Fanfic: Irresistível | Tema: Twilight

Capitulo 8 – Escola

Ainda faltava meia hora para o inicio da aula, mas Edward queria chegar logo a escola e por mais que Carlisle insistisse que ficasse alguns dias de licença, Edward teimou em vir conosco.

Eu também estava entusiasmada, ser igual a eles, poder tocá-los e tendo a mesma temperatura, me alimentar no refeitório sem fingir, rir e ficar corada, não precisar tomar cuidado com cada gesto para não machucar ninguém... Eu queria ver a reação, ver se notariam.

“Você esta com medo?” – Jasper me perguntou segurando minha mão enquanto caminhávamos pelo mesmo corredor em que Edward desmaiou a alguns dias.

“Não amor, estou ansiosa” – Jasper franziu a testa e sorriu.

Estávamos próximos ao refeitório e pude sentir o tremor de Edward.

“Edward maninho, fica comigo vem” – ele largou do ombro de Emmett que o ajudava e se escorou em mim – “Vamos enfrentar isso juntos, está certo?”

“Humrum” – Edward balbuciou sem me olhar, os olhos fixos em algum ponto do refeitório. Fomos para a nossa mesa habitual, lentamente.

“Quer algo para comer?” – olhei Edward.

“Uma maça” – ele sorriu distraído.

Segui seus olhar. Na fila da lanchonete estava uma garota, cabelos levemente cacheados até centro das costas, num castanho avermelhado. Altura mediana, mas mais alta do que eu. Vestida num jeans velho, camiseta marrom e um casaco enorme por cima devido ao frio e o vento constantes em Forks. Sua pele era muito branca, quase tão branca quanto a nossa.

Jessica e Mike Newton estavam junto dela conversando animadamente, quando ela se virou em direção a sua mesa eu prendi a respiração e olhei Edward novamente. Ele parecia encantado.

“Maninho”

“Sim,” – respondeu sem me olhar – “uma maça Alice”

“É a menina da minha visão, ow lerdo” – dei um tapa fraco na sua cabeça.

Ele demorou para entender, seus rosto de um interesse apaixonado se transformando aos poucos, como se assimilasse o que eu falei.

“Como pode ser? Ela estava comigo Alice, ela chorava, ela carregava meu caixão” – ele respirou as palavras emendadas – “... ela estava na sacada... ela estava comigo... mas nunca a vimos antes de ho...”

“Calma maninho!” – eu comecei a rir – “Você sobreviveu. Vou pegar sua maça... porque maça?”

Ele olhou para ela com o olhar anterior – “O fruto proibido”

Revirei meus olhos e fui até a fila, passei pela novata e encarei seus olhos castanhos. Ela respondeu ao meu olhar, sem desviar como a maioria dos alunos aqui fazia. Seu cheiro era inebriante, delicioso.

Pelos olhos de Edward

Doía cada parte do meu corpo, cada centímetro parecia esmagado, pisado, cortado. E cada passo que eu dava me rasgava por completo. Não me lembro de dor tão forte... não como humano pelo menos.

Alice passou por ela e a olhou, a menina acompanhou o dançar de Alice até as frutas e depois voltou os olhos para mim colocando as mãos nos lábios para falar algo para Jessica. Como eu queria ouvi-la agora!

“Principezinho, você nunca está satisfeito não é?” – olhei em volta procurando a dona da voz sedutora, mesmo sabendo que era dentro dos meus pensamentos que ela estava.

“Você sumiu” – pensei em resposta – “Estava ocupada?” - o silencio pareceu dominar o refeitório – “Não vai mesmo falar comigo Heidy?” – fiquei sério.

“Edward, Edward... sempre que nos falamos você me coloca em encrenca” – seu sussurro me fez fechar os olhos inebriado – “Porque pulou a janela?”

Fiquei quieto por alguns instantes tentando me recordar. A cena passando com um flashback em minha cabeça.

“Eu estava me sentindo forte, meu dom retornando... achei que estava normal de novo” – ela gargalhou e eu olhei em volta com medo que mais alguém tivesse ouvido.

“Normal? A-go-ra você é normal” – ela frizou – “Você me pediu alguns segundos somente e eu lhe conce...” – ela pareceu engolir as palavras.

“E você?” – perguntei em voz alta.

Alice que estava com a maça estendida para mim apensas respondeu - “Para mim ovos, bacon e panquecas” – e começou a comer.

“Aproveite sua aula e não se aproxime da garota” – a voz avisou-me, séria demais, o humor e a sedução sumindo completamente.

Senti meus ossos tremerem e um vento gelado passou por mim indo em direção a menina. Senti o pânico tomando minhas veias e o ímpeto por protegê-la.

Friccionei os joelhos e me impulsionei, mas antes mesmo de me levantar Alice segurou meu braço.

“Não!” – eu a olhei assustado.

“Não o que Alice?” – tentei me mover novamente, mas meu corpo todo latejou de dor.

“Você vai machucá-la, não vá” – Alice sussurrou.

“Eu vou o que? Não posso mais machucar ninguém Alice”

“Você vai” – eu me virei para ela e percebi. Ela estava tendo uma visão.

Me debrucei mais perto de seu ouvido – “O que você viu?”

“Sangue, muito sangue. Edward sobre a menina nova, nossa família fugindo dos lobos... você...” – ela me olhou já sem a visão em seus olhos – “Você se matou” – ela abriu a boca e fechou novamente – “Não agüento mais prever sua morte Edward, da pra parar quieto?”

“Morte?” – todos falaram ao mesmo tempo.

Me ajeitei na cadeira incomodado, a sensação de perigo ainda me incomodando.

Alice começou a explicar-lhes sua visão, mas me desliguei deles, procurando por algo diferente, algo incomum.

Na entrada do refeitório estavam alguns poucos alunos entrando e saindo, conversando entrei si. A minha direita, na praça de alimentação outros tantos se alimentando, próximo a garota, o grupo de jornalismo da escola, Jessica e Mike. Nada aparentemente diferente, a não ser pelo perfume dela que ainda impregnava minhas narinas.

Eu até agora, pensava ser fruto da minha imaginação, alguma seqüela da doença misteriosa que acometeu a mim e a Alice; mas esta sensação de perigo, o perfume, estava tudo ficando real demais.

“Heidy” – falei firme em minha mente – “Você e eu, lá fora, agora”.

Fiz um esforço sobre-humano para firmar meus pés sem ajuda. Emmett se moveu, mas fiz sinal para que me deixasse tentar sozinho. Me conhecendo, ele acharia que era orgulho meu não querer ajuda, e não que eu iria conversar cm minha “amiga imaginaria” lá no pátio.

Não havia pensado muito e indo a passos lentos, percebi que ainda tinha sol e eu não poderia sair.

Respirei fundo encarando a porta do refeitório e o pátio cheio de alunos.

Senti a aproximação de alguém, mas não consegui virar a tempo de ver quem era, seu perfume me dominou.

Primeiro o desejo tomou meu pensamento, imaginei a pele em contato com a minha, seus lábios nos meus, nossos corpos juntos... depois a sede, arranhando minha garganta, não percebi quando meus pés se firmaram e eu pulei sobre ela.

Enquanto largava a bengala de mão, friccionava os joelhos e pulava, um vulto se moveu mais veloz que eu, saindo do meu lado direito e formando uma parede a minha frente.

Eu tombei para trás ao bater nesse muro invisível, retomando meus sentidos rapidamente. A menina ainda caminhava na minha direção e aparentemente ninguém notara meu movimento, no mínimo estranho.

A bengala não havia chego ao chão e eu a alcancei com rapidez, firmando meus joelhos, a perna machucada latejando.

Vasculhei com o olhar o ambiente sem encontrar quem me deterá.

“Olá” – a garota disse, parando ao meu lado.

Meus sentidos se atiçaram novamente, mas desta vez consegui reprimi-los.

“Oi” – falei entre os dentes.

“Quer ajuda? Parece que seus irmãos cansaram de carregar você” – ela os olhou por baixo dos olhos.

“Não, obrigado” – me virei, forçando-me a ir em direção a saída do refeitório.

“Tudo bem Edward” – sua voz saiu baixa.

Meu corpo todo estremeceu ao som do meu nome saindo daqueles lábios finos, precisando segurar firme na bengala pra não ser dominado novamente. Ela sabia meu nome e tudo, estas reações, tudo era estranho pra mim. Se voltei a ser humano, porque o desejo, a sede? Há muito tempo eu não sentia o perfume de alguém com tanta força no meu corpo, na minha boca, garganta. Cheguei a sentir meus dentes afiarem-se e prepararem-se para o ataque. E como me tornei rápido novamente? Meus sentidos todos aguçados como se nada tivesse mudado.

Arrastava meu corpo fraco até a porta, até que saí ao sol, absorto em minhas reflexões.

“Oh Edward...” – Alice falou saltitante ao meu lado – “porque não disse que queria tomar um solzinho?”

Arregalei os olhos e olhei meus braços.

“Não maninho, não estamos brilhando feito purpurina” – ela pulou e rodopiou feliz.

E não brilhávamos mesmo, mas havia um certo formigamento na minha pele, que eu não sentia quando me expunha ao sol.

“Você sente Edward?” – ela me olhou, seus olhos faiscando de prazer.

“A coceirinha?” – sorri.

“O formigamento, a pele sendo bronzeada” – ela riu fazendo uma careta.

“Sinto sim...” – respondi olhando em volta pra ver se alguém estava achando isso tão esquisito quanto eu – “Alice, você sente seus sentidos de vampira?” – sussurrei para ela.

“As vezes” – ela continuou dançando.

“Você sente o que?”

“Sede” – ela respondeu como se fosse normal – “e vejo o futuro” – ela riu.

“Tem algo errado, vamos entrar” – segurei em seu braço me apoiando para voltarmos para o refeitório, mas algo me brecou.

Heidy estava encostada logo ao lado da porta, num vestido vermelho longo, com finas alças, um rasgo até o meio da coxa esquerda, seus cabelos soltos sobre os ombros que tocavam o volume de seus seios de forma sedutora. Seus lábios virados pra cima, num sorriso sarcástico e sedutor e a menina nova parada ao seu lado, igualmente encostada a parede, lendo um livro.

“O que você viu nessa garota?” – Alice voltou a andar me puxando com ela.

“Qual.. qual das duas?”

“Que duas?” – ela me encarou – “Só está a perfumada ali”

Perfumada... então Alice também sentiu seu cheiro.

“Porque ela não te vê?” – estreitei o olhar para Heidy – “O que você quer?”

Ela não respondeu aos meus pensamentos, ela se pôs a frente da garota e a fez sumir da frente de meus olhos e de todos que estavam ali.

“Não!” – gritei correndo em sua direção.