Fanfic: Irresistível | Tema: Twilight

Todos ficaram se perguntando por que beijei Sara. O poder de persuasão e de fazer o que ela queria era forte e poderoso demais, mesmo ciente, não teria como me libertar exceto por Bella e pelo amor que me é peculiar.

Dias depois do confronto com o Conde, ainda existiam rumores do que acontecera na escola, já que foi necessário colocarmos fogo em alguns carros para limparmos as evidências de vampiros e lobos por ali.

Aro continuava em casa, estávamos hospedados em uma fazenda isolada da cidade. Heidy, Sara e o Conde haviam fugido, ninguém entendia direito o que os fez desistir e a frase “vi o antigo Carlisle em você” não saia de minha mente.

Bella não me via desde o ocorrido. Ainda estava hospitalizava e eu a visitava só quando dormia e sem ninguém por perto. Em uma dessas noites a ouvi chorar e em seu sonho pedia por mim e que fosse somente dela. O que me fez recordar que a última coisa que vira foi o meu beijo com Sara.

Eu não conseguia encará-la. Estava envergonhado e acreditava que assim seria melhor. A dor de se sentir trocada passaria e ela não correria mais nenhum perigo, não por minha causa nem por meus sentimentos dedicados a ela.

Estava a porta da sede da fazenda olhando o verde intacto e perfeito do campo a minha frente, Alice e Jasper abraçados sentados ao meu lado esquerdo numa cadeira de balanços; isto me fazia lembrar mais uma das visões de Alice, só que algo tinha mudado. Na visão, Bella estava conosco nesse mesmo local e eu e Alice ainda éramos humanos.

Qual decisão teria feito os acontecimentos mudarem tanto? Seria a decisão de Heidy de se revelar e nos tirar da ilusão de sermos mortais ou o meu pedido de socorro a ela?

Talvez nunca saiba a resposta, mas eu conhecia o futuro mesmo sem vê-lo. Bella nunca mais passaria por aquilo, não pelas minhas mãos.

“No que pensa irmãozinho?” – Alice me perguntou.

“N...”

“Bella” – interrompeu.

Assenti com a cabeça, em termos era ela que povoava meus pensamentos no último mês.

“Receberá alta hoje...” – divaguei.

“Sim e vamos levá-la para casa no seu carro...” – brincou, pois estávamos todos sem nossos carros habituais, dado a destruição do Conde.

Eu sorri mas sem olhar na sua direção.

“Vai vê-la?” – me perguntou após alguns minutos de silêncio.

“Não creio...”

“Por..”

“Porque não Alice”.

Respondi e entrei na casa. A mobília era toda antiga, moveis de madeira maciça lembrando casarões feudais.

Esme e Carlisle estavam sentados no sofá conversando animadamente com Aro e Jane. Sorri e passei direto pelo corredor, cozinha saindo pelos fundos para a vegetação atrás da casa.

O jardim estava muito bem tratado e algumas rosas brotavam no roseiral, mas a visão me trouxe amargura e lembranças.

O que eu faria agora? Bella sabia demais, poderíamos confiar na menina? Rosalie queria eliminá-la ou dá-la por louca caso abrisse a boca, mas o restante tinha suas dúvidas de que ela sairia 100% bem do ocorrido. Qualquer pessoa comum enlouqueceria.

Meu desejo era ir até ela, vigiá-la, satisfazer seus desejos e dar a segurança que ela merece ter. Queria falar com Charlie seu pai e eu mesmo buscá-la no hospital e deixá-la em casa, afinal fui eu que a coloquei lá totalmente quebrada.

Mas me contive.

Respirei fundo e caminhei até as rosas vermelhas, tocando com cuidado suas pétalas. Eu teria que tocar Bella desta forma para não machucá-la. A cor me lembrava os lábios dela quando sente frio... sorri e suspirei com a lembrança de dias comuns na escola, de quando a vi pela primeira vez eu mesmo ainda humano, um simples mortal.

Às vezes tenho saudade de Heidy desejando voltar àquela ilusão de novo... mas nada aconteciam. Os novos dons que eu havia compartilhado com ela, aos poucos enfraqueciam, de alguma forma eu acredito que seja pela distancia entre nós.

Cheirei a rosa e continuei caminhando, adentrando a vegetação que agora ficava mais espessa, árvores e plantas raras e desconhecidas.

Olhei pra trás e não via mais a casa, só as árvores e flores a minha volta, me senti numa floresta, isolado do mundo.

Sentei na grama abaixo do tronco de uma macieira me recostando nela, fechei meus olhos e relaxei desejando poder dormir. Eu não estava cansado, mas seria uma forma de esquecer, de deixá-la ir... de parar de vasculhar todas as mentes em busca de seus olhos castanhos e de seus lábios rosados.

Um vento forte tocou meu rosto e abri meus olhos atordoado, me sentia relaxado como se tivesse dormido por horas. Levantei a face e era noite, não me lembrava de ter escurecido. Perdido em meus pensamentos nem vi a hora passar.

Respirei fundo e me levantei me preparando para correr para a casa. Um perfume único e conhecido banhou o ar e eu inalei sentindo a satisfação e o ardor na minha garganta.

Bella estava aqui, em algum lugar.

Forcei meus pés e pernas e corri, em segundos adentrava a porta dos fundos.

“Hey maninho, calma ae!” – Emmett riu.

Ajeitei meus cabelos e roupa e andei normalmente até a sala, só quando entrei que me lembrei que ela devia estar com muita raiva de mim.

Nossos olhos se cruzaram e ela desviou. Seu rosto corando quase que imediatamente, a visão que fazia meu coração pular do peito. Bella torceu os lábios visivelmente desconfortável com a minha presença.

“Olá Bella...” – sussurrei e virei as costas voltando para fora, decidi que ficaria na floresta até ela ir.

“O...oi..” – a voz dela falhou.

Eu não lhe daria o desgosto da minha presença, continuei em marcha para a floresta, ouvindo todos os questionamentos.

“Onde vai? Você não tava doido pra ver a menina?” – Emmett pensou.

“Filho...” – Esme pensou.

“Volte Edward, não seja grosseiro..” – Carlisle também pensou.

“Maninho ela gosta de você...” – Alice falou vindo logo atrás de mim.

“Alice, ela deve me achar um completo maluco isso sim...”

Alice fechou os olhos procurando o futuro... Estávamos novamente os quatro, mas desta vez parecíamos estar de volta na Mansão. Bella branca e pálida como nós.

“Ela não será... não...” - mais decidido do que nunca me afastei e corri para a macieira de antes. Alice me deixou sozinho rindo e pulando.

“Ela vai ser minha cunhadinha maninho...”

“Não se depender de mim”.

Não sei quanto tempo se passou, mas estava ficando entediado e o perfume de Bella estava cada vez mais forte. Eu não prestava a mínima atenção a conversa dentro da casa, estava perdido no meu próprio mundo.

“Edward?” – dei um pulo assustado e prendi o ar imediatamente.

Minha primeira reação foi avançar no invasor, em seguida recuei apressado.

“O que faz aqui?” – perguntei pendurado no tronco de uma árvore.

“Me.. desculpe ter invadido sua casa... eu.. er... pensei que você não fosse querer me ver... só...” – ela apertou os lábios e achei que a vi limpando uma lágrima de seu rosto – “... só vim dizer adeus...” - Bella finalizou e voltou para a casa.

Ouvi quando o carro partiu e desci da árvore completamente sem graça.

O cheiro dela sumia aos poucos e senti uma náusea enorme por tê-la magoado. Como podia acreditar, sequer pensar que eu não a queria aqui?

Caminhei devagar e entrei na casa, Alice me lançou um olhar significativo, virou-se e sumiu para o seu quarto carregando Jasper com ela. “Idiota”. Ok... nem sempre é bom ler pensamentos...

Carlisle e Esme estavam serenos, mas igualmente chateados. Resumindo: Rosalie era a única que não dava importância.

Passei os dias assim indo e vindo da pequena floresta atrás da casa, Aro insistia para que eu fosse para a Itália com ele e Jane queria me treinar, assim como fez Heidy, mas eu não conseguia me concentrar e logo Jane desistiu dessa idéia também, já que me deixava prostrado urrando de dor. O que não era nada engraçado, admito.

A escola foi reaberta, voltaríamos a nossa rotina habitual. Estava ansioso e ao mesmo tempo pesaroso pelas aulas, pois veria minha Bella novamente.

As notícias eram que nas últimas três semanas ela havia visitado quase todas as tardes o cachorro do Jacob e ele sempre que nos visitava fazia questão de contar de seus passeios.

“Nadamos hoje Cullen, foi muito bom” ou “Andamos pela floresta e conversamos a tarde toda; Bella é tão sensível e tímida, já reparou Cullen no sorriso dela? É perfeito.”

E eu ficava segurando a vontade de socar ele ou enfiá-lo embaixo de um chuveiro com água escaldante. Mataria dois coelhos: o cheiro e ele.

Mas ao mesmo tempo eu gostava de ouvir, era uma forma de ver seu sorriso, as bochechas coradas, o ar preocupado. E sempre que ele falava dela, se lembrava de algo que ela falou de mim e se denunciava em seus pensamentos.

Na última semana quase todos os dias havia lembranças na mente dele sobre perguntas sobre nós, os Cullen.

“Jake, a casa deles está concertada?” “Eles vão voltar pra escola também?” “Está tudo bem com eles?” – ela sempre questionava no plural, no conjunto, mas ele sempre pensava: “...eles não, Edward”. O que me deixava contente, pois ele também morria de ciúmes.

Já estava amanhecendo e sai da janela da casa de Bella voltando para a fazenda para me arrumar para a aula.

Tomei um banho e vesti uma calça jeans básica, camiseta branca e botas vintage. Um casaco cru e sai para pegar carona com o Emmett, meu novo Volvo ainda não tinha sido encomendado. Custou ao seguro descobrir o motivo da perda total, por fim decidiram acreditar na desculpa do tornado, já que não existiam outras evidências.
Alice já me esperava encostada ao Jipe.

“Oi...” – abriu um largo sorriso e me abraçou.

“Parece que não me vê há séculos Alice” – brinquei beijando o alto de sua cabeça.

Ela arregalou os olhos, abriu um sorriso ainda maior e falou.

“Bella e você irão se casar!”

Bella estava linda, num vestido branco clássico, um modelo antigo mas que caiu perfeitamente em seu corpo. Os ombros a mostra dava um toque perfeitamente sensual a ela. A pele branca em contraste com o vestido fazia os pêlos dos meus braços ouriçarem. Um anjo. A perfeição.

Bella caminhava na minha direção, os olhos dengosos, a tez assustada, as mãos tremiam nervosamente, mas não estava corada como eu esperava. As manchas escuras em volta dos olhos denunciavam a visão. Bella era uma vampira.

“Posso até me casar com ela, mas não será vampira”.

Entrei no jipe, cruzei os braços e esperei. Rosalie e Emmett apareceram em seguida.

Alice pulou no banco ao meu lado e encostou a cabeça no meu ombro, seu humor continuava intacto.

Emmett acelerou e arrancou em direção a Forks, Rosalie resmungando pelo vento forte em seus cabelos e eu cada vez mais nervoso pela proximidade da escola.

Adentramos a cidade, tudo parecia igual, a chuva, as pessoas, os cheiros. Emmett parou o jipe na nossa vaga de sempre e desceram. Olhei em volta e Bella ainda não tinha chegado, sua picape dos tempos das cavernas não estava em lugar nenhum.

“Você vem?” – Emmett perguntou.

“Estou logo atrás”. – respondi virando os olhos para a barulheira da caminhonete de Bella estacionando a alguns metros de nós.

Emmett riu e levou as duas garotas consigo.

Se eu tivesse um coração, ele estaria martelando no meu peito agora.

Bella estacionou, desligou o motor e respirou fundo três vezes. Ouvi o barulho dela colocar a mão na maçaneta, mas nada fez. Mexeu em algo dentro do carro, olhou pela janela e novamente respirou fundo.

Os olhos percorreram o estacionamento até pararem no jipe e em mim. Seus lábios se moveram sem som e a respiração dela falhou por um breve segundo. Eu estava nervoso, mas essa tola parecia estar também.

Bella respirou, eu me ajeitei no banco. Bella saiu da caminhonete e eu saltei do jipe. Bella trancou a porta, pegou seus cadernos e caminhou na minha direção, pois atrás de mim estava a entrada para o prédio de educação. Ajeitei a gola da blusa de frio, peguei meu material e a esperei.

Mais uma vez ela respirou fundo e a imitei. Nossos olhos se cruzaram e Bella passou direto por mim seguindo rumo a sua primeira aula.

SÓ SE TIVER COMENTÁRIOS EU POSTO A SEGUNDA FASE. Obrigada.