo tentando ser frio e desapegado, ele não conseguia e nem queria se esquecer dos anos que passou aqui quando criança. Ele não queria esquecer sua mãe. "Estou bem." Sussurou para o vento.

Elena o olhou e teve vontade de saber o que se passava na cabeça dele, mas sabia que aquilo era impossível, pois ele nunca falaria. "Precisa ficar sozinho?"

Nesse momento, Damon virou sua atenção para Elena e correu dois dedos por todo o comprimento do braço dela, fazendo-a se sentir um pouco zonza. Ela olhou para aqueles olhos azuzíssimos de Damon e já sabia a resposta para sua pergunta. "Claro que não."

Ele a pegou pela mão e saiu da sacada, voltando ao quarto. Ao lado da sacada, havia mais uma porta, que Elena deixou escapar sua visão e quando a porta se abriu, Elena logo soube o que era, um closet. Um closet sem roupas, claro. Tudo que havia ali eram conjuntos e mais conjuntos de jogos de cama e banho, todos ainda envolvidos em sua embalagem original e com uma aparência muito mais nova do que o resto da casa. Dentro do closet, havia uma porta que dava para o banheiro. Então aquele quarto, na verdade era uma suíte.

O banheiro tinha um piso frio e louças novas, parecia ter sido reformado com decoração mais contemporânea. Havia uma banheira em louça preta, um chuveiro sem box e pia em pedra.

"Hm, um chuveiro, que contrastante." Elena brincou.

"Espera até ver a geladeira." Damon remarcou.

Os dois riram e saíram dali. Damon levou Elena em um tour pela casa, mostrando todos os cômodos, desde os quartos, até a cozinha. Ela se impressionava toda vez que entrava em um recinto diferente, dizendo o quanto era deslumbrante e inspirador. Damon se ria toda vez que ela falava que se sentia dentro de um filme de época. O tour acabou no carro, onde eles pegaram as malas, chips, chocolates e refrigerantes que Damon falou ter pegado em uma loja de conveniência quando foi abastecer o carro mais cedo naquele dia, antes de Elena acordar.

Toda a bagagem foi colocada dentro do quarto de Damon, e logo Elena foi até o closet para escolher o novo jogo de cama. A pilha embalada de lençóis, cobertores e travesseiros foram para o chão, e finalmente Elena abriu as embalagens para vestir o colchão. Damon a ajudou a colocar os lençóis, que ainda cheiravam novos e estender o cobertor por cima. Por último, Elena abriu a embalagem dos travesseiros e jogou um par deles perto da cabeceira. A cama estava pronta, e assim que eles concluíram isso, os dois se deitaram simultaneamente, lado a lado. Elena chutou seus tênis, ficando de meia, e Damon fez o mesmo.

Elena se virou para olhá-lo e Damon continuou deitado de barriga para cima, encarando o teto com algumas teias de aranha.

"Você vem muito aqui?" Elena falou.

Damon suspeitava que ela perguntaria algo do gênero. "Por que pergunta?"

"Bem, a casa parece estar bastante modificada. Com chuveiro, geladeira, lençóis novos." Ela continuou.

Damon sorriu minimamente, sabendo que eventualmente eles chegariam àquela conversa. O desejo dele era evitar, mas quando se dizia respeito à Elena, até a dor das lembranças ele estaria disposto a sentir de novo. Um mártir por uma causa maior. "Antes de ir para Mystic Falls, eu morei aqui por um tempo." Ele ainda olhava para o teto. "Essa é a razão das modificações da casa."

"E por que veio para cá?" Elena não desgrudou os olhos dele, enquanto ele pensava e lutava para dar as respostas.

"Eu precisava de um tempo para pensar," Damon explicou. "pensar sobre as minhas decisões. Mas então eu percebi que me martirizar pelo passado não mudaria o passado, então fui embora para Mystic Falls."

"Damon, você mudou." Elena levou uma mão até o braço dele. "Você é uma pessoa diferente daquela que foi para Mystic Falls para atormentar Stefan e resgatar Katherine. Você tem razão, sofrer pelas coisas que você já fez não vai mudar nada, mas agora, agora você é outra pessoa."

Damon ouviu as palavras com pouca convicção. "Eu sou diferente quando estou perto de você, Elena, só você e mais ninguém."

Aquilo era verdade, Elena concordou silenciosamente. Damon baixava totalmente sua guarda quando estava perto dela, e Elena também fazia o mesmo, como se os dois criassem outro universo quando estavam juntos. Mas o tratamento diferenciado acabava quando os dois se separavam, era algo inevitável. Damon voltava a ser sarcástico e maldoso, e Elena distante e controlada. Ela sabia que quando encontrassem Stefan de novo, tudo aquilo que ela passou com Damon acabaria; todas as noites juntos, o frio na barriga de quando ele chegava perto demais, os beijos roubados e concedidos, e ela sentiria falta de tudo aquilo.

Quem vai se machucar mais? Elena pensou consigo mesma.

Antes de conseguir formar coesão em seus próximos pensamentos, ela viu Damon se virar para ela e pegar sua mão, que ainda descansava no braço dele e levar até os lindos lábios dele, plantando suaves beijos. Ele ainda levou uma mão até a cintura dela e com um movimento leve e sutil, a trouxe para perto dele, ela sorriu com a facilidade do gesto, e pousou suas mãos sobre o peito sólido e largo de Damon.

A mão dele que ainda pousava na cintura de Elena, viajou pelo corpo dela, acariciando-a. Ela se sentiu eletrizada, e quando a mesma mão parou no quadril dela e a puxou para mais perto ainda, ela perdeu o fôlego e o controle.

Damon viu os lábios de Elena se separem involuntariamente; ele sabia que o gesto foi involuntário pelos muitos anos de experiência com mulheres. A respiração dela ficou curta e rápida e o rosado que começava a dar cor naquelas bochechas macias, deixou-o completamente satisfeito consigo mesmo. Ele aproximou o próprio rosto do dela e entendeu o significado de os olhos dela mirarem primeiramente seus lábios e depois seus olhos. Talvez aquilo fosse precipitado e egoísta, mas na verdade, era o que ele mais desejava nos últimos dias.

Quando somente milímetros de ar separavam os lábios de Damon e de Elena, o vampiro parou de se aproximar e se concentrou nas pupilas dilatadas e olhos morteiros da moça. Ela queria que ele continuasse, ele percebeu, mas mesmo sabendo do desejo, ele não a beijou.

"Beije-me." Damon sussurrou contra os lábios de Elena, e a reação imediata dela foi a de parecer sair de uma transe. Ela o olhou nos olhos e uma expressão de dor tomou conta de seu rosto. Imediatamente, Damon sabia que ela não o beijaria.

Ele já até havia desconfiado, mas buscar pela certeza era uma coisa que ele fazia com muita frequência. Quando ele viu Elena fechar os olhos de decepção consigo mesma, Damon a beijou. Ele cobriu os lábios dela levemente, mas rapidamente quebrou o contato. Quando ele olhou para ela, ele viu que Elena já estava de olhos abertos e o encarava demoradamente. Damon pensou que ela se afastaria, tentando se livrar dele de seu toque, mas quando ela mordeu os lábios em camera lenta, ele sabia o que fazer. Novamente ele levou os própios lábios até os dela e ficou feliz quando ela respondeu ao beijo. Ele a trouxe para mais perto ainda e sentiu ondas de calor passarem entre os dois.

Elena sentia estrelas explodindo dentro de si. Ela não queria levantar, pois sabia que seus joelhos não suportariam seu peso. O estado de êxtase em que estava a deixava à beira de seus sentimentos. Damon a beijava tão docemente e delicadamente; de uma forma que ela nunca imaginaria que ele seria capaz, sim, ela já imaginou. Era como se os lábios dele pertencessem à ela, pois os lábios dela era o único lugar de encaixe perfeito.

Enquanto a mão de Damon desbravava o corpo de Elena, ela esqueceu de tudo. Sem pensar nas consequências, ela deslizou as mãos pelo abdome dele e o abraçou por debaixo da jaqueta de couro. Elena queria tudo e nada com ele. O beijo ganhou um ritmo mortificamente devagar, e ela não se lembrou de sentir tanto prazer com um só beijo. Um som involuntário e prazeroso se formou na garganta dela e ela sentiu seu corpo tremer da cabeça aos pés.

Quando Damon ouviu aquele som de prazer escapar os lábios de Elena, ele sentiu suas presas doerem em sua gengiva e seus olhos começarem a injetar. Imediatamente, ele quebrou o beijo, deixando Elena desnorteada e confusa.

Ela olhou para o rosto de Damon, que ainda estava muito perto e viu a perfeição de sua pele reluzir com a luz que entrava em feixes pelo quarto, mas o que chamou atenção dela não foi sua beleza, mas a pequena ruga que se formava no cenho dele; ele parecia preocupado.

"O que foi?" Sua voz saiu em um sussuro, e Elena se surpreendeu com quão sem fôlego ela estava.

Damon não havia desgrudado os olhos dela, mas ele parecia trantornado. Seria o beijo que eles dividiram? Teria sido tão extasiático para ele também? "Eu preciso de sangue." ele respondeu em uma voz rouca, e em poucos segundos ele estava em pé e em direção à porta do quarto.

Elena não compreendeu o que estava fazendo até estar em pé ao lado dele, tentando o impedir de sair dali. "Espere." ela falou ainda sem fôlego. Aquilo já havia acontecido, Elena lembrou, ela já havia feito aquilo uma vez, então qual seria o problema em fazer de novo? "Pode beber o meu."

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"Vê?" Colin se gabou. "Eu disse que você conseguiria."

"Mas tudo aquilo não deixou de ser um risco desnecessário." Stefan estava parado em frente à lareira que ardia, enquanto seu amigo relaxava em uma das poltronas logo atrás dele.

"Stefan, você está bem." Colin falou sério. "Você tem o controle agora."

Stefan se virou momentaneamente para olhar o outro vampiro, ele precisava saber se o amigo estava falando sério ou se somente tinha muita fé nele. "Eu não sei..."

"Escuta," Colin suspirou, escolhendo as palavras certas. "eu não estou dizendo que você deveria se alimentar de humanos – hm, - direto da fonte. É para isso que existem bancos de sangue. A única coisa que você precisa controlar agora é a quantidade de sangue que você bebe."

Era isso que Stefan precisava ouvir, ele sabia que não havia acabado, que ele ainda estava bebendo muito sangue. "Quanto?"

"Meio litro por dia," Colin foi direto. "de sangue. E mais meio litro de álcool, se for necessário." Ele completou.

"Colin, eu não estou brincando." Stefan se virou completamente e se sentou em uma poltrona ao lado do amigo.

"Eu sei, eu sei..."

"Meio litro é uma bolsa de sangue, eu venho bebendo quatro bolsas por dia. E eu não quero ter que ficar constantemente bêbado para esquecer das minhas necessidades, eu não sou Damon..." Stefan desejou não ter falado aquela última parte.

"Às vezes, eu acho que você gostaria de ser." Colin respondeu com sinceridade e à altura. Stefan o olhou com uma ruga entre o cenho e se sentindo desapontado consigo mesmo. "Por que não tenta? Eu digo, tenta ser um pouco mais como seu irmão? Eu não gosto muito dele, você bem sabe, mas mesmo não querendo admitir, ele ainda tem algumas qualidades boas."

"Como o quê?" Stefan queria saber aonde aquilo ia chegar.

"Relaxe, tente não se preocupar com tudo, aproveite cada dia, faça o que tem vontade, não se arrependa das coisas que você fez, não pense muito antes de fazer alguma coisa... bem, a lista pode continuar, mas eu acho que você entendeu o que eu quero dizer."

"É, eu entendi, ser mais como D amon." Stefan concluiu.

Stefan sabia que aquilo não seria fácil de acontecer; quem nunca imaginou que irmãos podiam ser os opostos, é que nunca conheceu os irmãos Salvatore. Stefan sempre invejou a facilidade que Damon tinha em consquistar as pessoas, com somente um aperto de mão ou um olhar, fazia com que alguém gostasse dele. Ele não era acanhado e gostava de arriscar, bem diferente do irmão mais novo, que sempre sentia como se tivesse que reportar tudo para seu pai.

Giuseppe Savatore, o fator que sempre era o centro das discussões dos dois irmãos. Stefan sabia que seu pai sempre dera mais atenção para ele do que para o irmão mais velho, e enquanto Damon invejava a relação de Stefan com o pai deles, Stefan invejava a coragem de Damon ao enfrentar Giuseppe. Como quando ele desistiu de lutar na guerra, ou quando ele largou a faculdade por não querer seguir as regras que a sociedade da época impunha, ou até mesmo quando desobedeceu o pai para tentar salvar a mulher que amava. Damon não era domado, e Stefan era exatamente o oposto, ele tinha medo de sair da jaula.

"Eu fui para minha casa em Florença antes de vir aqui." Stefan não sabia porque estava contando aquilo ao amigo, talvez ele precisava contar à alguém. "Fazia mais de 100 anos que eu não ia lá, e quando cheguei lá, me assustei de como tudo estava diferente. Alguns móveis diferentes, alguns cômodos inteiros, lençóis novos e embalados em todos os quartos." Ele explicou. "Eu deduzi que Damon havia feito aquilo, então fui até o quarto dele," Stefan lembrou da cena perfeitamente. "e havia esse baú, que não estava lá antes de nos mudarmos, eu tenho certeza, então eu o abri e viu algo que eu nunca imaginaria." Silêncio havia tomado a sala, e Stefan sabia que aquilo era uma deixa para que ele continuasse. "Toda a vida de Damon estava ali. Desenhos, cartas, cartões, fotos, alguns objetos. Acho que mesmo querendo, ele não conseguiu esquecer de sua humanidade."

"Talvez ele seja mais parecido com você do que imaginamos." Colin falou amigávelmente.

"Talvez."