Fanfic: Anjo negro- AyA ( Adaptada) FINALIZADA | Tema: Anahí y Alfonso

Quarenta e  oito horas depois  Dulce já  tinha  disposto o campo de batalha: seu irmã, cuja aversão ao trabalho era bem conhecida, tinha aceitado um trabalho temporário com os Portillas e se tinha apresentado com uma camiseta justa e uma saia muito curta. Estava usando todas as armas sedutoras  que possuía para tentar Alfonso e que este voltasse a sua cama. Anahí tinha mantido à margem enquanto Dulce flertava com Alfonso, e quando ao final se queixou, ele lhe disse que estava sendo paranóica e que os ciúmes eram muito pouco atraentes.

Dulce tinha ganhado, pensou Annie  com dor sentada diante de um café que ainda não tinha tocado. Poucas semanas depois, ao regressar Anahí de uma visita a Ballybawn, Dulce, que tinha recolhido uma inconfundível abotoadura de ouro do tapete de seu dormitório, o deu a Annie com um sorriso zombador de triunfo.

—Sim, ontem à noite Alfonso dormiu comigo. Por que deveria encobri-lo? —disse seu irmã com um olhar divertido. — Mas não sejas muito dura com ele. É um homem muito apaixonado. Como pensaste que poderias conservar um homem como ele com tua lastimável idéia de «quero chegar virgem ao casamento? 

— Ele disse isso? —Annie se sentiu tremendamente humilhada ao saber que Alfonso tinha compartilhado algo tão íntimo. E tinha que ter sido ele, porque ninguém mais possuía essa informação.

—A verdade é que nós rimos muito dessa idéia —se burlou Dulce — És uma puritana. Mas se te serve de consolo, ainda que o sexo com Alfonso foi estupendo ele não pensa deixar-te.

— Cala-te! —gritou Annie agoniada, mas não tinha maneira de silenciar Dulce.

—Mas claro, eu não ficarei com a maior parte da corrente de vinhos de  papai, verdade? —continuou sua irmã com rancor. Está claro que Alfonso sabe o que quer. Como crês que se abriu caminho até converter-se no que é agora? Enquanto tiveres o dote do armazém de vinhos, você terás a ele, mas talvez deverias deixar aberta a porta de teu dormitório para evitar que volte a perder-se. Ainda que duvido que uma timorata como tu possa estar à altura de sua resistência e inventiva na cama!

Tentando conservar o pouco orgulho que ainda lhe ficava, Annie tinha decidido não se enfrentar a Alfonso e devolver-lhe simplesmente o anel. Tinha-o feito assim porque pensava que enquanto seguissem trabalhando os três na empresa Portilla´s, ela sofreria a maior das humilhações se o comportamento de Alfonso saía à luz. Se tivesse contado a história ao resto da família, Dulce teria assegurado de que os empregados e todos seus amigos soubessem porque tinha rompido o compromisso. No dia seguinte, quando ainda  estava armando de valor para ir trabalhar, tinham preso a  Alfonso.

Anahí sentiu um nó de dor enquanto o recordava e bebeu um sorveu o café frio para aliviar a garganta dolorida. Tinha-o amado muitíssimo. Sacudiu a cabeça com raiva, dando-se conta de que o passado ainda a afetava, e se obrigou a concentrar-se nos aspectos práticos de sua situação. Por exemplo, onde ia passar a noite? Rodrigo poderia acolhê-la. Agarrou o telefone móvel e o chamou.

—Claro que podes ficar-te, nem sequer tens que perguntar-me. Mas que estás fazendo em Londres? —perguntou seu irmão surpreso. — E por que não me disseste que ias vir?

—Tinha que me encarregar de algumas coisas e não pensei que tivesse que me ficar até manhã —reconfortada pelas cálidas boas vindas de Milhares, teve que resistir o impulso de falar-lhe da ordem de recuperação de Ballybawn.

—Tivesse-me agradado saber que vinhas, porque hoje tenho um jantar de negócios com teu pai —disse Rodrigo.

—Então te porei ao dia quando voltes—contestou algo decepcionada.