Fanfic: Anjo negro- AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

—Assim é como me trataste no dia que me disseste que não querias casar comigo. Não me deste nenhuma explicação nem quiseste escutar uma só palavra do que te disse.

Ao recordar esse horrível dia, Annie sentiu um nó na garganta.

Surpreendeu-se ao ver que Poncho tinha o descaramento de referir-se àquele dia.

—Pensei ter vindo para falar do empréstimo de  meu avô...

—O empréstimo que ele aceitou porque eu não suportava a idéia de que te preocupasses em como poderiam viver teus avôs no castelo. Aqui há uma dimensão pessoal que tu te empenhas em ignorar.

— E que mais posso fazer? —perguntou Annie montando em cólera.

Cada uma das afirmações de  Alfonso a pilhava em surpresa. Depois de como a tinha tratado, só o homem mais cruel se teria referido a seu curto compromisso.

—Dizer a verdade. É possível que isso te faça ganhar mais cinco minutos de meu tempo — disse Poncho com desprezo.

— Para valer? Estás perguntando porque rompi nosso compromisso? Não imaginas? — Annie sentia que o coração lhe batia com força. — Não vou rebaixar ao nível de dizer-te!

— É essa tua última palavra?

Anahí apertou os lábios e levantou o queixo fazendo um gesto afirmativo e desafiante.

— Então não tenho mais tempo para ti — Poncho passou do seu lado e abriu a porta, olhando-a profundamente.

—Isso não é justo... Não podes fazer isso!

—Posso fazer o que quiser em meu próprio escritório.

Annie ficou com o olhar fixo no nada, desejando que se desvanecessem as lágrimas que ameaçavam brotar de seus olhos. Ele a tinha intimidado e a estava obrigando a adotar uma posição humilhante.

Alfonso permanecia imóvel. Tinha esperado muito tempo para ouvir a resposta e estava decidido a não deixar escapar essa oportunidade.

Annie o olhou e disse:

—Muito bem... Mas primeiro deixa-me que explique o do empréstimo, e desta vez escuta-me.

Alfonso voltou a fechar a porta e se fez silêncio na sala. Com todos os músculos do corpo tensos, Annie se sentou de novo.

—Estou esperando... — Poncho se apoiou na borda de sua luxuosa escrivaninha de cristal.

Durante um instante Annie observou esses rasgos atraentes e agressivos, viu a força de seus ângulos marcados e, antes de que pudesse saber o que lhe estava passando, o desejo se apoderou dela. Perdeu a concentração e, furiosa com ela mesma, lutou em  retorná-la. Mas estava recordando as inumeráveis noites nas que se tinha acordado quente e envergonhada pelos sonhos febris em que ele lhe fazia amor... só para recordar, tanto durante seu compromisso como  depois do  encarceramento de Alfonso, que  Dulce  já tinha experimentado esse prazer antes que ela.

Alfonso, sem pensar no que estava fazendo e com os hormônios masculinos em alerta vermelho, estava-se imaginando Annie deitada no tapete de seu escritório, dominada por ele. Isso lhe fez recordar o tempo que tinha passado desde a última vez que teve uma mulher em sua cama: cinco anos e quatro meses. Quatro meses desperdiçados com Anahí, quatro meses antepondo suas necessidades às suas próprias e esperando uma noite de casamento que nunca tinha chegado. Sua cara bronzeada empalideceu de raiva. Tinha que estar faminto de sexo para que ela ainda o excitasse, e louco para perguntar-se se Annie ainda era virgem.

Annie  se sentia incapaz de olhá-lo e estava angustiada ao dar-se conta do vulnerável que era à sua potente aura sexual. Isso não significava que estivesse perdidamente apaixonada por ele, senão que se estava comportando como uma verdadeira idiota e já era hora de deixar de tolices.

— És virgem? —perguntou ele sem poder evitá-lo.

Anahí o olhou com uns olhos azuis horrorizados, tão desconcertada que começou a gaguejar.

Alfonso a observou com satisfação.

—Isso é um sim. Não, não te molestes em negá-lo. Se tivesses perdido a virgindade, não te ruborizarias nem envergonharias.

Sentindo-se terrivelmente mortificada, Annie apertou os dentes com força e se preparou para falar sem que o tremor se refletisse em suas palavras.

— Quantas mulheres virgens de vinte e seis anos conheces?

—Tu és especial. O empréstimo —disse Alfonso satisfeito enquanto via como Annie cruzava uma delgada perna sobre a outra e depois a voltava a descruzar.

Anahí engoliu saliva com dificuldade e se obrigou a concentrar-se na difícil situação de seus avôs. Tinha que lhe fazer entender várias coisas para que se desse conta de que nunca ninguém tinha tido intenção de defraudá-lo.