Fanfic: Darkness

Narração de Peter West:

-Kelly Kaylis! –falei, logo após esbarrar nela.

-Peter West! –ela falou com raiva.

-te vejo em casa! –Gustavo deu um sorrisinho e se mandou.

-eu estava mesmo querendo falar com você. –comecei.

-jura? Que coincidência! –ela falou, e ela estava mesmo com raiva!

-aqui tem muita gente. –olhei de relance para Alice, Josh, Mel, Todd, Lola e Martín.

-vamos de uma vez! –ela bufou.

Ela queria me dar uma bronca e eu estava pronto pra atacar!

Perfeito!

Fomos pra praia, quando estávamos saindo da lanchonete vi que Gustavo havia encontrado Spencer e Jeremy.

Boa sorte pra ele!

Eu e Kelly chegamos a parte montanhosa da praia, eu sentei e ela ficou em pé me encarando com cara de má!

-desculpa? –tentei.

-eu espero que você esteja feliz! –ela rosnou.

-não, pra ser sincero. –falei, mais melancólico que o normal. E eu definitivamente não estava sendo sincero!

Inclusive me surpreendi, mentir até que era legal!

-olha Kelly, você tem todo direito de me odiar... –ela me interrompeu.

-tenho mesmo! –ela falou entre dentes.

-mas antes, se você ainda tiver um pouco que seja de compaixão por mim, escute. –pedi.

-ok! –ela bufou, após meditar um tempo.

-eu errei com você. Eu não entendi o que você estava fazendo por mim. Quando eu percebi que você só estava preocupada com o meu bem, já era tarde demais. –comecei.

-continue. –Kelly incentivou.

Aos poucos ela estava se aproximando de mim.

-eu voltei pra Roswell, pronto pra me jogar nos braços de Anissa e sofrer pro resto da vida. Mas...ela não me quis de volta, e eu...eu fiquei feliz com isso. Pois percebi o que eu já tinha percebido um pouco. –compliquei, mas foi de propósito.

-o que? –Kelly sentou ao meu lado.

Finalmente!

-o motivo de eu ter mordido você e fugido, duas coisas que, fique bem claro, me arrependo muito, foi que...eu percebi que estava feliz ali, com você, sendo um vampiro. Eu percebi que podia ser feliz sem Anissa. Que preferia ser feliz sem Anissa! E que...eu era realmente feliz sem ela. E você me fez ver isso, então descontei a raiva do momento em você. E nos últimos dois dias venho me martirizando e pensando em um jeito de conseguir seu perdão, que inclusive eu não mereço! –olhei nos olhos dela e falei profundamente.

Hehe!

Aí, aí!

Modéstia à parte, eu sou o máximo!

-jura? –Kelly perguntou desconfiada.

-juro. –falei, ainda olhando em seus olhos.

-Peter...eu só quero o seu bem! Você sabe disso certo? –ela jogou.

Finalmente!!!

Ela estava cedendo!

Era hora!

-agora eu sei! –sorri maliciosamente e a beijei.

Foi...estranho!

E pensar que eu tinha gostado de beijar ela antes!

Mas ela me afastou.

-palavras são só palavras! O que você fez é difícil de perdoar! –Kelly falou, enquanto levantava.

Levantei, fiquei cara-a-cara com ela e a agarrei pela cintura.

-o que eu tenho que fazer pra provar que quero você Kelly Kaylis? –usei todo o charme vampiro disponível naquele momento!

-bem... –Kelly começou, um sorriso maldoso iluminou seu olhar!

Lá vinha!

Narração de Gustavo Maldonado:

-não me encham! Tudo que eu quero é ir pra casa! –falei, enquanto tentava ir pra casa!

Mas Jeremy e Spencer não estavam facilitando as coisas!

-meu Deus! Você e Anissa tão bem hoje! –Spencer falou irônico.

-é porque nós queremos ser deixados em paz! AHHH!!! –falei com raiva e tentei correr pra casa em velocidade lobisomem, mas Spencer me segurou pelo braço.

-o que você quer? –perguntei entre dentes.

-eu e Jeremy sabemos sobre o fim do triangulo. Mas ninguém mais sabe. Então é melhor vocês pararem de dar bandeira e disfarçarem melhor! –ele falou seriamente!

Era estranho ver Spencer falando sério!

-e por que vocês estão dizendo isso a mim e não a Anissa e West? –o fitei desconfiado.

-porque Anissa e West pelo menos estão juntos. Você está desonrando um acordo de séculos pra ficar com uma humana! –ele olhou nos meus olhos, falando palavra por palavra e analisando minha reação!

Sabia!

Estava demorando a jogarem na minha cara que eu não era bom o suficiente pra Bonny!

-ela é uma Kaylis! –joguei.

-não aflorada! –Jeremy completou –ou seja, apenas humana! –ele falou.

-o que vocês querem de mim? –perguntei irritado.

Hoje estava sendo um dia difícil!

Bonny estava me ignorando e a dúvida se era por causa do que eu era ou se era apenas medo do desconhecido me torturava!

-apenas tome cuidado Gustavo. Josh está de olho em você! –Spencer comunicou.

-eu dou conta do Josh! –falei, meio presunçoso, confesso!

-mas não dá conta do pai dele! o xerife Jack é o melhor amigo do seu pai. O trio está de olho, se Jack desconfiar eles tem motivo pra voltar e nos investigar! –Spencer explicou.

Spencer estava falando muito, mas Jeremy permanecia calado, isso era estranho!

Eles costumavam parecer gêmeas, uma completando a frase da outra!

-e você, tá calado por que? –fitei Jeremy e perguntei.

-James está aqui! –ele falou seriamente.

-O QUE??? –me desesperei.

James é o filho que Sean Joseph West sempre quis!

Ele não é filho legitimo, não tem o sangue West, então compensa fazendo tudo que seu “chefe” manda, sem questionar!

Um orgulho para Sean Joseph, um perigo para nós.

-achei que ele tivesse ido embora! –lembrei.

-não se iluda! –Jeremy falou.

-e tome cuidado! –Spencer completou.

James!

NÃO! NÃO! NÃO!

Não agüentei!

Precisava descansar e pensar!

Correi pra casa em velocidade lobisomem, deixando Jeremy e Spencer no meio da rua.

Felizmente eles não me seguiram.

Cheguei em casa, entrei pela porta dos fundos –James poderia estar vigiando a entrada, Jeremy não especificou se ele estava no vigiando de longe ou perto! –, passei pela piscina, entrei na sala e lá estavam: Anissa e Bonny no sofá, cheia de folhas, revistas, panfletos, canetas de pompom e sei lá mais o que, conversando.

-Bonny. –falei automaticamente.

Ela se virou e me encarou.

Fiquei paralisado ao vê-la em minha casa pela primeira vez!

E quando ela olhou nos meus olhos eu vi: não sei qual o motivo dela me evitar, mas sei qual NÃO é o motivo, pois ela ainda me ama!

Ufa!

Narração de Bonny Jones:

Gustavo!

Meu coração parou, depois acelerou!

Eu fiquei tonta!

Ficar perto dele desse jeito não era a melhor maneira de evitá-lo! Definitivamente!

Gustavo!

-Gustavo! –falei.

Ele estava tão tonto, por assim dizer, em me ver quanto eu estava por vê-lo.

Anissa apenas observava a situação!

-ok! Vocês já se conhecem! Ótimo! Vai pra casa Bonny! A gente se fala amanhã! –ela se meteu.

Eu sei que ela estava me ajudando, mas eu não queria ir embora!

Por mim eu ficaria ali naquela sala, encarando Gustavo, pra sempre.

Eu queria poder contar a ele o porquê de estar ignorando-o, mas...

NÂO!

Controle-se Bonny Jones!

-você está certa! A gente se vê amanhã na escola! –sorri, mesmo que sem vontade, e fui saindo, mas...

-não! –Gustavo segurou meu braço.

-Gustavo! –Anissa rosnou.

-me solta, por favor. –usei toda minha força de vontade pra dizer isso, já que na verdade o que eu queria era que ele me puxasse e me beijasse.

Mas Gustavo, como sempre, foi um ótimo garoto, e me soltou.

-por favor, precisamos conversar. –ele falou em tom tão doloroso que quase lembrava o tom melancólico de sempre do West.

-não temos nada pra conversar! –falei seriamente e sai.

Dessa vez Gustavo me deixou ir.

Mas foi doloroso.

Mas eu sei, lá no fundo, bem no fundo, que é melhor que ele ache que eu não gosto mais dele.

Apesar de eu começar a desconfiar que ele é o único que eu vou amar, agora e sempre.

Aff!

Anissa está certa.

Que belo primeiro amor eu fui arranjar!

Eu poderia ter amado Doug, meu ex-namorado.

Mas não! Eu apenas gostava dele.

E agora, o primeiro e único que eu amava era logo aquele que eu nunca poderia ter, pois ele não tinha opção: ou honrava o trio ou era castigado.

Sem falar da proibição da minha família.

Será que um dia eu poderia ser normal de novo?

Será que um dia eu conseguiria sair da escuridão, darkness, trevas de novo?

Eu começava a perceber que estava presa aquele novo e sombrio mundo, talvez pra sempre!

E o pior é que isso não me assustava, mas sim alegrava!

Afinal, o mundo da escuridão tem seu próprio povo, seus líderes, suas regras, mas no final, ele vale muito mais à pena!

Afinal, foi esse mundo que me deu Gustavo!

Me tirou ele logo em seguida, mas os poucos momentos que passamos juntos valiam à pena! Valiam mais do que qualquer outro acontecimento da minha vida!

Afinal, eu nunca tinha fugido com um lobisomem e uma bruxa sem poderes pra ir atrás do namorado vampiro dessa bruxa!

Haha!

E, no final, tudo isso vale à pena!

Com esses pensamentos acabei chegando em casa, a triste e dolorosa realidade que eu nunca mais ficaria com Gustavo!

Narração de Anissa:

-obrigado por expulsar o amor da minha vida da nossa casa! –Gustavo rosnou, enquanto sentava ao meu lado no sofá.

-ela não quer falar com você Gustavo! –falei.

-mas ela fala com você! –um brilho malicioso iluminou seu rosto.

-nem vem! –já rosnei.

-o que ela disse? Por que ela está me ignorando? Ela me odeia né? –o tom de sofrimento dele chegava a lembrar a melancolia sempre presente na voz de West.

Fiquei com pena!

Confesso.

-e...ela não te odeia Gustavo! –tive que falar.

-então o que está acontecendo! Me conte, por favor! –agora ele estava esperançoso.

Mas eu não podia contar o que sabia!

Bonny estava certa, Gustavo ia logo acabar fazendo alguma besteira!

-ela não está preparada! –comecei.

-pra? –Gustavo me encarou confuso.

-pra namorar um lobisomem! Ela ama você, mas não está preparada pro que você é. E acredite Gustavo, é melhor assim! Nosso mundo não é pra Bonny! Ela nunca aflorou, ela tem a chance de ter uma vida normal. E me perdoe, mas você não tem o direito de tirar essa vida dela. –menti, enganei, o fiz sofrer.

Mas era necessário!

Tive que convencer a mim mesma de que aquilo era o melhor pra Gustavo!

Apesar de uma parte de mim, provavelmente a parte humana, gritar que eles tinham que ficar juntos não importa o que acontecesse.

Essa mesma pequena parte humana gritava mandando que eu perdoasse Peter West!

Mas não!

Eu ainda não...não podia!

Mas agora não era hora dos meus dramas com o vampiro/canalha que eu amo, e sim a hora de Bonny e Gustavo, que surpreendentemente (ela, não ele), estavam na categoria meus melhores amigos.

Gustavo era meu irmão mais velho!

E Bonny...ela estranhamente estava se tornando uma grande amiga!

Voltando...

-ela disse isso? –Gustavo perguntou, com sua voz cada vez mais melancólica.

-sim. –menti de novo.

Gustavo baixou a cabeça e escondeu o rosto entre suas mãos.

Ele ficou calado durante alguns minutos, ficou com medo por ele.

Até que ele finalmente falou. E falou algo que eu nunca imaginei que ouviria!

Nem ele!

-eu nunca imaginei Anissa, mas pela primeira vez na minha vida eu odeio ser um lobisomem! Pela primeira vez eu queria...queria ser normal. Um estúpido humano! Mas um estúpido que pode amar Bonny sem medo! –ele falou com sua voz dolorosa e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, saiu pra rua.

Com certeza deve ter se transformado e ido correr pela praia!

É, parece que hoje eu dormiria sozinha no quarto de Gustavo!

As horas passaram, arrumei minhas coisas, coloquei minha camisolinha, escovei meus dentes (tudo á moda antiga, sem magia, eca) e fui pro quarto de Gustavo.

E sabe o que mais? Nenhum sinal do West!

Onde andaria o vampiro rebelde que eu tanto amo/odeio/amo?

O que ele estava aprontando dessa vez?

Continua...