Fanfic: Irresistível | Tema: Twilight

Ainda arrepiado me sentei na maca para disfarçar. Meu corpo estava ardendo de desejo e eu não entendia porque. Aquela voz... que voz será essa?

“Você esta bem filho?” – eu me curvei para a frente.

“Sim Esme... estou” – minha voz saiu ofegante demais, eu passei os dedos nos olhos para enxugar as lagrimas.

Ela me encarou preocupada, na mesma hora meu estomago fez um barulho muito nojento.

“Argh!” – Alice berrou.

Esme sorriu um pouco aliviada – “Fome” – ela saiu de perto de mim, eu já me sentia melhor... se é que me entendem – “Vem filho, vou finalmente usar nossa cozinha!” – sorrindo largamente.

A segui ainda com arrepios na nuca por conta daquela voz.

“Com fome Edward?” – ouvi e dei um pulo.

“O que foi?” – Alice que estava logo atrás me perguntou.

“Nada” – fiz sinal pra que ela se calasse.

“Como nada, você esta todo vermelho e..” – ela me tocou – “... está arrepiado” – a baixinha era fogo viu?

“Não foi nada Alice!” – falei emburrado.

Esme me olhou de novo, o mesmo olhar preocupado de antes e logo desviou para Alice e foi em sua direção. Virei meu corpo para olhar também.

Alice estava sentada no chão, agarrada as pernas, os olhos revirados a parte branca a mostra, ela falava alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir.

“O que houve mãe?” – me agachei ao lado de Alice segurando sua mão.

Esme me fez um sinal e chegou perto do ouvido de Alice.

“Alice, o que você vê?”

O que você vê??? Como assim!!!??? Ela é humana agora.

Eu quase ri, só não fiz porque estava muito preocupado também. Vi que Alice falou algo e novamente não ouvi.

“Eu quero você Edward!” – dessa vez eu pulei pra trás, soltando a mão de Alice e me encostando a parede. Esme me encarou brava, talvez achando que fosse outra brincadeira.

Eu senti dedos me tocarem, senti o ar gelado no meu ouvido, a voz doce e sensual entrou e se alojou em meu corpo. Me sentia excitado, tremulo, amedrontado. Eu teria que contar.

“Não fale, Edward” – o som tocou meu corpo, e o desejo só fez aumentar, me sentia dominado.

Novamente meu estomago roncou e Esme me olhou mais branca que o normal.

“O que houve?” – balbuciei, minha voz excitada ainda. Sem resposta, insisti mais firme – “O que houve Esme?”

“Vamos esperar os outros.” – ela disse séria e foi para a cozinha.

Será que ela também ouviu?

A segui até a cozinha enorme da Mansão, parecia que eu não entrava ali a séculos. Como Esme sempre fora cuidadosa, havia alimento humano nos armários e na geladeira, para o caso de recebermos visitas.

Ela retirou ovos, bacon, farinha... fez alguma coisa no fogão e em seguida nos trouxe à mesa.

O cheiro era incrível, delicioso. Senti vontade de comer até o que era pra Alice.

Devorei meus ovos com bacon e os bolinhos de arroz que ela preparou em minutos. era melhor que... que... sangue humano.

“Não melhor que o meu...” – ouvi a voz novamente, perto, na minha nuca. Senti o toque na minha pele, como se houvesse alguém aqui. Virei rapidamente e olhei, as janelas da cozinha que estavam escuras, lá fora somente arvores balançando ao vento, mas meu corpo ardia, de desejo, de medo... será que ex-vampiros/novamente humanos enlouqueciam?

Esme notou minha inquietação e parou a minha frente.

“Edward, quero que me conte o que esta acontecendo” – ouvi passos atrás de mim, olhei e nada, não havia nada ali.

“Mãe, você está ouvindo?” – a encarei.

“Ouvindo o que Edward?”

“Edward...” – a voz cantarolou, meu estomago se aqueceu e senti um estranho desejo de proteção.

Respirei fundo – “Mãe... acho que estou ouvindo vozes!”

Ela me olhou de perto – “Que vozes?”

“Ed-ward!” – a voz foi firme, mas ainda mais sedutora.

Não vou dizer, confie em mim! – pensei. Mas quem ouviria? Quem deveria confiar?

Esme continuava aguardando minha resposta.

“Er... bem... essas vozes!” – rodei o dedo em volta da minha cabeça. Pra minha sorte começou um murmúrio baixo vindo de outro cômodo da sala.

Ela riu – “São seus irmãos filho” – Esme me abraçou.

A abracei também, meu peito sentindo o gelo de sua pele, um calafrio subiu pela minha espinha.

“Oh Edward, esqueço que sou gelada pra você filho!” – ela riu se afastando – “Ainda estão com fome?” – Alice terminava seu prato.

“Eu não” – ela respondeu de boca cheia. Mal educada.

“Também não mãe” – informei me colocando de pé – “Vou me deitar...” – falei saindo e subindo as escadas para meu quarto.

Passei por Carlisle, Rosalie e Emmett que se calaram quando me viram. Ah seria ótimo ouvi-los agora!

“Ele está tão cheiroso” – ouvi a voz de Rosalie e a olhei, ela não estava falando.

“Nossa cara, com quem vou jogar agora?” – Emmett terminava com uma careta.

“Não quero que ele morra...” – a voz de Carlisle era triste em minha mente.

Abri minha boca pra dizer que os ouvi, mas senti algo a tapando e o mesmo desejo dominou meu corpo com mais força.

Aos tropeços subi até meu quarto fechando a porta atrás de mim e me jogando na cama encolhido, ofegante, febril.

“Não me toque mais!” – falei baixo, me achando um louco por falar com o nada – “Não me lembro de ter uma cama aqui!” – me levantei assustado e senti alguém me tocar novamente – “EU DISSE PRA...”

“Edward?” – Carlisle questionou – “Você disse o que?” – ele ficou me olhando com aqueles olhos cor de mel que eu sabia que poderiam me fazer revelar qualquer coisa. Desviei rapidamente e me deitei.

“Er... eu disse pra não me incomodarem, quero...” – respirei tentando arranjar uma desculpa.

“Dormir” – a voz me ajudou.

“Dormir” – finalizei.

“Oh” – Carlisle foi saindo pela porta – “Vim lhe avisar que trouxemos a cama esta tarde enquanto você dormia” – ele apontou para meu armário – “Ali tem lençóis e cobertores caso precise” – ele fechou a porta.

“Obrigado” – falei sem som para a voz na minha imaginação.

“Por nada” – a voz respondeu mais audível do que nunca.

Um vulto passou por mim, me trazendo as sensações de volta, desejo, excitação, medo. Este vulto parou a minha frente, ao pé da cama.

Claro! Este novo eu era covardão! Me encolhi todo apavorado. Conseguia sentir meu coração parado, parado não, berrando num Tum Tum Tum frenético na minha garganta.

“Quem... o que... puta que pariu!” – berrei assim que o vulto se tornou uma mulher linda.

Ela tinha olhos esverdeados mas com toques leves de um sangue escuro e forte. Eles eram profundos e me liam de dentro pra fora.

O corpo era esguio, desenhado, seios pequenos cabendo em minha mão... desviei logo meus pensamentos porque minhas reações não estavam muito normais.

Fiquei parado, estático, tentando não respirar, mas quanto mais tentava, mais ficava asmático.

Ela andou até mim, branca como neve, o ar parecia andar com ela, os cheiros pareciam pertencer a ela, eu me ajoelhei na cama e me aproximei de seu rosto, estendendo minha mão para tocá-lo.

“Não Edward, não ainda!” – ela sussurrou, a voz. Ahhh era essa a voz.

Eu sorri e encolhi meu braço. Ameacei falar e ela balançou a cabeça me negando.

Ainda se aproximava, ainda caminhando, ajoelhou na cama e engatinhou até mim, claro, o idiota medroso e novo Edward se encolheu todo de novo. Voa nela homem! Tentei me encorajar, mas meu corpo desobedecia.

“Edward, você não quer me machucar” – ela falou sem alterar o tom de voz, parou com os lábios encostados aos meus, o hálito gelado me fez gemer de prazer.

“Não...” – eu tentei dizer – “Quem...”

Ela me calou com um selinho. Não vi os segundos, nem o que aconteceu, mas de repente meu corpo tombou pra frente e eu cai de cara na cama.

Abri os olhos e não havia mais nada ali. Ninguém.

Somente o perfume e o formigamento nos meus lábios permaneciam ali.

Me deitei inebriado.

“Heidy” – a voz sussurrou e eu adormeci.