Fanfic: Darkness

Narração de Gustavo Maldonado:

-o que eu fiz de errado? –novamente perguntei a West.

Estamos no intervalo, nas três primeiras horas Bonny tinha me ignorado completamente sem motivo aparente.

-pela milésima vez, eu não sei! –West exclamou, irritado.

Estávamos sentados juntos, apenas os dois, uma cena rara!

-você acha que Anissa sabe? –eu achava que sim.

-Gustavo, eu não me importo! –ele rosnou.

-insensível! –rosnei de volta.

-não sou insensível, só não agüento mais você falando da Bonny! Temos problemas maiores. –ele lembrou.

-você pode explicar por que eu desconfio que você tenha um plano? –encarei West.

Eu o conhecia!

Ele querendo ou não, era verdade!

-vai ver é porque eu tenho um plano! –um sorriso malicioso iluminou o rosto pálido dele.

-qual? –perguntei entusiasmado.

-tudo tem seu tempo totó! Você vai ver! –ele deu um sorrisinho.

-me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta, me conta!!! –insisti.

Ok, ok.

Confesso!

Foi infantil!

Mas situações críticas exigem medidas desesperadas!

Se West tinha um plano, eu queria fazer parte dele!

E, quem sabe, com um plano em mente eu parasse de pensar em Bonny e, principalmente, parasse de tentar entender o porquê dela estar me ignorando.

Aí!

Bonny!

Onde ela tá afinal?

Hora do intervalo e ela e Anissa não estão em nenhum lugar do pátio!

Era só o que me faltava!

-ok! Eu conto! Mas não agora! Josh ou Todd ou qualquer outro pode ouvir. Mais tarde eu conto. –West cedeu, após fazer uma careta repreensiva por causa do meu comportamento meio infantil.

Haha!

-mais tarde quando? –o fitei.

-no seu território. Te encontro lá depois de deixar Anissa em casa. –ele falou.

“meu território”?

Ok! Entendi!

Na praia depois da escola!

-ok! –sorri.

-ótimo! –West deu aquele sorriso malicioso de novo.

Lá vinha bomba!

Narração de Bonny Jones:

-pronto! Aqui podemos conversar! –Anissa exclamou, enquanto entravamos na enorme e sombria, quase inabitável, biblioteca da escola.

-tem certeza? Longe o suficiente de Gustavo e West? –confirmei.

-sim! –ela sorriu.

-ótimo! Então... –quem começaria?

-por que você está ignorando o Gustavo? –pelo jeito Anissa resolveu começar.

-porque eu o amo. –falei a verdade.

Tá, tá!

Eu não dei detalhes!

Mas...

Aff!

-hã? –Anissa não entendeu.

-minha mãe disse que se eu não parasse de vê-lo e, principalmente, amá-lo, ela ia me mandar pra Romênia, com o resto da “família”. Seja lá o que isso significa! –contei, triste.

-Bonny! Eu sinto muito! –Anissa me abraçou.

-eu também! –falei, com vontade de chorar.

-mas... –ela hesitou –sua mãe só quer o seu bem. –ela deu um sorrisinho meia boca.

-eu sei que as coisas entre eu e Gustavo cedo ou tarde teriam que acabar, mas eu me contentaria em ficar com ele, nem que fosse por pouco tempo. E eu prefiro ficar perto dele e fingir que o ignoro, do que ir para Romênia. –pronto, agora eu estava chorando.

-eu queria dizer que vai dar tudo certo, mas não quero mentir pra você. –Anissa tava ajudando muito! –mas você deveria falar com Gustavo, explicar a situação. Quem sabe... –tive que interrompê-la.

-Anissa, você conhece Gustavo sua vida inteira. Eu só conheço alguns dias e tenho quase certeza: se ele descobrir, vai ir tirar satisfações com minha mãe. E isso não vai trazer problemas só pra ele, vai trazer pra você e West também! –falei.

Anissa meditou um pouco, antes de responder.

-você está certa. –e então ela riu, a encarei confusa.

-que foi? –perguntei quase brava.

-você não poderia ter escolhido um namorado mais complicado? –ela brincou entre risos.

-Anissa! –briguei, mas ri.

Era verdade!

Que belo primeiro amor eu fui arranjar.

Mas, falando em primeiro amor...

-trocando de assunto. E você? Vai perdoar o West ou não? –a pergunta de 1 milhão de dólares!

-er... –Anissa ficou sem resposta!

Narração de Anissa:

-vamos voltar a falar de você! –tentei desconversar.

A pergunta de Bonny era justamente aquela que eu não queria responder!

-Anissa! –ela pressionou.

-ok, ok. Vou ser sincera! –comecei.

-ok! Ótimo! –Bonny incentivou.

Mas...

Por onde começar?

-eu amo aquele canalha melancólico! –bufei, Bonny riu.

-isso é o que chamo de sinceridade! –ela brincou.

-ha-ha! –briguei.

-desculpinha! –Bonny deu um sorrisinho.

Fiquei feliz que ela não estivesse mais chorando, apesar de saber que aquelas eram apenas as primeiras lágrimas que ela derramaria por Gustavo Maldonado, mas ainda não era hora dela saber disso!

-eu o amo e, depois de pensar muito no assunto, resolvi que ele merece ser perdoado. –Bonny quase pulou de alegria!

-ótimo!!! –ela sorriu.

-calma aí, eu vou perdoar, mas não agora. Não até eu ter certeza que ele está arrependido e mudou! –completei.

-você não poderia ser mais justa. –Bonny parabenizou.

-eu sei! –falei com falsa modéstia.

E então o sinal tocou e voltamos pra aula.

Mais três aulas e hora de ir embora!

Finalmente!

A mãe de Bonny, pontualmente, veio buscá-la de carro –lindo carro –na escola!

-boa sorte! –sorri, enquanto Bonny entrava no carro.

Ela olhou pra mãe e fez uma careta.

Tive que rir.

Cheguei ao estacionamento e lá estava: apenas West no Porsche!

Aí!

Ele abriu a porta do carona pra mim, sem dizer nada, ligou o carro e fomos.

Ele dirigia com atenção e eu olhava pra “paisagem”.

Aquele silêncio constrangedor pairando sob o carro!

-chegamos. –foi tudo que ele falou e foi quando chegamos em casa.

-tá bravo comigo? –o encarei, sem nem tirar o sinto, não descia do carro sem conversar!

-não, você tá brava comigo! –ele acusou.

-brava e decepcionada! –completei.

-olha Anissa, você já deixou bem claro que não quer mais nada comigo, que magoei seus sentimentos e não sou digno do seu amor e perdão. Então, o que mais eu posso fazer? –ele me olhou desanimado.

O que ele pode fazer?

Hum...

-não desista de mim! –sorri maliciosamente, deu um selinho nele, peguei minhas coisas, sai do carro e entre em casa sem olhar pra trás, logo ouvi West arrancar com o Porsche.

Perfeito!

Narração de Peter West:

Ela ainda me mata desse jeito!

Depois eu que sou o confuso!

Uma hora ela me quer, na outra não quer e...

AHHHHHH!!!!!

Dirigi mais rápido ainda!

Se Gustavo não estivesse tão deprimido, eu não contava meu plano!

Era arriscado, ia sobrar pra mim, mas...poderia dar certo!

Dizem que as pessoas não podem fugir de seus destinos.

Tenho que confessar que acreditei nisso na maior parte da minha vida.

Até pouco tempo, pra falar a verdade.

Era meu destino dividir Anissa com Gustavo, porque nasci escolhido.

Era meu destino ser um monstro, porque nasci vampiro.

Era meu destino ser uma cópia de Sean Joseph West, porque sou seu filho.

Mas já desafiei todos esses destinos.

Não sou igual a Sean, não sou um monstro e em breve terei Anissa só pra mim!

Mas minha liberdade vai ter um preço.

Pra fugir do meu maior destino, que é honrar esse maldito acordo, terei que arriscar perder Anissa pra sempre, perder até a minha vida pra ser sincero.

Ela pediu pra não desistir dela?

Eu jamais desistiria!

Cheguei a praia e logo encontrei Gustavo, sentado na areia e encarando o mar.

Deveria ter pensando em Bonny!

Confesso que acho estranho ela começar a ignorá-lo de uma hora pra outra, aí tem coisa.

-fala cachorro! –sentei ao seu lado na areia.

-oi sanguessuga. –ele deu um sorrisinho.

-pronto pra saber meu plano? –o encarei sério.

-sim. –ele falou.

-antes você tem que prometer que jamais, não importa o que aconteça, vai contar pra alguém o plano, principalmente pra Anissa. Aconteça o que acontecer, isso fica entre nós. Ok? –desafiei.

-ok. –Gustavo respondeu seriamente.

Uma coisa era certa: nele eu podia confiar.

-qual o plano? –ele perguntou quase animado.

-eu vou seduzir Kelly Jones! –contei, sorrindo maliciosamente.

-hã? –Gustavo não entendeu nada!

Explicar ou não explicar?

Haha!

Continua...